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sábado, 29 de outubro de 2011

Citações sobre João Bezerra Parte I

Por: Paulo Britto
Paulo Britto

Li o Artigo da Srª.
 
 
Juliana Ischiara “O Polêmico Episódio de Angico – Parte I e II” publicado, neste mesmo blog “Cariri Cangaço”, do nosso amigo Severo;
 
 
principalmente os pontos onde ela reúne comentários carregados de acusações caluniosas ao
 
 
Coronel João Bezerra, que até hoje não foram comprovadas por falta de total embasamento. Em atenção a Srª. Juliana e a todos os leitores desse respeitado blog, resolvi compilar algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, escritores, pesquisadores, autoridades militares, chefes de volantes renomados de outros Estados, etc.

Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...

Continua...
Paulo Britto
Filho de João Bezerra

 Boletim Regimental número 179,
de 12/08/1938

Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º. Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.

... O Exmº. Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º. sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...

 Elogio do Coronel Lucena

- Louvor do Coronel Lucena comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938.

“Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontaneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras conseqüentes da ação do banditismo. Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.

Coronel Lucena em foto clássica com João Bezerra

Jornal de Alagoas:

O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.

- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º. Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...

...Espada
 
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, a ESPADA que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”
Durval Rosa

Colocações de Durval Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.
... Juão Bizerra dissi qui tava certo i dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma órdem severa.
- Vô passá uma órdem prá todo mundo. Num si dá um tiro sem si vê im quem . Só si atira im cangacero. Soldado num briga deitado, u qui eu incontrá deitado, ou outro qualqué incontrá deitado, atiri i maté qui essi é covardi. Quando vocêis me verim deitado atirim im mim também.
Quando eu gritá, avança, aí eu quero Lampião pegado hoji di qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!
Nisso Antonho Jacó chegou-si perto deli, tirou o chapéu, botou no chão, pisou im cima i dissi assim.
- Mi solti logo “Seu” tenenti, qui eu quero sabe si Lampião é mais homi que eu.
Ficou doido, doido, doido.
O teneti falô:
- Esperi aí, i tenha calma!” ...

Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.

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