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domingo, 15 de maio de 2016

CORDEL DO ORGULHO NORDESTINO.

Por Severo Ricardo Grandson

Como a nação nordestina
Que é bastante hospitaleira.
Faço as honras a essa gente
Que é humilde por inteira
Nas mais variadas rimas
A poesia nordestina
É a arte mais verdadeira!

Como todo cidadão
Eu sou suspeito em dizer,
Que na nessa bela nação
Em que me ponho a viver:
"Sou guiado pelo norte,
sou honrado pela sorte,
de nordestino nascer".

Vivo no meu sertão
Muito bem obrigado
Nesse pedaço de chão
Quase nada tem faltado
Não me canso de falar:
"Eu não troco meu lugar
por nada do seu agrado".

E assim permaneço vivendo
Por esse grande sertão
De tantas vidas sofridas
Mas que em cada coração
Se tem uma vala infinda
Que cada dor e ferida
Nos dá uma linda lição.

As dores do nordestino
Como posso lhe explicar?
É um grande desatino
Que me vale ressaltar:
"As Dores do nordestino
é de não ter em seu destino
alguém pra o valorizar".

O sertanejo trabalha
Faça sol o ou faça inverno
Para garantir o feijão
Daqueles que usam terno
Cultura, extração e caça
Vendendo quase de graça
Tudo pro mercado externo.

Mesmo assim o mau sulista
Muito mal agradecido
Lambendo e se lambuzando
Com mel por nós produzido
Vem dizer que é doutor
E principal merecedor.
"Pense num povo atrevido!"

E sem querer apelar
Pra generalização
Eu acredito que há
Com certeza um cidadão
Sulista que ache errado
Mesmo ficando calado
Essa tal situação.

Há certamente um cristão
Sulista que não se envolva
Nesta vã desunião
E contra ela se mova
Sendo contra esta ação.
E agindo com coração
A igualdade promova.

Acredito que haja sim
Um sulista consciente
Que valorize o Sertão
"O nordestino é decente!"
No meio de tanta glória
Do nordeste na história
No passado e no presente.

Pois nordestino nenhum sai
De seu pedaço de chão
Porque gosta ou porque quer
Receber humilhação
O êxodo nordestino
É de um pelejar contínuo
Para conquistar o pão.

E tenho plena certeza
Deste fato acontecido
Que todo e qualquer sulista
Que seja pra aqui trazido
Por estrada, mar ou vento
Será sem ressentimento
Bastante bem recebido.

Nossa gente nordestina
É humilde por natureza
Em cada canto que vá
Ande sempre com a certeza
De que no mundo não há
Exemplo de bom lugar
Com tamanha gentileza.

Eu moro onde tu vens
Desfrutar das suas férias
Vem olhar e se encantar
Com a natureza mais bela.
Ficam olhando feito bobo
E lembrando que o ano todo
A gente reside nela.

E venha sempre que puder
Pra minha terra natal
Sei que aqui é bem melhor
Do que qualquer capital.
"O nosso nordeste é lindo!"
E onde mais tu és bem-vindo
É nas terras do meu quintal

Tenho pena do sulista
Que usa a Xenofobia
Pra descontar o estreasse
Trazido do dia-a-dia
Como se o preconceito
Tirasse raiva do peito
Transformando em calmaria.

Dizendo que nordestino
É um povo atrasado
Que é o atraso do Brasil
No mundo globalizado.
Como se pro grande aumento
Desse desenvolvimento
Só eles têm trabalhado.

Pois grande parte dos prédios
De casebre à arranha-céu
Teve braço nordestino
Que só recebe o troféu
De ser o pobre coitado
Duramente injustiçado
Que ignorância cruel!

Os que não dão importância
Ao pelejar nordestino
Precisam reconhecer
Que esse ódio tão cretino
Bate com intensidade
No escudo da verdade
E volta no seu destino.

O nordestino responde
Com calma e sangue na veia
A toda essa injustiça
Que o Mau Sulista semeia
Fazendo da indiferença
Uma palmatória imensa
E lhe dando uma grande peia.

A humildade nordestina
É algo pra se orgulhar
De parar pra refletir
E de sempre admirar
Beleza quase perfeita
Do povo que se deleita
Da vida nesse lugar.

Tenho um orgulho profundo
De ser filho desta terra
Sou feliz completamente
E digo: "Ai quem me dera
viver sempre no sertão
não sair do meu torrão
meu humilde Pé-de-Serra".

Poeta Popular Potiguar, natural de Olho D´água do Borges.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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