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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Gluaco do Portal G1 da Globo refaz os caminhos do filme Bye bye Brasil...

Por João de Sousa Liam

http://g1.globo.com/brasil/caminhos-do-brasil-caravana-g1/platb/
http://g1.globo.com/brasil/caminhos-do-brasil-caravana-g1/piranhas/platb/
http://g1.globo.com/brasil/blog/caminhos-do-brasil-caravana-g1/1.html



Bye Bye Brasil, 
três décadas depois

Série especial refaz a rota da Caravana Rolidei, do filme de Cacá Diegues, que mostrou a ‘modernidade’ chegando ao sertão do país no final dos anos 1970 por meio das antenas de TV. 

Ao visitar a Floresta Amazônica e o sertão nordestino, há mais de 30 anos, o diretor Cacá Diegues viu um novo país nascer ali. Com a chegada da TV, novos hábitos culturais surgiram. E com a abertura de estradas, um Brasil atrasado e carente passou a alimentar o sonho de modernidade e desenvolvimento. 

Passadas mais de três décadas, o G1 percorreu cerca de 8 mil quilômetros de estradas para saber o que mudou e o que segue igual nas cidades que serviram de cenário para “Bye Bye Brasil”. A viagem de 35 dias do jornalista Glauco Araújo e do repórter cinematográfico Luciano Cury foi registrada noblog Caminhos do Brasil – Caravana G1.

O resultado final da empreitada é uma série de nove reportagens sobre o interior do Nordeste e Norte do Brasil, com vídeos, fotos, mapas e relatos colhidos em 17 cidades de nove estados e do Distrito Federal.

Ficha técnica de 'Bye Bye Brasil'
Gravação
1978/1979
Direção
Cacá Diegues
Elenco
José Wilker, Betty Faria, Fábio Jr e Zaira Zambelli
Lançamento
Fevereiro de 1980
Duração
110 min
Produção
LC Barreto
Roteiro
Cacá Diegues e Leopoldo Serran
Bilheteria
1,488 milhão de espectadores
Trilha
Chico Buarque, Roberto Menescal e Dominguinhos
Prêmios
Melhor diretor (Festival de Havana) e indicado à Palma de Ouro de Cannes


E para abrir o especial "Bye Bye Brasil, três décadas depois", entrevistamos Cacá Diegues, o ator José Wilker e a produtora Lucy Barreto para falar sobre as filmagens, relembrar as histórias marcantes ocorridas nos bastidores e avaliar a importância do filme para o cinema nacional.

Assista ao vídeo abaixo para ver “neve no sertão”, a dança sensual de Salomé, o caminho para Altamira (PA) e outras cenas emblemáticas de 
“Bye Bye Brasil” 

Atrás da Caravana Rolidei...

Produção grandiosa até para os dias de hoje, “Bye Bye Brasil” cruzou o sertão nordestino e atravessou a Floresta Amazônica. Clique nas cidades, veja como cada local serviu para a construção da narrativa do filme e veja a rota feita pelo G1 mais de 30 anos depois.

Sertão de Alagoas (Piranhas)

Depois de ‘prolongada ausência devido a compromissos em São Paulo’, a trupe mambembe da Caravana Rolidei retorna ao sertão por uma noite para seu espetáculo

... E a rota do G1

Já o repórter Glauco Araújo e o cinegrafista Luciano Cury reproduziram os passos da Caravana Rolidei, acrescentando na lista cidades próximas que ganharam repercussão nos últimos 30 anos, como Guaribas (PI), cidade modelo do Fome Zero. 

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima


www.joaodesousalima.com
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Lampião e outras histórias - Meia Noite, negrinho da peste!

Por Doizinho Quental
O cangaceiro Meia Noite - acervo do blog "Tok de História" - Rostand Medeiros

Os escritores Hilário Lucetti e Margérbio Lucena, no seu curioso livro "Lampião e o Estado maior do cangaço", nos conta um pouco sobre a adolescência deste valente cangaceiro.

Meia Noite foi, provavelmente, o mais destemido dentre todos os bandidos que fizeram parte do séquito do rei dos desertos. Seu nome verdadeiro era Antônio Augusto Correia, nascido em 1903 no lugar Olho D'água, município de Piranhas, Alagoas, filho de José Correia, mais conhecido como José Bagaço.

"Moreno escuro do cabelo bom, mestiço de negro com índio talvez, moleque franzino, de cabeça da acauã, ventinha aparada, não era gente a figura, era uma desgraça, mas nunca vi homem tão disposto!" Descreve-o Medalha, seu antigo companheiro de guerrilhas.

Muito cedo conheceu a orfandade, tendo que calejar as mãos para ajudar a mãe viúva a dar conta da família.

www.kantabrasil.com.br/Lampiao.../Lampião%20e%20outras%20Históri...‎


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Bangu, Memória de um Militante - Lauro Reginaldo da Rocha - Bangu - Parte X

Por Brasília Carlos Ferreira – Organizadora, 1992
Lauro Reginaldo da Rocha era Mossoroense 

“NONO DIA”

Naqueles dias amargos, quando as forças pareciam querer me abandonar, eu procurava coordenar minhas idéias e pensava nos milhões de injustiçados que há por esse mundo afora. E no meio dessa multidão imensa eu distinguia caras bem conhecidas, gente do meu sangue, e sentia que não estava me sacrificando por uma causa estranha, ela me pertencia de corpo e alma. E nessas ocasiões eu me sentia desejo de viver para lutar por essa causa e para ver a sua vitória. Era isso o que me dava ânimo para resistir e viver.

A luta entre a vida e a morte estava travada, era difícil prever qual seria a vitoriosa. Sempre que eu fazia um esforço para raciocinar, a dor de cabeça aumentava, eu sentia uma sensação esquisita, parecia que qualquer coisa se rompia no meu cérebro, algo como um véu e envolvia, amortecendo-o, paralisando-o. Impossível era saber quanto tempo durava esse estado de letargia.

Quando, afinal, as idéias iam voltando e se aclarando, era como se eu tivesse saído de um pesadelo.

Dirigi-me ao reservado, acompanhado pelo investigador. Sentei-me no vaso da privada e aguardei o momento. Mas o vigia não se afastava da porta, a um passo de distância. Em dado momento ele virou as costas, fazendo menção de se retirar. Aproveitei o ensejo, levantei-me rápido e, com as duas mãos em concha, apanhei um punhado d’água do vaso. No momento em que levava a boca, recebi um bofetão, por trás. Era o investigador quer voltava no justo momento. A água se espalhou pelo meu rosto, frustrando o meu intento.

Voltei para o canto da sala, para o meu lento suplício. Foram-se as minhas esperanças de chegar aos lábios gotas d’água mesmo poluída. Continuei de pé, não sei, não compreendo como as pernas conseguem sustentar o corpo, e aguardo a hora de ser levado mais uma vez ao “quadrado”. A hora chega, a cena se repete.

O meu físico tornou-se um esqueleto insignificante, os “tiras” se aproveitam disto para me apelidarem de “Pequenino”. Fico revoltado com o gracejo, ao me lembrar que um dos torturadores de alta estatura tem a mesma alcunha. Mas nada posso fazer para impedir essa forma sui generis de sadismo, que é a dos algozes se divertirem às custas de suas vítimas.

Descrever as torturas dessa noite seria repetir noites já descritas: os espetos nas unhas, o remexer de feridas purulentas, as torções de membros descarnados.

O rapazinho histérico que pulava e gritava durante as torturas não mais apareceu. Teria sido recolhido por algum hospício? A ausência do bufão parecia ter tirado a inspiração aos carrascos, estes agem pachorrentamente, a sua lentidão prolonga o meu sofrimento, melhor seria que tudo acabasse de uma vez. Fico pensando que essa fleuma é calculada, que ela faz parte dos “métodos científicos” ensinados pelos nazistas e de que os policiais nativos se vangloriam.

Sinto que a morte está rondando, a qualquer momento um golpe falso pode produzir o fim. Não é isto o que me apavora e sim o fato de que a agonia se prolongue, é sobre-humano o esforço que faço para me manter em pé.

De vez em quando minhas pernas cambaleiam, meu corpo fica suspenso pelas cordas que prendem meus pulsos, as mãos, inchadas, ficam roxas, quase negras. Isto me obriga a realizar um esforço enorme para sustentar nas pernas e aliviar a dor dos pulsos. Por fim, as últimas reservas de resistência física se esvaem, meu corpo descamba definitivamente, até ficar inerte. O meu esqueleto é arrastado até a sala contígua.

CONTINUA...

http://www.dhnet.org.br/memoria/1935/livros/bangu/04.htm#primeiro

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