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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE FINAL

Por Mariana Gadelha

Memórias imortalizadas

Aos 11 anos de idade, o ainda menino Sebastião começou a escrever acontecimentos do dia a dia em um diário pessoal. Os anos passaram e o hábiro coninuou, às vezes com um longo tempo de pausa, mas sempre que encontrava tempo,e coragem lá estava ele escrevendo as ocorrências das mais simples, as mais graves, desde um tratamento dentário até a ameaça dos cangaceiros em Mossoró. Além de narrar fatos históricos do Brasil e do mundo, Sebastião registrava os detalhes da sua vida, como a mudança para Mossoró, o casamento com Elisa, o nascimento dos filhos e a criação da Casa Bancária S. Gurgel. Cada anotação revelava uma nova página de histórias, questionamentos, conquistas e costumes sociais.

Durante a pesquisa de informações para o livro que escrevia, sobre o Banco do Brasil, o pesquisador e ex-bancário Obery Rodrigues tomou conhecimento desse precioso diário, que estava em posse de Ronald Gurgel, neto de Sebastião. As anotações chamaram a sua atenção pela riqueza de detalhes que faziam desses relatos "um documento valioso para a história de Mossoró", afirma. Obery informou a existência dos escritos a VIngt-un Rosado, que tinha uma fundação com seu nome em Mossoró e transformou o diário de Sebastião Gurgel em seis livros  divididos por ano, abrangendo de 1900 até 1966. 

Obery Rodrigues, secretário de Planejamento do RN (Foto: Ricardo Araújo/G1) - oparalelocampestre.blogspot.com

O historiador Marcos Oliveira foi o responsável pela digitação dos manuscritos juntamente com o tio Raimundo Soares, e compartilha que o trabalho foi bem árduo. "Recebemos uma cópia com algumas partes difíceis de ler, além disso, tivemos que decifrar a letra de Sebastião e a ortografia da época", compartilha. Entre as anotações que mais lhe chamaram atenção, Marcos cita as relativas a preços de mercado, além de informações sobre as chuvas no interior potiguar que revelam a situação sócio econômica da população em cada época. 

Sobre a vida pessoal ele destaca o carinho que Sebastião demonstra pela família, com registros anotados na contracapa do diário de todos os nascimentos dos filhos e netos.

Para Marcos a obra possui dados que envolvem cultura, sociologia e economia, principalmente das cidades de Caraúbas e Mossoró. "Esse material está disponível para sociólogos, antropólogos e historiadores entenderem o contexto de um indivíduo em determinadas circunstâncias, além dos hábitos sociais e os fatos históricos de Mossoró em diferentes épocas, desde a Primeira República até a era de Getúlio Vargas", ressalta.

FIM!

Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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