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quarta-feira, 28 de maio de 2025

MEU LIVRO...

Por Moa Assumpção

Senta que lá vem história; várias vezes me perguntaram como Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), o Lampião, apareceu em minha história. E, depois, se transformou no meu livro mais vendido e conhecido, Os homens que mataram o facínora - a história dos grandes inimigos de Lampião (hoje na Realejo Livros e duas edições na Record) e no documentário Acordo com Lampião? só na boca do fuzil, em uma parceria com o amigo brilhante cineasta Marcelo Felipe Sampaio. Pois vou aproveitar esse post, com essa foto do Rei do Cangaço em Juazeiro do Norte, em 1926, numa controversa visita a Padre Cícero, para explicar. Nasci em Araripina e vivi minha infância em Trindade, cidades do sertão pernambucano. Naquele tempo, tanto meu pai, seu Moacir, quanto meu avô, o paraibano-cearense Joaquim Pereira, contavam histórias do Lampião. Eram todas lendas, claro, eles não eram pesquisadores. Me interessei pelo personagem a partir das histórias deles e da literatura de cordel que comprava na feira. Assim, fui acumulando material sobre o personagem e este fenômeno histórico. Na Livraria Saraiva, onde trabalhei, tive acesso ao primeiro livro sério sobre o personagem, Lampião, o rei dos cangaceiros, de autoria do brazilianista Billy Janes Chandler. Um dia, já jornalista e trabalhando no extinto Diário Popular, soube que seria lançado um livro sobre o cangaceiro, do qual participavam a neta dele, Vera Ferreira, e o grande Amaury Antonio Correa de Araújo, um dos maiores pesquisadores da história de Lampião. Fui ao lançamento, comprei o livro, que se chamava O espinho do quipá, Lampião, a história, e me tornei amigo de ambos. De Vera, só por algum tempo, e do Amaury por muitos anos. Comecei a escrever reportagens e, um dia, tive a ideia de fazer o circuito lampiônico em umas férias do Dipo. Convidei o meu colega excelente fotógrafo Nario Barbosa e, para minha surpresa, ele topou na hora. Era um pernambucano, terra onde nasceu Lampião, e um sergipano, terra onde ele morreu, em busca de sua história. Ficamos um mês percorrendo as trilhas dele pelo sertão e voltamos com um material muito vasto. Fiz algumas matérias para pagar a viagem com frilas e, ao voltar, pensei: por que não escrever um livro? foi o que fiz e a obra foi um sucesso, me levando pela primeira vez ao Jô Soares. Ao escrever o livro, com minha filha Julia ainda pequena, cheguei a ver o próprio Lampião ao meu lado, me observando. Claro, foi uma criação da minha mente, focada no personagem. Enfim, saiu o filme que, também, a exemplo do livro, está se revelando um sucesso. Se Lampião foi herói ou bandido? bandido, não há dúvida, mas a polícia era tão cruel quanto os cangaceiros. Enfim, devo a este bandoleiro minha entrada para valer no mundo dos livros. Agora, já são 15 e sairão mais uns dois ou três nesse ano, abraços a todos e todas!, grato pela paciência!

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