*Rangel Alves da Costa
Severo mandou convidar gente de todo lugar. Por aqui estarão Lili, Ivanildo e Kydelmir. Abraçar com cortesia Quirino e Célia Maria. Aplaudir em alto som Pedro Lucas, Pedro Popoff e Cecília do Acordeon.
Vem gente de baixo de cima, Edivaldo, Aninha e João de Souza Lima. Levantando a poeira, Ingrid, Juliana e Professor Pereira. Desfolhando a quixabeira, chegando Coló de Arneiroz e Aderbal Nogueira.
Cortando pelo estradão, avista-se Oleone, Múcio e José Bezerra Irmão. Pra ler a poesia que fiz, vem o poeta Assis. Vem Júnior Almeida e Ranaise, Franci Mary e Ana Lúcia, mas ninguém de mais astúcia neste mundo tão pequeno que o Tássio Sereno.
Vilma Ferreira Leite arrume a mala e se ajeite pra festança ser deleite. Despontando na cancela, vem no passo o Vilela, correndo pra ser primeiro lá vem o Kiko Monteiro. Jorge Remígio, Narciso Dias, Archimedes e Elane, pra tudo correr sem pane. Luiz Ruben, Leandro Cardoso, Emanuel Arruda e Meneleu e o belo mundo tabaréu.
Aline e Noádia Costa, um povo que a gente gosta. E vem Ricardo Ferraz, Luiz Augusto e muito mais. Vem Marcos de Carmelita, chega a caatinga se agita. Celsinho Rodrigues e Inácio, Jairo e o amigo Afrânio, todo mundo vai chegar para Poço Redondo abraçar. Bismarck e Paulo Gastão, o cangaço em coroação.
Robério, Louro Teles e Divanildo, Ney Vital e Custódio, tudo paz sem ter ódio, além de Aretuza Simonetta, que carregando beleza desarma a baioneta. Camilo traz violão e Léo Cangaceiro um gibão, enquanto Verluce Ferraz de cantar será capaz.
Irari vem por aqui, isso eu sei, até senti, anunciando
Geovane e o poeta Verí. Sandro Alencar vai chegar e um xaxado dançar, com Lili a se rebolar até a lua brilhar. Coronel Fudenço matreiro, talvez chegue logo primeiro, assim imagino e penso. Mas Stelinha Lobão, que não é brinquedo não, já se diz com pé no sertão.
Quem escreve ou pesquisa, tem no cangaço sopro e brisa, vai aumentar seu saber. E muito mais vai conhecer da história desse lugar que no mundo cangaceiro teve o maior prosperar. De Maranduba a Angico, de logo me prontifico a ser coiteiro na estrada e retomar a jornada daquela medonha empreitada.
Vem gente lá de Floresta, de Exu, de Água Branca, de Piranhas e Canindé, de avião e até a pé. Vem gente do estrangeiro, mas um povo forasteiro que é amigo e fagueiro. Vem pelo prazer da história e enriquecer a memória de um tempo de luta e glória.
Westerland também irá e todo mundo a esperar. Toda família Pandini junto ao Sertão Nordestino, desde velho a menino lá nas terras de Alcino. E mais gente e mais nome, tendo no sertão sobrenome, na festa de zuada e estrondo: Cangaço em Poço Redondo!
Um evento grande assim, de uma festança sem fim, merece um convite com armas de cangaceiro e lanças de querubim. Quatro dias de sertão, palestras e seminários, e muita visitação. Poço Redondo de braços abertos vai acolher aquele que vem conhecer sua história em brasão no escudo de Lampião.
Todo mundo é convidado, mesmo quem não foi nomeado, pois o Cariri Cangaço logo afrouxa o seu laço para receber num abraço aquele que no seu passo vai rumar ao sertão sem assombro nem cansaço.
Junho já vem aí, é festa é Cariri, de Sabonete a Juriti, de Corisco a Bem-te-vi, todo mundo por aqui. Vai ser festa de estrondo: Cangaço em Poço Redondo!
Escritor
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