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segunda-feira, 11 de março de 2019

...NO TEMPO DAS ENTREGAS.



Após a morte do “Rei do Cangaço” em 28 de julho do ano de 1938, a coisa, se já não vinha boa para os cangaceiros, tornaram-se muito pior.

Lampião sabia e tinha como mandar buscar comida, munição, armas, vestimentas e dinheiro. Os grandes fornecedores de material bélico, alimentos e vestimentas, aqueles que galgaram a cúpula da pirâmide de auxiliadores jamais foram ditos seus nomes, divulgados, pelos volantes, pelos cangaceiros, outros coiteiros ou a imprensa.

Primeiro por Lampião não dividir essa informação com nenhum dos outros cangaceiros. Sendo chefes de subgrupos podiam adiantar-se e pregar uma “peça” no chefe mor passando-lhe a perna na extorsão. Os coiteiros, dependendo de sua classe social, acredita-se que soubessem sobre esse ou aquele colaborador, mas, não era coisa para sair dizendo, compartilhando, pois, poderia ser uma pena de morte para tal. Não só pela Força Pública, mas por outros coiteiros pela inveja ou cobiça ou mesmo para preservação do nome outrem.

Depois de ser implantada a “Lei do Diabo”, a Força Pública começa a apertar o cerco sobre Lampião começando pelas rebarbas, pelos seus auxiliadores. Assim, quase que no epílogo do cangaço lampiônico toda a força do bando de Lampião vinda de todos os grandes e destemidos cangaceiros estava resumida a dois ou três homens, e isso contando com ele: só vemos Luiz Pedro, Juriti e, talvez, Quinta Feira. Já não existia mais um Mariano, um Sabino, um Zé Baiano, um Gato... e assim por diante. A maioria desses ‘cabras’ fortes que enalteciam o nome do cangaceiro mor de Vila Bela foi morta por traição. E essa, vinda na maioria das vezes dos próprios colaboradores.

Muitos coiteiros foram pegos, torturados e/ou mortos pelas volantes. Vários ‘coronéis’ que faziam parte da ‘malha’ do “Rei do Cangaço” viraram a ‘casaca’ e passaram a colaborar com a Força Pública para sobreviverem. Já outros foram presos e transferidos as penitenciárias nas Capitais dos Estados. Quanto aos comerciantes, os grandes, só há registros de dois que foram pegos e presos. Nas entrelinhas de algumas literaturas sobre o tema e o caso, vemos que nos espólios do “Rei do Cangaço”, colhido no vau da calha do riacho Tamanduá, Angico, existia uma latinha com preciosas informações. Porém, até mesmo quem fez parte, como é o caso do, na época, Aspirante Ferreira de Mello, segundo em comando naquela operação, em entrevista diz não saber que ‘fim levou’.

Pois bem. Sem recursos, sem terem aonde irem busca-los, sem saberem aonde buscarem munição, vestimentas e comida, mais ainda, tendo notícias do que estava acontecendo com coiteiros e companheiros, os cangaceiros restantes, que estavam tontos feito baratas, escolheram continuarem vivendo e optaram por se entregarem. Alguns desses, após se entregarem, passam a fazer parte e tornam-se colaboradores das volantes como foi o caso de Balão, Zé Sereno, Pancada, Cobra Verde, Santa Cruz dentre outros. Para os que permaneceram na senda, a coisa escureceu mais ainda devido aos ex-companheiros saberem os lugares que andavam e acampavam.

Abaixo veremos um registro de alguns que entregaram-se a Força Pública sergipana e foram levados para a sede do 2º Batalhão em Santana do Ipanema nas Alagoas. Esses foram transferidos para a capital alagoana e, depois de alguns dias, foram trazidos de volta ao 2º Batalhão exatamente para ‘ajudarem’ a capturarem ou abaterem o que restava de cangaceiros.

Acreditamos que o local do registro fotográfico tenha sido na calçada do 2º Batalhão em Santana do Ipanema - AL, por os cangaceiros, ou ex cangaceiros no caso, ainda estarem com parte das suas vestimentas, "arreados" parcialmente. Na foto vemos da esquerda para direita: 


1 – Pancada; 2 – Maria de Pancada; 3 – Vila Nova; 4 – Peitica; 5 – Cobra Verde; 6 – Santa Cruz; 7 – Vinte e Cinco.

Obs.: Identificação sujeita a retificação.
Foto google.com

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