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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Lampião - rei do cangaço

Por: João de Sousa Lima
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Lampião, o Rei do Cangaço, atravessou o Rio São Francisco, pras terras baianas, oriundo de Pernambuco, em 1928.


No Raso da Catarina, imensa e quase desértica região, ladeada pelas cidades de Paulo Afonso, Glória, Rodelas, Macururé, Abaré, Uauá, Canudos, Jeremoabo e Santa Brígida, o cangaceiro construiu uma grande rede de coiteiros, entre vaqueiros, coroneis, fazendeiros e politicos, estendeu suas amizades e conseguiu arregimentar uma infinidade de jovens, entre homens e mulheres, para o grupo.

Só em Paulo Afonso ele conseguiu que 47 jovens vestissem a mescla azul do cangaço, entre eles a Rainha do Cangaço, Maria Bonita.


Os diversos povoados foram pontos de passagens e hospedagens, verdadeiros esconderijos do Rei do canhaço. Entre os povoados de maior destaque estão: Juá, Salgadinho, Nambebé, Arrasta-pé, Serrote, Lagoa do Rancho, Várzea, Santo Antônio, Baixa Verde, São José, Bogó, Sítio do Lúcio, Poços, Mosquito, Campos Novos, Malhada da Caiçara, Sítio do Tará, Macambira, Alagadiço, Olho Dágua do Paulo, Rio do Sal, Baixa do Boi, Malhada Grande e Caiçara.

Paulo Afonso tornou-se um dos maiores esconderijos de Lampião e seus subgrupos.


Hoje na História de Mossoró - 16 de Agosto de 2012

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 16 de agosto de 1907 nascia em Martins (RN), Raimundo Nonato da Silva, filho do casal lavrador João Cardoso da Silva e Ana de Lima e Silva. Teve seus primeiros anos enfrentando dias difíceis em trabalhos rudes, de ajudas aos seus pais na tarefa do campo. Emigrou jovem para Mossoró, trazido pela seca que pôs abaixo as esperanças paternas de aurir proveito no amanho da terra, tendo enfrentado dificuldades para se firmar num aprendizado de primeiras letras e noções gramaticais indispensáveis às necessidades educacionais. A mão benfazeja de Raimundo Reginaldo da Rocha o aperfeiçoou para seu ingresso na Escola Normal de Mossoró, de onde saiu professor primário na sua segunda turma em 1925.

Cursou-a com a maior distinção em todas as matérias. Foi aluno de tirocínio, o que lhe valeu ter sido um dos primeiros a ingressar no magistério público como professor e diretor de Grupos Escolares de São Miguel, Serra Negra, Apodí e Natal, onde serviu adido à Secretaria de Educação do Estado. Sua atuação, quando fixando residência em Mossoró, foi das mais proveitosas nos círculos educacionais, intelectuais e jornalísticos.

Exerceu magistério secundário na Escola Normal de onde saiu diplomado, no Colégio Santa Luzia, Sagrado Coração de Maria e na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, organização esta de ensino profissionalizante que ajudou a fundar e de que foi diretor. Colaborador da imprensa local, ora escrevendo artigos, comentários e sueltos, ora versejando com sua revelação poética que somente mais tarde ficou a descoberto. Em vários anos, durante as festividades religiosas da padroeira, levantou jornais humorísticos da temporada. Em Natal manteve esse mesmo ritmo, jamais se negando em participar da responsabilidade de editar jornais e revistas literárias e de associar-se a entidades cívicas.

Formando em Direito pela Faculdade de Alagoas, ingressou no Ministério Público, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodí, em cuja função se aposentou. Fixa-se hoje no Rio de Janeiro, sem nunca ter esquecido seu estado, principalmente sua terra adotiva, de onde é assíduo participante do maior dia de sua história – o 30 de Setembro. Raimundo nonato da Silva é professor, magistrado, jornalista, cronista, historiador, escritor e poeta, possuindo uma bagagem literária que o faz escritor de grandeza no Estado, somente sendo ultrapassado pelo historiador Câmara Cascudo.


São de sua autoria mais de quarenta trabalhos de fundo literário, historiado e biográfico, dentre os quais “Quarteirão da Fome (romance), “História de Lobisomem” (folclore), “Lampião em Mossoró” (já em 4a edição), “Serra do Martins” (os homens, o tempo e os fatos), “Jesuíno Brilhante – o Cangaceiro Romântico” (servindo como tema para filmagem cinematográfica), “Bacharéis de Olinda e Recife” (norterriograndenses formados entre 1832 e 1932), “ Em revista o Centenário de O MOSSORONESE”, em colaboração com Walter Wanderley, “Evolução Urbanística de Mossoró”, “Visões e Abusões Nordestinas” (1º e 2 º volumes).

Raimundo Nonato pertence, dentre outras, às sociedades culturais – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Academia Norte- riograndense de Letras, Federação das Academias de Letras do Brasil, Instituto Genealógico Brasileiro de São Paulo, Associação Brasileira de Escritores, Sindicato dos Advogados do Brasil, Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Associação de Professores do Rio Grande do Norte, Associação Brasileira de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas Liberais da Guanabara, Sociedade Brasileira de Folclore de Natal e Instituto Cultural do Oeste Potiguar de Mossoró.

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É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de
comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fontes:

NATAL DE PONTE A PONTE

Por: Rostand Medeiros

Estas belas fotos são de autoria do competente fotógrafo Cláudio Abdon, colega de Salesiano e que mantém o blog “Cláudio Abdon-Repórter Fotográfico” (http://www.claudioabdon.com.br/).

Mostra a nossa bela cidade Natal, o Rio Potengi. As fotos foram realizadas apontando desde a popularmente conhecida Ponte de Igapó (oficialmente Ponte Costa e Silva), mostrando uma parte de Natal, até a moderna Ponte Forte-Redinha (oficialmente Ponte Newton Navarro).

Vale a pena conferir o seu trabalho.









Extraído do blog do historiógrafo e pesquisador do cangaço:
Rostand Medeiros

O Rei do Baião por João de Sousa Lima


Dia 27 de Julho de 2012, no Lindinalva Cabral,  houve o lançamento do mais novo livro do escritor João de Sousa Lima.
O livro é uma homenagem ao centenário de
Luiz Gonzaga narrando também a passagem do Rei do Baião em Paulo Afonso, cidade que concedeu o título de cidadão pauloafonsino por sua música dedicada a nossa história.
O livro contém várias fotos inéditas de Luiz Gonzaga em Paulo Afonso
e alguns amigos da cidade.

A obra Literária será comercializada
ao preço de R$ 25,00 e pode ser adquirida diretamente com o autor:
João de Sousa Lima
Telefone: 75-8807-4138 ou 9101-2501
email: joaoarquivo44@bol.com.br / joao.sousalima@bol.com.br

http://cariricangaco.blogspot.com

Cicinato e os Livros do Cangaço


Um livro, digamos, imprescindível, para quem acompanha a trajetória de Virgulino Ferreira é "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato. Não se trata de romance, trabalho jornalístico ou ensaio específico sobre a passagem de Lampião pela cidade potiguar em meados de 1927. Mas é um livro riquíssimo, com certeza o que traz maior número de fontes sobre o episódio. Raimundo Nonato, um dos maiores escritores do Oeste potiguar, autor de excelentes obras sobre Jesuíno Brilhante e sobre a passagem da Coluna Prestes pelo município de São Miguel, publica trechos de jornais mossoroenses da época, depoimentos de bandoleiros, crônicas, relatórios, versos, informações de testemunhas, enfim, uma ampla variedade de informações que, juntas, compõem o melhor acervo sobre a intrigante passagem do Rei do Cangaço pelas terras do oeste potiguar. O próprio autor esclarece para o leitor: "Esta não é propriamente a história de Lampião [...]. O propósito real dessa publicação, outro não é senão, o de levantar do esquecimento, do pó dos arquivos e das páginas dos velhos jornais da época, o noticiário exato e a descrição minuciosa das cenas de vandalismo, praticadas pelo grupo de Virgulino Ferreira, na sua passagem pela Zona Oeste do Rio Grande do Norte".

Trecho significativo: (edição utilizada: sexta edição, Mossoró, Coleção Mossoroense, série C, volume 1489, 2005): "Esse tempo relâmpago, de menos de cem horas, tanto quanto levou o grupo de Lampião no Rio Grande do Norte, permitiu, contudo, à malta desenfreada percorrer um número de léguas quase inacreditável, pois cobriu, em viagem batida de quatro dias apenas, um percurso que anda perto de 400 quilômetros, com uma poderosa cavalaria de montada, apetrechos de guerra, prisioneiros, animais de muda e mais de 60 combatentes, poderosamente armados, para qualquer eventualidade.

Nesse itinerário de lutas, depredações e violências, coberto entre 10 e 13 de junho de 1927, o grupo sinistro deixou, da sua passagem uma crônica de horrores, de morticínio e de miséria. [...]


Livro escrito por um médico sergipano em 1933, ainda no calor da luta contra o cangaço. Ranulfo, já renomado escritor, fala da campanha das volantes e policiais contra os cangaceiros depois da Revolução de 1930. Escreve sobre as crueldades cometidas pelos cangaceiros em território sergipano, sobre a figura de Virgulino Ferreira da Silva e sobre o drama diário dos sertanejos diante da violência (da polícia e dos bandoleiros) e de problemas como a seca de 1932. O livro de Ranulfo Prata, cuja edição renovada teve a introdução de Antônio Amaury Correa de Araújo, teve grande repercussão nos turbulentos anos 1930 e, segundo depoimento, teve exemplar que chegou a ser conhecido pelo próprio Lampião.

Trecho significativo (Edição utilizada: Traço Editora, São Paulo, sem data): Sobre características de Lampião -

"Contando atualmente 33 anos, Virgulino Ferreira é cor de bronze-escuro, tem 1m,80 de altura, torso másculo, cabelos pretos, lisos e compridos, caídos sobre os ombros, feições duras, mas harmônicas, sem nenhum estgima físico de atavismo. Excelente dentadura. O olho direito, cego por um garrancho de jurema, lacrimeja constantemente, protegidos por óculos de aros de ouro. Membros inferiores adelgaçados e finos, em relação ao tronco. Pés secos, descarnados, entremostrando os tendões, enfiam-se em alpercatas, chuviscadas de ilhozes multicores. Os músculos das suas panturrilhas de andarilho repontam em relevo nutrido, como numa perfeita dissecação anatômica de anfiteatro.

O que mais impressiona no seu físico chocante são as mãos, são terríficas, expressivas, revelando um temperamento, uma vida. Extraordinariamente longas, no dorso, sobre um leque de tendões enrijados, dançam-lhe arabescos escuros de veias turgidas; recobre-lhe as palmas uma crosta áspera e acizentada como pele de batráquio; os dedos finos, ósseos, compridos, terminados em unhas córneas e ponteagudas, enegrecidas como equimoses, ostentam inúmeros anéis, falsos e verdadeiros. Mãos ferozes, convulsivas, astuciosas, brutais e ávidas. Parecem sempre febris, frementes, animadas de estranha vida como se cada músculo e cada nervo estivessem a receber continuamente a excitação de uma agulha elétrica.[...]" (pag. 26) 

Cicinato Ferreira Neto
cicinato.blogspot.com.br

NOTA CARIRI CANGAÇO: Para adquirir as duas obras em tela e muito mais sobre a literatura do Cangaço e das coisas do nordeste, basta entrar em contato com o Mestre Professor Pereira, que acaba de atualizar sua lista de publicações, entre essas, muitas raridades e lançamentos; contato: franpelima@bol.com.br


http://cariricangaco.blogspot.com