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terça-feira, 15 de novembro de 2011

PADRE AMÉRICO SIMONETTI

ASSU - 21/12/1929 - MOSSORÓ, 05/10/2009
PE. AMÉRICO SIMONETTI - HÁ 50 ANOS UM ARAUTO DA FÉ (PUBLICADO NO DIA 10.12.2006 - JORNAIS "O POTI" -CADERNO CIDADES PÁG. 07 E "GAZETA DO OESTE " CADERNO CIDADES PÁGINA 08)
É motivo de júbilo, para todos que o conhecem, a passagem dos cinquenta anos de sacerdócio do Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, assuense, filho do professor Alfredo Simonetti e de Dª. Maria Augusta de Sá Leitão Simonetti, ele, nascido em 21.12.1929.
Desde os 10 anos de idade, já órfão de pai, havia recebido de ambos a prática da religiosidade, sendo irmão de outro sacerdote,
o Pe. Alfredo, e de uma freira do amor divino, Irmã Angelina, ambos já falecidos.
São igualmente religiosos praticantes os seus outros irmãos José Nazareno, Salete e João Batista. Ingressou no Seminário de Santa Terezinha, em Mossoró, posteriormente cursando Teologia e Filosofia, no Seminário Central de São Leopoldo - RS. Ordenou-se e celebrou sua primeira missa, em sua terra natal (Assu-RN), em 02.12.1956, assumindo o serviço catequético da Paróquia, no auxílio ao saudoso
Monsenhor Júlio Alves Bezerra, tendo impressionado, de logo, ao bispo da época, Dom Elizeu Simões Mendes.
Com a sua transferência para Mossoró, no início do ano de 1962, e já se vão 44 anos, traz consigo, como bandeira de trabalho, a instalação de uma emissora de rádio católica para dar propagação à mensagem da igreja, até então levada através dos púlpitos dos altares e das amplificadoras de som, estas últimas já no desuso em cidades de médios e grandes portes. Como estudante do Colégio Diocesano Santa Luzia, acompanhei a sua destemida luta, sendo eu próprio escalado por
Padre Sátiro Dantas, diretor do Colégio e outro grande nome do clero no Estado, para, no âmbito estudantil, ajudá-lo. Principalmente no que diz respeito à aliança de recursos financeiros que tornassem viável a consecução do projeto. Afora as ajudas individuais das paróquias e fiéis, Padre Américo contou, apenas, com o sorriso carinhoso e santo de
Dom Gentil Diniz Barreto, bispo diocesano, que passou a gostar da novidade, mas serenamente lhe parecia de difícil alcance. Desde a criação da Diocese, em 28.07.1934, aparecia então a melhor ideia para difundir a fé. Padre Américo, depois de uma hercúlea faina só possível aos de fé, testemunhou em 02.04.1963, como seu diretor superintendente, a Rádio Rural de Mossoró ser inaugurada pela mais alta autoridade da nação - o presidente da República João Belchior Marques Goulart.
João Goulart
Passou este veículo de comunicação a realizar uma inaudita colaboração de evangelização e alfabetização, de Macau a São Miguel e Pau dos Ferros, de Alexandria a Aracati-CE, preenchendo uma lacuna no Movimento de Educação de Base - MEB, criando programas de informação, de religiosidade e de entretenimento. Bastaria a Rural para justificar o seu testemunho pela doutrina. E se nos falta hoje o santo Dom Gentil, já no convívio dos céus, vivos estão Euclides Moraes, François Paiva, Emery Costa, Seu Mané, Donato de Castro, José Nilson Rodrigues, Neuza Medeiros, Zilda Gê, além de, em nome da própria Sé, Padre Sátiro e o bispo emérito Dom José Freire, para citar alguns dos que o acompanharam na grande batalha.
Dom José Freire
Com o surgimento dos Secretariados Diocesanos, de sua lavra, surge o trabalho de Cáritas, conduzindo a missão de atender com alimentos os alojados no numeroso bloco da exclusão social, já nos anos sessenta, distante ainda do advento do atual bolsa-família, levando-lhes, à frente de tudo, a palavra de Deus. A criação do Clube da Juventude, no anexo do Santuário do Coração de Jesus, onde hoje funciona a Cúria Diocesana, para encaminhar os mais jovens na larga estrada preconizada pelo Pai, foi outro notável serviço do seu ministério.
Como vigário geral da Diocese, e como pároco de Santa Luzia, substituindo ao inesquecível catarinense - culto e profundo na religião - Monsenhor Huberto Brunning, a quem a cidade tanto ficou devendo, Padre Américo se houve com dinamismo e sem fadiga, continuando a dar brilho e encantamento à festa da nossa excelsa padroeira, virgem, mártir e heroína. Testemunhei, em algumas oportunidades, ele num mesmo dia celebrar missas em Itaú e Areia Branca, depois de fazer o seu "Comentário da Rural" e despachar assuntos inadiáveis na Cúria, sendo um incansável, obstinado em tudo que diz respeito à Igreja, até como motorista do carro que o conduzia para tantos eventos e compromissos religiosos. Na casa dos meus pais, ainda na minha juventude, foi uma presença marcante. Sempre disponível, principalmente nas nossas horas mais difíceis, como na morte prematura e trágica de um irmão meu, no vigor dos 17 anos de idade, no grave e penoso acidente de uma irmã, menina nos seus 14 anos, na angústia torturante da funesta doença e, posterior, morte dos nossos ascendentes, Padre Américo nos ajudou com uma palavra firme de fé, atenuando o nosso sofrimento e nos remetendo à resignação. A ele recorri várias vezes, uma delas para ministrar o meu matrimônio com Niná, sua conterrânea, amiga e admiradora, e no batismo do neto-filho Pedro Henrique, e o sacerdote sempre disposto a me reassentar. Eu, que desde a primeira comunhão em 1953 - sou católico fervoroso e praticante. Conheço outros exemplos, onde ele exerceu o mesmo ofício em centenas de lares. Padre Américo era, e continua sendo, a igreja presente na casa do cristão. O seu desprendimento pelos valores materiais é inconteste. A sua prática não indica qualquer contradita a minha assertiva. Em 1968 foi um dos luminares que deu a sua rica biografia para, como docente no Curso de Letras, criar a Universidade Regional do Rio Grande do Norte, tendo, em algumas oportunidades, o seu nome cotado para ser reitor, e até lançado pelo povo pobre, forte candidato a prefeito municipal, nunca tendo aceito tais nobrezas. Tanto assim que, passados alguns anos, deixou a cátedra e o salário (hoje aposentadoria) que tanta falta lhe faz na velhice, precisando da atenção de um irmão sanguíneo para ter uma modesta casa aonde, futuramente, venha a descansar. A Deus e aos homens ele sempre servirá. No evangelho - João 12.24.26 - encontramos Jesus dizendo "Quem se apega a sua vida, perde-a; mas quem não se apega a sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna". Monsenhor Américo Vespúcio Simonetti, com os possíveis defeitos que lhe queiram atribuir, - pois ele é humano - guardou a sua vida para a eternidade. Há 50 anos é um arauto da fé.
Padre Américo faleceu na cidade de Mossoró no dia 5 de outubro de 2009, Numa segunda feira.




O RESGATE DE NAPOLEÃO (E COMO O RIO GRANDE DO NORTE SE METEU NESTA HISTÓRIA)

Por: Rostand Medeiros
Photo

Animados pela Revolução Pernambucana de 1817, um grupo de emigrados franceses nos Estados Unidos elaborou um plano para resgatar o imperador em Santa Helena e trazê-lo para a América usando o Brasil como base de operações



Autor – Vasco Mariz

http://www2.uol.com.br/
historiaviva/reportagens/o_resgate_de_napoleao.html

A fama e o fascínio por Napoleão estiveram bem presentes no Brasil nos primeiros 20 anos do século XIX. Em 1801 o futuro imperador francês poderia ter sido o patrono do primeiro movimento pernambucano para fundar uma república no país, a frustrada conspiração dos Suassunas. A influência de sua figura e das idéias liberais da Revolução Francesa e da independência dos Estados Unidos da América esteve muito presente entre os revolucionários pernambucanos do século XIX, desde a conspiração de 1801 até o triunfo da Revolução de 6 de março de 1817 no Recife, que proclamou a República no Nordeste. Tais ligações se tornariam ainda mais estreitas quando militares bonapartistas exilados nos Estados Unidos, animados com o sucesso da Revolução Pernambucana, elaboraram um plano para resgatar Napoleão de seu cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.

Recife em 1817 - Fonte - http://imagenshistoricas.blogspot.com
O elo entre os franceses e o Brasil era Antonio Gonçalves da Cruz, o Cabugá, homem enviado pelos revolucionários nordestinos como seu representante junto ao governo dos Estados Unidos no intuito de obter o reconhecimento formal da independência de Pernambuco. Os bonapartistas estiveram em contato permanente com Cabugá, que era um entusiasta do plano dos exilados franceses.


Cena da Batalha de Woterloo - Fonte - http://meucanoneocidental.blogspot.com
A queda do império napoleônico, em 1815, significou para a quase totalidade dos oficiais dos exércitos franceses uma verdadeira catástrofe. Com o imperador nas mãos dos ingleses, os generais e coronéis que haviam combatido em Iena, Marengo, Leipzig, na Rússia e em Waterloo encontravam-se em situação muito difícil, pois ou prestavam juramento de fidelidade a Luís XVIII, ou se contentavam em receber meio soldo apenas. Por isso, numerosos oficiais preferiram o exílio nos Estados Unidos, onde havia oportunidades para “soldados de fortuna”. Assim, poucos meses depois da queda do império, já estavam nos EUA cerca de mil oficiais franceses de várias patentes, cujo único pensamento era libertar o imperador que definhava no clima severo da ilha de Santa Helena, em pleno oceano Atlântico, na altura de Pernambuco.


José Bonaparte - http://blog.educastur.es
O chefe da conspiração francesa nos EUA era o irmão do imperador, José Bonaparte, que fora rei da Espanha. Por meio do contato com Cabugá viram no Brasil uma possibilidade de colocar em prática seus planos, e numerosos militares franceses começaram a se deslocar para Pernambuco a fim de preparar a cabeça-de-ponte da operação. Durante os três meses de vida da República de Pernambuco, Cabugá adquiriu armamentos e munições e os enviou ao Brasil. Mesmo após a derrota da revolução, ele continuou ajudando os franceses exilados que planejavam o rapto de Napoleão e conseguiu articular a vinda para o Brasil de dois navios corsários, o Parangon e o Penguin.
Outro fator que contribuiu para os planos dos franceses foi a decisão do Departamento de Estado americano de designar um representante permanente em Recife, o cônsul Joseph Ray, que desempenharia papel significativo no decorrer da Revolução de 1817, abrigando em sua casa cidadãos franceses que chegavam para incorporar-se à expedição que iria seqüestrar Napoleão.


Ilha de Santa Helena - http://www.superstock.co.uk/
A oportunidade era esplêndida para os emigrados franceses nos EUA, que se aproveitaram dos bons ofícios de Cabugá em Washington e da estratégica posição de Ray em Recife. Correspondência citada por Donatello Grieco em seu excelente livro Napoleão e o Brasil informa que os oficiais franceses convergiram para o porto de Baltimore e um grupo avançado de 32 homens chefiado pelo coronel Latapie viajou para Pernambuco. Foram adquiridas duas escunas que estavam em Baltimore e Anápolis. O ponto de reunião de toda a expedição era a ilha de Fernando de Noronha, onde Portugal mantinha uma prisão especial. Lá deveriam reunir-se 80 oficiais franceses, cerca de 700 americanos e outro navio com 800 marinheiros. Essas forças deveriam atacar Santa Helena visando a capital Jamestown, mas isso seria apenas uma manobra para atrair os defensores ingleses, deixando livres a Sandy Bay e a Prosperous Bay, onde desembarcaria a maioria das tropas da expedição. Um grupo se dirigiria à residência de Napoleão e o levaria para a Prosperous Bay. Seguiriam para Recife e viajariam depois para Nova Orleans.


Quadro que mostra o julgamento do potiguar Padre Miguelinho, após a derrocada da revolta de 1817
A bordo do navio Parangon chegaram ao Rio Grande do Norte em agosto de 1817 alguns dos principais personagens da expedição francesa. O mais importante deles era o conde de Pontécoulant, pitoresco personagem de vida aventureira, apesar de sua alta linhagem gaulesa. Ao desembarcar teve a má notícia de que a Revolução de 1817 fora afogada, mas o fato não era tão grave assim porque Joseph Ray, o cônsul americano em Recife, continuaria a dar-lhes plena cobertura. Em Natal não encontrou maiores dificuldades, pois conseguiu fazer boas relações de amizade com o secretário do governador. Decidiu passar-se por médico e botânico e partiu para a Paraíba, onde o Parangon havia desembarcado o general Raulet, o coronel Latapie e outros personagens franceses de patente mais baixa.
Na Paraíba, o conde não teria a mesma boa recepção, pois o governador local mandou prender todos os franceses encontrados, enviando-os depois para Pernambuco. Em Recife tiveram melhor sorte, pois o governador Luiz do Rego não encontrou em seus papéis nada de suspeito e os liberou. Foram hospedar-se na casa do cônsul Ray, que se tornaria o centro de todas as medidas para o êxito da expedição francesa a Santa Helena. Nesse momento aportou em Recife outra escuna americana carregada de armamentos, o que alarmou o governador pernambucano, que não sabia como controlar o cônsul Joseph Ray.


Cais da Rua do Trapiche, em Recife - Fonte - http://ven1.blogspot.com
Sucedeu então o imprevisto: o coronel Latapie solicitou audiência ao governador Luiz do Rego e resolveu relatar-lhe tudo sobre a expedição que estava sendo preparada. Contou-lhe o papel do ex-rei da Espanha, José Bonaparte, irmão de Napoleão, que deveria chegar a Pernambuco nos próximos dias e todas as implicações de uma delicada questão internacional. O governador afinal deu-se conta da importância dos fatos e decidiu encaminhar os franceses às autoridades portuguesas da capital.
No Rio de Janeiro ocorreu outra surpresa: um cidadão americano declarou ao presidente da Alçada que o cônsul Ray estava em contato direto com Cabugá e os líderes da expedição francesa. O cônsul acusava o governador de Pernambuco de prejudicar os interesses comerciais dos EUA. Afirmava Ray abertamente que seria muito fácil obter a independência do Brasil, porque o governo português do Rio de Janeiro ficaria reduzido à impotência pela intervenção armada dos Estados Unidos e a neutralidade da Inglaterra. O interrogatório de tripulantes do navio americano confirmou essas declarações alarmantes do diplomata.


Luiz do Rego - Fonte - http://www.arqnet.pt
Segundo o relato de Ferreira da Costa em seu A intervenção napoleônica no Brasil, o conde de Pontécoulant, assustado, preferiu regressar ao Rio Grande do Norte para obter proteção de seu amigo, o secretário do governador, mas nova complicação ocorreu com o aparecimento de outro navio americano, o Penguin. Procedente de Nova York, a embarcação trazia mais armamentos enviados por Cabugá, e seus tripulantes transmitiram notícias alarmantes, assegurando até que Napoleão já se evadira de Santa Helena. Em Recife, no início de 1818, o governador Luiz do Rego, convencido da cumplicidade do cônsul americano, pediu ao Rio de Janeiro autorização para efetuar uma busca na casa dele e lá encontrou três pernambucanos implicados na Revolução de 1817, além de alguns franceses, prova cabal de sua conivência.

Uma típica fragata francesa - Fonte - http://histoiremaritimebretagnenord.jimdo.com
A imunidade consular salvou Ray, mas seu secretário dinamarquês foi preso e relatou todos os pormenores da associação dos franceses com os revolucionários de 1817, do que resultou a prisão do general Raulet. Nesse ínterim, chegavam ao Ceará mais franceses ilustres a bordo da fragata Les Trois Frères. Os bonapartistas contavam que na França se falava com entusiasmo do sucesso da Revolução Pernambucana e vários franceses decidiram embarcar para o Brasil a fim de juntar-se à expedição destinada a Santa Helena.
As autoridades portuguesas começaram a preocupar-se seriamente com a chegada de dezenas de franceses de alta estirpe que não podiam trancafiar impunemente sem protesto do governo francês, com o qual Portugal mantinha agora excelentes relações. Por outro lado, o governo português não podia deixar de reagir ao imbróglio que aumentava com os protestos do governo inglês, seu aliado, interessado em manter Napoleão em segurança na sua ilha. Os juristas estavam confusos e afinal a corte portuguesa ordenou à polícia carioca “transportar para a Europa todos os emigrados franceses que se encontravam no Brasil”.


Sir Hudson Lowe - Fonte - http://www.nndb.com
Em Santa Helena o comandante inglês sir Hudson Lowe estava ao corrente de tudo o que acontecia no Brasil pelo ministro inglês no Rio de Janeiro e tomou diversas medidas para reforçar a defesa da ilha. Instalou telégrafos e novas baterias em Sandy Bay, em Prosperous Bay e na capital Jamestown, os três pontos mais vulneráveis.
Os planos dos bonapartistas nunca se concretizaram, mas os franceses dificilmente teriam tido sorte em sua iniciativa de raptar o imperador da ilha solitária. Não seria nada fácil, pois os ingleses sabiam dos planos dos franceses e tomaram precauções eficazes para resistir. Se ele tivesse aportado em Recife a caminho de Nova Orleans, durante a Revolução de 1817, certamente seus próceres tentariam retê-lo por algum tempo para homenageá-lo, mas isso dificilmente se realizaria.


Napoleão nos penhascos da Ilha de Santa Helena, de onde nunca mais saiu com vida - Fonte - http://the-rioblog.blogspot.com/

É claro que se d. João VI tivesse conhecimento de que Napoleão estava em Recife, mandaria apresá-lo imediatamente para vingar-se de sua ignominiosa fuga de Lisboa em 1808, escapando às tropas do general Junot. Que magnifico refém seria Napoleão para d. João VI! Na época o monarca estava negociando com Luis XVIII a devolução da Guiana francesa, ocupada em 1809 por tropas da Amazônia. Por isso é natural que, se os exilados Franceses tivessem obtido sucesso no seqüestro de Napoleão, eles o teriam levado diretamente para os EUA, sem escala em Recife, que serviria apenas de cabeça-de-ponte inicial para a planejada operação de resgate.


Vasco Mariz  – Historiador e diplomata aposentado. Ex-embaixador do Brasil no Equador, Israel, Chipre, Peru e Alemanha, é autor de Villegagnon e a França Antártica (Nova Fronteira, 2000), entre outros livros.

Lampião e sua respeitada malta

 
Lampião e seu bando
 
Só para  não perder a página
 
Esta era a verdadeira Santinha de Lampião
 
E como mereceu ser chamada de Santinha!

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Rostand e os amigos do Cariri Cangaço

Conheci o professor Pereira, de Cajazeiras, Paraíba, quando por lá passei em direção ao “Cariri Cangaço” do ano passado. Fiquei impressionado com sua coleção de livros novos e usados  que ele comercializa, principalmente para os muitos estudantes universitários que vivem nesta cidade do sertão paraibano.


Seu Pereira é um homem sério, que trabalha honestamente e certamente pode ajudar os pesquisadores de temas nordestinos.
São livros novos ou usados. Sempre lembrando que aqui são listados somente títulos do Cangaço. Mas se você procura por Coronelismo; Messianismo: Canudos, Caldeirão. Por Padre Cícero; Luiz Gonzaga; Secas; Revolução de 30; História do nordeste… etc Basta solicitar uma cópia da listagem completa ATRAVÉS DO EMAIL –  franpelima@bol.com.br.

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Antonio Amaury C. de Araújo Lampião e as Cabeças Cortadas /50,00 Novo
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Antônio Amaury C. de Araújo Lampião, Segredos e Confidências do Tempo do Cangaço 3ª Ed. 2011 229 pág. / 50,00 Novo
Antonio Barroso Pontes Cangaceirismo do Nordeste 1973 /35,00 Bom estado/envelhecido
Antônio Barroso Pontes Sociologia do Trabuco 1981 119 pág. /22,00 Bom estado
Antônio Corrêa Sobrinho O Fim de Lampião, O que Disseram os Jornais Sergipanos2011 166 pág. /30,00 Novo
Antônio Vilela de Souza O Incrível Mundo do Cangaço 2vol. /35,00 “cada”.  Novo
Billy Jaynes Chandler Lampião o Rei dos Cangaceiros /35,00 Bom estado
Bismarck Martins de Oliveira Histórias do Cangaço-O Saque de Souza – PB 1924/28,00 Novo
Bismarck Martins de Oliveira O Cangaceirismo no Nordeste 2002 329 pág. /35,00 Novo
Câmara Cascudo Flor de Romances Trágicos 185 pag. /30,00 Bom estado
Câmara Cascudo Notas e Documentos Para a História de Mossoró 299 pág. 40,00 Novo
Cap. João Bezerra Como Dei Cabo de Lampião – “1983″ 263 Pág. /150,00 Bom estado
Carlos Lyra (entrevista) Nunca Matei Ninguém- Chico Jararaca /25,00 Novo
Carlos Newton Júnior O Cangaço na Poesia Brasileira /30,00 Novo
Cicinato Ferreira Neto A Misteriosa Vida de Lampião /30,00 Novo
Claudio Aguiar Lampião e os Meninos 1994 125 pág. /20,00 Bom estado c/ carimbo
Coleção Mossoroense Pequena Cantoria de Mário de Andrade e Câmara Cascudo para Lampião e Jararaca 103 pág. /30,00 Ótimo estado
Daniel Lins Lampião – O Homem que Amava as Mulheres /25,00 Novo
Djacir Menezes O Outro Nordeste /40,00 Bom estado/capa dura
Edésio Rangel de Farias Cangaço e Polícia, Fatos e Feitos paraibanos 1995 56 pág. /20,00 Bom estado
Élise Grunspan-Jasmin Lampião, Senhor do Sertão 2006 387 pág. /65,00 Ótimo estado
Epitácio de Andrade Filho A Saga dos Limões, Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante 2011 92 pág. /35,00 Novo
Estácio de Lima O Mundo Estranho dos Cangaceiros 1965 327 pág. /120,00 Bom estado
F. Pereira Nóbrega (Pe.Pereira) Vingança Não /40,00 Novo
Fred Navarro Assim Falava Lampião 1998 270 pág. /30,00 Bom estado
Frederico Pernambucano de Mello Estrelas de Couro – Edição luxo. /100,00 Novo
Frederico Pernambucano de Mello Quem Foi Lampião 1993 151 pág. /70,00 Ótimo estado
Geraldo Ferraz Pernambuco no Tempo do Cangaço 2 vol. 1.024 pág. /130,00 Novo
Geraldo Ferraz Theophanes F. Torres, Um Herói Militar 2004 250 pág. /45,00 Novo
Gilbamar de Oliveira Bezerra A Derrota de Lampião (Mossoró) 2010 104 pág. /30,00 Novo
Gouveia de Helias Dias Sem Compaixão 2010 178 pág. /25,00 Novo
Gregg Narber Entre a Cruz e Espada: Violência e Misticismo no Brasil Rural 206 pág. /30,00 Ótimo estado
Gustavo Barroso Terra de Sol /40,00 Novo
Hilário Lucetti Histórias do Cangaço 115 pág. /40,00 Ótimo estado
Honório de Medeiros Massilon /45,00 Novo
Iaperi Araújo No Rastro dos Cangaceiros 2009 152 pág. /40,00 Novo
Ilda Ribeiro de Souza Angicos- Eu Sobrevivi- Sila – SP 1997 /70,00 Ótimo estado
Ilda Ribeiro de Souza e outro Sila, Uma Cangaceira de Lampião 126 pág. /45,00 Bom estado
Isabel Lustosa De Olho em Lampião 2011 109 pág. /25,00 Novo
Ivan Bichara Carcará- Romance Histórico – Ataque de Sabino Gomes a Cajazeiras em 1926 276 pág. /25,00 Bom estado
Ivonaldo Guedes Lampião, Corpo Fechado 2007 183 pág. /30,00 Novo
João Bezerra da Nóbrega Lampião e o Cangaço na Paraíba 2011 345 pág. /40,00 Novo
João de Sousa Lima A Trajetória Guerreira de Maria Bonita /35,00 Novo
João de Sousa Lima Moreno e Durvinha /35,00 Novo
João de Sousa Lima e Juracy Marques (Org.) Maria Bonita- Diferentes Contextos Que Envolveram a Vida da Rainha do Cangaço 172 pág. /35,00 Novo
Joaryvar Macedo Império do Bacamarte /50,00 Ótimo estado
José Alves Sobrinho Lampião e Zé Saturnino, 16 anos de lutas /40,00 novo
José Anderson Nascimento Cangaceiros, Coiteiros e Volantes /25,00 Ótimo estado
José Geraldo Aguiar Lampião, O Invencível, Duas Vidas Duas Mortes (Lampião de Buritis) 2009 275 pág. /45,00 Novo
José Peixoto Júnior Bom de Veras e Seus Irmãos (Os Marcelinos) /35,00 Novo
José Sabino/César Megale Lampião, Sua Morte Passada a Limpo 2011 192 pág. /35,00 Novo
Juarez Conrado Lampião- Assaltos e Mortes em Sergipe 2010 301 pág. /40,00 Novo
Késsia Brito e outra O Mito de Lampião 47 pág. /15,00 Bom estado
Leda Barreto Julião- Nordeste- Revolução /22,00 Bom estado
Leonardo Ferraz Gominho Floresta, Uma Terra, Um povo 1996 382 pág. /50,00 Ótimo estado
Leonardo Mota No Tempo de Lampião 2002 /40,00 Novo
Leonardo Mota Sertão Alegre 2002 /30,00 Novo
Leonardo Mota Violeiros do Norte 2002 /30,00 Novo
Luitgarde Oliveira C. Barros A derradeira gesta: Lampião e os Nazarenos Guerreando no Sertão 2000 260 pág. /45,00 Novo
Luiz Bernardo Pericás Os Cangaceiros /50,00 Novo
Luiz Ruben F. Bonfim Lampião Conquista a Bahia 2011 422 pág. /45,00 Novo
Luiz Ruben F. Bonfim Lampião e os Interventores 2007 236 pág. /35,00 Novo
Luiz Ruben F A Bonfim Notícias Sobre a Morte de Lampião 166 pág. /35,00 Novo
Luiz Ruben F. de A. Bonfim Lampião e os governadores /30,00 Novo
Luiz W. Torres Lampião e o Cangaço /25,00 Ótimo estado
Luiz Luna Lampião e Seus Cabras /40,00 Bom estado
Manoel Benício O Rei dos Jagunços 1997 /25,00 Ótimo estado
Marcos Medeiros A Caatinga Sustentou Campesino e Cangaceiros Cordel 16pg /5,00 Novo
Marcos Vinícios Vilaça e outro Coronel, Coronéis 1978 225 pág. /30,00 Bom estado
Maria Isaura P. de Queiroz História do Cangaço /25,00 Envelhecido/miolo bom
Maria Isaura P. de Queiroz Os Cangaceiros 226 pág. /50,00 Bom estado
Mariane L. Wieserbron Historiografia do Cangaço e o Estado Atual da Pesquisa Sobre Banditismo a Nível nacional e Internacional (Apostila) 28 pág. Coleção Mossoroense Série “A” /20,00 Bom estado
Marilourdes Ferraz O Canto do Acauã - 2011 661 pág. /200,00 Novo
Mario Souto Maior Antonio Silvino – Capitão de Trabuco /40,00 Novo
Maximiano Campos Sem Lei, Nem Rei 1990 141 pág. /12,00 Ótimo estado
Melchíades da Rocha Bandoleiros das Caatingas 178 pág. /40,00 Bom estado, envelhecido
Melquíades Pinto Paiva Bibliografia Comentada do Cangaço vol. V 89 pág. /35,00 Novo
Melquíades Pinto Paiva Ecologia do Cangaço / 35,00 Novo
Miriam V. Garete Civilização e Barbárie no Sertões /25,00 Novo
Napoleão Tavares Neves Cariri, Cangaço, Coiteiros e Adjacências 2009 131 pág. /30,00 Novo
Nertan Macedo Lampião- Cap. Virgulino Ferreira – RJ – 5ªed. 1975 /30,00 Bom estado
Nertan Macedo Sinhô Pereira- O Comandante de Lampião /45,00 Bom estado
Nertan Macedo Floro Bartolomeu, o Caudilho dos Beatos e Cangaceiros 202 pág. /50,00 Ótimo estado
Oleone Coelho Fontes Lampião na Bahia /45,00 Novo
Piragibe de Lucena Lampião, Lendas e Fatos 1995 86 pág. /40,00 Bom estado
Raimundo Nonato Jesuíno Brilhante-O Cangaceiro Romântico /40,00 Novo 2007
Raimundo Soares de Brito Nas Garras de Lampião 2006 161 pág. /40,00 Novo
Ranulfo Prata Lampião /30,00 novo Ótimo estado: /20,00
Raquel de Queiroz Lampeão, a Beata Maria do Egito- Teatro 1995 60 pág. /20,00 Ótimo estado
Raul Fernandes A Marcha de Lampião,assalto a Mossoró. /40,00 Novo
Raul Fernandes Ultimato de Lampião e Resposta de R. Fernandes /15,00 Novo
Renato Phaelante Cangaço – Um Tema na Discografia da MPB 97 pág. /40,00 Novo
Revista de Hist. Biblioteca Nac. Cangaço na Terra do Sol (nº03 – 2005) /20,00 Ótimo estado
Rodrigues de Carvalho Lampião e a Sociologia do Cangaço /80,00 Ótimo estado
Rodrigues de Carvalho Serrote Preto 1961 e 1974 /70,00 Bom estado
Roberto Tapioca Lampião, o Mito 2004 112 pág. /25,00 Ótimo estado
Rosa Bezerra A Representação Social do Cangaço /40,00 Novo
Rui Facó Cangaceiros e Fanáticos /25,00 Bom estado
Sérgio Dantas Lampião – Entre a Espada e a Lei /60,00 Novo
Severino Barbosa Antonio Silvino – O Rifle de ouro /80,00Reg. Bom estado /100,00
Sousa Neto José Inácio do Barro e o Cangaço (Major Zé Inácio do Barro) 2011 223 pág. /30,00 Novo
Souza Barros A Década de 20 em Pernambuco /40,00 Bom estado
Tânia Maria de S. Cardoso Cordel, Cangaço e Contestação 2003 99 pág. /25,00 Bom estado
Ulysses Lins Três Ribeiras 1971 /35,00 Bom estado
Ulysses Lins Um Sertanejo e o Sertão- Moxotó Brabo- Três Ribeiras (3 em 1) /40,00 Ótimo estado
Valter Roitman Cangaceiros – Crime e Aventura no Sertão 1997 48 pág. /18,00 Ótimo estado
Vera Ferreira /Antonio Amaury De Virgolino a Lampião Ed. 1999 e 2010 /50,00 Ótimo estado e Novo
Vera Ferreira/Antonio Amaury O Espinho do Quipá /45,00 Bom estado
Vilma Maciel Lampião- Análise de suas Características Líder /20,00 Novo
Zenon Gomes da Costa Lampião e Seus Comparsas, Como Tudo Aconteceu, Memórias de Um Militar 2001 52 pág. /40,00 Bom estado
Segue a relação de alguns títulos da “Coleção Mossoroense” Série “B” – Que são Plaquetas ou Folhetos, semelhante a uma apostila. São publicações de Palestras, Artigos, Pequenas Biografias, Crônicas, pequenos registros de Fatos históricos, entre outros. 
Depoimento Sobre Lampião em Mossoró – Laire Rosado – 13 pág. Ótimo estado – 5,00
Jesuino Brilhante - Câmara Cascudo – 23 pág. – Ótimo estado – 12,00
Jararaca – Câmara Cascudo – 20 pág. Ótimo estado – 12,00
A Versão Oficial Sobre Lampião – José Romero A. Cardoso – 12 pág. Ótimo estado – 12,00
Viajando o Sertão-(RN) Câmara Cascudo – 61 pág. Ótimo estado – 15,
Cangaço e Coiteiros – Oswaldo Lamartine – 7 pag. Ótimo estado – 5,00. OBS. Pequeno conteúdo para título tão importante.
Breve Histórico do Cangaço e das Secas no RN. Gutenberg Costa – 37 pág. Ótimo estado – 15,00
Bibliografia Sobre Cangaço Cangaceirismo no Boletim Bibliográfico e na Coleção Mossoroense – Isaura Ester F. R Rolim – 10 pág. 5,00
Cangaço e Organização da Cultura, Caso da 1ª Biografia de Lampião – José R A Cardoso – 30 pág. Ótimo estado – 10,00
O Frustado ataque de Lampião a Mossoró- Diógenes Magalhães – 8 pág. Ótimo estado – 6,00
O Mito de Lampião – Visão Histórica e Literária – Kécia B de Figueiredo e Terezinha H M Costa – 48 pág. Ótimo estado – 12,00
Três Crônicas Sobre o Treze de Junho (1927) Vingt-Un Rosado – 11 pág.– Bom estado – 5,00
Ataque de Lampião a Mossoró Através da Literatura de Cordel – Veríssimo de Melo – 6,00
LITERATURA DE CORDEL- EDITORA LUZEIRO
Folhetos NOVOS com 32 páginas. Preço R$ 4,00 cada.
- Leandro Gomes de Barros - A Confissão de Antonio Silvino e Como Antônio Silvino Fez o Diabo Chorar.
- Manoel D’Almeida Filho - Zé Baiano – Vida e Morte.
- Antonio Teodoro dos Santos - Lampião, o Rei do Cangaço.
- Antônio Teodoro dos Santos – O Encontro de Lampião com Dioguinho.
- Antônio Teodoro dos Santos - Maria Bonita a Mulher do Cangaço.
- Manoel D’Almeida filho - A Volta de Lampião ao Inferno.
- Enéias Tavares Santos - O Cangaceiro Isaias
- Rodolfo Coelho Cavalcante – A Chegada de Lampião no Céu.
- Nogueira de Acopiara - Lampião e padre Cícero Num Debate Inteligente – Lampião Absolvido.
- Antônio Américo de Medeiros – Lampião- A Sua História Contada Toda em Cordel.
- Minelvino Francisco da Silva – O Cangaceirismo do Nordeste.
- Manoel D’Almeida Filho - O Encontro de Lampião Com Adão no Paraíso – Lampião Fez Justiça.
- Manoel de D’Almeida Filho - Vida, Vingança e morte de Corisco.
- José Pacheco - A Chegada de Lampião no Inferno – A Grande Luta de Lampião Com a Moça Que Virou Cachorra.
- Manoel D’Almeida Filho - Os Cabras de Lampião.
- José Camelo de melo Resende – Uma das maiores Proezas Que Antonio Silvino Fez no Sertão de Pernambuco + A Confissão de Antônio Silvino + Como Antônio Silvino Fez o diabo chorar.
-Jotabarros – Lampião e Maria Bonita no Paraíso – Lampião governo Geral do Inferno.  
Estou sempre comprando e vendendo livros, os preços podem variar para mais ou para menos, a qualquer momento. Possuo apenas uma unidade de alguns títulos, então será sempre importante confirmar o estoque do livro desejado.
- O frete não está incluído no preço dos livros
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Att. Professor Pereira -Cajazeiras/PB
Fonte – A partir de informações publicadas no blog -http://lampiaoaceso.blogspot.com/

Lançamentos - Livro e Documentário sobre Cangaço Serão Lançados em Festival Literário

Por: Pôla Pinto


Na festa de encerramento do 2º FLIPAUT – Festival Literário Alternativo da Pipa, na noite do dia 20 de Novembro, serão lançados na paradisíaca praia do litoral sul potiguar o livro "A Saga dos Limões – Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante", do Médico Psiquiatra e Pesquisador Social Epitácio de Andrade Filho e será exibido o Documentário "Cangaço e Negritude", produzido pela Rede Potiguar de Televisão (RPTV).
"A Saga dos Limões - Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante" é um ensaio historiográfico que resgata o segmento étnico representado pela família Limão, cujos membros ganharam notoriedade por terem sido os principais algozes do Cangaceiro Potiguar Jesuíno Brilhante (1844-79). Invisibilizados e marginalizados pela literatura dominante, o ensaio lança um novo olhar sobre a história da negritude dos Limões, atribuindo-lhes um papel pró-ativo, ao enfrentar o cangaço, participar da Insurreição dos Quebra-quilos e resistir ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai.

Foto: Capa do livro "A Saga dos Limões"

"Cangaço e Negritude" é um documentário, no formato de um conjunto de reportagens, produzido pela Rede Potiguar de Televisão (RPTV), sobre o lançamento do Livro "A Saga dos Limões", em várias cidades do Rio Grande do Norte, como Currais Novos, Acari, Caicó, Messias Targino, Patu (onde nasceu o "Cangaceiro Romântico") e na Capital do estado, Natal. O documentário tematiza a interface do cangaço de Jesuíno Brilhante com o resgate histórico da negritude sertaneja.
Foto: Entrevista a RPTV

Conforme Jack D’Emília, articulador do evento, no domingo, 20 de novembro, ás 18:30h o livro e o documentário serão apresentados ao público na Praça de Pipa, durante a Comemoração do Dia da Consciência Negra, que encerra o 2º FlipAut! - Festival Literário Alternativo.

PÁGINA DO LEITOR

Por: José Mendes Pereira

Amigo leitor:

Se você tem um trabalho sobre Cangaço, Canudos, Padre Cícero, Crônicas, Poesias, Religião ou outro semelhante e deseja publicá-lo, basta enviar para este e-mail - josemendesp58@gmail.com, que nós faremos a sua postagem, desde que não tenha palavrões. 

Para que o seu trabalho fique bonitinho, bem arrumadinho, envie-nos uma foto sua, que assim que chegar faremos a postagem com todo prazer.

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A ORIGEM DAS VOLANTES



CORONEL MANOEL NETO - INTRÉPIDO COMBATENTE DA FORÇA DAS VOLANTES

As Volantes


Após a difícil, constrangedora e impopular campanha de Canudos, o Exército regular não poderia mais vê-se em embates de natureza policial. Contudo, ainda era maciçamente empregado - por não existir uma força policial federal à época - em ações típicas dessa força. Isto, além de afastar-lhe de sua função constitucional precípua: a defesa territorial contra ataques de natureza externa enfraquecia-lhe pela falta de treinamento específico, desviando-lhe da proximidade e do avanço tecnológico-bélico-militar de então; contido na chamada política de "paz armada" européia.

Frederico Pernambucano de Melo

Surgindo ante os fatos, a insatisfação da tropa e a recusa para tais ações subalternas. Pois, segundo Mello "a verdade era que as forças iam atuar dentro do país com desvantagens imensas, maiores do que se o fossem em país estrangeiro, principalmente no que se refere à espionagem; mais eficiente, esta, e perigosa no sertão de Canudos, porque inidentificável na confusão e na confiança de serem todos brasileiros. (...) O Exército ia operar, prejudicado pelo mais temível corpo de espionagem, com que se pode contar (espiões compatrícios) sem que dispusesse de outro para contaminar a ação nefasta do primeiro." (1958 p. 79-80)

O Exército, ainda, sob o "diáfano" manto da doutrina positivista era um verdadeiro "exército de papel". Porém, com a campanha cívico-patriótica bilaqueana pela escola popular e pelo serviço militar obrigatório (em 1915) e a desativação definitiva da Guarda Nacional (em 1918), abriu-se um novo horizonte para a Corporação e houve - então - um absoluto controle militar interno, desarmando-se as oligarquias coronelistas locais.

Trevisan, nos lega que com "a chegada da Missão Militar Francesa, em 1920, completa-se o quadro das mudanças internas da instituição. Começava a delinear-se as mudanças externas, fruto das alterações até então técnicas da instituição militar". (1987 p. 50)

Por outro lado, os governos estaduais nordestinos, vendo-se agravar o banditismo nas regiões interioranas do agreste e do sertão, viram-se na contingência de criar forças policiais militares de emprego rápido e que teriam - inclusive - nativos recrutados dessas regiões. Surgindo daí as verdadeiras volantes que eram grupamentos, destacamentos ou patrulhas tático-móveis, compostas essencialmente por militares (policiais das Forças Públicas estaduais ou militares do Exército nacional, devidamente comissionados para este fim), comandadas - preferencialmente - por um oficial (tenente ou capitão). A esse respeito, Rangel de Farias alude que "era muito comum acontecer que os oficiais do Exército, quando chamados a comandar polícias, trouxessem a ideia de que as mencionadas corporações fossem compostas por uma maioria de homens ignorantes e indisciplinados" (1995 p. 8)

Recrutados - entre os etno-nativos da região: curibocas, mulatos e cafuzos - esses grupos de policiais-militares percorriam equipados e a pé, grandes distâncias em perseguição aos malfazejos fora-da-lei, muitas vezes, mantendo um combate desigual, pois os chamados cangaceiros estavam mais bem municiados, com armamento mais moderno e em melhores condições, diante das facilidades que estes tinham em conseguir recursos e alimentos, bastando para isso mandar pedir um salvador "óbolo", através de bilhetes a qualquer fazendeiro ou político. Estes, para não enfrentarem a ira daqueles facínoras - que com uma possível recusa, estariam na mira de uma próxima incursão, com a visita indesejada, inesperada, desmoralizante e de funestas consequências - viam-se, forçados a atendê-los em todas as suas "justas" demandas.

A bem da verdade devemos colocar que algumas forças denominadas "volantes", se utilizavam dos mesmos métodos que os cangaceiros. A esse respeito Torres, observa que "tardiamente, a polícia se organizava em volantes, com o mesmo jeito dos facínoras, tomando também dinheiro dos coronéis e demonstrando, com forrós e alegria, quando um combate os afastava para as brenhas." (1994 p. 47) Já Carvalho nos passa que "eram inomináveis as violências e arbitrariedades praticadas pelas forças volantes que transitavam pelo interior dos Estados, contra os direitos dos particulares. (...) Qualquer futilidade servia de pretexto para esculachos desumanos. (...) A integridade física e moral dos sertanejos não existia para aqueles que por dever de ofício estão na obrigação de respeitar e proteger." (1974 p. 91)

Ferraz, com muita propriedade, atesta que, quando vindo ocasionalmente da capital, as verdadeiras forças volantes "encontravam, apesar de seus esforços, grandes dificuldades no desempenho de sua missão: a primeira delas era constituída pela imensidão da caatinga desconhecida e habitada por uma população reduzida, emudecida e temerosa de represálias. (...) Era a velha história: as forças volantes chegavam e partiam mas os cangaceiros permaneciam para a cobrança." (1985 - p. 221).

Por este fato, lembra-nos Britto que "a polícia se via na necessidade de alargar a sua área de ação e não ficar limitada a seu território jurisdicional, porque os bandidos circulavam agilmente entre os Estados, forçando as volantes que os perseguiam a se conter nas fronteiras, cabendo à volante de outros Estados, a dar continuidade a perseguição, fato este que face a dificuldade de comunicação da época, favorecia sobremaneira aos grupos, a evadir-se, dificultando com isto a sua captura. Forçados por esta situação, os Estados vieram a formalizar tratados que permitiam as forças volantes a se deslocarem transpondo as fronteiras sem prévia solicitação, favorecendo com isso um combate mais intenso e eficaz. Estas enfrentavam um complexo e desfavorável sistema para o desenvolvimento das suas ações. Os meios de comunicação eram precários, (...) as volantes não tinham destino certo, uma vez que podiam mudar de itinerário a qualquer momento, bastando para isso achar indícios de bandidos e seguir o rastro, uma informação de um vaqueiro ou coiteiro, ou mesmo o ataque de bandidos a uma localidade, ou a mais cruel das informações que seria a emboscada da volante, quase sempre em terreno desfavorável a mesma." (2000 p. 19-20).

As volantes, já estruturadas nos idos de 1920, se especializaram no combate ao cangaceirismo em suas mais diversas caras. Sobreviviam com parcos recursos governamentais, com armamento e municiamento, na maioria das vezes bem mais antiga que o dos cangaceiros e conseqüentemente, menos eficazes. Deslocavam-se em marchas incertas, rastejando pistas e levantando indícios nas caatingas, portanto fadadas a ficarem muitas vezes cobertas por andrajos, sem água e mantimentos ou bebendo água contaminada, imprópria ao consumo, se alimentando e dormindo mal, ao relento e durante o dia expostas a um sol abrasador e uma vegetação inóspita, formada por facheiros, macambiras, xique-xiques, alastrados, urtigas, unhas-de-gato, rabos-de-raposa, coroas-de-frade, mandacarus, caroás e quipás, em alguns casos intransponíveis. Expostos, em conseqüência do que lhes era imposto por um dever de profissão, a males como: úlcera nos pés, espinhos, cortes, infecções, disenteria, dor de dente, astenia, dores musculares, desidratação, impaludismo, ferimentos a bala, varíola e a tuberculose.

Porém, Bezerra observa que, a despeito de todos os revezes e, "com o enfraquecimento do prestígio da política pela aparição do Estado Novo, os oficiais comandantes de volantes, iniciaram uma ação menos tímida, prendendo os tais vaqueiros [coiteiros, que davam guarida aos cangaceiros], conduzindo-os à presença dos seus coronéis, fazendo entre todos uma meticulosa acareação e, de acordo com o apurado, sem mais consultas, levando-os à presença das autoridades da Capital. Daí, salva a responsabilidade do oficial, com a resolução das autoridades superiores sobre o caso, fica o oficial prestigiado e com a sua moral intacta, muito embora depois venha a perder, por ter ficado mal visto pelos admiradores do chefão [verdadeiro senhor feudal] ". (1940 p. 7).

Portanto, ainda no dizer de Britto, "sem a dedicação e a bravura desses valorosos militares esse mal teria se alastrado, ceifando mais vidas inocentes, não merecendo ficar no obscurantismo ou em plano inferior aquele que é destinado aos benfeitores ou heróis." (2000 p. 21).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


MELLO, Dante de. A verdade sobre "Os Sertões":
Análise reivindicatória da campanha de Canudos.
Rio de Janeiro: BExE, 1958.

TREVISAN, Leonardo. Instituição militar e estado brasileiro.
[O que todo cidadão precisa saber sobre]
São Paulo: Global, 1987.

RANGEL DE FARIAS, Edésio. Cangaço e polícia:
Fatos e feitos paraibanos.
Recife: REPROART, 1995.

TORRES, Luiz W. Lampião e o cangaço.
São Paulo: EDICON, 1994.

CARVALHO, Rodrigues de. Serrote Preto:
Lampião e seus sequazes.
Rio de Janeiro: SEDEGRA, 1974.

FERRAZ, Marilourdes. O Canto do acauã.
Recife: Rodo valho, 1985.

BRITTO, Paulo. O cangaço e as volantes:
Lampião e Tenente Bezerra.
Recife: Do Autor, 2000.

BEZERRA, João (Cap.). Como dei cabo de Lampião.
Rio de Janeiro: Do Autor, 1940 1ª ed.
BRITTO, Paulo. Op. cit.


Por: Carlos Jatobá