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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Os cangaceiros Moreno e Durvalina


Considerado o penúltimo cangaceiro que fazia parte da Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, do famoso Lampião, Antônio Inácio da Silva morreu aos 100 anos – no dia 06 de setembro de 2010, em Belo Horizonte.

O corpo de Moreno, como ele era conhecido no cangaço, foi enterrado na no dia seguinte, no cemitério da Saudade, na capital mineira, em meio a fogos de artifício. O ex-cangaceiro, que adotou o nome de José Antônio Souto após deixar o grupo, vivia em Minas há 70 anos, para onde fugiu junto com a mulher, Jovina Maria da Conceição, conhecida com Durvinha - que faleceu em 2008, aos 93 anos. Moreno faria 101 anos em primeiro de novembro do mesmo ano, e morreu vítima de insuficiência respiratória, segundo Neli Maria da Conceição, de 60 anos, filha do casal. "Depois que minha mãe morreu ele ficou meio triste, depressivo. Estava muito fraquinho. Acabou ficando numa cadeira de rodas. Ultimamente ele pedia muito que a mãe dele o buscasse porque não via mais sentido na vida dele", disse Neli. "Ele morreu igual um passarinho, sem sofrimento, sem nada." 
Moreno e Durvinha tiveram seis filhos. Foi na busca pelo irmão mais velho, Inácio Carvalho Oliveira, atualmente com mais de 70 anos - que havia sido deixado pelo casal de cangaceiros em Tacaratu (PE) -, que Neli descobriu, em outubro de 2005, a verdadeira história dos pais. "Era um segredo dos dois, do meu pai e de minha mãe. Queriam que esse segredo morresse com eles. Eles ainda tinham medo de serem descobertos e mortos." 
O casal chegou a Minas no final da década de 1930 fugindo dos ataques das forças federais que dizimou o grupo de Lampião - morto em 1938. Após quatro meses de fuga, margeando o Rio São Francisco, eles se estabeleceram na cidade de Augusto de Lima, na região central do Estado. Adotaram novas identidades e prosperaram vendendo farinha. No final da década de 1960, o casal se mudou para Belo Horizonte. 
Durante o sepultamento na região leste da capital mineira, parentes e amigos assistiram a uma salva de fogos de artifício. Foi um pedido de Moreno. "Porque ele nunca imaginou que teria o privilégio de ter uma cova. Sempre achou que ia ser morto, ter a cabeça cortada e ser comido por bichos no mato como os outros cangaceiros", explicou Neli. 
A história do casal Moreno e Durvinha foi contada no documentário "O Altar do Cangaço", dirigido pelo cineasta cearense Wolney de Oliveira, que compareceu ao enterro.

Fonte:

Agência Estado/www.uol.com.br

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