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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Feira de Cabeças

Por: Aurélio Buarque de Holanda(*)
A Carlos Domingos
As cabeças dos cangaceiros na escadaria da Igreja de Piranhas (AL). A cabeça de Lampião é a do centro, no primeiro degrau. Logo acima, a de Maria Bonita.

De latas de querosene mãos negras de um soldado retiram cabeças  humanas. O espetáculo é de arrepiar. Mas a multidão, inquieta, sôfrega, num delírio paredes-meias com a inconsciência, procura apenas alimento à curiosidade. O indivíduo se anula. Um desejo único, um único pensamento, impulsa o bando autômato. Não há lugar para a reflexão. Naquele meio deve de haver almas sensíveis, espíritos profundamente religiosos, que a ânsia de contemplar a cena macabra leva, entretanto, a esquecer que essas cabeças de gente repousam, deformadas e fétidas, nos degraus da calçada de uma igreja.

Cinco e meia da tarde. Baixa um crepúsculo temporão sobre Santana do Ipanema, e a lua crescente, acompanhada da primeira estrela, surge, como espectador das torrinhas, para testemunhar o episódio: a ruidosa agitação de massas que se comprimem, se espremem, quase se trituram, ofegando, suando, praguejando, para obter localidade cômica, próximo do palco.

Desenrola-se o drama. O trágico de confunde com o grotesco. Quase nos espanta que não haja palmas. Em todo caso, a satisfação da assistência traduz-se por alguns risos mal abafados e comentários algo picantes, em face do grotesco. O trágico, porém não arranca lágrimas. Os lenços são levados ao nariz: nenhum aos olhos. A multidão agita-se, freme, sofre, goza, delira. E as cabeças vão saindo, fétidas, deformadas, das latas de querosene - as urnas funerárias -, onde o álcool e o sal as conservam, e conservam mal. Saem suspensas pelos cabelos, que, de enormes, nem sempre permitem, ao primeiro relance, distinguir bem os sexos. Lampião, Maria Bonita, Enedina, Luiz Pedro, Quinta-Feira, Cajarana, Diferente, Caixa-de-Fósforo, Elétrico Mergulhão...

Adendo

O escritor Alcino Alves Costa no seu livro: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistério de Angico" cita os mortos na chacina de Angico, sendo: Lampião, Quinta-Feira, Maria Bonita, Luiz Pedro, Mergulhão, Alecrim, Enedina, Moeda, Elétrico, Colchete e Macela. Segundo vários escritores afirmam que a lista dos mortos na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota de Angico, no Estado de Sergipe, a mais correta é a do escritor Alcino Alves Costa.

- As cabeças!

- Quero ver as cabeças!

Há uma desnorteante espontaneidade nessas manifestações.

- As cabeças. Não falam de outra coisa. Nada mais interessa. As cabeças.

- Quem é Lampião?

Virgulino ocupa um degrau, ao lado de Maria Bonita. Sempre juntos, os dois.

- Aquela é que é Maria Bonita? Não vejo beleza...

O soldado exibe as cabeças, todas, apresenta-as ao público insaciável, por vezes uma em cada mão. Incrível expressão de indiferença nessa fisionomia parada. Os heróis de tantas sinistras façanhas agora desempenham, sem protesto, o papel de S. João Batista...

Sujeitos mais afastados reclamam:

- Suspende mais! Não estou vendo, não!

- Tire esse chapéu, meu senhor! - grita irritada uma mulher.

O homem atende.

- Agora, sim.

A pálpebra direita de Lampião é levantada, e o olho cego aparece, como elemento de prova.

Velhos conhecidos do cangaceiro fitam-lhe na cabeça olhos arregalados, num esforço de comprovação de quem quer ver para crer.

- É ele mesmo. Só acredito porque estou vendo.

Houve-se de vez em quando:

- Mataram Lampião... Parece mentira!

Virgulino Ferreira, o rei do cangaço, o "interventor do sertão", o chefe supremo dos fora-da-lei, o cabra invencível, de corpo fechado, conhecedor de orações fortes, vitorioso em tantos recontros, - Virgulino Ferreira, o Capitão Lampião, não pode morrer.

E irrompe de várias bocas:

- Parece Mentira!

No entanto é Lampião que se acha ali, ao lado de Maria Bonita, junto de companheiros seus, unidos todos, numa solidariedade que ultrapassou as fronteiras da vida. É Lampião, microcéfalo, barba rala, e semblante quase doce, que parece haver se transformado para uma reconciliação póstuma com as populações que vivo flagelara.

Fragmentos de ramos, caídos pelas estradas, durante a viagem, a caminhão, entre Piranhas e Santana do Ipanema, enfeitam melancolicamente os cabelos de alguns desses atores mudos. Modestas coroas mortuárias oferecidas pela natureza àqueles cuja existência decorreu quase toda em contato com os vegetais - escondendo-se nas moitas, varando caatingas, repousando à sombra dos juazeiros, matando a sede nos frutos rubros dos mandacarus.

Fotógrafos - profissionais e amadores - batem chapas, apressados, do povo, e dos pedaços humanos expostos na feira horrenda. Feira que , por sinal, começou ao terminar a outra, onde havia a carne-de-sol, o requeijão de três mil-reis o quilo, com o leite revendo, a boa manteiga de quatro mil reis, as pinhas doces, abrindo-se de maduras, a dois mil-reis o cento, e as alpercatas sertanejas, de vários tipos e vários preços.

Ao olho frio das codaques interessa menos a multidão viva do que os restos mortais em exposição. E, entre estes, os do casal Lampião e Maria Bonita são os mais insistentemente forçados. Sobretudo o primeiro.

O espetáculo é inédito: cumpre eternizá-lo, em flagrantes expressivos. Um dos repórteres posa espetacularmente para o retratista, segurando pelas l=melenas desgrenhadas  os restos de Lampião. Original. Um furo para "A Noite Ilustrada".

Lembro-me então do comentário que ouço desde as primeiras horas deste sábado festivo: - "Agora todo o mundo quer ver Lampião, quer tirar retrato dele, quer pegar na cabeça...Agora..."

Há, com efeito, indivíduos que desejam tocar, que quase cheiram a cabeça, como ansiosos de confirmação, por outros sentidos, da realidade oferecida pela vista.

Desce a noite, imperceptível. A afluência é cada vez maior. Pessoas do interior do município e de vários municípios próximos, de Alagoas e Pernambuco, esperavam desde sexta-feira esses momentos de vibração. Os dois hoteis da cidade, literalmente entupidos  Cheias as residências particulares - do juiz de direito, do prefeito, do promotor, de amigos dessas autoridades. Para muitos, o meio da rua.

Entre a massa rumorosa e densa não consigo descobrir uma só fisionomia que se contraia de horror, boca donde saía uma expressão, ainda que vaga, de espanto. Nada. Mocinhas franzinas, romanescas, acostumadas talvez a ensopar lenços com as desgraças dos romances cor-de-rosas, assistem à cena com uma calma de cirurgião calejado no ofício. Crianças erguidas nos braços maternos espicham o pescoço  buscando romper a onda de cabeças vivas e deliciar os olhos castos na contemplação das cabeças mortas. E as mães apontam:

- É ali, meu filho. Está vendo?

Alguns trocam impressões;

- Eu pensava que ficasse nervoso. Mas é tolice. Não tem que ver uma porção de máscaras.

- É isso mesmo.

Os últimos foguetes estrugem nos ares. Há discursos. Falam militares, inclusive o chefe da tropa vitoriosa em Angico. Evoca-se a dura vida das caatingas, em rápidas e rudes pinceladas. O deserto. As noites ermas, escuras, que os soldados às vezes iluminam e povoam com as histórias de amor por eles sonhadas - apenas sonhadas... Os passos cautelosos, mal seguros sobre os garranchos, para evitar denunciadores estalidos, quando há perigo iminente. Marchas batidas sob o sol de estio, em meio da caatinga enfezada e resseca, e da outra vegetação, mais escassa, que não raro brota da pedra e forma ilhotas verdes no pardo reinante: o mandacaru, a coroa-de-frade, a macambira, a palma, o rabo-de-bugio, facheiro, com o seu estranho feitio de candelabro. A contínua expectativa de ataque tirando o sono, aguçando os sentidos.

O sino toca a ave-maria. Dilui-se-lhe a voz no sussurro espesso da multidão curiosa, nos acentos fortes do orador, que, terminando, refere a vitória contra Lampião, irrecusavelmente comprovada pelas cabeças ali expostas.

Os braços da cruz da igrejinha recortam-se, negros, na claridade tíbia do luar; e na aragem que difunde as últimas vibrações morrediças do sino vem um cheiro mais ativo da decomposição dos restos humanos.

Todos vivem agora, como desde o começo do dia, para o prazer do espetáculo. As cabeças!

A noite fecha-se. Em horas assim, seriam menos ferozes os pensamentos de Lampião. O seu olhar se voltaria enternecido para Maria Bonita. 

Que será feito dos corpos dissociados dessas cabeças? O rosto de Maria Bonita, esbranquiçado a trechos por lhe haver caído a epiderme, está sinistro.

Onde andará o corpo da amada de Lampião? A cara arrepiadora, que mal entrevejo à luz pobre do crescente, não me responde nada.

E Lampião? Sereno, grave, trágico. O olho cego, velado pela pálpebra, fita-me. (1938).

(*) Autor do mais importante dicionário da língua portuguesa publicado no Brasil neste século. Texto do livro esgotado "O chapéu de meu pai, editora Brasília, 1974.

Fonte:

Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Aquela Sanfona Branca...

Contribuição: Compadre Lemos

Lá vou eu, com mais uma...

Contam que, um dia, Luiz Gonzaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro. Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela! No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época. Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:

- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?

- Seu Luiz - disse o jovem - eu queria carregar sua sanfona, até o carro. Posso?

- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.

- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?

- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?

E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.

- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?

- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!

- Iscuta... como é o seu nome? Perguntou Luiz, curioso.

- Benito! - disse o rapaz.

- Benito de que? Tu nuns tem sobrenome não, peste?

- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!...

Benito di Paula

Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando:

" Aquela sanfona branca,
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro ".

Contribuição: Compadre Lemos

http://www.luizluagonzaga.mus.br
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Extra - Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE, O GRANDE


Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:


1 -) Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

2 -) Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e

3 -) Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:

1 -) Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2 -) Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3 -) Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.




PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO PARAYBA


Sousa e Nazarezinho

Sousa – PB
15 de junho de 2013 - Sábado
Local: Centro Cultural Banco do Nordeste
14:00h – Cerimônia de Abertura


14:20h - Mesa Redonda

Tema: Homem, terra, religiosidade, sertão e cangaço:
A construção histórica da figura do cangaceiro.
Coordenador da Mesa: César Nóbrega – Sousa/PB
Debatedores:
Lemuel Rodrigues – Mossoró/RN
Múcio Procópio – Natal/RN
Honório de Medeiros – Natal/RN


16:00h - Exibição do documentário:
“A violência oficializada no tempo do cangaço”
(Produção da Laser Filmes)
Debatedores: Aderbal Nogueira – Fortaleza/CE
Juliana Ischiara – Quixadá/CE
  

19:00h – Mesa Redonda
Tema: O cangaço na Parahyba
Coordenador da Mesa: Manoel Severo – Fortaleza/CE
Debatedores: Ângelo Osmiro – Fortaleza/CE
Bismark Martins – Campina Grande/PB
Wescley Rodrigues – Cajazeiras/PB

  
Nazarezinho - PB
16 de junho de 2013 - Domingo.
07:30h – Visita Técnica
A casa do Jacu e a casa de seu Abdias Pereira
08:30h – Cerimônia de Abertura 
Local: Centro Social

09:00h – Exibição do documentário:
“Na cabeça do povo” 
Produção: Helena Maria Pereira


09:30h – Mesa de Debate

Tema: O cangaço como caracterizador da cultura sertaneja e a importância da cultura material como elemento formador da 
identidade de um povo.
-A memória do cangaceiro Chico Pereira

Debatedores: João de Sousa Lima – Paulo Afonso/BA
Paulo Gastão – Mossoró/RN

Exposição do Cangaço

...E em setembro: 
Cariri Cangaço 2013
Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha 
Barro, Aurora e Porteiras

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E o tal do Calibre 28? Ele existe, porém...


A revista Aventuras na História na edição de Maio teve enorme procura por parte dos cangaceirólogos. Mas seu conteúdo causou descontento aos estudiosos. O autor cometeu alguns erros cronológicos e outros menos relevantes como os de grafia.

No intuito de barrar a disseminação destas informações (revista tem aceitação acadêmica, já um mero blog não tem) João de Sousa Lima elegeu e publicou em seu blog um artigo apontando vários tópicos.


Ivanildo Alves Silveira, João de Sousa Lima e Rubinho Lima

Um em especial nos chamou a atenção, o que citava o calibre "28" que segundo o autor era utilizado pelas cangaceiras. Certamente muitos confrades nunca sequer ouviram falar deste. Na dúvida dei uma pesquisada e descobri sua existência através do site Belga Little Gun Clique Aqui

Antes de publicar nosso parecer consultei o estimado amigo e especialista em armas de fogo Fábio Carvalho Costa que nos diz o seguinte:

Caro Compadre Kiko, sobre a reportagem da revista Aventuras na História que causou esta celeuma toda, creio que deve ter sido um mero erro de revisão, pois o autor cita 32 e 28, certamente queria dizer 32 e 38.

Quanto a ter existido um calibre 28, sim certamente existiu. Pois em termos de calibres para armas curtas, já existiram praticamente todos os diâmetros imagináveis: dos inacreditáveis 2,7 mm de uma minúscula pistola de bolso de colete, até os enormes cartuchos de revólveres e pistolas, com calibres que alcançavam quase meia polegada (12,7mm).

Aliás, o primeiro revólver de sucesso comercial (e mecânico)  o Colt Paterson de 1836, tinha uma versão inicial de 5 tiros e... Calibre 0,28 (por volta de 7,12 mm), seguido depois por versões em calibres  0.31 e 0.34. Porém este Colt de 1836 era uma arma de percussão, ou seja, um revolver  que primitivamente (como a maioria da mesma época) era carregado com balas e espoletas em separado (como se fosse uma garrucha de socar), só que usava um tambor de 05 tiros! Uma alavanca, geralmente situada embaixo do cano, era encarregada de ajustar a carga/bucha/projétil dentro das câmaras.

Raro exemplar de revólver americano de percussão, Patente James Warner de 1851. 
(Fonte http://www.littlegun.info/arme%20americaine/a%20a%20images%20armes%20americaine%20gb.htm)

Assim foram os revólveres até a chegada do cartucho de metal (o cartucho de Lefaucheaux um dos primeiros)! Este tipo de arma - revólver de percussão- teve pouquíssimo uso aqui no Brasil (importamos mais armas da Europa, onde se adotou cedo o cartucho de metal). Era mais comum nos EUA, onde foram muito usados na guerra civil norte-americana (1861 a 1865), e depois marcharam na cintura dos pioneiros e cowboys para fazer a conquista do oeste selvagem. Mesmo com a popularização do cartucho de metal (que ficou mais comum nos Estados Unidos com a importação de milhares de revólveres Europeus tipo Lefaucheaux pra uso do Sul Confederado), sendo alguns dos mais famosos e clássicos revólveres americanos calibrados para cartuchos metálicos,  lançados na década de 1870 (como o Colt Peacemaker, SW nº 3, Remington 1875, etc.).

Os exemplares originais de percussão, ainda foram usados por alguns anos, sendo muitos deles convertidos para os cartuchos modernos de metal, através de “kits” econômicos. Pessoalmente não creio que estas armas, tampouco modelos em cal. 28 devem ter sido usados por cangaceiros (Aliás, quem usaria uma arma de “socar“ em 1920? Tendo pistolas semiautomáticas Parabelllum e FN, e fuzis Mauser nas mãos).

Quanto a armas que usaram cartuchos metálicos ao redor do diâmetro .28 (medida neste caso expressa à inglesa em  centésimos de polegadas, equivalendo à europeia ao redor de 7,12 mm, assim destas duas maneiras geralmente se expressam os nomes e medidas de cartuchos), houveram uma meia dúzia de modelos nos fins do sec. XIX e inicio do XX (alguns pouco conhecidos do grande público). Muitas destas eram munições experimentais como as .28 BSA, e a .28 Browning, que não chegaram a linha de produção.

Estas munições 7mm/.28 via de regra, não obtiveram sucesso comercial sendo esquecidas, eclipsadas por outras mais efetivas, geralmente de maior calibre (embora muitos fuzis tivessem esta medida de calibre, sendo usados alguns até hoje como as .280 Remington, .284 Winchester etc., mas isto já é outra história).

Abraços.
Fábio
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