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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Tem Maria e Lampião Na edição de Maio da revista - Aventuras na História


 Soprou-me o confrade Renato Araujo!

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br

Vale a pena ver de novo - Um tiquinho assim, formam um enorme e excelente conteúdo

Por: José Mendes Pereira

O que um pesquisador procura nas fontes para fazer registros nos seus livros, artigos, acervos ou até mesmo nas suas estantes, causa admiração a quem não entende nada sobre pesquisa.

Antonio Amaury e João de Sousa Lima

O escritor João de Sousa Lima teve a curiosidade de descobrir  quem seria a mulher que aparece na página do jornal que Lampião segura,


enquanto fazia pose para ser fotografado pelo libanês Benjamim Abraão.


Eu querendo imitar o escritor João de Sousa Lima, não por inveja, mas por admiração pela curiosidade (pois jamais eu imaginaria que um pesquisador se preocuparia com esse detalhe), aumentei a foto abaixo para saber o que está escrito abaixo da modelo.


Leia o conteúdo  

"A moda praiana, naturalmente conduzida ao máximo de simplicidade, não exclue no entanto, as diaphaneidades (diapaneidades) da fantasia. Ao lado de modelos singelos, destinados apenas a condimentar a graça e a belleza (beleza) das carnaduras, os desenhistas traçam outros de mais viva finura intencional, nos quaes (quais) a originalidade se veste de puros assomos de poesia. Desse último teôr (teor), é o lindo modelo que se aprecia na gravura, no qual um véo (véu) de malhas finas suggere (sugere) no ambiente das praias as idéas (ideias) acasaladas da sereia que fascina e da rêde (rede) que a prende..."

E logo surgiram outros historiadores com as suas informações e comentários.

Ivanildo Silveira, Rostand Medeiros, João de Sousa Lima, Lívio Ferraz,  Kyko Monteiro e Paulo Gastão.

Rostand Medeiros disse:

Anna Evers, a modelo fotografada na capa de “A Noite Ilustrada”, na verdade era a atriz Ann Evers, que atuou em Hollywood entre as décadas de 1930 e 40, sendo contratada pelos Estúdios Paramount.


Entre seus trabalhos cinematográficos se destacam Marie Antoinette (1938), If I Were King (1938), The Mad Miss Manton (1938), Gunga Din (1939, onde contracenou com: Cary Grant), Casanova Brown (1944, onde contracenou com Gary Cooper). 

Ann Evers nasceu no dia 6 de Setembro de 1915, em Scranton, Pennsylvania e faleceu aos 71 anos de idade, no dia 4 de Junho de 1987.


Já a “Noite Ilustrada” era uma revista de variedades. Ironicamente um exemplar de “A Noite Ilustrada” estamparia a famosa foto da derrocada de Lampião e seu bando, aquela onde aparecem as cabeças.


Esta revista tinha grande importância na imprensa brasileira da época, conforme podemos ver na capa que mostra o retorno dos combatentes da FEB – Força Expedicionária Brasileira dos campos de batalha da Itália, em 1945.

O Aderbal Nogueira disse o seguinte:

Luitgarde Barros entre Padre Roserlandio e Aderbal Nogueira

Muito interessante, João. A atriz nunca imaginou que cairia nas mãos de um dos bandidos mais procurados do mundo. Que Billy the Kid que nada, Jesse James nem nem, esse bandido foi tupiniquim mesmo, mas que deixou seus iguais americanos no chinelo em todos os sentidos, até mesmo em ter uma famosa atriz nas mãos. Ele foi Lampião.

Juliana Pereira Ischiara não falou direta ao artigo de João de Sousa Lima, mas o que ela escreveu abaixo, se encaixa muito bem.

Juliana Pereira Ischiara, Capitão Bonessi e Manoel Severo

Caro Mendes, excelente postagem. Para quem pesquisa o fenômeno cangaço, se faz necessário saber ao menos um pouco mais acerca das individualidades de seus personagens.

Parabéns!

Saudações cangaceiras

Juliana Pereira Ischiara

Publicado no dia 13 de Agosto de 2011

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/08/um-tiquinho-assim-formam-um-enorme-e.html

Fugindo um pouco do nosso tema - Comércio enganador


Muitas vezes a gente é bem recebido nas lojas comerciais, mas nem todas usam a seriedade com o cliente.

Acompanhando um amigo que fazia compras em uma das lojas de Mossoró, vi o quanto o freguês é explorado por lojas que não têm o mínimo respeito com o cliente.

Enquanto meu amigo fazia suas compras, observei um diálogo interessante, quando um senhor de idade escolhia calças e camisas para comprá-las. 

Antes de confirmar o preço, de repente apareceu um senhor (não sei se era vendedor ou gerente da mesma), dizendo para vendedora:

- Fulana, use o código “BPL” que é melhor para o seu cliente.

- É verdade! Eu nem me lembrava do código que protege os nossos clientes. Disse ela sorrindo.

Em seguida ele rabiscou uma folha com este código. E neste momento chegou um senhor o chamando. Ele saiu às pressas, deixando sobre o balcão o papel rascunhado, talvez por esquecimento.

Sem o mínimo interesse de ver o que ele havia escrito, aproximei-me do balcão. E lá no papel estava escrito 

“BPL” – "Bote Pra Lascar”.

Lógico que as peças vendidas com valores além do normal não serão para o vendedor, mas ele terá aumento de comissão.


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Comunicado aos colaboradores


Senhores colaboradores deste blog:

Acreditamos que na página de e-mails existem artigos enviados pelos senhores, mas nós não estamos conseguindo abri-la.

Esperamos que os colaboradores entendam o nosso interesse para este fim.

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A Questão de 8 Parte I

Por: José Cícero

Uma promessa: Ou o milagre de uma reza forte..

Meados de 1908. Aurora começava a vivenciar uma das fases mais negras e tenebrosas da sua história. Ano funesto que marcaria profundamente a memória de todos quantos sentiram na própria pele aqueles acontecimentos marcados pelo absurdo, brutalidade e ignorância. Invasão e saque. Apenas isso? Não. Fatos vergonhosos e lamentáveis que como feridas incuráveis até hoje, mesmo depois 103 anos, ainda repercutem aqui acolá como uma enorme cicatriz aberta de uma história ainda não completamente bem contada. O próprio passado como que querendo a todo custo (ainda que tardio) acertar suas contas com o presente.

Ocorrências que, malgrado todo o peso da sua importância até hoje não foram devidamente escritas com a pena lúcida e coerente da verdade. Constituindo desse modo, um grande desafio aos estudiosos e historiadores devidamente comprometidos com a real veracidades dos fatos. Dentre tantos os acontecimentos ainda não efetivamente descritos na história de Aurora, um em especial, me fora narrado pelo senhor Vicente Jerônimo da Silva. Ex-tabelião do não menos antigo e pioneiro cartório Quezado.

Com base neste fidedigno relato, resolvi concatenar tais informações numa pequena narrativa que ora se segue enfeixada no bojo da série: ‘História que ouvi contar’ em cujo mesmo se incluem como desdobramentos: o fogo do Taveira, a discutível demarcação das minas do Coxá, além da célebre invasão por jagunços que ficara conhecida como ‘a questão de oito’. Tudo isso na ânsia de fazer com que estes fragmentos históricos não venham a ser definitivamente esquecidos pelas gerações, do presente e do futuro e, tampouco perdidos nas brumas do tempo como tem sido comum diante de uma história escrita, quase sempre, segundo ótica dos poderosos e dos vencedores. Em última instância, uma iniciativa de puro resgate e preservação da verdadeira história do povo aurorense e, em especial, a dos oprimidos.

José Cícero

1908 - O Começo de tudo...

1908 – Um ano quase cabalar de uma década que poderíamos muito bem chamá-la de perdida. Principalmente para os que a viveram a ferro e fogo. E a duras penas, conseguiram sobreviver a tudo o que ela teve de mais trágico e inusitado. Um tempo que duraria uma verdadeira eternidade por conta dos crimes e outras atrocidades que se abateram como uma praga terrível que se abateu sobre uma gente humilde e ordeiraacostumando demais à lida penosa de uma vida inteira dedicada à agricultura de subsistência, o comércio agropastoril, assim como a produção dos engenhos de rapadura e aguardente. Em especial, a produção de milho, algodão, oiticica, farinha de mandióca e o criatório.

No meio de tudo isso as disputas políticas das mais raivosas, que para não fugir à regra regionalista no mais das vezes, eram decididas na base da bala. Monopolizadas que eram(quase sempre) por duas ou três ramificações familiares que se alternavam no poder conforme a força que conseguiam concentrar(a cada instante) e assim, fortaleciam seu poder de barganha junto às hostes políticas da região e da capital. Eis aqui, em rápidas pinceladas, o cenário objetivo do que era ou do que foi aquela Aurora antiga e provinciana, escondida do mundo num entreposto naturalmente fincado na porta do Cariri a meio caminho do Juazeiro e Crato e do Icó a Fortaleza. Auge da velha estrada dos almocreves margeando o então caudaloso rio Salgado que por quase dois séculos serviu à ligação do interior com o litoral (Fortaleza, Aracati e Mossoró). Fazendo assim de Aurora, como dissera certa feita o velho Serra Azul: “oásis, rancho e tenda” para os tropeiros viajantes nas suas andanças intermináveis. Verdadeiro caminho da própria colonização do Cariri adentro.

Aurora mais do que qualquer outra cidade da região sofreu em demasia diante da pilhagem e da truculência que sofreu, maldades promovidas muitas vezes pelos que tinham justamente o mister e a obrigação de defendê-la. Era uma vila das mais prósperas de toda a região. Pagou-se assim, o mais alto preço naquela guerra de facínoras contra os humildes e miseráveis – os filhos da pobreza. Razão pela qual completara o poeta do riacho do Pau Branco de que a história de Aurora era de fato, “trágica e tremenda”. E quanto à questão de oito não foi lá muito diferente. Neste episódio em particular, alguns ricos da época também tiveram que arcar com seu quinhão de sacrifício. Foram roubados e humilhados. E caso não fugissem teriam decerto, que pagar com a própria vida... O próprio vate salgadiano tivera que forçosamente se abrigar em Quixadá e de lá derivou definitivamente para Fortaleza.


Uma saga histórica onde se misturaram bandidos, vassalos, heróis e inocentes. O futuro nunca foi tão inacreditável para um povo, como naquele fatídico ano de 8. Uma gente que mesmo em meio as agruras e o sofrimento, devotou a sua própria vida em nome de uma causa nobre: a única que lhe parecia possível – a sobrevivência. Momento difícil de injustiças, crimes deploráveis, superação e heroísmo dos que por sorte, conseguiram sobreviver para contar ao futuro o que de fato aconteceu naqueles tempos tenebrosos de infâmia sem tamanho.

Mas vamos ao que me descreveu o velho Jerônimo – um exímio contador de causos, cuja memória é quase uma enciclopédia de tão lúcida, rica e fértil. Suas histórias e estórias são tão bem contadas, ao ponto de nos dar a nítida e fantástica sensação de estarmos dentro delas. Vivenciando-as assim nos seus mínimos detalhes. Verdadeira viagem ao passado. Um longo mergulho no túnel do tempo. O tal contador de causos fantásticos empreende tanta ênfase as suas narrativas que às vezes imaginamos ser ele, o próprio protagonista de cada fato e historieta narradas sob o mais autêntico dos entusiasmos – a emoção. Um grande serviço que, sem sombra de dúvidas, se presta como verdade a nossa própria história. Este seria, por assim dizer, o maior e mais duradouro de todos os seus créditos como memorialista: a verdade.

Aurora no tempo do Império do Bacamarte

Como se deu toda a história: Uma viagem...

Uma antemanhã de sábado. De um tempo distante e remoto lá pras bandas de 1908. Começo do mês de dezembro. Aurora ainda era uma vila. Um calmo lugarejo marcado pela tranquilidade de uma paz bucólica quase cinematográfica e que tinha tudo para ser duradoura. Um povoado esmaecido no âmbar dos dias calmos e morosos com suas horas mortas. Tal como se a própria vida durasse uma eternidade...

Uma época em que a pressa de viver não fazia nenhum sentido prático, notadamente para todos os que experimentavam tranquilamente a lida cotidiana daquele rincão estendido no oco do mundo, quase como um autêntico lenitivo. Uma madrugada diferente. Era muito cedo e fazia frio. O sol ainda não apontara no horizonte por sobre a serra da Várzea Grande. A sensação era do mais completo vazio expresso num quadro imenso do silêncio. Plena escuridão e quietude. O próprio mundo às escuras, parecia no mais completo vazio absoluto.

A barra do nascente ainda estava escura e um frio intenso parecia cobrir os ares daquela Aurora antiga e paroquial. Pouquíssimas casas, na sua maioria esparsa na primitiva geografia daquela vila, um tanto desajeitada, com destaque apenas para o quadro da matriz onde moravam os mais abastados. Os chamados coronéis, ricos e os remediados da época. Do outro lado, pras bandas do mercado as casas de comércio mais destacadas do major Sebastião Alves Pereira e do coronel Paulo Gonçalves Ferreira.

E naquela madrugada preguiçosa, belas lamparinas iluminavam o velho sobrado construído nos idos de 1800 pelo coronel Xavier então residência dos Gonçalves. Era de cara, a mais imponente das poucas residências daquele tempo. E, que por sinal ainda se encontra de pé até hoje. O silêncio das poucas ruas de chão batido aos poucos começava a ser rompido pelo som que vinha de longe – cantos de galos (muitos galos) em verdadeiro couro enchiam a madrugada de sonoridade, assim como o coaxar de sapos, bem como o tradicional barulho de cambiteiros, a iniciar a lida do eito dos engenhos de cana que rodeavam o quadrilátero daquela vilazinha bucólica prostrada à margem do Salgado. O rio buscando com suas águas, também fazer sua viagem infinita sempre nos rumos do Jaguaribe.

O sol parecia naquele princípio de dia não estar com pressa para nascer e iluminar o mundo. Pura preguiça em tudo. As águas límpidas e claras do rio Salgado corriam em disparadas para o Icó em sua absoluta sofreguidão, arrebatando moitas e ribanceiras em todo o seu trajeto. Vinham rompendo tudo a sua frente desde as cabeceiras da nascente situada longe no sopé da serra da Batateira. Mas o espelho d’água, assim como as pessoas, pouco mais de mil almas(na época), não ais que isso também aguardavam os primeiros raios do sol matutino daquela Aurora distante e sonolenta de uma estranha madrugada de sábado.

Na rua grande e no quadro, ambos de chão batido adornados por grandes moitas de capim de burro onde ficavam os casarões dos coronéis, uma comitiva familiar se preparava para uma viagem. Era o clã dos Quezados e dos Gonçalves – duas das mais importantes e influentes cepas familiares de Aurora, assim como de todo o Cariri Oriental, e que naquela madrugada viajaria até o povoado de Joaseiro. Quem sabe, buscando a proteção segura do padre Cícero Romão Batista. Uma tentativa de se evitar aquele projeto de assalto e insídia a pequena urbe, talvez. Um presságio? Quem sabe? Antes do pior deixariam a cidade em favor da própria segurança familiar.

Continua...

José Cícero - Poeta, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com.br



Antonio de Chiquinha e o cangaceiro Zé Baiano

Por: Vivianne Paixão

No ano de 1934, Lampião apareceu em Alagadiço pela última vez, deixando essa região sob o comando do grupo de Zé Baiano. Filho natural de Chorrochó, ele passou a aterrorizar os moradores daquele local. Coube a esse destemido cangaceiro a posse das terras compreendidas entre os municípios de Frei Paulo, Ribeirópolis, Pinhão e Carira, em Sergipe, e ainda Paripiranga, na Bahia.

 O cangaceiro Zé Baiano - Acervo de Luiz Antonio Barreto

O “Pantera Negra dos Sertões” era um negro, alto, forte, nariz achatado, queixo comprido, cabelos ruins e maltratados, que usava óculos e tinha uma voz grossa. Após ter ficado sabendo da traição amorosa da sua companheira, a qual ele assassinou a pauladas, passou a marcar mulheres indefesas com um ferrão de iniciais “J.B.”, como se fossem gados. Requinte de perversidade.

Com fama de impiedoso, o famigerado “ferrador de mulheres” era tido como um dos mais ricos do bando – formado por Demudado, Chico Peste e Acelino. Durante anos cometeu atrocidades, saqueou e impôs a sua própria lei em Frei Paulo e municípios vizinhos. A polícia não descansava procurando os temíveis bandidos que se escondiam em casas de fazendeiros. Estes, se não contassem à polícia, eram chamados de coiteiros, e se falassem eram apelidados de dedo duro na boca do cangaceiro.


A mata era o maior refúgio desses facínoras. No corpo de uma árvore – viva até hoje – eles silenciavam suas armas e na chamada “Toca da Onça”, na Fazenda Caipora, evitavam o ataque de inimigos com troca de tiros, já que de lá de cima tinham uma visão panorâmica e privilegiada de toda a região.

Certa vez, o inesperado para Zé Baiano aconteceu. Por ser coiteiro do seu bando, o comerciante Antônio de Chiquinho, cansado das perseguições da polícia – chegou até a ser preso – e da desconfiança dos cangaceiros, tramou um plano para eliminar o grupo do impiedoso “ferrador”. E foi numa entrega de alimentos, solicitada pelo Baiano, que o comerciante convidou os conterrâneos:


Pedro Sebastião de Oliveira (Pedro Guedes), Pedro Francisco (Pedro de Nica), Antônio de Souza Passos (Toinho), José Francisco Pereira (Dedé) e José Francisco de Souza (Biridin) para, juntos, darem fim ao bando. No dia 7 de julho de 1936, os seis amigos conseguiram dar cabo aos quatro temíveis bandoleiros na Lagoa Nova (localidade de Alagadiço). Os conterrâneos mantiveram o feito em sigilo durante cerca de 15 dias, temendo a represália de Lampião contra o povoado.

Antônio de Chiquinho, certo de que Lampião voltaria a Alagadiço para se vingar da morte do seu amigo, preveniu-se do embate e perfurou as paredes da sua casa – hoje uma creche comunitária –, tendo assim melhor visão da rua para atirar quando ele aparecesse. Porém, para a sua sorte, Virgulino Ferreira resolveu deixar pra lá o acerto de contas graças a Maria Bonita, que o alertou sobre a presença de um canhão no povoado, onde cabia um menino dentro acocorado – um minicanhão que, inclusive, está guardado no acervo do historiador Antônio Porfírio.

Ações de Porfírio

O autor do livro “Lampião e Zé Baiano no povoado Alagadiço” cresceu ouvindo as histórias que eram contadas pelos mais velhos e, muito curioso, mergulhou fundo em cada narração. Diante de tanta riqueza cultural, resolveu organizar todas as informações em um livro. “Eu não podia deixar morrer a nossa cultura. Foram seis civis filhos de Alagadiço que conseguiram acabar com quatro bandidos de Lampião, e isso é que é importante destacar”, comenta Porfírio.

A produção independente de “Lampião e Zé Baiano no povoado Alagadiço” foi vendida por completo. “Para minha surpresa o meu livro esgotou as vendas. Foram mais de dois mil exemplares”, relata o pesquisador que, além da publicação, construiu um museu dentro do seu próprio sítio. “Essa também foi outra grande surpresa, porque eu não esperava que viesse tanta gente visitar. Vêm pessoas de outros estados, curiosas para saber da história. Isso é gratificante”, diz Porfírio.

O escritor adquiriu os materiais do museu dentro do próprio povoado, dos lugares onde os cangaceiros se escondiam ou dos próprios moradores. Algumas peças foram compradas fora de Sergipe. “Muitos punhais, armas e indumentárias dos cangaceiros eu encontrei aqui, dentro do tronco de uma árvore e na Lagoa Nova.


Também tenho no acervo o minicanhão que salvou Alagadiço de ser exterminado por Lampião, e três cartas escritas por Dadá, mulher de Corisco, ao compadre Joãozinho de Donana, que criou a filha deles por dois anos na cidade de Pinhão”, relata.

Na Lagoa Nova, onde Zé Baiano e os seus capangas tombaram, Porfírio construiu O Memorial do Cangaço de Alagadiço, também com recursos próprios. “O dono da fazenda me cedeu o espaço e eu contratei os pedreiros para construir. É uma construção bem simples. Na verdade o que deveria ser construído mesmo era um grande e bonito mausoléu”, lamenta o historiador.

Porfírio também construiu no seu sítio uma biblioteca. “Um lugar onde o povo daqui, principalmente os adolescentes, possa ler mais sobre a história do seu povoado. Ainda não estou com o acervo completo, tenho apenas dois mil livros, sendo a maioria especializada em literatura sergipana. Se engana quem acha que a comunidade pobre não gosta de coisa boa. A minha biblioteca, graças a Deus, é muito frequentada pelos moradores”, garante.

Segundo o pesquisador, todas essas suas iniciativas foram pautadas com o intuito de resgatar a cultura e a cidadania dos seus conterrâneos. “O povoado aqui não tem atrativo nenhum e essas coisas servem como divertimento para eles. Uma história bonita como essa de Alagadiço tem que ser trabalhada”, diz Porfírio, que pretende, em breve, colocar um circo também dentro do seu sítio. “É para eles terem oficina de teatro. Vou aplicar o método Paulo Freire, com a pedagogia do oprimido”, explica.

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DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL


Ilustração: JÔ OLIVEIRA

O dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional da literatura infantil, em homenagem à Monteiro Lobato. “Um país se faz com homens e com livros”. Essa frase criada por ele demonstra a valorização que o mesmo dava à leitura e sua forte influência no mundo literário.

VEJA O TEXTO INTEGRAL AQUI:
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Festival RIOMAR de Literatura Pernambucana


FESTIVAL   RioMar 
DE LITERATURA PERNAMBUCANA

Promovido pela Rede de Integração das Academias de Letras do Nordeste e União Brasileira de Escritores

Dia  04/06/2013

14:00  horas
REDE INTEGRADA DAS ACADEMIAS DE LETRAS DO NORDESTE
Manuel Neto (Olinda), Carlos  Severiano Cavalcanti, Cláudio Pina, Presidente da SOBRAMES,  Paulo Camelo, Luiz Barreto ( Presidirá o próximo Congresso Nacional da SOBRAMES, em Pernambuco), Melquiades Montenegro, Tereza Magalhães, Lucilo Varejão Neto, João Marques, Giovanni Sá, Fátima Quintas.
(Os Presidentes das Academias de Letras  do Nordeste)

16:00  horas
O CANGAÇO SEMPRE VIVO NO
IMAGINÁRIO DO NORDESTE
Frederico Pernambucano de Mello - Palestra
Apresentação  -  Carlos Newton Junior
Debatedores
Geraldo Ferraz – Tarcísio Rodrigues

17:30 horas
O FANTÁSTICO NA LITERATURA PERNAMBUCANA
Mesa Redonda     -    Mediação  -  André de Sena
Debatedores. – Roberto Beltrão  - Haroldo Xavier -  Mirella Izidro

19:00  horas
O CONTO EM  PERNAMBUCO
Mediação  -  Francisco Mesquita
Debatedores -  Amaury Medeiros, Jacinto Santos e Felipe Aguiar
Autores estudados
Milton Lins
Everaldo Moreira Véras
Perseu Lemos
Gilvan Lemos

20:30 horas
HISTÓRIA  e   LITERATURA  PERNAMBUCANA
Mediação   -  Antônio  Correa,
Debatedores  - Waldenio Porto, Alexandre Santos, Jacques Ribemboim
Autores e livros estudados
Waldenio Porto  - Olinda Abrasada
Alexandre Santos – Maldição e Fé
Jacques Ribemboim  -  Olinda Judaica
José Antônio Gonsalves de Mello  -  No Tempo dos Flamengos

Dia  05/06/2013

16:00
QUARTA ÀS QUATRO
Pocket Show: LepêCorreia e o Kandela Etu
17:30  horas
POESIA PERFORMÁTICA
Coordenação: Bernadete Bruto e Taciana Valença
Apresentações  de performances poéticas
18h30 - Palestra: O LIVRO DO FUTURO
Palestrante: Antônio Campos
Apresentação: Alexandre Furtado
19:30   horas
O ROMANCE PERNAMBUCANO
Mesa Redonda -  Coordenador  -  Adilson Jardim
Debatedores  -  Raimundo Carrero –  Zuleide Duarte – Juan Pablo Martin – Valdenides Cabral Dias – Sidney  Rocha, Cícero Belmar

Dia  06/06/2013

16:00  horas
A IMPORTÂNCIA DO CORDEL NA LITERATURA PERNAMBUCANA
Palestrante  -  Meca Moreno
Debatedores: Maria Alice Amorim, Luiz Berto
Apresentação performática: Allan Sales,

17:30   horas
CULTURA JUDAICO-PERNAMBUCANA
Palestrante  -  Jacques Ribemboim
Debatedores - Tânia  Kauffmann  -  Germano Haiut
19:30  horas

AULA MAGNA    - Marcus  Accioly
Apresentação  -  Neilton  Limeira
20:30  horas
Mesa Redonda

POESIA  PERNAMBUCANA -  Coordenação - Neilton Limeira
Debatedores  -
Dirceu Rabelo -  Wellington de Mello  -  Amaro  Poeta
Autores e livros estudados
Dirceu Rabelo
Edmir Domingues
Valdemar  Lopes

Festival RioMar de Literatura Pernambucana

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