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quarta-feira, 8 de março de 2023

CONFIRAM O CATÁLOGO DE LIVROS

 Por Wasterland Ferreira Leite











Confiram o catálogo de livros (parte V) sobre a História Social do Nordeste, à venda com o grande livreiro, Prof. Francisco Pereira Lima lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

Contatos: (83) 99911-8286.

Boas compras!

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DAS 3 MAIORES BATALHAS NO FOGO DO SERROTE PRETO

 Por Valdir José Nogueira de Moura.


Corria o ano de 1925, em fins do mês de março daquele ano, a cidade de Vila Bela, no sertão de Pernambuco, presenciava um intenso movimento de forças volantes, sob o comando do coronel João Nunes, que havia chegado aquela cidade do Pajeú no dia 23, com numerosa força policial deste Estado, incluindo mais dois Estados, da Paraíba e Alagoas, num total de 200 homens, cujo objetivo era proceder combate ostensivo ao terror impetrado na zona sertaneja pelo banditismo.

 João Nunes

No dia seguinte da sua chegada, o coronel João Nunes distribuiu essa numerosa força em vários contingentes que seguiram no encalço de Lampião, sob o comando dos capitães José Caetano, José Lucena, tenentes, Muniz de Andrade, Pedro Malta, Hygino e Clementino.

O coronel João Nunes ficou com os tenentes João Gomes e o belmontense Sinhozinho Alencar, este como seu secretário e aquele por se achar doente.

Durante a sua estadia em Vila Bela, foi o coronel João Nunes muito visitado no Paço do Conselho Municipal, onde ficou hospedado. A notícia da sua chegada ao Pajeú deixou a princípio a população local muito esperançosa, e muito confiante nas medidas que haviam sido tomadas pelos governos dos três Estados nordestinos, ora coligados para o extermínio do bando de Lampião. Entretanto, a chegada da força policial à Vila Bela gerou comentários nas rodas de amigos, nas calçadas, nas budegas, na feira...diziam alguns sertanejos, com suas astutas experiências que não seria ainda daquela vez que Lampião, seria pilhado.

 Lampião com a visão além do alcance.

Cangaceiro dos mais terríveis que já deu o sertão de Pernambuco, o “dito-cujo” era de uma audácia sem nome. Prova-o a última façanha ocorrida em fevereiro de 1925 no “Serrote Preto”.

Sabendo da aproximação de uma força policial composta de 75 homens sob o comando de três bravos oficiais, 2 da Paraíba, e 1 de Pernambuco, tenentes Francisco Oliveira, Joaquim Adauto e João Gomes; em vez de fugirem, os cangaceiros os esperou, apesar da inferioridade numérica de seus 24 comparsas. E os esperou com uma sorte tal, que além de deixar o campo juncado de cadáveres inimigos, ainda conseguiu fazer o devido saque.

Assim é que, dias depois, de rota batida para o Pajeú passou o cangaceiro por Vila Bela conduzindo grande quantidade de armas e munições, apanhadas no conflito do “Serrote Preto”.




 Fotos de achados, fruto de uma pesquisa de campo  em Serrote Preto
do escritor Lourinaldo Telles

Como nas coisas mais sérias da vida, há sempre um lado cômico e engraçado até, dizem que Lampião prometeu não mais matar soldados, mas sim, somente oficiais, isto por ter encontrado no bolso do oficial morto 2 contos de réis, enquanto que, no bolso de um soldado, apenas 300 réis.

Lampião tinha no seu cangaço dois irmãos: Levino e Antônio Ferreira, e que nos encontros com a polícia formavam sempre três grupos, com retaguardas etc. No combate do “Serrote Preto”, foi a retaguarda de Levino que desbaratou a polícia, causando-lhe 12 mortes, inclusive dois oficiais e vários feridos.

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MARCOS DE RELIGIOSIDADE NO CAMINHO DE LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE

Por Rostand Medeiros

Em 2010, em alternadas viagens,  estive percorrendo pela primeira os cenários da passagem do bando de Lampião no oeste potiguar, fato que ocorreu entre os dias 10 e 14 de junho de 1927.
Segui principalmente por áreas rurais desde a cidade de Luís Gomes, tendo como ponto focal Mossoró e finalizando em Baraúna. Percorri esse caminho originalmente palmilhado por estes cangaceiros como parte de uma consultoria que prestei ao SEBRAE, no âmbito do projeto Território Sertão do Apodi – Nas Pegadas de Lampião. Parte desse trajeto, que também focava em questões da espeleologia da região, percorri junto com Sólon Almeida.

Para traçar essa rota, além das obras escritas sobre a história da passagem do bando de Lampião pelo Rio Grande de Norte, fiz uso de materiais históricos existentes nos arquivos do Rio Grande do Norte, Paraíba e de Pernambuco e a bibliografia existente, com destaque ao livro do amigo Sérgio Augusto de Souza Dantas, autor de Lampião e a grande Jornada – A história da grande jornada.


Foram percorridos muitos quilômetros, onde visitamos vários sí
tios, fazendas, comunidades e cidades. Foram entrevistadas 123 pessoas e obtidas mais de 2.000 fotos. Em grande parte deste trajeto, a motocicleta se mostrou um aliado muito mais eficiente para se alcançar estes distantes locais.

Um dos fatos mais interessantes foi o surgimento de marcos de religiosidades ligados aqueles dias tumultuosos de 1927.

Cruzeiros marcando locais de acontecimentos intensos, capelas edificadas como promessas pela salvação de pessoas ante a passagem dos cangaceiros, o caso da utilização de uma igreja por parte dos cangaceiros. Além desses fatos temos a controversa situação envolvendo o túmulo do cangaceiro Jararaca na cidade de Mossoró.

Ao longo dos anos eu tive a grata oportunidade de realizar esse caminho em quatro outras ocasiões, sendo o mais importante em 2015, para a realização de um documentário de longa metragem denominado Chapéu Estrelado, dirigido pelo mineiro radicado no Rio de Janeiro Silvio Coutinho e produção executiva de Iapery Araújo.


Esses foram os locais mais interessantes ligados a esse tema e seus respectivos municípios.

MARCELINO VIEIRA 

A área próxima à sede do atual município de Marcelino Vieira é repleta de lembranças e marcos que mantém vivo na memória da população local os fatos ocorridos naquela longínqua sexta-feira, 10 de junho de 1927.


Cruz em homenagem ao soldado Matos.
Sítio Caiçara e a “Missa do Soldado” – Nesse local ocorreu um combate onde morreram o soldado José Monteiro de Matos e o cangaceiro Patrício de Souza, o Azulão.

Percebemos nitidamente que para as pessoas que habitam a região, os fatos mais marcantes em termos de memória estão relacionados ao combate conhecido como “Fogo da Caiçara” e a valente postura do soldado José Monteiro de Matos. Não foi surpresa que membros da comunidade local, no dia 10 de junho de 1928, apenas um ano após o combate na região da Caiçara, decidissem realizar, uma missa em honra a memória do valente militar.


Igrejinha onde é rezada a “Missa do Soldado”.
Segundo pessoas da comunidade do Junco, as margens do açude da Caiçara, de forma espontânea e apoiadas pelas lideranças locais, os mais antigos moradores deram início a um ato religioso. No começo ele ocorria no mesmo ponto onde se desenrolou o combate. Segundo pessoas entrevistadas na região, o evento sempre atraiu um número considerável de pessoas, passando a ser conhecida como “A Missa do soldado”. Com o passar do tempo à missa transformando-se em uma das mais importantes tradições religiosas de Marcelino Vieira.

ANTÔNIO MARTINS – ZONA RURAL

Fazenda Caricé – a fazenda Caricé estava no roteiro de destruição dos cangaceiros. Caminho lógico para quem seguia em direção norte, no caminho a Mossoró, a fazenda pertencia ao pecuarista Marcelino Vieira da Costa. Este era um paraibano que prosperou com a criação de gado e tornou-se tradicional líder político. Faleceu em dezembro de 1938 e seu nome batiza atualmente a cidade onde decidiu viver.


Capela em honra a Jesus, Maria e José, no sítio Caricé, erguida como promessa pela salvação da família do Coronel Marcelino Vieira das garras do bando de cangaceiros de Lampião
Ao saber da aproximação do bando do cangaceiro Lampião, o fazendeiro Marcelino Vieira decidiu dormir em uma área onde existia um canavial, próximo ao açude da fazenda. A chegada do grupo, insuflados por supostas contas a acertar do temível cangaceiro Massilon Leite com a família Vieira, produziu um saque que resultou em um prejuízo no valor de um conto e duzentos mil réis. Os celerados deixaram o lugar antes do meio-dia.

Da velha sede da fazenda Caricé nada mais resta, mas por lá encontramos uma pequena capela.


Interior da capelinha.
Quando a família Vieira e seus empregados estavam no canavial, em dado momento alguns cangaceiros chegaram a se aproximar do esconderijo. Diante do que poderia acontecer, com muito medo, a filha do fazendeiro, rogou intensamente aos céus que os bandoleiros se afastassem.


Vista noturna da capela do Caricé.
Caso isto se concretizasse, ela e sua família tratariam de erguer uma ermida em honra ao poder de Jesus, Maria e José. Pouco tempo as imagens foram adquiridas ainda em 1927, tendo sido trazidas da Bahia e que a primeira missa rezada no local foi verdadeiramente suntuosa.  O templo já apresenta sinais de abandono, com algumas telhas caindo, mas a estrutura ainda se mantém em grande parte firme.


Serra da Veneza.
Capelinha da Serra da Veneza – Uma interessante situação relativa à memória da passagem do bando nessa região ocorreu na região da Serra da Veneza, na fronteira de Antônio Martins com o vizinho município de Pilões. Nessa elevação granítica, que segundo o mapa da SUDENE chega a atingir a altitude de 555 metros, existe uma capela edificada em razão do medo provocado pela passagem do bando.

Quando Lampião e seu bando se aproximavam, em meio às terríveis notícias, três fazendeiros da região procuraram refúgio junto às rochas da base desta elevação. Essas famílias solicitaram junto ao mesmo santo, São Sebastião, que os protegessem contra a ação dos cangaceiros. E o mais interessante, mesmo sem se combinarem, as três famílias elegeram a mesma penitência; caso nada de negativo ocorresse a eles e as suas famílias, cada um deles teria de galgar a Serra da Veneza, erguer um oratório e ali depositar uma imagem em honra ao santo.


Capelinha da Serra da Veneza.
Lampião passou sem acontecer problemas a essas pessoas. Logo os fazendeiros e seus familiares foram a Vila de Boa Esperança, como muitos moradores da região, para agradecer na capela de Santo Antônio pelo fato de nada de pior haver ocorrido. Nesse local as três famílias se encontraram e ao debaterem sobre os fatos vividos, para surpresa de todos os presentes, compreenderam que havia ocorrido uma interseção divina com relação a eles terem tido as mesmas ideias e os mesmos pensamentos de penitência. Em pouco tempo eles adquiriam conjuntamente uma pequena imagem de São Sebastião e logo galgavam a Serra da Veneza para unidos edificarem um pequeno oratório. A ação dos três fazendeiros e as estranhas coincidências chamaram a atenção das pessoas na região e logo outros penitentes subiam a serra para pagar promessas. Em pouco tempo teve início uma procissão e não demorou muito para que o pároco local também viesse participar. Com o passar do tempo começou a ocorrer a participação de pessoas de outros municípios. Em 1948, vinte e um anos após a passagem do bando e do pretenso milagre, treze famílias deram início a construção da atual capela, em meio a uma intensa confraternização.

A cada dia 20 de janeiro, inúmeros ex-votos são colocados como pagamento de promessas, velas são acesas e fiéis de vários municípios vêm participar subindo a serra.

ANTÔNIO MARTINS- ZONA URBANA

Cangaceiros na Capela de Santo Antônio – O período da chegada dos cangaceiros, no dia 11 de junho de 1927, na então pequena comunidade de Boa Esperança, atual Antônio Martins, coincidiu com as celebrações da festa de Santo Antônio, o padroeiro local. De certa maneira essa situação de comemoração e alegria do povo, serviram para a rápida ocupação do lugarejo e a sua total capitulação diante da cavalaria de cangaceiros.


A capela de Santo Antônio era o principal local em Boa Esperança para realização dos festejos relativos ao padroeiro local. Nessa festa é tradicional a realização das chamadas “trezenas”, onde durante treze dias anteriores ao dia 13 de junho, a data consagrada a Santo Antônio, ininterruptamente são realizadas missas, orações de grupos de pessoas com terços nas mãos, cantos de benditos, encontros e outras participações da comunidade neste templo cristão. Quando o bando chegou, haviam algumas pessoas reunidas no local e um grupo de cangaceiros, visivelmente embriagados, proibiu a saída dos fiéis do local. Essas pessoas assistiram horrorizadas de dentro da capela o suplício de um habitante local, o jovem Vicente Lira, que apunhalado e sangrando abundantemente, era obrigado a engolir talagadas de cachaça. Mesmo em meio a essa cena de terror, diante da igreja aberta e engalanada, soubemos que alguns cangaceiros adentraram o local, se ajoelharam, se benzeram e saíram sem perturbar os atônitos presentes. Na saída soltaram Vicente Lira.

Durante todo nosso percurso, esta foi a única informação de que alguns cangaceiros do bando de Lampião, teriam adentrado um templo religioso católico em todo Rio Grande do Norte.

LUCRÉCIA


Fazenda Castelo.
Capela da Fazenda Castelo – Após a saída de Frutuosos Gomes, na zona urbana do município de Lucrécia, as margens da RN-072, soubemos que o bando realizou a invasão da fazenda Castelo, propriedade tida como a mais importante da antiga localidade. No terreno ao lado da sede da fazenda Castelo se encontra uma bem preservada capelinha dedicada a Nossa Senhora da Guia. Entretanto, ao buscarmos contato com as pessoas mais idosas em busca da história da capela, não foi possível um esclarecimento mais exato sobre quem a construiu e se essa construção tem alguma relação com a passagem do bando de Lampião, como no caso da ermida da fazenda Caricé. Houve pessoas que indicaram que a construção foi consequência de uma promessa pela salvação dos proprietários locais junto a passagem dos cangaceiros, outros indicaram que ela seria anterior a 1927 e outros apontaram que ela seria posterior a essa data. 


Capela da fazenda Castelo, Lucrécia, Rio Grande do Norte.
Foi perceptível a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o local.

A Cruz dos Canelas – Depois de passarem por Lucrécia, os cangaceiros atacaram uma propriedade rural e sequestraram um fazendeiro bastante conhecido e querido na região. A notícia se espalhou entre vários parentes e amigos e logo um grupo decide com extrema coragem sair em busca do povoado de Gavião, atual cidade de Umarizal, onde pudessem levantar a quantia estipulada por Lampião para soltar o popular fazendeiro.


Sítio Serrota dos Leites, de onde foi sequestrado o fazendeiro Egídio Dias.
O grupo era pequeno, com um número que aparentemente chega a quatorze e só quatro deles, membros de uma família conhecido como “Canelas”, eram os únicos que os pesquisadores do assunto apontam como possuidores de armas de fogo com alguma potência. Esse grupo conhecia os caminhos e provavelmente confiaram no fato de ser período de lua cheia. Onde essa condição facilitaria o trajeto.

Enquanto se desenrolava esta situação, na região do sítio Caboré, cansados pelo deslocamento, esgotado pelas ações e pelo consumo de bebidas, o bando de cangaceiros decidiu descansar nas terras do Caboré. Por volta das três da manhã o grupo de amigos chegou ao Caboré em busca de informações. Não sabiam que um cangaceiro, facilitado pelo luar, vigiava os movimentos do grupo. No local conhecido como “Serrote da Jurema” foi armada uma emboscada pelo bando de experientes combatentes. Logo abriram fogo contra a incipiente tropa e três deles tombaram e o resto fugiu em franca debandada. Segundo os laudos cadavéricos a vingança do bando de Lampião nos corpos dos amigos do fazendeiro sequestrado foi terrível.


Cruz dos Três Heróis, ou Cruz dos Canelas.
Apesar de todo empenho em buscar ajudar o amigo detido, o que o grupo de resgate não sabia era que a sua ação era totalmente inútil. Algum tempo antes, no bivaque armado pelos bandidos, em meio ao cansaço generalizado da tropa de Lampião, o sequestrado conseguiu fugir para o meio do mato.

Atualmente, as margens da rodovia estadual RN-072, na comunidade Caboré, se encontra uma cruz conhecido como “A cruz dos três heróis”, aonde o povo de Lucrécia e da região vêm homenagear àqueles que agora são conhecidos apenas como “Os Canelas”, ou os “Heróis de Caboré”. No local muitos rezam e pagam promessas e acendem velas em honra desses homens.

MOSSORÓ

Caso da Igreja de São Vicente de Paula e a questão do túmulo do Cangaceiro Jararaca.
A notícia de que Lampião avançava na direção de Mossoró chegou aos ouvidos dos moradores de Mossoró em abril de 1927. À época, a Capital do Oeste Potiguar, como seus habitantes ainda gostam de intitulá-la, já era um dos municípios mais importantes do interior nordestino. Com 20 mil habitantes, localizada no meio do caminho entre duas capitais – Natal e Fortaleza –, em nada se assemelhava às pequenas cidades onde Lampião e seu bando atacava e saqueava o comércio.



Igreja de São Vicente de Paula, em Mossoró.
No dia 13 de junho de  1927, após dizer não a Lampião, que cobrou 400 contos de reis (em moeda da época 400  milhões de reis – atualmente uns 20 milhões de reais) para não invadir a cidade, começava um tiroteio entre moradores da cidade e os cangaceiros. A igreja de São Vicente de Paula foi o local principal da resistência. Lampião costumava dizer que “cidade com mais de uma torre de igreja não é lugar para cangaceiro”. Não se tratava de superstição, mas de raciocínio lógico – municípios com tal característica eram maiores e, portanto, mais difíceis de dominar. Os ocupantes das trincheiras no alto da Igreja de São Vicente e da casa do intendente tinham visão privilegiada do avanço das tropas. Tão logo o grupo surgiu no horizonte, iniciaram-se os disparos. Os cangaceiros, acostumados a desfilar nos povoados sem serem incomodados, foram surpreendidos.

Findando com a expulsão dos cangaceiros, a morte de alguns deles e a prisão do temível José Leite de Santana, vulgo Jararaca, enterrado vivo no cemitério da cidade, após cavar sua própria cova.


Túmulo do cangaceiro Jararaca.
A Jararaca é atribuída todas as crueldades. A mais famosa consistia em arremessar crianças para o alto e apará-las com a ponta do punhal. Trespassados pela lâmina, garotinhos leves o bastante para serem lançados na direção do sol morriam lenta e dolorosamente, em meio aos gritos dos pais – e às gargalhadas do cangaceiro.

O interessante é que hoje é visto como santo pelo povo, devido a crueldade com que foi morto. Recebendo o seu túmulo visita de milhares de pessoas em dias de finado e ao longo de todo ano. Na verdade mais prestigiado que o túmulo de muitos políticos famosos da cidade, enterrados no mesmo cemitério e esquecidos de todos. Mostrando que nem sempre o séquito que em vida rodeia os poderosos permanece uma vez morto. Ironicamente ao contrário do cangaceiro.


Túmulo de Rodolfo Fernandes.
O famoso chefe cangaceiro deveria ter pensado duas vezes antes de tentar invadir e ser expulso de forma humilhante, assim historicamente a cidade ligou seu nome ao famoso personagem Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Anualmente, em frente  à igreja que funcionou como trincheira é encenada um musical chamado: Chuva de bala no país de Mossoró, que remonta todo o fato histórico e mantém viva a memória.

Os heróis da resistência de Mossoró, de toda forma foram bravos sim!

Mas por que o santificado é um cangaceiro e não um dos resistentes?
Por  que não santificaram o prefeito de Mossoró que liderou a resistência?  Por que as fotos dos heróis da resistência são tão pequenas e a dos cangaceiros estão expostos em painéis enormes? Parece até que o povo de Mossoró não se identificou muito com os heróis da resistência!


Memorial da Resistência.
A história por trás do túmulo de Jararaca se confunde muito com o misticismo, com a conduta cultural de um povo. Jararaca apenas foi consagrado, por conta de sua bravura. O povo sempre busca o menor para enaltecê-lo. É perceptível essa situação no próprio cemitério, quando o túmulo de Rodolfo Fernandes não recebe o mesmo número de visitas correspondentes ao túmulo onde está Jararaca.

Fonte sobre o túmulo de Jararaca – Valdecy Alves, “MOSSORÓ EXPULSOU O BANDO DE LAMPIÃO A BALA – DISSE NÃO À EXTORSÃO DO CANGACEIRO – UM GRANDE FATO NA HISTÓRIA DO NORDESTE – FATOS E FOTOS!” – http://valdecyalves.blogspot.com/2011/12/mossoro-expulsou-o-bando-de-lampiao.html

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2019/03/rostand-medeiros.html

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PROGRAMAÇÃO OFICIAL CARIRI CANGAÇO 2023 PRINCESA - SÃO JOSÉ DE PRINCESA - TRIUNFO

Por Manoel Severo

 


CARIRI CANGAÇO
PRINCESA-SÃO JOSÉ DE PRINCESA-TRIUNFO
Paraíba e Pernambuco
Nordeste do Brasil

23 de Março de 2023- Quinta-Feira

MANHÃ

8h Abertura da Exposição da Policia Militar

10h Inauguração do Acervo Histórico de Princesa
Biblioteca do IFPB Princesa Isabel PB
Rodovia-BR 426, S/N 

10h15 Apresentação Artística
Célia Maria e Quirino Silva

10h20 Lançamentos de Livros

1. O Cangaço no Cordel - Volume 2
CELIA MARIA João Pessoa PB
2. Lampião, Cangaço e Coronelismo
ORGANIZADOR ADRIANO CARVALHO Jardim CE
3. Não Desisti de Contar Estrelas
RITA PINHEIRO Madre de Deus BA

11h Conferência
FRANCISCO FLORÊNCIO Princesa Isabel PB

TARDE

SARAU NO PALACETE
 15h Palacete dos Pereira
APLA e GREMIO LITERÁRIO - Princesa Isabel PB

15h30 Apresentação do GRUPO SERTAMOS
IFPB 

15h45 Lançamento de Livro

Princesa do Sertão
FELIPE PEREIRA Princesa Isabel PB

16h15 Exposições 
PINTURA - ANDREA MARIANO Princesa Isabel PB
FOTOGRAFIAS - GPEC no CARIRI CANGAÇO João Pessoa PB


NOITE SOLENE DE ABERTURA

18h30 QUADRA DA ESCOLA CARLOS ALBERTO SOBREIRA
Rua Alexandre Antônio Medeiros Duarte Sobreira - Princesa Isabel-PB

Formação da Mesa Solene de Abertura
RICARDO PEREIRA DO NASCIMENTO - Prefeito Municipal de Princesa
EMANUEL CONSERVA - Presidente da Comissão Organizadora
MANOEL SEVERO BARBOSA- Curador Cariri Cangaço
LUCIANO FERNANDO DE SOUSA - Prefeito Municipal de Triunfo
JULIANO MATUTO - Prefeito Municipal de São José de Princesa
 ANA PAULA - Secretaria de Educação de Princesa
LUCINALDO FEITOSA -Diretor de Cultura de Princesa 
ANDRÉ VASCONCDELOS - Secretário de Turismo e Cultura de Triunfo
ARCHIMEDES MARQUES - Presidente da ABLAC - Sergipe
ANGELO OSMIRO – Presidente do GECC - Ceará
NARCISO DIAS - Presidente do GPEC – Paraíba

19h Hino Nacional

19h15 - Entrada do Estandarte do Cariri Cangaço
CAPITÃO QUIRINO e CÉLIA MARIA
Entrada da Bandeira de Princesa Isabel
Entrada da Bandeira de São Jose de Princesa
Entrada da Bandeira de Triunfo

19h20 - Apresentação Artística
GRUPO ABOLIÇÃO

19h40 - Apresentação do Cariri Cangaço
Conselheira ELANE MARQUES - Aracaju SE
Conselheiro JOÃO DE SOUSA LIMA  Paulo Afonso BA

19h50 – Cumprimentos aos Convidados
LUCINALDO FEITOSA - Diretor de Cultura de Princesa
EMANUEL ARRUDA CONSERVA - Presidente da Comissão Cariri Cangaço
RICARDO PEREIRA DO NASCIMENTO - Prefeito Municipal
MANOEL SEVERO BARBOSA - Curador do Cariri Cangaço

20h15 Posse de Novos Conselheiros Cariri Cangaço

1. CÉLIA MARIA - João Pessoa PB
Entrega de Diploma por Conselheiros 
QUIRINO SILVA e LUMA HOLANDA João Pessoa PB
2. MANUEL DANTAS VILAR SUASSUNA - Recife PE
Entrega de Diploma por Conselheiros
 VALDIR NOGUEIRA e CLÊNIO NOVAES Belmonte PE

20h30 – Entrega de Diplomas "Mérito Cultural Cariri Cangaço"

 1.Prefeitura Municipal - RICARDO PEREIRA
Entrega de Diploma por Conselheiro BISMARCK OLIVEIRA Pocinhos PB
 3.Academia Princesense de Letras e Artes- EMANUEL CONSERVA 
Entrega de Diploma por Conselheiro JUNIOR ALMEIDA - Capoeiras PE
4. GREMIO LITERÁRIO - LILIAN CARVALHO
Entrega de Diploma por Conselheiro LOURO TELES Calumbi PE
5. MEMORIAL PERERA LIMA - JOSÉ PEREIRA LIMA NETO
Entrega de Diploma por Conselheiro PROFESSOR PEREIRA Cajazeiras PB
5. GRUPO ABOLIÇÃO - SANDRO MANDU
Entrega de Diploma por Conselheiro CELSINHO RODRIGUES Piranhas AL

20h40 – Comenda "Mérito Cultural In Memoriam"

 PAULO MARIANO PRINCESA ISABEL PB
Pesquisador, Memorialista e Escritor
Entrega de Diploma por Conselheiros
MANOEL BELARMINO Poço Redondo SE  e  JOSUE MACEDO Saquarema RJ

20h45 – Comenda "Personalidade Eterna do Sertão"

CEL JOSÉ PEREIRA LIMA PRINCESA ISABEL PB
ROSANE PEREIRA e JOSE PEREIRA LIMA NETO
  Representantes da Família
Entrega de Comenda por Conselheiros
RAUL MENELEU Aracaju SE e WESCLEY RODRIGUES Cajazeiras PB

21h15 CONFERÊNCIA
"O Impacto da Guerra de Princesa na Mídia Internacional"
HESDRAS SOUTO Tuparetama PE

22h Passagem do Estandarte Cariri Cangaço Princesa 2023
para o Cariri Cangaço no Fórum do Cangaço da SBEC 2023
Conselheiro EMANUEL CONSERVA e ANDRÉ VASCONCELOS passam
 às mãos de LEMUEL RODRIGUES ,Presidente da SBEC

22h30 RECEPÇÃO E FEIRA DE CORDÉIS E LIVROS
Clube da AABB - Princesa Isabel PB

ENCERRAMENTO



24 de Março de 2023- Sexta-Feira

MANHÃ

8h30 - Saída para Visitas Técnicas 
SÃO JOSE DE PRINCESA PB

ROTA HISTORICA "CARIRI CANGAÇO CENÁRIOS DE PATOS DE IRERE"
São José de Princesa PB

9h30 DISTRITO DE PATOS DE IRERE

9h40 RECEPÇÃO FESTIVA PELA COMUNIDADE
10h Capela 
10h10 Boas Vindas 
PREFEITO JULIANO MATUTO, RÚBIA MATUTO e MANOEL SEVERO 
10h30 Conferência 
"A LIGAÇÃO DE LAMPIÃO COM MARCOLINO DINIZ"
JOAO ANTAS Patos de Irerê PB
11h Conferência 
"O FOGO DO CASARÃO DE PATOS"
JOSE TAVARES DE ARAUJO NETO Pombal PB

11h ENTREGA DA COMENDA "LUGAR DE MEMÓRIA CARIRI CANGAÇO"
Comenda entregue por Conselheiro LEONARDO GOMINHO Floresta PE

VISITAS GUIADAS EM PATOS DE IRERÊ

Casa de Marcolino Diniz
Casarão de Patos
Casa de Luiz do Triângulo
Casa de Ronco Grosso
Fazenda Pedra

JOSE TAVARES DE ARAUJO NETO Pombal PB
THIAGO PEREIRA Princesa Isabel PB
JOÃO ANTAS Patos de Irerê PB
ANTÔNIO TALHADA Serra Talhada PE
EMANUEL ARRUDA CONSERVA Princesa Isabel PB

12h40 ALMOÇO NO RANCHO
São José de Princesa PB
RÚBIA MATUTO
Apresentações Artísticas e Culturais
Forró Pé de Serra


TARDE

16h PALACETE DOS PEREIRA

16h10 "APRESENTAÇÃO ACADEMIA PRINCESENSE DE LETRAS E ARTES E 
GREMIO LITERARIO JOAQUIM NOJOSA"
EMANUEL CONSERVA Princesa Isabel PB

16h30 "100 ANOS DE HISTÓRIA DO PALACETE DOS PEREIRA"
THIAGO PEREIRA  Princesa Isabel PB

17h ENTREGA DA COMENDA "LUGAR DE MEMÓRIA CARIRI CANGAÇO"
Entrega a THIAGO PEREIRA E REP DA FAMÍLIA
Comenda entregue por  Conselheiro LUIZ FERRAZ FILHO

17h10 MEMORIAL PEREIRA LIMA
JOSÉ PEREIRA LIMA NETO Princesa Isabel PB

17h30 ENTREGA DA COMENDA 
"EQUIPAMENTO IMPRESCINDIVEL PARA A PERPETUAÇÃO 
DA MEMÓRIA E TRADIÇÕES DO SERTÃO"
Entrega a JOSÉ PEREIRA LIMA NETO
Comenda entregue por conselheiro JOAQUIM PEREIRA


NOITE EM TRIUNFO

20h THEATRO CINEMA GUARANY
NOITE SOLENE PAULO GASTÃO
Triunfo PE

Recepção pelos CARETAS DE TRIUNFO

Formação da Mesa Solene de Abertura
LUCIANO FERNANDO DE SOUSA - Prefeito Municipal de Triunfo
MANOEL SEVERO BARBOSA- Curador Cariri Cangaço
ANDRÉ VASCONCELOS - Secretário de Turismo e Cultura de Triunfo
ANSELMO MARTINS - Presidente da Câmara Municipal 
MARIA DAS GRAÇAS GASTÃO - Viúva do Homenageado - Mossoró RN
EMANUEL CONSERVA - Presidente da Comissão Cariri Cangaço Princesa
ARCHIMEDES MARQUES - Presidente da ABLAC - Sergipe
AUGUSTO MARTINS - Presidente do IHGP
HESDRAS SOUTO - Presidente do CPDOC -Tuparetama PE

20h15 Hino do município de Triunfo

20h20 – Cumprimentos aos Convidados
MANOEL SEVERO BARBOSA- Curador Cariri Cangaço
ANDRÉ VASCONCELOS - Secretário de Turismo e Cultura de Triunfo
LUCIANO FERNANDO DE SOUSA - Prefeito Municipal de Triunfo

20h30 – Entrega de Diplomas "Mérito Cultural Cariri Cangaço"

 1.Prefeitura Municipal - LUCIANO FERNANDO DE SOUSA
Entrega de Diploma por Conselheiro GILMAR TEIXEIRA Feira de Santana BA
 2.Câmara Municipal de Triunfo - ANSELMO MARTINS 
Entrega de Diploma por Pesquisador ROSSI MAGNE - Propriá SE
3. Personalidade do Mundo das Artes e Culturas - DIANA RODRIGUES
Entrega de Diploma pelas Conselheiras LUMA HOLANDA e ANA GLEIDE
 4.Clube Central Isaias Lima 
Entrega de Diploma por Conselheiro NARCISO DIAS João Pessoa PB
5. Lar Santa Elisabeth
Entrega de Diploma pelas Conselheira ELANE MARQUES Aracaju SE

20h40 – Homenagem da Câmara Municipal de Triunfo
ao ilustre Triunfense PAULO MEDEIROS GASTÃO in memorian 
vereador Anselmo Pereira Martins

20h45 Depoimento sobre o Homenageado
ANDRE VASCONCELOS Triunfo PE

21h15 Conferência
"Paulo Gastão e a Eterna Paixão pelo Sertão - Vida e Obra"
ANGELO OSMIRO Fortaleza CE

21h45 Apresentação de Remanescentes de Personagens da História
"Luiz do Triângulo , Antônio de Campos, Dr José Cordeiro, 
Félix da Mata Redonda e Luiz Pedro"

22h15 O Saber e os Costumes Sertanejos
Breve encenação de encerramento

ENCERRAMENTO




25 de Março de 2023 - Sábado

MANHÃ

8h - Saída para o "Arruando pelo Centro Histórico de Triunfo"
ROTA HISTORICA "CARIRI CANGAÇO TRIUNFO"

8h30 Feira Livre e Igreja Matriz
Praça Junior Veríssimo, Centro - Triunfo PE

Episódio do Assassinato do Juiz Ulysses Wanderley por Marcolino Diniz
Mediação DIANA RODRIGUES Triunfo PE

Ataque do Cangaceiro Sabino a Triunfo
Mediação DIANA RODRIGUES Triunfo PE

9h45 No Canto da Feira
Apresentação de Repentistas

10h Capela de São Luiz Gonzaga - Casa de Caridade
Padre Ibiapina e a Casa de Caridade de Triunfo
Mediação DIANA RODRIGUES Triunfo PE

11h Theatro Cinema Guarany
Triunfo e o Cariri cearense: Siqueira Campos, Conde Van den Brule, 
Floro Bartolomeu e outros personagens.
Mediação ANDRÉ VASCONCELOS Triunfo PE

12h Almoço 
Restaurante Sabor da Roça

TARDE

14h Casa Grande das Almas

15h30 Engenho São Pedro - Cachaça Triumpho

17h Museu do Cangaço de Triunfo

18h Café Regional de Encerramento
Sociedade Triunfense de Cultura


2023
Cariri Cangaço 
PRINCESA - SÃO JOSÉ DE PRINCESA - TRIUNFO

Realização
Conselho Alcino Alves Costa

Apoio
Prefeitura Municipal de Princesa PB
Prefeitura Municipal de São José de Princesa PB
Prefeitura Municipal de Triunfo PE
APLA - Academia Princesense de Letras e Artes
Grêmio Literário Joaquim Nojosa
IFPB Campus Princesa

Institucional
SBEC - ABLAC - GECC - GPEC - CPDOC - IHGP

https://cariricangaco.blogspot.com/2023/03/programacao-oficial-cariri-cangaco-2023.html

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