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quinta-feira, 30 de abril de 2015

ROMEU MENANDRO DA CRUZ: O HOMEM DAS MÃOS MILAGROSAS

Por José Romero Araújo Cardoso

Examinada a valise com todos os procedimentos médico-farmacêuticos e conferida a munição do revólver colt cavalinha calibre 38, Romeu Menandro da Cruz ajeitava seu chapéu na cabeça, despedia-se de Dona Maria Isabel, companheira inseparável, montava em seu insubstituível cavalo branco e ganhava as quebradas das serras do alto oeste paraibano a fim de atender as urgências, os inúmeros pedidos de socorro partidos daqueles confins onde assistência à saúde era algo distante naqueles tempos passados marcados pela ausência da ação do Estado, exponencializando-se a não efetivação em garantir direitos inalienáveis à população que bravamente teimava em habitar o sertão de outrora.

Homem valente e destemido, Romeu Menandro da Cruz agia como se nada pudesse ameaçar sua integridade física. Desafiava com coragem inaudita todos os ditames de uma terra sem lei, marcada pelas useiras e vezeiras emboscadas, sempre buscando ajudar o próximo através do grande legado genético que trazia no sangue, herança genética do avô português de nome Jerônimo Ribeiro Rosado.

Jerônimo Rosado patriarca da família numerada de Mossoró. O autor deste artigo é da mesma família

Trazia consigo a marca indelével impressa através de milagres impressionantes, tendo salvo incontáveis vidas, graças ao ofício de farmacêutico prático, o qual aplicava sem distinção àqueles que o procuravam.

Não se tem a conta de quantos portadores bateram à sua porta, altas horas das noites escuras, acordando-os para que se deslocasse para ermas localidades a fim de salvar vidas ameaçadas. Romeu Menandro da Cruz nunca se esquivou em ajudar seus semelhantes. Era, verdadeiramente, um homem das mãos milagrosas.

Em sua farmácia na antiga Jatobá, bem como na que instalou em São José de Piranhas, dispunha de verdadeiro laboratório que lhe permitia manipular fórmulas complexas, resultando em inúmeros medicamentos que só eram encontrados em centros mais desenvolvidos, como penicilina e soro antiofídico.

Casos mais complexos eram imediatamente destinados a Cajazeiras, onde os recursos da medicina se encontravam mais evoluídos. Sabia perfeitamente seus limites e possibilidades, não excedendo-os de forma alguma.

Graças à dedicação aos trabalhos médicos-farmacêuticos, o casal Romeu Menandro da Cruz e Maria Isabel César da Cruz apadrinharam dezenas de pessoas, sendo a grande maioria que eles mesmo ajudaram a vir ao mundo. Dona Maria de Romeu tornou-se exímia parteira, auxiliando o marido no exercício do nobre ofício em prol da salvação de incontáveis vidas.

O cangaceiro Sabino Gório

Herói do histórico dia 28 de setembro de 1926, quando o cangaceiro Sabino Gório e seu bando sinistro tentaram atacar Cajazeiras, Romeu Cruz ganhou destaque literário em romance intitulado O Carcará, de autoria de Ivan Bichara Sobreira.

Fotografia da década de 30 do século XX, tirada no município sertanejo de São José de Piranhas, no sítio Riacho D’ água, na qual aparece o farmacêutico prático Romeu Menandro da Cruz montado em vistoso cavalo branco. Ao fundo podemos observar a presença da Sra. Maria Izabel César da Cruz, esposa do lendário Romeu Cruz. Personagem importante do romance “O carcará”, de autoria do ex-governador paraibano

Ser humano extraordinário, Romeu Menandro da Cruz, pombalense que fez história no alto oeste paraibano, portou-se em vida de forma digna e honrada, marcando significativamente a presença do velho Rosado nos anais das crônicas sertanejas.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre m Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

Ilustrado por José Mendes Pereira

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O DRAMA DA FAMÍLIA CAUAÇU DA CANGACEIRA ANÉSIA CAUAÇU - PARTE III

Por Deoclides de Souza Meira - São Paulo, 1976 
Anésia Meira Sertão e Deoclides de Sousa Meira. Foto do acervo de Regina Garcia Brito

Lembrando ao leitor que a mulher que aparece nesta foto ao lado do autor deste trabalho, que é o Deoclides de Sousa Meira. não é a cangaceira Anésia Cauaçu.  











CONTINUA...
Fonte: facebook
Páginas: Mecias Kawassu
Regina Garcia Brito

Nota: Este material foi enviado por Messias Cauaçu bisneto de Antonio Cauaçu, irmão da cangaceira Anésia Cauaçu. Ele  mora em Imperatriz.

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UM DIA INESQUECÍVEL... UM ENCONTRO COM A HISTÓRIA.

Por Geraldo Júnior

Hoje 29/04/2015 tive a grata satisfação de conhecer pessoalmente a senhora DULCE MENEZES que durante o cangaço foi companheira do Cangaceiro CRIANÇA.

O cangaceiro Criança

Dona Dulce para quem ainda não conhece, foi uma das integrantes do bando de Lampião e uma das sobreviventes do confronto de Angico, onde morreram Lampião, Maria Bonita, nove cangaceiros e um soldado Volante.

Um encontro marcante e que ficará guardado em minha lembrança para sempre, pois tenho a plena convicção que oportunidade semelhante jamais será obtida por mim e por nem um outro pesquisador do Cangaço, pois essa é a última "peça" e testemunha ocular dos dias e desfechos finais do cangaço.

Quero agradecer ao amigo Adauto Silva por me conceder esse privilégio e aos amigos Ruas Menezes Ruas (Tião Ruas) e sua esposa Marta e também a Lurdes Menezes (filhas de Dulce) pela oportunidade que nos concedeu em conhecer essa LENDA viva de nossa história e pelo acolhimento e receptividade que nos forneceu no seio de sua família. 

Pesquisador e escritor Antonio Amaury

Não posso esquecer de agradecer a D. Cida Serra pela receptividade e ao nosso amigo Antônio Amaury Corrêa de Araújo (Escritor e pesquisador) que foi nosso consultor e nos acompanhou nessa aventura e viagem em busca da história.

Deixo registrada para sempre a imagem desse encontro... que para mim será inesquecível.

Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte: facebook

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DADÁ EM VÍDEO

 Por Adauto Silva

Após uma boa jornada, trago aos senhores este trabalho em vídeo, que marca o centenário de aniversário de Sérgia Ribeiro da Silva, a lendária cangaceira Dadá, que durante o tempo que pelejou nas hostes do cangaço, deixou eternizado seu nome nessa história, que tanto aprendemos a gostar.

Hoje, se estivesse viva, completaria 100 anos. Sou grato aos amigos e familiares que ajudaram com suas sugestões, documentos, registros históricos... Podem ter certeza que foram essenciais do princípio até sua conclusão.

Obrigado e deixem suas críticas



Fonte: Fcebook

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O INCRÍVEL “FOGO” DA TATAÍRA

Por Rostand medeiros

(Veremos neste artigo o desenrolar da coragem do bravo cangaceiro Meia- Noite, que sozinho, segura um combate contra mais de 80 soldados volantes, durante uma noite inteira, e mesmo ferido consegue se safar)

"(...)Os membros do grupo atacante perceberam que estavam diante de um combatente destemido e preparado. Era tal a quantidade de disparos que saiam do interior da casa que ficava difícil acreditar que apenas uma arma era disparada por vez. Tanto as narrativas dos moradores da região, quanto à literatura existente, são taxativos em afirmar que Zulmira não atirou, mas municiava as armas do companheiro.

O cangaceiro Meia Noite

O esperto Meia-Noite tinha certeza que os homens de José Pereira desconheciam a sua saída do bando de Lampião e passou a admoestar os atacantes com a certeza que seus companheiros lhe atacariam pela retaguarda. Não é difícil imaginar que diante da possibilidade do seu grupo ser assim atacado, Manoel Virgulino tenha dividido o grupo atacante e esta atitude ajudou a prolongar o cerco. O combate se prolongava, a madrugada estava findando e os atacantes certamente sabiam que com o eco do tiroteio se expandindo pelas serras, logo outros companheiros das volantes estariam chegando.

(Casa do sítio Tataíra, onde ocorreu o feroz tiroteio. Na época a casa tinha uma divisão) - Rostand Medeiros

Em dado momento, Meia-Noite pede garantia de vida para sua companheira. Para a sertaneja Zulmira aquela zoada, aquela tensão era demais. Os homens de Manoel Virgulino informam que ela estava garantida, que nada de mal ocorreria à jovem e que, se Meia-Noite quisesse, ele também estava garantido para seguir para sua cela em Princesa. Valentão e ousado, ir para cadeia era a máxima das desonras para Meia-Noite e a sua resposta foi outra série de impropérios e mais chumbo. Mas diante da situação da jovem e das palavras dos seus inimigos que diziam que ele era covarde por manter a mulher na casa, houve uma trégua e Zulmira deixou a casa de farinha com alguns poucos pertences. Após a saída da sua amada, Meia-Noite despeja fogo e novos insultos contra seus inimigos. Já são quatro horas de troca de tiros quando ecoa na serra o toque de uma corneta. Segundo Érico de Almeida (Op. Cit.Pág.66) era a volante do tenente Manuel Benício, acrescida do pessoal de Clementino Quelé e Francisco Oliveira, que estavam aquartelados no alto da serra do Pau Ferrado. Já Rodrigues de Carvalho (Op. Cit.Pág.284) informa que este grupo se encontrava em um sítio denominado Baixio, a 15 quilômetros da Tataíra e próximo a fazenda Patos, cujo proprietário era Marcolino Diniz. O autor narra as inúmeras dificuldades do grupo de policiais para alcançar a região do conflito e neste aspecto ele estava correto. Visitando a região, esplendorosa em sua beleza serrana, não foi difícil de perceber o enorme grau de dificuldade que os policiais enfrentaram para chegar a Tataíra. Segundo o mapa em escala de 1:100.000, produzido pela SUDENE, a altitude onde se localiza o sítio Baixio é de quase 900 metros, o grupo então desceu em torno de 400 a 450 metros, para o vale onde se situa o antigo casarão da fazenda Patos e tornar a subir a uma cota superior a 800 metros, seguindo para a casa onde se encontrava o terrível e valente cangaceiro, isto tudo em uma época em que a cobertura vegetal era bem mais cerrada. Certamente nesta hora o cangaceiro Meia-Noite deve ter se imaginado perdido, pois sabia que aquela corneta significava a chegada de uma Força Policial, que segundo Érico de Almeida (Op. Cit.Pág.67) chegava a 84 homens. Para a população local o número de combatentes contra o solitário Meia-Noite fica em torno de 100 a 120 homens. Independente do número exato, a desproporção era enorme e logo uma sinfonia de disparos ecoava pelas serras. Mesmo assim, nem com a chegada dos reforços policiais, o valente alagoano refreou seu ímpeto, continuando a dizer todos os palavrões que conhecia e mandando bala. Logo dois membros da polícia foram feridos. Manuel Moraes informou a seu filho que depois do “fogo”, os policiais comentaram na região que “-O negro tanto atirava, como dizia baixarias, recitava versos e até cantava”. Provavelmente Meia-Noite, sozinho dentro da casa, cantava, dizia palavrões e recitava versos populares, para aguentar o cansaço, a tensão e ter forças para continuar a luta. A noite se encerrava. Dentro da casa de farinha Meia-Noite via as munições do fuzil, da pistola e do rifle escassearem rapidamente. Só tinha duas saídas; ou se entregar, ou sair para o “campo da honra” e lutar até a morte. No final das contas Meia-Noite sabia que iria morrer de qualquer jeito. Os atacantes atiravam incessantemente, quando Meia-Noite gritou que iria sair. Certamente um frêmito de vitória correu no meio da tropa e possivelmente alguns até devem ter comemorado antecipadamente. Ele ainda alertou que a polícia preparasse as armas “-Que ele iria sair”. Durante cerca de dez a quinze minutos o silêncio imperou no campo de luta. Os atacantes imaginaram que o cangaceiro estaria morto ou ferido. Existem duas versões para o que ocorreu a seguir: Rodrigues de Carvalho (Op. Cit.Págs.286 e 287) afirma que os atacantes, já perturbados com o silêncio prolongado, achando que Meia-Noite estava ferido ou morto, entraram no recinto e descobriram que ele havia sumido, havia desaparecido. O autor afirma que a quantidade tiros era tão grande, que a fumaça produzida pelas armas foi “capaz de anular a visibilidade”, que o cangaceiro aproveitou este momento e fugiu, deixando um rastro de sangue. Já as pessoas da região, como Anastácio, Antonio Antas e outros, são categóricos em afirmar que Meia-Noite, após anunciar que ia sair, deu um tempo e então atirou um objeto com certo volume diante da casa de farinha. Quem estava de arma pronta meteu bala no que se projetou para fora da casa. Para uns, o que Meia-Noite jogou foi uma mala, para outros um caçuá e para outros um saco. Depois dos inúmeros disparos no objeto, o ágil alagoano de 22 anos aproveitou enquanto o grupo de atacantes se municiava e partiu para fora da casa em desabalada carreira. O comentário na região foi que ele saiu atirando, gritando, colocando nova munição na câmara do seu fuzil, atirando novamente, pulando no meio dos soldados e descendo o aclive onde se situa a casa da Tataíra. Manuel Moraes informou ao seu filho que dois soldados, vendo a figura de Meia-Noite se aproximando, abandonaram o posto onde estavam e fugiram. Mesmo conseguindo furar o cerco inicial, o grupo de atacantes não era pequeno. Mesmo com a visibilidade limitada pela pouca luz, com seu alvo correndo, um policial mais atento fez pontaria com seu fuzil e abriu fogo. O tiro atingiu uma das pernas do cangaceiro. Ele caiu, mas logo se levantou, pulou uma cerca, caiu de novo e continuou a fuga em meio a outros tiros. Não encontrei na região ninguém para corroborar a afirmação de Rodrigues de Carvalho, mas todos são unânimes em comentar, sempre com uma ponta de espanto, a segunda versão da escapada de Meia-Noite. Para as pessoas da região o sucesso inicial da fuga de Meia-Noite, se deveu a ele espertamente aproveitar o lusco fusco da manhã, àquela hora onde a visibilidade ainda não é plena. Houve igualmente um excesso de confiança dos atacantes em relação a sua superioridade numérica, fazendo com que ficassem desatentos. Outra possível causa pode estar no fato que o grupo de Manoel Virgulino, como as tropas de Benicio, Quelé e Oliveira, já estavam muito cansadas. Uns pelo cerco prolongado e os outros pelo sobe e desce de serras elevadas.

O certo é que mesmo em grande vantagem numérica, a tropa não se movimentou para caçar o fugitivo, mesmo ele estando ferido(...)".

(Transcrito)
Foto Rostand Medeiros(Casa do sítio Tataíra, onde ocorreu o feroz tiroteio. Na época a casa tinha uma divisão)

Fonte: facebook


Veja também:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2013/08/a-historia-do-tiroteio-no-sitio-tataira.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

quarta-feira, 29 de abril de 2015

"CHAPÉU ESTRELADO"

Por Rostand Medeiros

"Chapéu estrelado" no RN - Hoje estivemos filmando nas zonas rurais de seis municípios potiguares, onde contamos com o grande apoio do meu amigo Romualdo Antonio Carneiro Neto Carneiro

Sem a ajuda desta pessoa tão dedicada a história e a sua terra natal, a simpática cidade de Marcelino Vieira, teria sido difícil seguirmos o rastro de Lampião por mais de 110 km, sendo 80 de barro.





Extraído da página do facebook do escritor e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.

http://tokdehistoria.com.br/
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PROGRAMAÇÃO DO CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015


CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015

25 de Julho - Sábado

19:30hs Centro Cultural Miguel Arcanjo
Apresentação da Filarmônica Mestre Elísio
Formação da Mesa de Autoridades
Representantes de Sociedades e Grupos de Estudos
Hino Nacional
Abertura Oficial Entrega de Diplomas Cariri Cangaço
20:00hs Palestra: Piranhas e sua Historia
Deputado Estadual e Pesquisador
INÁCIO LOIOLA DAMASCENO FREITAS
21:00hs  Apresentação Cultural do GMAP
Grupo Musical Armorial de Piranhas


26 de Julho - Domingo

7:30hs Saída para Maranduba
Poço Redondo
9:00hs O Fogo da Maranduba
MANOEL SEVERO BARBOSA
11:00hs Inauguração
MEMORIAL ALCINO ALVES COSTA
Poço Redondo
Palestra: O Cangaço e o Legado de Alcino Alves Costa
ARCHIMEDES MARQUES
13:00hs Almoço em Poço Redondo
Apresentações Culturais
14:00hs Retorno para Piranhas.
15:00hs Palácio Dom Pedro II - Prefeitura Municipal
O Estudo Cientifico das Cabeças
LAMARTINE ANDRADE LIMA
 LANÇAMENTO DO PROJETO DE RESTAURAÇÃO DAS ESCADARIAS
IPHAN
Apresentação do Roteiro da Invasão dos Cangaceiros
Trajeto pelas ruas de Piranhas
JOÃO DE SOUSA LIMA
Centro Cultural Miguel Arcanjo
19:30hs Painel: Corrupção na Época do Cangaço
JORGE REMIGIO
NARCISO DIAS
SOUSA NETO
20:30hs Palestra: Cinema e História do Cangaço
ANTONIO FERNANDO DE ARAUJO SÁ
VERA FERREIRA
21:30hs Centro Histórico
Teatro do Cordel da Rabeca
O amor de Filipe e Maria e a Peleja de Zerramo e Lampião


27 de Julho - Segunda

8:00hs Fazenda Picos
Mapeamento da Rota dos Cangaceiros para Invasão de Piranhas
8:30hs Fazenda Pau de Arara
  Contextualização Histórico-Geográfica da Invasão
INÁCIO DE LOIOLA DAMASCENO FREITAS
10:30hs Fazenda Cachoeirinha
Ataque a Cachoeirinha
Instituto Federal de Alagoas - IFAL
11:45hs Palestra: Uma Viagem Fotografica pelo Cangaço
IVANILDO SILVEIRA
12:30hs Almoço no IFAL
14:00hs Painel: A Vingança de Corisco no Palco dos Inocentes
CELSO RODRIGUES
ANTONIO AMAURY
SÍLVIO BULHÕES
15:00hs Homenagem a Família de Domingos Ventura
LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DA RESTAURAÇÃO
Fazenda Patos
15:30hs Rasga Bode
16:30hs Retorno à Piranhas
Centro Cultural Miguel Arcanjo
19:30hs Painel: Arqueologia do Cangaço
 Apresentação das Repercussões e Primeiros Resultados
LEANDRO DOMINGUES DURAN
20:30hs Painel: A Sexualidade nos Tempos do Cangaço
WESCLEY RODRIGUES
JULIANA PEREIRA
ADERBAL NOGUEIRA



28 de Julho - Terça feira

9:00hs Missa do Cangaço
Sociedade do Cangaço
VERA FERREIRA
Grota do Angico - Poço Redondo
 
13:00hs Passeio pelos Canyons do São Francisco
Encerramento no Karrancas
Cariri Cangaço Piranhas 2015
Realização:
Prefeitura Municipal de Piranhas
Cariri Cangaço do Brasil
Apoio:
SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
Sociedade do Cangaço
GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará
GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço

Cariri Cangaço do Brasil


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Festival VIVA DOMINGUINHOS - Garanhuns 30/04, 1 e 2 de maio 2015


FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS 2015

A 2º edição do Festival Viva Dominguinhos acontece de 30 de abril a 02 de maio, em Garanhuns, na Praça Central.

Este ano o evento faz uma homenagem aos amigos, estudiosos e pesquisadores da obra e vida do sanfoneiro Dominguinhos. O Troféu Viva Dominguinhos será entregue no sábado dia 02, aos seguintes homenageados:

Ivo Amaral  
Ex-prefeito criador do Festival de Inverno de Garanhuns;

Mauro Moraes
Filho de Dominguinhos, residente no Rio de Janeiro-RJ;

Paulo Vanderley
Pesquisador da obra Gonzaguiana e do Mestre Dominguinhos, de Fortaleza-CE;

Luiz Ceará
Professor e organizador do epaço cultural ‘Arriégua’, em Recife-PE;

Zé Nobre
Professor, pesquisador e organizador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, em Campina Grande-PB;

Marcos Lopes
Produtor cultural e criador do Forró da Lua e do Museu do vaqueiro, em São José do Mipibu-RN;

Ney Vital
Jornalista e radialista paraibano, radicado em Petrolina-PE;

Izaias Regis
Atual prefeito de Garanhuns;

Zezinho de Garanhuns 
Sanfoneiro, cantor e compositor;

Geraldo Freire
Radialista em Garanhuns;

Cirlene Leite
Atual secretária de cultura de Garanhuns;

Antonio Vilela de Souza
Professor, pesquisador, mentor intelectual e criador do Troféu Viva Dominguinhos.


Todos os acima citados e merecidamente homenageados, foram amigos pessoais de Mestre Dominguinhos. “Este evento é uma das manifestações mais importantes da cultura brasileira, pois valoriza a nossa música, que é nossa identidade", afirmou o prefeito Izaias Regis.

Grandes nomes da Música Popular Brasileira darão destaque ao festival, que também conta com shows e rodas de sanfona. O festival foi criado para homenagear o grande mestre e sanfoneiro garanhuense José Domingos de Moraes, o Dominguinhos.

Já estão confirmadas a presença dos artistas: Nádia Maia, Quinteto Violado, Flávio José, Nando Azevedo, Geraldinho Lins, Petrúcio Amorim, Alcymar Monteiro, Waldonys, Santana e Dorgival Dantas.

Os shows, abertos ao público, serão realizados na Praça Cultural Mestre Dominguinhos e terão início sempre às 21h, sendo quatro atrações por noite.

PALCO PRAÇA MESTRE DOMINGUINHOS

Quinta-feira (30)

21h00 – ARAL – Alexandre Revoredo, Adiel Luna e Rogério Diniz

22h00 – Nádia Maia

23h30 – Quinteto Violado

01h00 – Flávio José

Sexta-feira (01)

21h00 – Nando Azevedo

22h00 – Geraldinho Lins

23h30 – Petrúcio Amorim

01h00 – Alcymar Monteiro

Sábado (02)

21h00 – Kiara Ribeiro

22h00 – Waldonys

23h30 – Santana

01h00 – Dorgival Dantas

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e Gonzaquiano Kydelmir Dantas 

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TRILHAS DO CANGAÇO: O LOCAL DA MORTE DE LIVINO FERREIRA E A CEGUEIRA DE LAMPIÃO.

 * Por João de Sousa Lima

Dia 25 de abril de 2015, eu e Josué Santana, nos dirigimos a cidade de Calumbí, Pernambuco, para nos encontrarmos com o amigo Lourinaldo Teles, que nos convidou para participar de uma reunião com os membros do IHG- Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú, com sede em Serra Talhada. A reunião serviu para que Lourinaldo pudesse apresentar seu material encontrando onde houve os famosos combates dos cangaceiros, fatos acontecidos na região que compreende Serra Talhada, Calumbí, Flores, Ibimirim e outros pontos próximos. Além das escavações, Lourinaldo vem catalogando punhais que foram do cangaço e escrevendo um livro sobre os fatos que lhe são narrados por pessoas que viveram a época. Em vários momentos acompanhei Lourinaldo Teles nessas buscas e conhecer o local da morte de Livino Ferreira era uma das lacunas de minhas caminhadas nas estradas das pesquisas. Estivemos no lugar 90 anos depois do acontecido. Nos escombros da casa de dona Generosa encontramos pedaços de louças e uma peça que segura a bandoleira das armas

Por trás a serra onde Livino foi enterrado
      
Em 1925 Lampião passou na fazenda Melancia, em Flores, Pernambuco. A visita de Lampião à roça aconteceu para ele dar uma lição em Zé Calú, acusado por José Josino de Gois, de manter relações sexuais com as filhas.

Lampião prendeu no curral várias pessoas que passavam com destino a feira da cidade.

Lampião ordenou amarrarem Zé Calú pelos testículos, no esteio do telhado, com corda de coro trançado e os cangaceiros  suspendiam o agonizante senhor que desmaiou de dor e assim escapou da morte certa.

Escombros da casa de Generosa Teles.

Logo após esse castigo os feirantes anunciaram na cidade o que havia acontecido com Zé Calú e  o delegado Vitoriano telegrafou para a cidade de Princesa Isabel pedindo reforços. De Princesa seguiu um caminhão com 16 soldados sob o comando dos sargentos José Guedes e Cícero de Oliveira.

O local da morte de Livino Ferreira

Na localidade chamada Baixa do Tenório (sítio do coiteiro José Josino de Gois, coiteiro de Lampião) houve um confronto e o sargento Cícero de Oliveira foi baleado e morto.

A cerca onde Livino estava amparado

O capitão José Caetano e o tenente Higino Belarmino de Morais ouviram os tiros e seguiram para Flores onde foram informados pelo delegado sobre a passagem dos cangaceiros e a perseguição acontecida pelos soldados.

    
À frente das volantes ia o nazareno David Gomes Jurubeba e o combate foi inevitável. Os cangaceiros estavam próximos a casa de Generosa Teles (tia de Lourinaldo Teles).

Estrada onde os cangaceiros e as volantes passaram
     
David Gomes Jurubeba deixou o depoimento de que foi ele quem atirou em Lampião e a bala estraçalhou um pé de quipá e os minúsculos espinhos teriam cegado o olho direto de Lampião.

Umbuzeiro onde os cangaceiros ficaram

Enquanto Lampião agonizava com a vista ensanguentada, seu irmão Livino, próximo a um umbuzeiro foi baleado pela volante. Os cangaceiros bateram em retirada tirando o baleado do meio do tiroteio e depois  mandaram chamar Generosa para cuidar do ferido.

Material encontrado no lugar

Livino não suportou o ferimento e morreu sendo enterrado em uma gruta. Lourinaldo Teles esteve recentemente nessa gruta.



Reunião do Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú, com material de Lourinaldo

Sabe-se que Pedro, filho de Espreciosa, mulher que cozinhava para Lampião, foi quem ajudou no tratamento de Livino e também em seu sepultamento e, tempos depois, retirou os ossos do irmão do Rei do cangaço e os enterrou em Conceição de dentro, próximo a cova de José Paulo, primo dos Ferreiras, esse assassinado por Clementino Quelé.

Punhais de Lourinaldo





O velho umbuzeiro que viu o irmão de Lampião ser baleado e morto, ainda está lá, imponente, ao lado da cerca de madeira que representa a época. São dois robustos e emaranhados de quase mortas células vegetais enfincados no chão, como lembranças tétricas de cenas vividas no passado, onde o aço veloz, certeiro, dilacerante, rasgou as carnes, mortalmente, de um moço-homem que acompanhou seu irmão nas veredas incertas do cangaço.



João de Sousa Lima é membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso e membro da SBEC -  Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.
Paulo Afonso, 28 de abril de 2015

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