Seguidores

sexta-feira, 2 de março de 2018

PARA DESCONTRAIR (PIADA DE MATUTO) O CORONÉ E O BOMBO


Por Ruy Lima

No tempo do Cangaço, um grande fazendeiro, que era chamado por todos de “coroné”, após um farto almoço, deitou-se na sua rede, pendurada no alpendre do seu casarão, para um bom cochilo, como fazia todos os dias.

De repente, “bum!bum!bum!” um barulho estrondoso de um tambor, quase derrubava o “véi” da rede.

“Qui zuada da bobônica é essa?” – Gritou o coroné, “p” da vida. E o tambor não parava de tocar, feito cantiga de grilo. 

“Essa peste não tá muito longe. Bastião, vai lá e manda o desgraçado que tá tocando o bombo parar agora mermo!” Ordenou o coroné a um dos seus vaqueiros.

Entretanto, passaram-se meia-hora, uma hora, e o bombo não parava de tocar e nada de o vaqueiro voltar.

“Ôxe! Qui foi que houve com o miserável do Bastião? Por que a peste do bombo não parou?” – Dizendo assim, o coroné mandou o seu capataz, que era um sujeito mais disposto e metido a valente, para acabar com a zoadeira do tambor. “Se preciso for, enfia tua faca no couro do mardito bombo!” – Esbravejou o coroné.

Passaram-se mais de uma hora, a barulheira continuava e mais alto ainda e nem sinal do capataz.

De repente, o coroné entrou na casa e retornou com um revólver numa cartucheira pendurada no cinto. “Quem vai acabar com essa porcaria sou eu!”.

A esposa dele ficou olhando pela janela, muito preocupada.

Duas horas depois, já no final da tarde, a zoadeira continuava e o coroné não voltou para casa, assim como os outros.

Muito aflita, a sua mulher resolveu ir lá onde vinha a batucada.

Ao chegar bem próximo, ela viu o marido, o vaqueiro e o capataz sentados no chão e um bando de cangaceiros e cangaceiras dançando o xaxado e Lampião tocando o tambor com todo vigor.

Ao ver a esposa, o coroné falou, todo meloso:

“Oi, muié, vem pra cá, apreciar o capitão Virgulino tocar tambor!”

Ruy Lima – 01/03/18

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário