Por José Cícero
A Notícia: A senhora Maria Timóteo (dona Mariinha) na época com 62 anos de idade(foto) recebeu a comenda das mãos do dr. Mário Picanço, superintendente da Rffsa.
A mesma foi condecorada diante de autoridades e demais convidados da Rffsa com o título de "Heroína" por ela ter evitado um desastre com o antigo trem de passageiros, doze dias antes da referida homenagem.
O fato: Ela conseguiu alertar e parar o comboio scp-2 que vinha lotado de passageiros desde a cidade do Crato com destino à capital. Evitando assim, um possível desastre.
Era uma tarde nublada do dia 17 de maio de 1981. Muitas chuvas tinhas sido registradas desde a madrugada em todo o Cariri e principalmente em Aurora. Dona Mariinha estava em sua roça próximo de casa quando ouviu um grande estrondo. De início imaginou que poderia se tratar da parede do açude que havia se rompido. Mas não. Pois logo constatou que parte do paredão de pedras do corte grande da linha havia desmoronado bem na altura do km 525. Argila, areia e pedras se precipitaram sobre os trilhos interrompendo a passagem. Localizado quase na curva era praticamente impossível o desmoronamento ser visto a tempo pelo maquinista.
Faltavam cerca de quinze minutos para à passagem do trem no local. Os motores das máquinas vinham fumegando já depois da estação de Ingazeiras.
Não fosse a iniciativa de dona Mariinha o choque teria sido realmente inevitável. A mesma ainda tentou remover alguns blocos de pedras junto com seu filho José Lopes, porém eram pesadas demais as rochas. Correu para casa e em seguida retornou com um vestido vermelho da sua filha. Pos o numa vara e sobre o barranco, à margem da linha começou a acenar. O maquinista parou a locomotiva e logo foi informado da situação. Todos os passageiros e a tripulação lhe agradeceram pela grandeza da sua ação.
Indagada sobre
sua iniciativa ela sempre dizia ter tido uma intuição por conta do padre Cícero
da qual era devota.
Ainda, a seu
pedido a superintendência da Rffsa empregou seu filho na linha de ferro, onde
hoje é aposentado.
Mais uma boa história que ouvi contar.
Prof. José
Cícero
foto: arquivo
jornal O Povo.
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