Seguidores

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Perfil de Joaryvar Macedo

Por: Dimas Macedo

 
Joaryvar Macedo

Falar da personalidade e, principalmente, da obra literária e historiográfica de Joaryvar Macedo constitui tarefa que dignifica e ao mesmo tempo põe em desafio a argúcia do intérprete, vez que estamos a tratar de um homem de letras que “notabilizou-se como um dos mais autênticos pesquisadores da história do seu Estado”.

Considerado por Raimundo Girão como sendo “o mais abalizado historiador do sul do Ceará”, Joaryvar Macedo nasceu no Sítio Calabaço, a oito quilômetros da cidade de Lavras, aos 20 de maio de 1937, sendo filho de Antônio Lobo de Macedo, poeta popular e político influente em seu município, e de Maria Torquato Gonçalves de Macedo.  

Na terra natal estudou as primeiras letras com as professoras Teresita Bezerra, Irony Gonçalves, Adelice Macedo e Nícia Augusto Gonçalves, entre outras. Posteriormente, foi aluno do Seminário Diocesano do Crato e do Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, cursando inclusive Teologia nos Seminários Arquiepiscopais de Olinda, Recife e João Pessoa. Em 1965, ingressou na Faculdade de Filosofia do Crato, por onde se licenciou em Letras, colando grau aos 7 de dezembro de 1968, sendo na oportunidade orador oficial da turma, possuindo ainda curso de pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Salvador.



Depois de formado, abraçou a carreira do magistério, principalmente como professor da Faculdade de Filosofia de Crato e de vários estabelecimentos de ensino de Juazeiro do Norte. Ensaísta e historiador, em 1974 fundou o Instituto Cultural do Vale Caririense, que dirigiu por mais de uma década e do qual foi aclamado presidente perpétuo, dedicando-se, como pesquisador, aos estudos da formação étnica, histórica e cultural do Cariri.

Sendo admirável “a extensão de sua cultura e a perseverança de suas linhas de pesquisa, qualidades que escondia atrás de uma personalidade simples e de aparência tímida”, como bem acentuou o escritor Murilo Martins, o certo é que Joaryvar Macedo, “revelando uma excepcional tendência para a pesquisa histórica, sua atuação nessa área logo se mostrou tão ampla e profunda, que se passou a ver na projeção do seu trabalho um desdobramento da escola instaurada por Irineu Pinheiro e padre Antônio Gomes de Araújo, fixando-se neste último a sua linha de ação”, consoante a observação de F. S. Nascimento.

Sobre a evidência de ser Joaryvar Macedo o representante mais legítimo e o mais profundo continuador da escola histórica do Cariri, em 1984, no meu livro Leitura e Conjuntura, eu já havia afirmado o seguinte com relação à sua envergadura de intelectual: “Joaryvar Macedo é um escritor inquieto, porém um homem polidamente tratável. É valor maior das letras sul-cearenses no momento atual, porque, quem começar a leitura da história da Região Caririense pelas obras de Irineu Pinheiro, e resvalar pelos ensinamentos do padre Antônio Gomes de Araújo, terá fatalmente que ancorar nos seus trabalhos históricos sobre a conquista, o povoamento e a formação étnica e social do ubertoso vale”.


Manoel Severo e Dimas Macedo no Cariri Cangaço Lavras da Mangabeira

Além de farta produção em jornais e revistas do Ceará e de outros Estados, publicou Joaryvar Macedo os seguintes livros: Caderno de Loucuras – 1965; Discurso de Orador Oficial da Turma (1968); Apresentação de Fagundes Varela (1971); Os Augustos (1971); Otacílio Macedo (1972); Um Bravo Caririense (1974); O Poeta Lobo Manso (1975); Templos, Engenhos, Fazendas, Sítios e Lugares (1975); A Estirpe da Santa Teresa (1976); Pedro Bandeira, Príncipe dos Poetas Populares (1976); Fagundes Varela e Outros Rabiscos (1978); Influência de Portugal na Formação Étnica e Social do Cariri (1978); Origens de Juazeiro do Norte (1978); Presença Inconcursa de Norte-Rio-Grandenses na Colonização do Cariri (1979); Composições Poéticas de Hermes Carleial (1979); O Contingente Paraibano na Colonização do Cariri (1980); Autores Caririenses (1981); Lavras da Mangabeira – dos Primórdios a Vila (1981); Alencar Peixoto, Um Clássico (1981); Pernambuco nas Origens do Cariri (1981); Orações Acadêmicas (1983); O Talento Poético de Alencar e Outros Estudos (1984); São Vicente das Lavras (1984); Um Vernaculista e um Poeta (1985); Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense (1985); Discursos Acadêmicos (1986); Lavras da Mangabeira (1986); Temas Históricos Regionais (1986); Ocorrências e Personagens (1987); Antônio Lobo de Macedo: o Homem e o Poeta (1988); Império do Bacamarte (1990); Ensaios e Perfis (2001); e Na Esfera das Letras (2010).

Da bibliografia acima, dois livros tão-somente seriam suficientes para dignificar a reputação de Joaryvar Macedo como um dos nossos grandes historiadores. Trata-se de A Estirpe da Santa Teresa e de Império do Bacamarte, sem a necessidade de outros comentários, bastando mencionar que, com essa última obra, Joaryvar Macedo “estabeleceria um novo marco na historiografia política no nosso Estado, oferecendo aos cientistas dessa área e aos estudiosos dessa temática sociológica o mais completo ensaio do gênero até hoje escrito no Nordeste brasileiro”, ainda segundo F. S. Nascimento.

Joaryvar Macedo consolidou sua formação cultural estabelecido numa região e tratando quase que exclusivamente da temática histórica do Cariri, o que não o impediu de ter “uma visão histórica do Brasil através da região em que viveu”. Transferindo-se para Fortaleza, em 1983, desempenhou, inicialmente, o cargo de Assessor do Presidente do Conselho de Educação do Ceará. Em seguida, viria a exercer as funções de Secretário de Cultura e Desporto do Estado do Ceará e as de Presidente do Conselho Estadual de Cultura, tendo sido eleito, em 1986, para a Academia Cearense de Letras, e, posteriormente, para o quadro dos sócios efetivos do Instituto do Ceará.



Região do Cariri, sul do estado do Ceará

Professor da Universidade Regional do Cariri – URCA e chefe do seu Escritório em Fortaleza, Joaryvar Macedo foi ainda membro do Conselho Estadual de Educação. Foi, outrossim, um dos raros escritores cearenses a ser agraciado, pelo Governo do Estado, com a Medalha José de Alencar, honraria máxima a que um intelectual pode aspirar na Terra de Iracema. Sócio efetivo, correspondente ou honorário de várias instituições culturais, nacionais e internacionais, e detentor de vários tributos e comendas, Jorayvar Macedo faleceu em Fortaleza, aos 29 de janeiro de 1991, constituindo a sua morte uma das perdas de monta para a nossa cultura literária e historiográfica. 

Em vida, foi Joaryvar Macedo a própria história do Cariri se movimentando, expressando-se em gestos e palavras, dimensionando-se nas páginas dos livros e opúsculos que nos legou e nos trabalhos esparsos respingados na imprensa caririense e na Revista do Instituto do Ceará, cujas páginas enriqueceu com a percuciência das suas observações. “Homem calmo, de sólida cultura, não sabe fazer alarde pessoal dos seus conhecimentos. É valor autêntico da cultura caririense que começa a espraiar-se por aí afora”. Dele disse o saudoso escritor J.de Figueiredo Filho quando, em data solene para a história das letras sul-cearenses, o recebeu como membro efetivo do Instituto Cultural do Cariri. 

Sem nenhuma dúvida, foi Joaryvar Macedo uma das personalidades mais ilustres das letras cearenses e um dos mais eruditos historiadores do Ceará, cuja formação histórica pesquisou com a argúcia e o devotamento de um beneditino. Em todos os seus trabalhos de pesquisa Joaryvar Macedo primou por um estilo eloquente. E sempre que expendiu juízos em torno de fatos históricos ele o fez com a melhor clareza de raciocínio. A sua linguagem literária revela-se, em todo o seu percurso, recheada de filamentos retóricos, demonstrando-nos o seu autor possuir a dotação de um clássico, sendo ele um moderno.

Dimas Macedo
Fonte: http://dimasmacedo.blogspot.com.br/ 

 http://cariricangaco.blogspot.com 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VOU MATAR O PADRE!



Por Clerisvaldo B. Chagas, 28 de janeiro de 2014 - Crônica Nº 1129 

De vez em quando a gente se surpreende em relação ao mundo religioso. Na história alagoana mesmo, mataram um padre em Palmeira dos Índios e os seus dois filhos partiram para a vingança, formando um bando e aterrorizando agreste e sertão. Ficaram conhecidos como os irmãos Morais, cuja menção em atacar o Poço, fez com que aquele lugar fizesse uma trincheira e hoje possui o nome de Poço das Trincheiras. Escândalo também quando mataram um religioso em Garanhuns. Em Santana do Ipanema havia um padre politiqueiro que chegou a Intendente e a governador. A antipatia distribuída pelo sacerdote, nunca fez com que alguém tivesse vontade de matá-lo. Em meu romance “Defunto Perfumado”, bem que um cabo quer eliminar o padre, mas dele leva uns tremendos sopapos e sai em desabalada carreira. 


Causou comoção geral, agora em Santana do Ipanema, a denúncia de que um cidadão invadiu a Matriz de São Cristóvão para matar o padre. Com uma doze polegadas na cinta e querendo eliminar o vigário, o cidadão foi preso e logo voltou às ruas, tocaiando o padre por todos os lugares, segundo relatos. Falam que o homem frequentava a igreja, mas depois, ou teve problemas mentais ou se envolveu com drogas. Queria que o padre o casasse sem noiva e sem nada. Diante da recusa do pedido inusitado, o indivíduo botou na cabeça a ideia fixa de matar o sacerdote de qualquer maneira. A comunidade católica manifestou-se a favor do religioso, mas quer proteção para o homem de Deus e internamento para o potencial assassino. Tanto corre risco o padre quanto o agressor, pois a multidão enfurecida pode querer fazer justiça com as próprias mãos. Ninguém que um cadáver, quanto mais dois.

Não somente os seguidores do catolicismo vivem momento de tensão, mas Santana do Ipanema como um todo. Dizem os mais velhos que é fim de mundo. Quem já viu dizer que um cabra com uma peixeira do tamanho de uma espada gritasse até para a polícia: VOU MATAR O PADRE!

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/01/vou-matar-o-padre.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DEUS E OS DEUSES EXTRATERRESTRES

Por Rangel Alves da Costa*

Eram deuses os astronautas, ou aqueles seres interplanetários que segundo as teorias extraterrestres nos visitaram nos tempos mais distantes para traçar a engenharia das antigas civilizações? Os adeptos das teorias dos antigos astronautas responderiam que sim. Mas respondo que não. 

Segundo os teóricos que defendem a participação de seres extraterrestres na construção dos templos grandiosos nas civilizações passadas, bem como a sua intervenção na cultura e no pensamento dos povos antigos, astronautas vindos de outros planetas transitavam com suas naves diante dessas civilizações e as moldavam segundo seus desejos. 

Desse modo, toda aquela engenharia misteriosa, grandiosa e até inexplicável, não teria sido possível apenas com a força do homem e a tecnologia disponível no momento. Tudo só foi possível, desde as grandes pirâmides e templos pré-colombianos aos imensos megalíticos dispostos por diversas regiões da terra, pela participação dos seres extraterrestres.

Segundo os teóricos, as Linhas de Nazca são obra da engenhosidade alienígena. Do mesmo modo os templos e monumentos astecas, maias e incas; as imensas figuras talhadas em rochas da Ilha de Páscoa; as enigmáticas construções de Stonehenge; os imensos frontispícios erguidos nos portais das civilizações passadas, tudo isso tinha o dedo extraterrestre.



Dizem, por exemplo, que era humanamente impossível que seres antepassados comuns, dispondo apenas de rudes instrumentos e da força física, fossem capazes de talhar com precisão cirúrgica blocos graníticos e depois transportá-los e colocá-los nos lugares mais elevados dos templos. E muitos desses megalíticos, de tão grandiosos que são, desafiam até mesmos as máquinas mais modernas.

Contudo, o que mais espanta nas afirmações desses teóricos é a sutil desfaçatez que utilizam para dizer, nas entrelinhas das palavras, que nada de grandioso na terra pode ter sido obra do Deus da cristandade, pois tudo surgiu fruto da engenhosidade dos seres extraterrestres, através de seus deuses.

Quer dizer, para os teóricos dos astronautas antigos, foram os deuses interplanetários que, adentrando no espaço criado pelo Deus cristão, acabaram interagindo com as civilizações antigas para fomentar sua cultura, sua arte, seu poder de construção. E para serem aceitos e provar que dispunham de força superior, então começaram a presentear aqueles povos com as imensas construções que ainda hoje resistem nas mais diversas regiões do planeta.

E nas entrelinhas certamente querem dizer que o nosso Deus tido como criador simplesmente nunca fez nada. Se muito fez, colocou os seres humanos na terra e depois os abandonou à própria sorte. Diante da omissão e negligência do Deus da terra diante de suas criaturas, os deuses extraterrestres resolveram ocupar o vazio e mostrar que eles eram muito mais capazes de realizar. É isto que se depreende das palavras desses tresloucados teóricos.

Outro dia, um desses teóricos, o falastrão Erik Von Daniken, talvez forçadamente, acabou revelando que as teorias dos deuses extraterrestres nunca objetivaram confrontar a igreja, a religiosidade nem a prevalência de Deus. Afirmou que ninguém pode negar o poder da criação divina nem contradizer o que vem cimentando por tanto tempo perante a cristandade. Contudo, não explicou porque ele mesmo e seus pares creem nesse Deus apenas como Deus criador e nos outros deuses, os extraterrestres, como construtores.

E teria de ter explicado suas contradições sob pena de essas extravagâncias teóricas continuarem batendo na tecla da existência de um Deus apenas criador e de outros deuses, certamente mais importantes, como os grandes engenheiros da humanidade. Porque aceitam Deus apenas como aquele que criou o mundo, mas não dispôs sobre ele os elementos caracterizadores das grandes culturas. Apenas criou e nada mais fez. E continuam defendendo com magistral eloquência a ação direta dos deuses astronautas no surgimento dos grandes monumentos da humanidade.


Segundo os teóricos, a inteligência, a força e o poder criativo dos povos antigos, estavam além da ação de um Deus apenas criador. Por isso que cultuavam outros deuses e se submeteram ao poder daqueles astronautas que chegavam entre feixes de luzes e transformavam toda a realidade existente.

E agiram com tamanha perspicácia e engenhosidade que aqueles homens se punham dia e noite olhando para o alto à espera do seu retorno. E até construíram uma descomunal pista de pouso, naquilo que se tem hoje como as Linhas de Nazca. Quer dizer, miravam os céus de um Deus à espera de outros deuses.

Mesmo não acreditando em Deus, certamente que esses teóricos não são ateus. Eis que oram para os santos e anjos extraterrestres e creem nos deuses astronautas. 

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

Soldado Adrião - o herói esquecido

Por Ivanildo Alves da Silveira


Por muitos anos, em que pese à vasta produção literária sobre a morte de Lampião e seu cangaço, pouco se falou sobre o soldado Adrião, o único a morrer no combate de angicos, ocorrido em 28 de julho de 1938.


Ainda hoje, há polêmica sobre esse assunto... E, as perguntas não querem calar: vejamo-las :

1º) teria o soldado Adrião sido morto  por balas disparadas pelos cangaceiros?

2º) teria ele sido vítima do chamado " fogo amigo”?

3º) ou, teria sido eliminado, de propósito, por algum colega no calor da refrega ?



O novo livro, recentemente lançado, “A Outra Face do Cangaço: Vida e Morte de um Praça ", de autoria  do professor pernambucano, Antônio Vilela de Sousa, procura jogar mais lenha na fogueira, e tenta, na ótica do autor, esclarecer as indagações, acima citadas...

Vamos aguardar o que os estudiosos do tema nos trarão de conclusão sobre essa obra, e, sobre esse mistério que, ainda, paira sobre o combate de angicos/SE... 


http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?cmm=624939&tid=5620387310170853564

http://blogdomendesemendes.blogspot.com