Por Sálvio
Siqueira
No ano de
1936, o capitão José Bezerra, comanda uma ‘tomada’ pacífica no Caldeirão do
Beato Lourenço.
Apesar de ‘pacífica’, o capitão José Bezerra, tido por ser um “(...) policial
arbitrário e cruel” (Otacílio Anselmo, escritor cearense, oficial da polícia e
contemporâneo do mesmo), ainda vemos no livro “(...)“O Padre Cícero – Mito e
Realidade” – diz ter presenciado uma surra aplicada por aquele policial em um
cabo da polícia dentro do quartel da capital(...)”. Fora o escritor, Nartan
Macedo, o definir como “(...) um dos maiores bandidos autoridades que se teve
notícias no Ceará. ”(lampiaoaceso.com), comete duas banalidades crucial para
fins futuros tenebrosos.
O capitão queima os seios de uma seguidora do Beato, afim que a mesma lhe diga
sobre o paradeiro do mesmo. Depois, o militar monta em Trancelim, cavalo do
Beato José Lourenço. Taca-lhe as esporas e desce-lhe o chicote, na presença dos
seguidores por muitas horas seguidas. Ao término do suplício de Trancelim, ele
é colocado em um local para descansar, porém, o sofrimento prolongado retira
suas forças e ele morre.
Havia duas ‘linhas’ seguidoras do Beato Lourenço. Aquela “teocrática e
pacifista” do próprio José Lourenço e, aquela que, “sob a liderança
político-militar de Severino Tavares, clamava-se pela vingança e a reconquista
do Caldeirão”. Já que, nesse ínterim, eles se encontravam ocupando a Mata dos Cavalos.
Em 1937, aparece no quartel da PM de Juazeiro do Norte - CE, um cidadão por
nome de Sebastião Marinho. O mesmo vem à procura do capitão José Bezerra. Este,
ao saber, vai de encontro ao civil e pergunta-lhe do que se trata. O sertanejo,
de mãos calejadas e pele queimada pelo sol causticante do semiárido, informa ao
comandante militar que “(...) informou que suas terras haviam sido invadidas
pelos fanáticos do Beato José Lourenço e que é conhecedor de um plano de
Severino Tavares de invadir e saquear a cidade do Crato(...)”.(blog Ct.).
Capitão José Bezerra
Às vezes, por mais experiente que seja uma pessoa, sua ânsia de ação, seu
desejo de ferir, matar, ser ou praticar crueldades, o faz perder o senso de
perigo. Foi o que aconteceu ao capitão José bezerra.
Então o comandante forma uma volante composta por:
1 - Capitão José Bezerra
2 - 1º Sargento Anacleto Gonçalves Bezerra
3 - 2º Sargento José Marcolino Brasileiro
4- 2º Sargento Marcelino
5 - 3º Sargento Jaime Olímpio Rocha
6 - Cabo Benigno Gomes
7- Soldado Raimundo Pereira
8 - Josafá Torquato Gonçalves
9 - Soldado José Dantas (Corneteiro)
10 - Soldado Eugênio Cesário da Silva
11 - Soldado Álvaro Gomes Bezerra”(blog Ct.)
Isso aos dez dias de maio do ano de 1937. Partem na carroceria de um caminhão
que a prefeitura cedeu ao comando. Ao passarem pela cidade do Crato – CE, o
capitão é alertado pelo “tenente João Lima, comandante do destacamento daquela
localidade, sobre o pequeno número de soldados”. Sendo a segunda pessoa a
dizer-lhe que seu contingente era pequeno, mas, tendo a mesma resposta do
capitão ‘- “São suficientes.”
Ao se aproximarem do local, o capitão manda parar o caminhão, dar ordem para
dois de seus comandados que o guarneçam e, com o restante dos homens, segue, a
pé para o propriedade informada...
De repente, uma mulher aparece, como que do nada, vinda de dentro da mata,
passa gritando e correndo. O capitão e seus homens, com receio que ela desse o
alarma, partem atrás dela que as pernas batiam na bunda...
De repente, quando a pequena tropa, comandada pelo capitão José Bezerra, se ver
cercada por muitos ‘fanáticos’ do Beato, armados de foice e toras de pau...
Em pouco tempo, comandante e comandados estão com seus corpos no solo árido,
quente e, naquele momento, regado por seus sangues...
Isso tudo por que, segundo os seguidores fanáticos do Beato José Lourenço,
tinham a convicção de que ele, “ ao morrer(...) subiria aos céus montado no
Trancelim(...)”.
Fonte: facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com