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segunda-feira, 2 de julho de 2018

PARA AS PÁGINAS DA HISTÓRIA CANGACEIRA.

Por Geraldo Antônio de Souza Júnior

Trazer fotografias inéditas como essa ao conhecimento geral é para mim uma enorme satisfação, pois tenho convicção que estou fazendo a minha parte para manter a história cangaceira e a memória de seus personagens, vivas e em evidência. 


Ilda Ribeiro de Souza (Hermecília Brás São Mateus) a ex-cangaceira “Sila” (Foto) e seu companheiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho) cangaceiro chefe de subgrupo do bando de Lampião, no passado fizeram parte das fileiras da hoste de temível cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva “Lampião” e foram alguns dos sobreviventes do ataque da Força Policial Volante alagoana ao bando cangaceiro que se encontrava acampado na Grota do Angico em Sergipe, na manhã do dia 28 de julho de 1938. O ataque policial resultou na morte de Lampião, Maria Bonita, nove cangaceiros e um Soldado membro da Força Policial, este último morto por circunstâncias e autoria desconhecidas. Todos os cangaceiros (as) após serem mortos tiveram suas cabeças decepadas e expostas durante o trajeto até a capital alagoana, Maceió. Após serem examinadas por peritos, as cabeças dos nove cangaceiros foram enterradas em uma cova coletiva em um cemitério de Maceió, enquanto as cabeças de Lampião e Maria Bonita foram encaminhadas para Salvador/BA, onde permaneceram expostas ao público no museu do Instituto Médico Legal Dr. Nina Rodrigues até os primeiros meses do ano de 1969, quando por força de decreto foram liberadas para sepultamento.

Passados quase oitenta anos do acontecimento de Angico seus nomes e suas histórias ainda permanecem sendo discutidos, pesquisados e estudados por pesquisadores e estudiosos de todas as faixas etárias em diferentes regiões do nosso país e até mesmo do exterior. Uma história onde cada personagem tem a sua própria história dentro do contexto histórico e que, embora escrita com sangue e suor, encanta quem a conhece e permanecerá sendo motivo de contendas ainda por muitas gerações.

Que o futuro e seus habitantes não desvirtuem a verdadeira história cangaceira a exemplo do que já vem acontecendo há tempos. Que a seriedade e a responsabilidade para com a história sobressaltem sobre a ganância e os egos exacerbados por parte de quem a estuda ou a explora comercialmente.

Fica o recado.

A fotografia de Ilda Ribeiro de Souza “Sila” acoplada a essa matéria foi registrada pós-cangaço e foi gentilmente cedida por Gilaene “Gila” de Souza Rodrigues in memorian, filha do casal cangaceiro Sila e Zé Sereno.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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