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quinta-feira, 21 de abril de 2016

A HISTÓRIA DO CALDEIRÃO DO BEATO ZÉ LOURENÇO

Por Ecos Do Caldeirão Beato Zé Lourenço

No ano de 1890, Zé Lourenço chega a Juazeiro do Norte. Ele veio da Paraíba, com outros romeiros, agricultores sem terra, atraídos pela fama do Padre Cícero.

Logo que chega em Juazeiro, Zé Lourenço participa do grupo dos Penitentes. Depois aconselhado pelo "Padim Ciço", ele arrenda uma terra no Sítio Baixa Dantas, perto do Crato. A terra era do Cel. João de Brito. O Padre Cícero sempre visitava o Sítio Baixa Dantas e ficava feliz de ver tanta fartura. Todos lhe queriam muito bem.

Em 1914, houve uma revolta entre Juazeiro e Fortaleza.

Zé Lourenço não entrou nos combates. Mas o exército do governo passou pelo sítio e fez muitas destruições. Quando terminou a guerra, o Beato voltou para o sítio e recomeçou tudo de novo.

A Paz não durou muito tempo. O Cel. João de Brito vendeu o terreno para outro proprietário e o novo dono exigiu a entrega das terras ocupadas pelo Beato. Naquele tempo não tinha nenhuma defesa para o trabalhador rural, nem sindicato existia. O Beato e todos os seus companheiros foram expulsos da terra, sem nenhuma indenização pelas benfeitorias de tantos anos. Isso aconteceu em 1922.

Em 1926, "Padim Ciço" mandou o Beato Zé Lourenço juntar umas famílias para tomar conta do Sítio Caldeirão. Esse sítio, de propriedade do "Padim Ciço", fica na Serra do araripe no município do Crato. Era chamado Caldeirão, devido o grande caldeirão de pedra que conservava água até o verão.

Em pouco tempo o trabalho de tantos agricultores conseguiu transformar o Caldeirão em uma terra muito produtiva. Lá eles produziam, também, as ferramentas de trabalho, roupas e calçados.

Mil novecentos e trinta e dois foi o ano de grande seca em todo o Nordeste. Em todo canto morria gente de doença e de fome. Mas no Caldeirão não morreu nenhuma pessoa de fome. Nos armazéns tinha o suficiente para todo aquele povo comer. Não faltou comida para ninguém, nem para os flagelados que chegaram lá em busca de comida.

Os políticos e donos de terras não viam com bons olhos a concentração de trabalhadores em Caldeirão, que além de não pagarem renda, dificultavam a mão de obra barata nas fazendas. Lembravam da experiência de Canudos e tinham medo que o povo na posse da terra livre, criasse uma organização forte como a de Canudos.

Padre Cícero morreu em 1934, Caldeirão perdeu seu defensor. Suas terras foram procuradas pelos Salesiano, que se consideravam herdeiros do Padre.

A autoridade do Beato Zé Lourenço ia aumentando sempre mais e Caldeirão estava se transformando num grande centro de romaria. O Bispo e os padres estavam bastantes preocupados.

Políticos da região, grandes proprietários de terra, a justiça e a Igreja juntam-se aos poderosos da capital e montam um plano de destruição contra o Caldeirão. A primeira expedição foi realizada em 11/09/1936 e foi comandada pelo capitão Cordeiro Neto, que mais tarde foi prefeito de Fortaleza.

Inicialmente queriam oferecer passagens de trem para as famílias transportarem as bagagens e se retirar do local. O povo não aceitou. Os soldados cumpriram as ordens chegadas de Fortaleza. Queimaram 400 casas, as moagens e as roças. Nenhuma arma foi apreendida, ninguém tinha arma entre os dois mil habitantes do Caldeirão. Os soldados roubaram tudo que podiam levar do Caldeirão.

A segunda expedição para destruir Caldeirão, ocorreu em 11/05/1937, e encontrou resistência de um grupo, liderado por Severino Tavares que passou a agir contrariando as orientações do Beato Zé Lourenço que pregava continuar firmes na luta, mas nunca tocar armas. Nesse confronto morreram um capitão, seu filho, um sargento e um soldado. Outros soldados ficaram feridos. Três camponeses morreram também.

O governo do Estado telegrafou pedindo reforço Federal que enviou uma esquadrilha de aviões. Bombardearam as casas e as roças dos trabalhadores. Foi uma coisa horrível. Cerca de mil trabalhadores foram mortos.


Zé Lourenço e seu povo voltaram para Caldeirão, começaram tudo de novo. Quando já estavam situados, chegou uma carta dos salesianos, dizendo que ele se retirasse com todo o seu povo. Zé Lourenço saiu direto para Pernambuco, foi para a fazenda união, em Exu. Lá morreu de peste bubônica, no dia 12 de dezembro. Seu corpo foi sepultado em Juazeiro do Norte.

Caldeirão foi destruído, mas até hoje milhões de posseiros, trabalhadores sem terra, continuam na mesma busca de uma nova terra. Na busca de Terra Livre, onde possam trabalhar como irmãos.

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O MASSACRE DO CALDEIRÃO DO BEATO LOURENÇO

Por Fátima Teles
Beato Lourenço e o jornalista Hildebrando Spinola

Uma luta pouco conhecida, que ocorreu no sertão do Ceará: uma comunidade sertaneja, formada por camponeses que partilhavam o trabalho e os produtos da terra, foi encarada como uma ameaça "comunista" pelas oligarquias; a repressão militar contra ela envolveu, pela primeira vez, o uso de aviação militar no Brasil.

Por Fátima Teles

1. Apresentação

O presente trabalho tem como objetivo mostrar em forma de artigo a trajetória de uma comunidade denominada de “Caldeirão” na região Nordeste do Brasil, sediada no município de Crato (CE), entre o período de 1926 até 1937, período histórico em que no Brasil se acirram as lutas urbanas, dado o avanço do processo de urbanização, onde o estado tratará a questão social como caso de polícia e a pobreza reinante no país será agravada por grandes epidemias da varíola, peste bubônica, febre amarela e outras patologias.

Momento também em que os programas sociais tinham caráter integrativo e estado, igreja e forças armadas eram unificadas através da força rígida e da imposição no combate à ideologia democrática que fortalecia a luta de classes em busca de uma sociedade justa e igualitária.

O artigo registra a luta de uma comunidade organizada, fundamentada na produção econômica coletiva, na prática do cristianismo numa concepção de amor ao próximo, na aquisição de terras para o uso da lavoura de inúmeros trabalhadores, no atendimento aos demais que ali chegaram em estado raquítico como consequência da fome, da seca, do estado de miséria e da exclusão social existente.

Em busca deste conhecimento fez-se necessário a pesquisa cientifica através de bibliografias e contato direto com um filho de remanescente desta luta que foi ofuscada pelo regime ditatorial dos coronéis da época vivida.

2. Contexto histórico, político, econômico e social do Brasil no final do Século XIX

O Brasil no final do século XIX era um país, do ponto de vista político, governado por uma elite dominante que buscava atender aos seus interesses. A República proclamada trouxe algumas mudanças. Porém, o grupo que estava no poder juntamente com os seus aliados fazia parte de uma oligarquia latifundiária. A política brasileira era influenciada pelas oligarquias agrárias principalmente de Minas Gerais e de São Paulo por serem os estados mais populosos e por concentrarem grande produção de leite e café. Esses dois estados exerciam tanto poder na política do país que havia um acordo para o presidente do país ser eleito saindo de um dos dois estados. Era a chamada política do café com leite. O Nordeste vivia a política dos coronéis onde o coronel da fazenda detinha o poder e interferia na política de sua vila, cidade ou estado. O voto não era secreto e, por isso, era fácil manipular as pessoas pela força, pela coerção ou pelos favores prestados. Eram os chamados currais eleitorais, conhecido por “voto de cabresto”.

Do ponto de vista econômico o Sudeste do Brasil crescia a olhos vistos. O Oeste paulista tinha extensas áreas de plantações de café, ferrovias eram construídas, o país dava seus primeiros passos rumo à industrialização. Era o Brasil dualista, o moderno e o arcaico.

No Nordeste a economia se baseava na agricultura e o homem do campo via no latifúndio explorador o seu único meio de sobrevivência.

Do ponto de vista social, o Brasil na sua essência era uma nação excludente onde quem usufruía de direitos como a educação, saúde, moradia, era a classe dominante. A população pobre era tratada com desprezo. A república não questionava a situação dos ex-escravos que agora libertos perambulavam pelas ruas da cidade, enquanto outros morriam desamparados. Ainda havia outros que preferiam continuar servindo aos seus senhores para garantir a alimentação já que eram idosos e outros construíam seus barracos em morros dando início ao processo de favelização das grandes cidades, como o Rio de Janeiro. O Nordeste era marcado por secas e o trabalhador rural não tinha outra opção senão a mão-de-obra barata que o empobrecia e enriquecia cada vez mais o seu patrão. A única saída dessa situação era entregar-se a fé proclamada pelo messianismo religioso com a esperança de dias melhores ou ao cangaço. É nesse cenário de miséria e pobreza que surgem figuras messiânicas como Antônio Conselheiro, Lampião, José Lourenço.

3. O “Milagre” da hóstia no Juazeiro do Norte (CE), a Chegada de José Lourenço na terra do Padre Cícero e o Sitio Baixa Dantas

O acontecimento da hóstia que a beata Maria de Araújo recebeu do Padre Cícero e virou sangue, tomou uma dimensão muito grande se expandindo por todo o Nordeste e daí centenas de pessoas virem até o povoado de Juazeiro do Norte em busca da fé, de conhecer de perto o Padre Cícero. Esse grande contingente de pessoas era de camponeses que vinham de outros estados e terminavam ficando no povoado, auxiliados pelo Padre Cicero e viviam sob sua orientação religiosa. Assim o povoado foi crescendo em termos populacionais e econômicos até ser o que hoje se denomina de “Capital da fé”, sendo um dos maiores centros de religiosidade popular da América Latina. 

O beato Lourenço 

Era o ano de 1890 quando o jovem José Lourenço chegou ao Juazeiro do Norte ao encontro de sua família, que tinha saído de Pilões de Dentro (PB), atraídos pelos “Milagres” ao Padre Cicero.

Em 1894 o beato José Lourenço arrendou o Sítio Baixa Dantas no município de Crato (CE) sob a orientação do Padre Cícero a quem ele seguia como referência de santidade, referindo-se a ele como “meu Padim”. Ali ele liderou a sua primeira experiência em comunidade com o trabalho coletivo. Foram com o beato para o Sítio Baixa Dantas órfãos, desempregados pessoas em conflito com a lei, camponeses cansados com o trabalho explorador. A maioria das pessoas que iam para o Sítio Baixa Dantas era enviada pelo Padre Cícero para que pudessem se oportunizar a uma nova vida através do trabalho reeducativo e religioso do Beato José Lourenço. Embora o terreno ali encontrado fosse pedregoso, a comunidade conseguiu através de mutirão construir casas de taipa, sistema de irrigação, produzir cereais, algodão, frutas, hortaliças.

Os sertanejos vinham de todo o Nordeste, sendo que a maior parte era do Rio Grande do Norte. Toda a produção da comunidade era repartida entre todos.

4. A Sedição de Juazeiro e a História do Boi Mansinho

O beato José Lourenço era um líder religioso pacifista. Na sedição de Juazeiro, uma luta travada entre as oligarquias cearenses e o governo salvacionista de Franco Rabelo. O beato não tomou nenhuma iniciativa diante do combate, pois era contra qualquer ato de violência. Ele prestou apoio ao padre Cícero no sentido de enviar alimentos para os sertanejos, mas não participou da guerra nem incentivou ninguém do Sítio Baixa Dantas para a luta. Porém, sofreu inúmeros prejuízos, pois as tropas do Estado invadiram e saquearam o Sítio Baixa Dantas para se alimentarem e praticaram na comunidade algumas atrocidades. “Os moradores, sob ameaças, foram obrigados a gritar: — “viva Franco Rabelo!”. Uma mulher que se recusou acabou morta (FARIAS, 2000, p. 17). Logo depois do conflito a comunidade reconstruiu tudo com o mesmo amor e vontade.

Ainda no Sítio Baixa Dantas o industrial alagoano Delmiro Gouveia doou um boi de raça Zebu para o Padre Cícero. Este enviou o boi para o Sítio Baixa Dantas a fim de que o beato José Lourenço cuidasse do mesmo já que não tinha como deixá-lo no Juazeiro. O boi serviu de reprodutor para as fazendas vizinhas no intuito de melhorar a raça bovina do Cariri. Como o animal era bonito e manso passaram a chamá-lo de Mansinho. O boi mansinho era tratado com zelo porque pertencia ao “Padim Ciço”, a quem todos tinham o maior respeito e veneração. O fato é que correram boatos, más interpretações advindas da vizinhança e por parte daqueles que eram inimigos do Padre Cícero, pois sabiam que os boatos iriam lhe atingir.

Diziam que o “boi Mansinho” era adorado pela comunidade, que realizavam procissão cultuando o boi e que utilizavam até sua urina como remédio. A pior versão foi a de que um romeiro para pagamento de uma promessa tinha oferecido uma “touceira de capim roubada ao animal, o qual prontamente recusou, rugindo penosamente” (FARIAS, 2000, p. 17). Daí o boi ser considerado “santo” segundo comentários populares.

Esses comentários terminaram prejudicando o beato que veio a ser preso a mando do Deputado Federal Floro Bartolomeu, braço forte do Padre Cícero. Floro Bartolomeu estava sendo atingido nos seus interesses políticos, pois os boatos tiveram repercussão nacionaI e a imprensa alimentada pelo espírito de sensacionalismo dizia que no Cariri havia “fanáticos” adorando um “boi santo”. Para proteger a sua imagem, Floro Bartolomeu ordena a prisão do beato, mesmo sabendo que não havia veracidade na história do “boi santo” e ordena também o abate do boi para que erradique a história de uma vez e o Juazeiro do Norte fique conhecido pelas romanas direcionadas para Nossa Senhora das Dores, Padroeira da cidade.

O Deputado Floro Bartolomeu ainda dá ordens para o beato comer da carne do boi que foi abatido.

O beato ficou preso durante 18 dias, resistiu veementemente e não consumiu da carne do boi que fora abatido. O beato conseguiu sair da prisão pela influência do Padre Cícero.

Pode-se analisar que o episódio da prisão do beato por causa do “boi Mansinho” foi um dos elementos que vieram contribuir para a perseguição a sua comunidade tanto por parte do estado como do clero.

O dono do Sítio Baixa Dantas, o senhor João de Brito pôs o mesmo a venda logo após a morte do Deputado Floro Bartolomeu em 1926.

5. A semente que caiu em terra boa, a vida no Caldeirão

“Um semeador saiu a semear. E semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho (...)“: (...) outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um (...)“; (...)a terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto: cem por um, sessenta por um, trinta por um” (Bíblia Sagrada, Mateus 13: 4; 8; 23).

Mesmo tendo saído do Sítio Baixa Dantas sem nada, o beato juntamente com todos os que o acompanhavam foram para um terreno do Padre Cícero chamado de Caldeirão dos Jesuítas localizado no município do Crato (CE), banhado pelos lençóis verdes da Chapada do Araripe.

Pode-se fazer aqui uma analogia do beato José Lourenço com a semente boa que compreende o sentido da vida pela tarefa redentora do trabalho e do amor ao próximo.

Alojados no Caldeirão eles deram início a toda uma construção e em pouco tempo fizeram daquele lugar um ambiente de prosperidade. Sempre imbuídos do ideal religioso abraçavam as adversidades da vida com fé, espírito de luta na esperança de dias melhores e com ideais de igualdade, autonomia e justiça, utilizando as terras consideradas improdutivas e transformando-as em solos férteis, produtivos, vivendo uma sociedade socialista primitiva, sobrevivendo com recursos próprios, legitimando a participação, construindo a cidadania, exercitando o caminho de homens sujeitos, criadores e fazedores de uma história que impulsionava a tomada de uma consciência de classe. Visto que classe social é uma (...) “categoria econômica fundamental que aglutina grupos, indivíduos e movimentos na sociedade civil e política” (...) (GONH, 1999, p. 39).

A labuta cotidiana era incansável e todas trabalhavam em regime de cooperação para o crescimento do Caldeirão. O beato José Lourenço procurava sempre dar o exemplo sendo o primeiro a seguir para o plantio da roça junto aos demais. Quando chegavam preparavam o jantar e logo depois iam para a capela orar até altas horas da noite. O Caldeirão era um lugar de trabalho e oração. A ida de Manoel Moraes, engenheiro prático, e sua família para o Caldeirão facilitou muito o andamento das construções. Lá o engenheiro Manoel ajudou a construir açude, capela, etc. Entre os moradores vindos da região, lá se encontravam terreiro, carpinteiro, pedreiro, fazendeiro, artesão, ceramista, etc. Sendo assim pode-se perceber que além da atividade agrícola havia também outras atividades econômicas. Uma cota do que era produzido era dado a cada família e com o excedente comprava-se aquilo que não era produzido na comunidade como querosene e remédio. 

Sobre o engenheiro prático, o beato José Lourenço e a vida na comunidade segue o relato do filho de um remanescente. O senhor Francisco Batista de Morais é filho do engenheiro prático Manoel de Morais que morou no Caldeirão e, na sua entrevista deixa a seguinte fala: 

A primeira carta que papai recebeu do meu “Padim Ciço” foi para construir o engenho no Caldeirão. As tachas foram compradas em Seridó (RN). Depois meu “Padim Ciço” disse a ele assim: “meu amiguinho”, tenho outro serviço para você, que era a construção de uma casa para o meu “Padim” na Rua Padre Cícero, um pouco acima da Rua Alencar Peixoto. A madeira dessa casa veio do Caldeirão. Meu “Padim” tratava as pessoas sempre por “meu amiguinho”. Depois meu “Padim” convocou novamente meu pai para construir o açude, a capela e a igreja no Caldeirão e foi morar lá com a família. O carro utilizado para construir o açude foi feito pelo meu pai. Minha mãe morreu de parada cardíaca aos 32 anos. Ela caiu em frente a capela. Mesmo com a morte de minha mãe, meu pai continuou a trabalhar no Caldeirão. Como não tinha casa de farinha no Caldeirão era preciso ir buscar em cima da Serra do Araripe, a farinha. Cerca de 18 burros vinham transportando a farinha. Quanto às festas religiosas e folclóricas como natal e São João eram comemoradas através de oração. Agora as pessoas iam para lá e o beato sempre matava um boi onde todas as pessoas comiam, mas não tinha festa não. O beato não dava dinheiro a ninguém, dava comida a quem chegasse. Tirava peças de pano e dava às famílias para fazerem roupas e lençóis. Era um homem caridoso.

O Caldeirão foi saqueado na época da revolução de 1930 por forças getulistas e embora tivessem causado grandes prejuízos à comunidade, o beato respondeu ao insulto em silêncio, tornando a reconstruir o Caldeirão.

A seca de 1932 foi terrível e várias famílias saiam do sertão em direção a capital. O governo manda formar campos de concentração espalhados pelo estado como forma de impedir o êxodo rural. No Crato, havia um campo de concentração chamado de Buriti. Nesse tempo o beato foi de grande ajuda para muitas famílias que foram levadas até o Caldeirão em busca de alimentação.

6. O peregrino Severino Tavares, a destruição do Caldeirão, o sítio União e a Morte do Beato José Lourenço

Severino Tavares, de aparência profética, cabelos longos e barbas, esteve no Caldeirão, mas não fixou-se no local. Ele vivia peregrinando pelo sertão nordestino anunciando tempos de mudanças e incentivando a ida dos sertanejos para o Caldeirão. 

Sendo um homem sábio ele com certeza combatia pelas suas pregações a desigualdade social.

Severino chegou a ser preso em Santa Quitéria quando de suas pregações, pelos militares que o acusavam de ser comunista e ter participado da intentona comunista, em razão de Severino Tavares ser do Rio Grande do Norte onde a mesma teve início.

O governo, o clero, os grandes latifundiários não viam com bons olhos a comunidade do Caldeirão em razão da influencia comunista no mundo, por causa da Revolução Russa, por causa da Coluna Prestes que passou pelo Nordeste e esse foi mais um dos elementos utilizados pela força dominante para a destruição do Caldeirão.

Com a morte do Padre Cícero em 1934, os padres salesianos herdaram parte de seus bens, inclusive a posse das terras do Caldeirão onde estava o beato, através do testamento do Padre Cícero. Os padres salesianos contrataram o Deputado Estadual da LEC (Liga Eleitoral Católica), Norões Milfont para abraçar a causa, tomando as terras do Caldeirão. A LEC era um partido religioso ligado diretamente à Igreja Católica e, indiretamente elegeu o governador do Ceará naquele momento, Menezes Pimentel, pertencente à elite conservadora.

O deputado Norões Milfont na sua defesa disse que a comunidade do Caldeirão representava um grande perigo visto que poderiam ser comunistas e “fanáticos”.

O Capitão José Bezerra veio em missão de espionagem para o Caldeirão e é bem recebido pelo beato. E, mesmo o capitão José Bezerra afirmando que não viu armas no local, enviou um relatório dizendo que a comunidade era um grande perigo comunista.

Em setembro de 1936 o estado envia tropas ao Caldeirão e, ao chegarem, invadem e ameaçam os moradores e, através de um recenseamento, chegam a seguinte conclusão diante da população: “70% dos habitantes do Caldeirão eram naturais do Rio Grande do Norte, 20% de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Maranhão e Piauí, e apenas 5% de cearenses natos”.

As forças militares ordenam que eles peguem os pertences e vão embora. No entanto, eles relutam dizendo que ali tudo é de todos. O capitão Cordeiro Neto decide destruir o Caldeirão. Saqueiam e incendeiam as casas e os armazéns e expulsam os moradores do local.

A comunidade se dispersa, mas logo se reencontra nas matas da Chapada do Araripe num local chamado Mata dos Cavalos. Lá eles construíram cabanas de palhas.

Alguns dos que estavam na Mata dos Cavalos junto ao beato se sentiam indignados e queriam agir por conta própria. Porém, o beato era pacifista e juntamente com muitos que o tinham como guia resolveu silenciar e reconstruir a comunidade. Severino Tavares foi solto e juntamente com outros camponeses que se sentiam injustiçados, resolveram tomar uma atitude diante da ação policial que levou a destruição do Caldeirão.

Boatos correram que Severino Tavares iria retornar ao Caldeirão. As forças militares se uniram e enviaram as tropas para a Chapada do Araripe. Lá eles foram recebidos de surpresa por uma emboscada. Um grupo de sertanejos travou uma luta sangrenta vindo a matar o capitão José Bezerra. Então, o governo estadual liderado por Menezes Pimentel e o governo federal sob a liderança de Getúlio Vargas que havia implantado o Estado Novo e não queriam movimentos sociais que na sua ótica viessem lembrar o comunismo, em maio de 1937, enviaram tropas militares e aviões autorizados pelo ministro da guerra Eurico Gaspar Dutra e, assim metralharam camponeses que lutaram e os que não lutaram que eram pacifistas, praticando assim o maior genocídio do Ceará no século XX.

O beato José Lourenço e alguns sobreviventes pediram permissão para voltar ao Sítio Caldeirão e lhes foi permitido. De 1938 a 1939 o beato morou no Caldeirão. Porém, os padres salesianos enviam ordem de despejo e, o mesmo se retirou e entrou com um pedido de indenização na justiça, o advogado de Antônio de Alencar Araripe entra com uma ação contra o estado do Ceará em busca do ressarcimento pelas ações maléficas causadas na comunidade. A justiça negou o pedido de indenização. Não seria interessante para o estado atender a ação judicial visto que os danos causados ao Caldeirão foram provocados pela ação militar que faz parte do estado. Foi realizado um leilão dos bens do Caldeirão vindo a ser devolvida ao beato uma pequena parte do que foi saqueado. Com o dinheiro devolvido ele foi para o município de Exu (PE), comprou um sítio ao qual deu o nome de Sítio União e reconstruiu a sua vida junto com alguns seguidores e continuou o mesmo trabalho de fé e caridade até sua morte em 12 de fevereiro de 1946 de peste bubônica.

O corpo foi transportado por uma multidão que lhe tinha devoção e fizeram uma caminhada de “70 quilômetros” (CORDEIRO, 2004, p. 52) até o Juazeiro do Norte, onde o enterraram no Cemitério do Socorro ao lado do Padre Cícero.

7.           Considerações finais

A pesquisa e o estudo sobre a comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do deserto possibilitou uma análise sobre a formação de uma classe que unida em torno do ideal religioso lutou pelo direito a terra e pela sobrevivência, criando assim um oásis no árido sertão nordestino, enfrentando a desigualdade social através do trabalho coletivo e igualitário.

Conclui-se que a união de um povo pelo ideal de liberdade é capaz de gerar uma transformação social e garantir com o seu processo de organização a autonomia de um povo onde na luta por igualdade torna-se emancipado e constroi a cidadania, elaborando, protagonizando a sua própria política e ideologia que assegura a qualidade de vida da população.

Referências bibliográficas

BÍBLIA SAGRADA, 75 ed. Editora Ave Mana Ltda. São Paulo-SP: Edição Claretianas, 1991.

CORDEIRO, Domingos Sávio de Almeida. Um beato líder: narrativas memoráveis do Caldeirão. Fortaleza: Imprensa Universitária. Universidade Federal do Ceará, 2004.

FARIAS, Airton de. O Caldeirão vivo — a saga do beato José Lourenço. Fortaleza: Tropical, 2000. 

GONH. Maria da Glória. Classes sociais e movimentos sociais. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Brasília: CEAD, 1999.

(*) Fátima Teles é Assistente Social e colaboradora do Vermelho

http://www.vermelho.org.br/noticia/248228-11

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LAMPIÃO - 70 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO - PROGRAMA ANSELMO GÓES 2/4

https://www.youtube.com/watch?v=g9Zc0GfWpB0&feature=youtu.be

Enviado em 3 de agosto de 2008

Informações do Vídeo:

70 anos da morte de Lampião - Programa Anselmo Góes 2/4
Entrevista com o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello. Fala sobre a visão da luta de classe no cangaço e sobre o o final do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol.

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CONTINUA...

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EXPOSIÇÃO – COLUNA PRESTES: 90 ANOS DA TRAVESSIA DO RIO SÃO FRANCISCO.


A COLUNA PRESTES: 90 ANOS DA TRAVESSIA DO RIO SÃO FRANCISCO – Durante a II FLIST será realizada uma exposição – fotografias, matérias de jornais da época e livros – lembrando os noventa anos da Coluna Prestes, no CRI, na Estação do Forró.

O QUE FOI A COLUNA PRESTES? Foi uma espécie de passeata de longa duração, realizada por políticos e militares brasileiros entre os anos de 1924 e 1927, arregimentando trabalhadores do campo e da cidade para um levante popular. Em suas marchas pelo país, os integrantes da coluna combatiam o governo do então presidente Arthur Bernardes e de seu sucessor, Washington Luís. A COLUNA PRESTES exigia o voto secreto, defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino primário para toda a população, Reforma Agrária.

Em sua marcha pelo Brasil, os integrantes da COLUNA PRESTES denunciavam a pobreza da população e a exploração das camadas mais pobres pelos líderes políticos. A COLUNA PRESTES enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais de vários estados, além de tropas de jagunços, estimulados por promessas oficiais de anistia.

Prestes foi chamado por esta marcha de CAVALEIRO DA ESPERANÇA na luta contra os poderes dominadores da burocracia e dos setores elitistas.

SERVIÇO:

FLIST/FEIRA LITERÁRIA DE SERRA TALHADA.-PE
DIAS 03, 04 E 05 DE MAIO DE 2016.
NA ESTAÇÃO DO FORRÓ – EM SERRA TALHADA.
EXPOSIÇÃO – COLUNA PRESTES: 90 ANOS DA TRAVESSIA DO RIO SÃO FRANCISCO.
CURADOR: Luiz Ruben F. A. Bonfim.

Fonte 2ª. Facebook

Link: https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fref=ts

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O MARTÍRIO DE HERCULANO


Naquele tempo, nos sertões baianos, Corisco e seus “cabras” andavam aprontando das suas.

Por essas ‘andanças’, alguém lhe conta que seu antigo inimigo, Herculano Borges de Sales, que tinha sido subdelegado e o tinha trancafiado numa cela, estava dando seu ar da graça pelo povoado de Santa Rosa de Lima, levando mercadorias para vender na feira.


Pois bem. O sanguinário cangaceiro tinha jurado vingar-se dele. E, sabedor de onde estava transitando, resolve armar-lhe uma “arapuca” mortal.

Manda ele, o ‘Diabo Loiro’, um bilhete para, o agora ex, sub delegado o ameaçando de morte.

A falta de sorte do mercador ou a sorte do cangaceiro aflora certo dia. 

Tendo viajado o dia inteiro, o almocreve faz parada perto de uma cacimba, nas terras do sítio Bom Despacho, para dar água aos animais.


Tinha, na ocasião uma espécie de ajudante, chamado Higino. Esse, sem pressa, começa a amarrar os animais nos troncos das árvores ali existentes.

De repente... Sombrias figuras de chapéus de couro com abas largas e quebradas para cima, começam a fechar um cerco em suas voltas.


Faz-se ouvir a voz de um cangaceiro de estatura grande, cabelos avermelhado e de um porte físico avantajado:

“ - Estes animais são seus?” – (pergunta o cangaceiro).

“ - Não senhor; não são meus. Eu sou apenas um empregado. Estamos seguindo para Uauá.” – (responde o inquirido).

“ - E onde está o dono desses bichos?” – (insiste o chefe do sub grupo).

“ - Desceu o riacho em busca da cacimba, 1prá modo’ de encher as borrachas. É Herculano Borges, conhece?” – (diz Higino inocentemente). ( “Corisco – A Sombra de Lampão” – Sérgio Dantas),

Nesse momento abri-se um largo sorriso nos lábios do cangaceiro. Aquele nome, pronunciado, e dizendo que estava tão próximo, era como se fosse uma dádiva.

Passa a ordem para que seus ‘cabras’ vão e prendam o comerciante. No que, de imediato, é atendido. Trazem-no dando-lhe solavancos para que andasse mais rápido e, também, é uma maneira de humilhar, para junto de seu chefe, quando cai por ser empurrado o comerciante.

Corisco, transbordando de satisfação, diz ao mercador:

“ - Levante-se para morrer! Você está com Corisco pela frente” – ( Ob. Ct.)

Mas, a vingança do cangaceiro não vai resumir-se apenas ao assassinato daquele homem. Ela tem que ter requintes de crueldades para quer, além de tudo, sirva de lição para os outros.

Ordena o chefe que o levem e o amarrem mais para fora da estrada. 

Assim os comandados fazem. O amarram em um pé de aroeira, frondoso, perto da cacimba.

Faltando umas duas horas para a hora da ave Maria, corisco chega junto do prisioneiro e diz:

“ - Vosmicê não está lembrando de mim não, cabra ordinário? 
Vosmicê não lembra que um dia eu quis viver sossegado e por conta de uma besteira você não quis deixar? Está lembrando agora? Lembra o que vosmicê fez com meu primo arvoredo? O que é que um homem deve fazer com um safado como você, Herculano?” (Ob. Ct.)

Sabedor da sua situação, Herculano não tem muito o que dizer. Mesmo assim, tenta justificar as ações de seu passado:

“ - Mas eu era delegado. Tinha que cumprir as ordens!” – (diz).

“ - Que ordem, que nada! Eu bem que podia deixar passar, mas não deixo! Eu jurei me vingar e graças a Deus o dia chegou! – (rebate Corisco)(Ob. Ct.)

O velho ex sub delegado se desespera vendo que não tem argumento que faça Corisco mudar de ideia.

Corisco pega em seus troços um lápis e um pedaço de papel e manda que seu prisioneiro faça uma carta se despedindo da sua família.

Herculano permanece amado ao troco da aroeira a noite quase que por inteira. Já são alta madrugada, os galos da redondeza já tinham cantado por diversas vezes, quando corisco manda que Higino vá embora, desapareça de sua frente.

Nesse momento, ordena que seus comandados amarrem, dependurado de cabeça para baixo, o ex sub delegado, Herculano Borges.

Inicia-se a fase cruel de torturas com pontas de punhais adentrando na pele do prisioneiro.

Gritos e lamúrias. Implorando que parassem com aquilo, que o deixassem viver para terminar de criar seus filhos. Nada. Apenas os gritos de satisfações dos cabras, ao verem seu corpo contorcendo-se de dores, e o líquido vermelho eu já escorria em suas vestes, rumo a terra.
O sofrimento é tanto, que a certa altura o pobre mercador pede, implorando que o matem logo...

Corisco satisfaz seu pedido, “saca a pistola do coldre e atira”. O sofrimento chega ao fim.

O chefe do subgrupo diz aos comandados:

“ 
- Agora a festa é de vocês”. (Ob. Ct.)

Meus amigos, nesse instante, os cabras desamarram o corpo inerte e começam a profana-lo. Começam a retirar parte de seu ‘couro’, pele, e partem em vários pedaços seu corpo.

Após repartirem o cadáver, corisco ordena:

“ - Juntem esses pedaços, porque quero deixar eles no curral da Fazenda Bom Despacho, para o povo ver quem é corisco e o que ele faz com gente que não presta.” ( Ob. Ct.)

Assim foi o assassinato de Herculano Borges de Sales, na beira de uma cacimba, pendurado no tronco de uma aroeira... nas quebradas do sertão.

Fonte Ob. Ct.
Foto Ob. Ct.

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/622994194531367/

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LAMPIÃO - 70 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO - PROGRAMA ANSELMO GÓES 1/4

https://www.youtube.com/watchv=mHFu8mHaNOA&feature=youtu.be

Meus amigos, veremos em uma série de 4 vídeos, documentário produzido pelo programa Anselmo Góes, quando dos 70 anos da sua marte.

Na primeira parte, temos a entrevista, no leito do riacho, na Grota do Angico, Vera ferreiras, neta de Lampião e Maria Gomes de Oliveira, (Maria Bonita).

Na sequência, serão entrevistadas outras figuras, também importantes, sobre o tema.

Informações do vídeo abaixo:

70 anos da morte de Lampião - Programa Anselmo Góes 1/4
Entrevista com Vera Ferreira, neta de Lampião.
A imagem está ruim mas dá pra ver.
Lampião - Cangaço

Observações de um estudioso do assunto:

"- A neta de Lampião, nada acrescentou de novidade. Essa história de Lampa entrou no cangaço em virtude da morte de seus pais, não procede. Lampião já era cangaceiro, muito antes de seu pai morrer (em 18/05/1921). Antes dessa data, o mesmo, fazia parte do grupo de cangaceiros - OS IRMÃOS PORCINOS, que agiram em Alagoas (matava, roubava etc.), sendo perseguidos pelo Ten. LUCENA.

- O sapateiro Zé de Neném, nunca fez alpercatas para Lampião."
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CONTINUA...

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Por Marcos de Carmelita
Por trás de nós, o antigo Curral, na lateral direita da casa.

Fazenda Barra da Forquilha de Cantidiano Valgueiro em Floresta -PE. No dia 25 de abril de 1938, já ao amanhecer, Cantidiano e seus moradores recebem uma visita indesejada de um subgrupo de Lampião comandado pelo cangaceiro Moreno . Cantidiano e seus agregados estavam dentro do Curral na hora do ataque dos bandidos. Havia menos de um mês um portador de Lampião com um bilhete transcrito pelo facínora foi entregue a Cantidiano e tinha saído dessa propriedade com um recado desafiador para o Rei do Cangaço. A velha residência ainda guarda nas portas, as marcas dos tiros dos cangaceiros.

O que dizia o bilhete de Lampião? Que resposta terá dado Cantidiano, para que Lampião se sentisse afrontado e desafiado, mandando justamente Moreno, um dos assassinos mais frios e perversos do seu bando atacá-lo?

A casa era uma verdadeira fortaleza, com paredes grossas e muitas torneiras ( buracos feitos em diagonal nas paredes que servia para os moradores se defenderem atirando por dentro deles). 

Todos os segredos no livro, AS CRUZES DO CANGAÇO - OS FATOS E PERSONAGENS DE FLORESTA que será lançado dia 26 /05/2016 (feriado de Corpus Cristi ), na abertura do maior encontro de estudiosos, pesquisadores e escritores do tema cangaço, o Cariri Cangaço Floresta. Local: Câmara de Vereadores de Floresta. Horário: 19:30 hs. Você não pode faltar a esse grande evento de cultura. A participação é gratuita. Cariri Cangaço Floresta 2016 em maio: 26/27/28/29.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1683153455279320&set=a.1416729091921759.1073741825.100007540442582&type=3&theater

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NO COITO DE SABINO BASSETTI...

Por Geraldo Júnior

Ontem (04/02/2016) fiz uma viagem até a cidade de Salto que fica aqui no interior do estado de São Paulo para conhecer pessoalmente o amigo Escritor/Pesquisador José Sabino Bassetti.

Durante a minha estadia na referida cidade gravei um depoimento do célebre Escritor que será inserido em um Documentário que estou produzindo e cujo tema será A MORTE DE LAMPIÃO, o qual após finalizado será exibido aqui nas páginas O CANGAÇO, para que todos (as) tenham conhecimento sobre os fatos importantes que sucederam a morte de Lampião e deram início à derrocada do cangaço no Nordeste brasileiro.

Minha ideia é colher depoimentos de vários Escritores/Pesquisadores/Historiadores sobre o episódio e produzir documentários independentes para registrar todas as informações e detalhes sobre o ocorrido.

José Sabino Bassetti vai dar o pontapé inicial para darmos início a nossa série de entrevistas e espero em breve poder contar com depoimentos de outros grandes conhecedores da história cangaceira para registrar as mais variadas visões e opiniões sobre os acontecimentos de Angico.

Quero deixar aqui meus sinceros agradecimentos ao meu anfitrião (Sabino Bassetti), à sua esposa Dona Maria Aparecida e à Denise Bassetti filha do casal, pela acolhida no seio de sua família e pela excelente receptividade.

AGUARDEM!!!!!!!!

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior 
Grupo: O Cangaço

Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=541869849310249&set=gm.1156507481029035&type=3&theater

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C A N G A C E I R O S R E P R O D U T O R E S - QUAL DELES TEVE A MAIOR PROLE, SOMADOS TODOS OS FILHOS COM MULHERES DIFERENTES?


1º)  - O primeiro cangaceiro é o 'BALÃO', de nome de batismo Guilherme Alves e, parte dos seus 25 filhos.! Eita, reprodutor! - Fonte: Revista Realidade, 1973.


2º) O cangaceiro "V O L T A S E C A" - Antônio dos Santos, a exemplo de LABAREDA, também, deixou uma grande prole, conforme se vislumbra, na foto acima. Creio, que, ainda, deve existir muitos descendentes desse cangaceiro em Salvador - BA, e em Minas Gerais (local, onde o mesmo faleceu) que, sempre foram retraídos, e, nunca deram entrevistas. - Foto: Fonte "O mundo estranho dos cangaceiros" do mestre Estácio de Lima.


3º) - Ângelo Roque o cangaceiro "L A B A R E D A" deixou uma grande prole, conforme se vislumbra, na foto acima. Note que a filharada tinha uma idade tenra, enquanto o famoso cangaceiro já possuía uma idade um tanto avançada, na época.

Creio, que, ainda, deve existir muitos descendentes desse cangaceiro, em Salvador - BA, mas que, sempre foram retraídos, e nunca deram entrevistas.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=504660936402552&set=pcb.469197989955817&type=3&theater

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UM DOS SAPATEIROS DE LAMPIÃO!


O rei caolho do cangaço necessitava para suas longas caminhadas pelos carrascais e densa caatinga de um calçado que fosse resistente e, adaptável ás condições climáticas, AS ALPERCATAS. Para tanto tinha a sua disposição em determinadas regiões, SAPATEIROS que faziam esse ofício, e, eram pagos.

Na região do Pajeú pernambucano o Sr. JOÃO SEVERO, próximo à cidade de Floresta/ Distrito de Nazaré do Pico, fez muitas ALPERCATAS para LAMPIÃO e seus asseclas.

Na foto acima, vemos as alpercatas de LAMPIÃO, nº 40 que se encontram no Instituto Histórico e Geográfico de Maceió, e, que eram usadas por ele quando foi morto no Combate da Grota de Angico, na madrugada de 28 de julho de a938, no Estado de Sergipe.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=504784666390179&set=gm.469299359945680&type=3&theater

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