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sábado, 17 de novembro de 2012

MEU NORDESTE É ISSO / A Traição no Cangaço

Por Archimedes Marques – Colaboração de Renato Didier Aquino.


Traição e morte dentro do cangaço

Consta da história que o sanguinário e impiedoso cangaceiro Zé Baiano, chefe de um dos grupos de Lampião, atuava principalmente na região de Frei Paulo e adjacências, no nosso querido Estado de Sergipe, inclusive era um rico bandido que tinha a audácia de também ser um forte agiota, emprestando dinheiro a juros exorbitantes para fazendeiros e comerciantes daquelas cercanias.

Zé Baiano. Sanguinolento e feroz. Desalmado e Corno.

O famoso bandoleiro ferrador Zé Baiano, apesar da sua feiúra em todos os sentidos, tinha o privilégio de ter como companheira a mais linda e atraente das cangaceiras – Lídia. Contaram os remanescentes do cangaço, mais de perto os então cangaceiros sobreviventes e alguns ex-coiteiros e protetores de Lampião, que a linda Lídia era daquelas mulheres de“fechar quarteirão”, de deixar todos os cabras-machos “babando” de desejo, principalmente quando se apresentava saindo dos rios ou lagoas em vestido molhado e colado ao seu estrutural corpo. Diziam ser um verdadeiro deslumbre de se ver a cangaceira Lídia no seu andar provocante, mas infelizmente não há uma fotografia dela sequer para assim comprovar tal beleza.

Por isso era admirada e desejada por todos os cangaceiros, mas ninguém se atrevia a dar uma “cantada” na moça, até porque, apesar de todos ali serem bandidos perigosos, havia muito respeito dentro do acampamento. Essa era uma das regras impostas e prova inconteste da liderança e comando de

Lampião posando para câmera

Lampião, ou seja, exigia o chefe, acima de tudo, que todos se respeitassem mutuamente e que só houvesse sexo entre os casais devidamente conquistados e efetivados. Além disso tudo, o próprio Zé Baiano, pela sua crueldade, era dos mais respeitados dentro do bando e mais ainda fora do acampamento, onde quer que chegasse. O seu nome fazia arrepiar e tremer de medo qualquer um, talvez até mais do que o próprio Lampião que era bem mais complacente.

Um temível cangaceiro acostumado a ferrar mulheres com ferro em brasa com as iniciaisJB nos seus rostos, virilhas ou nádegas somente pelo simples fato delas usarem cabelos curtos, maquiagens ou roupas decotadas. Enfim, um psicopata impiedoso, ignorante em todos os sentidos que matava, estuprava, roubava e torturava as suas vítimas sem dó ou piedade.

Ocorre, porém, que o desejo da carne terminou sobrepondo todos os perigos possíveis e assim a linda cangaceira Lídia terminou por ceder ou mesmo procurou os encantos do cangaceiro conhecido por Bem-te-vi e com ele passou a cometer adultério em eloquentes e quentes encontros sexuais dentro do mato quando da ausência de Zé Baiano no acampamento. No entanto, o cangaceiro Besouro que também já estava de olho em Lídia há algum tempo e até desconfiado que ela traia Zé Baiano com o Bem-te-vi, certo dia seguiu os dois quando eles entraram disfarçadamente mato adentro, pegando-os em flagrante na hora do ardente sexo. Daí fez uma proposta para a Lídia que se ela também mantivesse relações sexuais com ele, o segredo ficaria somente entre os três, caso contrário ele contaria tudo a Zé Baiano. Indignada, a corajosa Lídia retrucou agressivamente com palavras de baixo calão o cangaceiro Besouro e sua indecente chantagem.

Então, naquela mesma noite, quando todos estavam reunidos em volta a uma fogueira, contando e recontando as diversas histórias de Trancoso, histórias de assombração, histórias de botijas e histórias diversas das guerras do cangaço, o bandido flagranteador Besouroprovocou a Lídia que apesar de tudo não arrefeceu mostrando força, coragem e determinação mesmo sabendo que tal gesto poderia valer a sua própria vida.

Presentes estavam os maiorais do cangaço que “lavaram as suas mãos” sem interferirem na decisão, a exemplo do supremo chefe Lampião e de outros da sua inteira confiança como Corisco, Luís Pedro, Moreno, Virgínio e Labareda, além do próprio traído, cangaceiro Zé Baiano. Corajosa, afoita, determinada, atrevida no atrevimento suicida das mulheres decididas da época e até mesmo inconsequente para o momento, Lídia repeliu o seu companheiro surpreso e enlouquecido de raiva e ódio, Zé Baiano, exclamando em alto e bom som: Estive com ele, sim!… Que tem isso?… O que é meu eu dou a quem quero!…

Enlouquecido em místico de vergonha, raiva, ódio e desespero ao mesmo tempo, Zé Baiano arrastou Lídia até uma árvore ali perto e após amarrá-la, matou-a impiedosamente a cacetadas e depois chorou copiosamente a perda do seu grande amor, enterrando o seu tão desfigurado corpo do que antes tinha sido uma linda mulher. Para ele a sua honra fora lavada com o sangue da traidora. A partir de então Zé Baiano que já era malvado ficou ainda pior, principalmente contra as mulheres.

Já o cangaceiro delator, Besouro, foi morto ali mesmo por ordem de Lampião no momento em que Lídia disse que ele assim tinha denunciado o fato em contrapartida dela não ter aceitado também transar com ele. Por sua vez, o cangaceiro Bem-te-vi logo no início da conversa, de um pulo, tratou de fugir na escuridão, mato adentro em desabalada carreira para nunca mais se ter notícias dele.

Era um tempo atroz em que não se aceitavam traições femininas em hipótese alguma e quem assim se atrevesse a contrariar as regras pagava com a sua própria vida.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe).
* Fonte ( cariri ligado)

Fonte ( cariri ligado)
http://oabelhudo.com.br

Luiz Gonzaga: Paulo Afonso revisitada pelo Rei do Baião.

Por: João de Sousa Lima
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Nesta próxima sexta feira sairá mais uma tiragem do livro e do vídeo-documentário sobre a passagem de Luiz Gonzaga em Paulo Afonso. O livro terá uma tiragem de dois mil exemplares e o vídeo de quinhentas cópias.

Para adquirir pode ser diretamente com  autor: João de Sousa Lima - telefone 75-9907-4138 ou 9101-2501. - email: joaoarquivo44@bol.com.br


Além do material que faz homenagem ao grande artista Luiz Gonzaga também terá uma tiragem de 200 cópias do filme sobre o cangaceiro Gato.


O vídeo documentário narra a passagem do rei do Baião em Paulo Afonso, contendo depoimentos de pessoas que conviveram com o artista em nossa cidade.


O cangaceiro Gato terá também nova tiragem.


João de Sousa Lima é escritor, pesquisador e sócio da sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

http://www.joaodesousalima.com

Para relembrar Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga (Foto: Arquivo Editora Globo)

Pouco tempo antes de Luiz Gonzaga (1912-1989) morrer, a cantora Anastácia, uma de suas discípulas, esteve com ele. Gonzagão, já doente, confidenciou-lhe um medo: o de ser esquecido. “Eu disse a ele que aquilo era besteira, que sempre iriam se lembrar dele”, diz a forrozeira, pernambucana como o mestre. “Para mim, ele deveria ser eleito o artista do século”, afirma Anastácia, que dedicou um capítulo de sua biografia Eu sou Anastácia - história de uma rainha a Gonzaga.
A amiga de Gonzagão estava certa. Neste ano, quando faria um século de vida, o compositor de “Asa Branca” está sendo festejado com lançamentos de CDs, tributos e um filme com a sua história 

Isso confirma a importância de Luiz Gonzaga na música brasileira como um dos grandes divulgadores dos ritmos nordestinos (xote, xaxado, coco, toada, quadrilha), sobretudo nas décadas de 1940 e 1950, o auge de seu reinado.

Um dos maiores projetos do centenário de Gonzagão é uma caixa com três CDs que trazem 50 gravações inéditas das composições assinadas e cantadas pelo Mestre Lua. Produzido por Thiago Marques Luiz, 100 anos de Gonzagão (Lua Music) reúne artistas da antiga e da nova geração da música brasileira. Nomes como Elba Ramalho, Ângela Ro Ro, Fafá de Belém, Claudette Soares, Cida Moreira, Zé Ramalho, Wanderléa, Maria Alcina, Chico César, Zeca Baleiro se juntam aos novatos Gaby Amarantos, Filipe Catto, Vanguart, Verônica Ferriani, Thais Gulin e Karina Buhr.

“A ideia foi mostrar que a música de Rei do Baião é universal e cabe em qualquer ritmo e gênero. É exatamente nisso que reside a genialidade e a temporalidade de sua obra”, diz Marques Luiz, que selecionou o repertório para os CDs, gravados em cinco meses.
Anastácia é uma das convidadas. Ela está na primeira faixa do CD 1 ao lado de Dominguinhos (outro discípulo do Rei), Amelinha, Geraldo Azevedo e Ednardo. Juntos, cantam o grande clássico “Asa branca”. E todos têm uma faixa individual na caixa.

http://revistaepoca.globo.com

RECIFE DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Créditos: Rostand Medeiros

TEXTO – FRANCISCO MIRANDA – BLOG DO FRANCISCO MIRANDA -http://chicomiranda.wordpress.com/2011/07/25/recife-e-a-segunda-guerra-mundial/
FOTOS – www.ebay.com e www.nara.gov

Hangar de manutenção em Recife. Salvo engano o monomotor da foto é um Grumman F6F Hellcat, caça típico dos porta-aviões americanos que patrulhavam o Atlântico Sul na caça de submarinos do eixo.

Em 1939 Recife sediava o III Congresso Eucarístico Nacional, que seria inaugurado no local o Parque 13 de maio. Neste local foram levantadas apressadamente arquibancadas e todo local foi preparado para o evento. Peregrinos de todo o país e do mundo chegavam para um dos maiores eventos religiosos da Igreja Católica do mundo.


Os rumores de guerra já batiam às portas da cidade e isso ficou mais evidente quando a embarcação britânica Amanzora, que trouxe à cidade os participantes do congresso, foi chamada as pressas para retornar à Inglaterra. E de fato, durante a própria abertura do congresso os alto-falantes comunicavam aos pernambucanos e a todos os peregrinos, a invasão da Polônia pela Alemanha.  Recife ainda não sabia, mas ela seria uma das cidades mais impactadas com o alvorecer dessa nova ordem mundial.

l.
Recife, a Veneza Brasileira.

Ainda em 1941, os EUA iniciou a política de envio de observadores navais para vários portos brasileiros. O primeiro a chegar foi o capitão aposentado da US Navy W.A. Hodgman. Ele chegou ao Recife em 26 de fevereiro, sob as ordens do Escritório de Inteligência Naval. O observador foi instalado inicialmente em um escritório no consulado americano e posteriormente no terceiro andar do prédio do Banco de Londres, na Rua do Bom Jesus, próximo ao Porto do Recife, com isso ele poderia acompanhar as atividades portuárias.

Quadrimotor de patrulha naval e caça de submarinos Consolidated PB4Y-1 Liberator, variante naval do famoso bombardeiro B-24. Foto realizada em Ibura Field, outubro de 1943.

Recife era a terceira cidade do Brasil, com uma população estimada à época de 400 mil pessoas.  O porto, apesar do quebra-mar, era pequeno e estreito e necessitava de atracadores e rebocadores para atracar e desatracar. Armazéns estavam disponíveis com todo o tipo de loja. Instalações de abastecimento eram excelentes.

Hidroavião Catalina em Ibura Field

Com a declaração de guerra contra as potências do Eixo, e a cessão de bases no litoral brasileiro combinada com as operações de defesa do atlântico sul, Recife passa a ser uma cidade estratégica para as pretensões americanas, e com o apoio do então interventor do Estado Agamenon Magalhães, Recife terá a Sede da Quarta Frota Naval e será a base das operações marítimas com raio de atuação do Canal do Panamá até o extremo sul das Américas, além de um campo de pouso construído pelos americanos e chamado de Ibura Field, que atualmente é o Aeroporto Internacional dos Guararapes.

Torre de controle de Ibura Field

O governo do Estado fez enormes esforços para disponibilizar toda a infraestrutura para a acomodação da Quarta Frota. Foi disponibilizado um prédio inteiro para o Quartel-General além de outros prédios auxiliares no centro do Recife e alguns quilômetros de distância do Porto.

Militares americanos baseados em Recife.

Além disso, em conjunto com os Estado Unidos, foram construídos Hospitais de Campanha para serem utilizados como apoio de feridos no front africano, centros de treinamento de tropas, estruturação de defesas antiaéreas em toda a costa, alocação de unidades militares para atender a possível defesa em caso de invasão, também foi criado um centro de comunicação Aliada que tinha como principal objetivo estabelecer uma comunicação direta com a África, chamada Rádio Pina, que foi mantida em atividade pela Marinha Brasileira até 1992.

Marujo junto a um bombardeiro bimotor B-26.

Contudo as mudanças não foram meramente militares, houve um impacto profundo na sociedade pernambucana e, em especial em Recife. Primeiramente o impacto foi econômico, já que no auge de suas atividades a Quarta Frota mantinha cerca de 4000 homens no Estado, todos recebendo integralmente seus soldos e gastando, principalmente com os atrativos da vida nos trópicos. Passou a circular no mercado local dólares americanos, e isso impulsionou consideravelmente a comércio local e as atividades de apoio.

Descontração nas praias pernambucanas. Percebam as rodas do jipe com correntes, para passar nos atoleiros próximo as praias.

Outros aspectos interferiram na vida do recifense, que teve que passar por um racionamento de combustível e apresentou inflação de bens e serviços locais.

Arquitetura tradicional do centro de Recife chamando a atenção dos americanos

Segue abaixo alguns exemplos:

Atualmente o edifício que serviu de base para a Quarta Frota ainda está em funcionamento e é utilizado por alguns órgãos do governo do Estado, mas observa-se até os dias de hoje um grupo organizado de engraxates nas calçadas da av. Guararapes, e a origem do ofício nesse local remota na implantação do Quartel General da Quarta Frota, já que havia uma concentração de militares transitando nessa região com seus sapatos e coturnos, ou seja, uma demanda em potencial. Vários engraxates tinham ali sua fonte de renda. Passados décadas o local ainda é o melhor lugar da cidade para se lustrar os sapatos.

O Restaurante Leite é considerado o mais antigo do Recife e um dos mais requintados também. Já na década de 40 recebeu vários marinheiros e militares que, com seu soldo faziam a alegria dos garçons, já que as gorjetas eram em dólares.

O governo de Agamenon Magalhães cedeu outro edifício para a implantação do Grêmio Recreativo, onde aconteciam bailes dançantes, contudo esses bailes eram privados para os americanos e mulheres pernambucanas tinha acesso livre. Como não poderia, isso causava revolta entre os homens pernambucanos. Não foram os poucos os casos de brigas entre militares e os naturais da cidade.

Durante a guerra, o Porto do Recife foi um dos mais movimentados do país, e não por acaso, o bairro do Recife (uma ilha portuária),  tinha uma vida noturna agitada, oferecendo aos marinheiros todos os atrativos festivos das mulheres da noite. Com o fim da guerra a região entrou em declínio e passou por um período de abandono, sendo considerado por muitas décadas o baixo meretrício, o local era evitado pela maioria das pessoas. Há alguns anos, houve um esforço para recuperação do bairro do Recife e, atualmente, o bairro abriga um polo tecnológico e é uma das principais atrações turísticas do Estado.

Com o receio de bombardeios a cidade, foi instituída pelo governo um apagão em toda a região metropolitana do Recife; viaturas do exército realizavam rondas noturnas pela cidade para identificar moradores que desrespeitavam o apagão. Várias baterias antiaéreas foram estrategicamente posicionadas por toda a cidade na eminência de um ataque aéreo.

Helena Roosevelt, no período em que o presidente americano visitou Natal, participou em Recife da inauguração do Cassino Americano que permaneceu em funcionamento até a década de 90 do século passado.

O Encouraçado São Paulo ficou permanentemente estacionado no litoral pernambucano a fim de realizar a proteção marítima do Estado.

O 200º Hospital Estação foi construído e depois transformado no Hospital da Aeronáutica

O Ibura Field recebeu vários bombardeios B-52, B-29 e outras aeronaves de passagem para a Europa e a Itália, suas pistas ocupavam uma área maior do que atualmente ocupa o Aeroporto Internacional dos Guararapes, uma dessas pistas é atualmente a Rua Barão de Souza Leão, uma das principais vias de acesso entre Boa Viagem e o atual aeroporto.

Oficial americano junto a um Catalina

O estilo de vida americano foi se enraizando na vida do povo do Recife, que passou a adotar o “OK” e a usar camisetas de manga curta no lugar dos ternos que eram tão tradicionais até os anos 30.

Troféu de guerra.

Observando tudo isso, o que mais impressiona é que apesar das evidências o povo de Pernambuco sabe muito pouco sobre esse choque de cultura causado por uma guerra que, aparentemente, parecia tão distante, e que proporcionou um intercâmbio que deixou marcas visíveis até hoje.

Extraído do blog "Tok de História" do escritor. historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com/

CARTA A LUIZ GONZAGA

Por: Rogério Mota

Seu Luiz, está chegando o dia 13 de dezembro onde vamos comemorar os teus 100 anos de existência com muita festa. O amigo como vai? Sou aquele que em 1989, quando você estava doentio aqui na terra, lá no Hospital Santa Joana, no Recife, eu fui até o teu quarto e conversamos muito; eu também estava internado e era teu vizinho de quarto. 

Assis Ângelo e Luiz Gonzaga - www.lastim.com.br

Fiz uma cirurgia de retirada da vesícula, lembra? Foi uma emoção grande falar com você, e eu me lembro deste dia até hoje e, até te pedi para você cantar a música que era na época a sensação nas rádios e televisão, a da propaganda do café petinho na tua voz. Você cantou..., 

Luiz Gonzaga - morto - www.overmundo.com.br

Seu Luiz, aqui as homenagens ao Luiz Gonzaga, o nosso Rei do Baião, estão em todos os lugares. Cada uma mais significativa e bonita do que a outra. Tais feliz? Você, Seu Luiz é merecedor de tudo isso, tenha certeza! 

Edelzuita foi um dos grandes amores de Luiz Gonzaga - http://www1.folhape.com.br/

Agora Seu Luiz, o teu Nordeste está num sofrimento danado! O sertanejo, um povo bravo, persistente e corajoso como tu foste, está pedindo misericórdia a Deus, pra ver se começa a cair uma boa chuva e acabar com a maior seca da história, que castiga o lugar onde vós nascestes, o teu cantinho que tu tanto amaste e falaste para todo o Brasil, é muito triste! 

Marcos Maciel e Luiz Gonzaga - www1.folhape.com.br

Vai Seu Luiz, fala com os nossos amigos aí no céu; com São Pedro ou mesmo com o Nosso Glorioso Salvador Jesus Cristo, minorar pó sofrimento do sertanejo! Vai, pedi umas chuvinhas que o resto eles sabem fazer. 

www.tokdehistoria.wordpress.com

Seu Luiz, de tudo já se foi feito pelos homens daqui, inventaram até uma tal de transposição do Rio São Francisco que não deu em nada até agora, uma pura fantasia eleitoreira. 

www.jc3.uol.com.br

É, prometem para 2015 e será que se aguenta esperar? Mais outra enganação. As cisternas que nunca tem água e, por aí vai. É de fazer pena, Seu Luiz! Os rebanhos morrendo aos montes. 

www.itaporanga.net

Não tem pastos, não tem mais palma nem mesmo o mandacaru. Não estamos vendo ação de ninguém para salvar o nosso Nordeste e o povo da região que tanto te inspirou nas tuas belas canções, coitados! Continuam sofrendo.

www.serto9.blogspot.com

É Seu Luiz, vamos comemorar os teus 100 anos de existência com muita festa. Você sempre nos orgulhou nos alegrou e nos faz hoje muito felizes com as tuas melodias genuinamente regionais. 

Casamento do cantor Carlos André, testemunha - Luiz Gonzaga - www.grandeponto.com.br

Seu Luiz Gonzaga, você é a maior referência do nosso Nordeste, não temos à menor dúvida! Vamos Seu Luiz, vamos esperar as tuas divinas providências. Deus aí no céu te abençoe ainda mais. Teu amigo aqui na terra e todos os teus irmãos nordestinos confiam em teus milagres. Um forte e grande abraço!

Rogério Mota
E-mail: rogeriomota60@hotmail.com
Enviado pelo autor: Rogério Mota

Revendo - A SAUDADE QUE FICA DO CAIPIRA DE POÇO REDONDO

Por: Archimedes Marques

A SAUDADE QUE FICA DO CAIPIRA DE POÇO REDONDO

Você deixou tudo a tua cara
Só pra deixar tudo
Com cara de saudade. (Alice Ruiz)

O que chamamos de morte e que na verdade é apenas o desencarne, o fim da vida terrena, é um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, hoje ou amanhã, próximo ou mais demorado, de uma forma ou de outra, que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida desde que a nossa vida se faz vida. Mas o que sempre esperamos, torcemos e pedimos ao Criador é que os bons, aquelas pessoas ILUMINADAS que só fazem o bem ao seu semelhante durem mais tempo, sobrevivendo aos maus.

Assim cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar, embora saibamos muito bem que dessas perdas ficam os seus exemplos, positivos ou negativos.

E mesmo quando o tempo consegue aplacar essa dor, estancar esse dissabor, sempre fica dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio junto com a saudade, sensações que perduram até chegar a nossa hora, então passando tais sentimentos para os nossos amigos que também chorarão por nós, caso mereçamos, e assim sucessivamente. É a vida daqueles que sobrevivem a vida dos seus amigos, dos seus entes queridos.

Absoluta certeza tenho que não somente eu sinto essas sensações com a perda do amigo ALCINO ALVES COSTA, mas também centenas de outras pessoas, pois o CAIPIRA DE POÇO REDONDO (como ele próprio carinhosamente gostava de ser chamado)  sem dúvida alguma foi um homem ILUMINADO que bem soube iluminar a todos que o cercavam, uma pessoa abençoada por Deus que irradiava e continuará na saudade irradiando luz, irradiando alegria, irradiando paz, irradiando harmonia, também irradiando determinação, irradiando a coragem do bravo sertanejo. Alcino é desses abençoados amigos que para sempre ficam guardados “debaixo de sete chaves”, pois além de tudo ele abençoava os seus amigos com a sua áurea desprovida de qualquer maldade. As diversas homenagens e eloquentes mensagens de despedidas desprendidas por seus amigos no cortejo funeral ocorrido no seu querido Poço Redondo são inequívocas provas de tudo isso que falei. Um amigo que bem soube plantar, regar e colher uma grande legião de amigos.

Poço Redondo, encravado nesse nosso sertão sergipano, na escaldante tarde desse dia 02/11/2012 (coincidentemente o dia dedicado aos mortos) chorou as suas lágrimas de pesar desde a sua residência nas primeiras horas, a Câmara de Vereadores, a missa de corpo presente na Igreja da Matriz, a Prefeitura até chegar ao Cemitério local da cidade em verdadeira romaria de amigos, provando e comprovando o quão querido era e continuará sendo o poeta, compositor, escritor, pesquisador e historiador ALCINO ALVES COSTA, para mim e com certeza para a grande maioria daquele povo, até então, A MAIOR PERSONALIDADE NASCIDA NAQUELAS TERRAS.

Da missa de corpo presente, além das eloquentes falas dos seus amigos, uma passagem ficará para sempre guardada na minha memória: uma rosa amarela brilhante e ensolarada retirada do nosso singelo buquê e repassada às minhas mãos pela minha companheira 

Archimeds, Alcino e Elane

Elane Marques, cuja cor específica evoca sentimentos de calor, respeito, alegria, felicidade e amizade, depositada por mim sobre o caixão então fechado onde jazia o corpo do CAIPIRA DE POÇO REDONDO, rosa essa que também continha nas suas pétalas gotas das minhas lágrimas, notei como bom observador, que colocaram-na para dentro dessa urna funerária assim que fora aberta na própria igreja quando da bênção final  com os Asperges sagrados de água benta realizados pelo Pároco local.

Dessa minha simples homenagem e das suas conseqüências senti-me agraciado pelas circunstâncias em ver aquela rosa amarela a seguir junto com o corpo do amigo Alcino em direção ao seu descanso final.

Não só os seus parentes e amigos, mas também a cultura sergipana, nordestina e brasileira perde um grande ícone. O sertão perde uma imensa parte da sua identidade. O movimento CARIRI CANGAÇO jamais será o mesmo sem a presença do grande amigo de todos os seus componentes. A história do cangaço que sem dúvidas é das mais legitimas expressão da nossa cultura, da cultura do nosso querido Nordeste, deixa de ter em “vida matéria” dos seus maiores historiadores, embora as suas obras, os seus legados, os seus escritos, os seus pensamentos, os seus entendimentos, os seus ensinamentos vivam para sempre.

Com toda certeza daqui a centenas de anos ainda estarão citando ALCINO ALVES COSTA como fonte de informação, pois as águas bebidas das suas fontes e também oferecidas ao público foram águas de fontes saudáveis e não envenenadas, águas de fontes puras e cristalinas, águas das fontes de um verdadeiro CABRA-MACHO SERTANEJO que de tudo deixou a sua cara e com isso deixou tudo com cara de saudade como bem diz a escritora e poeta Alice Ruiz no preâmbulo acima citado.

Ser um desses amigos de Alcino, para mim foi um dos maiores privilégios, uma verdadeira honra. De Alcino só me resta eterna gratidão por também fazer parte da sua legião de amigos.

Que você seja bem sucedido também na sua nova morada amigo ALCINO ALVES COSTA e que o seu exemplo de vida ensine os bons a ser melhores!

Archimedes Marques, Delegado de Polícia no Estado de Sergipe e também escritor e pesquisador do cangaço. 

Enviado pelo autor do texto: Dr. Archimedes Marques