Por José Mendes Pereira
Esta foto está no túmulo do cangaceiro em Mossoró
José Leite de
Santana é conhecido no mundo do crime por Jararaca e fazia parte do bando de Lampião. Nasceu no dia 5 de maio de 1901. Uns dizem que ele é de Buíque no Estado de Pernambuco. Outros dizem que ele nasceu em Pajeú das Flores, e outros afirmam que ele é de Sertânia no mesmo Estado.
Mas não precisa você ficar na dúvida, assim como Villa Bella de Lampião passou para Serra Talhada aconteceu lá, houve umas mudanças destes sítios que pertenciam a outros municípios e posteriormente alguns ficaram para as terras de Buíque em Pernambuco. Sendo assim, nada contraria o meu conhecimento, nem o seu e nem a naturalidade do cangaceiro. Jararaca foi morto em Mossoró no dia 18 de junho de 1927.
Jararaca ficou preso nesta cadeia pública de Mossoró
Nos anos
vinte, do século vinte, sentou praça no exército. Mas não gostando da vida nas
forças armadas desistiu da farda para vestir as lindas e enfeitadas roupas do
cangaço.
Mais ou menos no ano de 1925, antes de ser contratado pela Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, do famoso Lampião que não era ainda capitão, o José Leite de Santana mostrava a sua força e coragem pelos sertões de Pernambuco. E lá, já era alcunhado por Jararaca, e chefe de um bando de cangaceiros, que sem nenhuma piedade, eles assaltavam fazendas, comboieiros, assassinavam, incendiavam casas e depredavam o que viam pela frente.
Este, ao se incorporar ao bando de Lampião, levou em sua companhia oito asseclas, sendo já famoso por ser valente, bom atirador e lutador de faca. E com isso, fez com que Lampião o entregasse um subgrupo de cangaceiros.
EU O CONVIDO PARA ASSISTIR A EXECUÇÃO DO CANGACEIRO JARARACA. SE VOCÊ NÃO TIVER CORAGEM DE ASSISTIR, VOLTA PARA CASA.
Túmulo do cangaceiro Jararaca
Túmulo do cangaceiro Jararaca
Diz o
jornalista natalense, mas radicado em Mossoró Geraldo Maia que no depoimento baseado que Pedro Sílvio
de Morais, um dos integrantes da escolta que matou o cangaceiro fez ao
historiador Raimundo Soares de Brito, disse-lhe o seguinte:
“- Pelas onze e
meia horas da noite, de um luar claro e frio, do mês de junho, uma escolta
composta de oficiais, sargentos e praças, conduziu em automóvel o bandido,
dizendo que ele iria ser trancafiado na cadeia de Natal. No momento da saída, e
ao dar entrada no carro Jararaca disse que tinha deixado as alpargatas na
prisão, e pediu ao comandante para mandar buscá-las, pois não queria chegar à
capital com os pés descalços".
O tenente-comandante então disse que em Natal lhe daria um par de sapatos de verniz. Quando os automóveis pararam no portão do cemitério São Sebastião (Mossoró), Jararaca interrogou-os:
- Mas isto aqui é o caminho de Natal?
Como resistisse descer do automóvel, um soldado empurrando-o deu-lhe uma pancada com a coronha do fuzil.
No cemitério mostraram-lhe uma cova aberta lá num canto, e um deles perguntou-lhe:
- Sabe para que seja isso?
Saber de certeza não sei não. Mas, porém estou calculando. Não é para mim? Agora, isso só se faz porque me vejo nestas circunstâncias, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo para vocês: é se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem que matam, mas é um homem! Fiquem sabendo que vocês vão matar o homem mais valente que já pisou neste...
Mas o Jararaca não teve tempo de dizer o que queria. Um soldado por trás dele deu-lhe um tiro de revólver na cabeça. Ele caiu e foi empurrado com os pés para dentro da cova.
Observação:
“Existem alguns textos contados diferentes do que afirmou Jararaca quando
estava prestes a ser executado. Mas apenas os autores usaram sinônimos, sem
fugirem do que disse Jararaca. O importante é não criar fatos diferentes do que
aconteceu na hora da execução do bandido”.
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