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sábado, 23 de janeiro de 2016

PEDRO MOTTA POPOFF RECEBE LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" DO PESQUISADOR DE SERRINHA-BAHIA ANTONIO JOSÉ DE OLIVEIRA


Amigo José Mendes Pereira, com muita emoção que recebemos um lindo presente, o livro "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" escrito por 

Os escritores José Bezerra Lima Irmão e João de Sousa Lima

JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO e presenteado ao meu filho Pedro Motta Popoff pelo HISTORIADOR ANTONIO JOSÉ DE OLIVEIRA do Estado da Bahia.

Com grande honra ter um exemplar desses e para nosso menino oportunidade de pesquisa e aprendizado.

Nélson Gonçalves da TV Câmara de Itaberá

As entrevistas da revista AZ, e do Jornalista Nelson Itaberá pela TV Câmara, tiveram grande repercussão no Nordeste do país, citados em vários Blogs sobre o assunto, Pedro aparece como pesquisador mirim e divulgador da arte e cultura nordestina.

https://www.youtube.com/watch?v=FKOrnrHqrEs

Através de palestras em escolas de Bauru e região, ele tem mostrado a sua paixão e respeito pelo Brasil.

Em nome do Pedro, nosso muito obrigado!

Carla Motta

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NAS CHEIAS DO RIACHO JACARÉ

Por Rangel Alves da Costa*

Desde a semana passada, quando tomei conhecimento da cheia - e depois de tanto tempo - do riacho Jacaré, que logo me senti num misto de alegria e tristeza. Alegria pelo renascimento tão pujante desse riacho que é verdadeira raiz de Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, pois o nome do município vem do seu leito (um poço redondo onde o gado era levado para matar a sede), e tristeza por não poder presenciar o retorno daquelas águas tão importantes na minha vida de menino interiorano.

Estava com viagem marcada para abraçá-lo, mas os problemas provocados pelas chuvas na estrada acabaram adiando o tão desejado reencontro com o singelo e grandioso riacho que passa na minha aldeia sertaneja. E hoje, ainda cedo, me chegaram outras notícias e fotografias de mais águas se avolumando no seu leito e já avançando sobre quintais e moradias às suas margens. Então entristeci mais ainda ante cada retrato de um povo feliz perante o seu riacho. Que bom dizer que o riacho Jacaré é meu, é de meu Poço Redondo, é do meu sertão, é de todo mundo que ali tem raiz.


Numa fotografia tirada de cima da ponte se avista a pujança de agora. Num vídeo postado, a correnteza das águas, o caminho apressado das águas tantas. E na distância, outra coisa não se pode fazer senão recordar os tempos idos e o quanto o riachinho foi importante na vida de gerações que hoje estão adultas e até envelhecidas. Porque ali, naquele leito que até quinze dias atrás estava tão feio e devastado, havia uma magia tamanha que quem colocasse os pés nas suas águas desejava não sair mais.

No passado, as cheias do Jacaré costumavam chegar já noite fechada, senão em plena madrugada. As pessoas no repouso noturno e de repente o barulho das águas avançando, levando tudo que encontrassem pela frente, carcaças de bichos, tocos de paus, árvores e animais. As águas vinham tão fortes, varrendo e levando tudo, que até os chiqueiros próximos às margens eram destruídos, as cercas dos quintais devastadas, as pedras soltas levadas também. Certa feita levou até a ponte.

Mesmo no meio da noite, assim que a cheia chegava grande da população seguia, mesmo debaixo de chuva, até suas beiradas. De lanterna à mão, ainda assim pouco se avistava em meio aquela profusão barrenta e barulhenta. Com o leito empoçado, sujo, cheio de garranchos e coisas velhas desde as cabeceiras, aquelas primeiras águas chegavam num amarelado quase marrom. E todo mundo sabia que somente após duas ou três enchentes na mesma cheia é que as águas já ficavam propícias ao banho, pois já sem as sujeiras da primeira leva.

É o que acontece agora. O leito do riacho estava tão putrefato e cheio de lixo que foi preciso a primeira correnteza para tudo levar adiante, mas as águas ainda ficaram sujas. As novas correntezas que vão chegando passam limpando tudo, preparando o leito para os banhos da meninada, como se fazia noutros tempos. Naqueles tempos, quando de cima já se avistava as areias ao fundo, então os banhos começavam ao alvorecer e se estendiam até o anoitecer, sendo, muitas vezes, preciso que os pais chegassem com taca de couro ou chinelo à mão e dizendo que ou saía dali ou ia se arrepender do dia que nasceu.


Também naqueles tempos o riacho era outro e totalmente diferente do que se tem agora. Hoje não há mais pedra grande, árvores frondosas no leito e pássaros cantando ao redor. Naqueles idos, famosas eram as pedras boas de “batim”, quando o meninote subia e se lançava em mergulho. Havia um local chamado “Poço de Ermerindo” que era o mais famoso e concorrido. E pela profundeza também o mais perigoso nas épocas das grandes cheias. Por todo lugar a festança da meninada e das moças tomando banho nos escondidos, de vestido e tudo.

É desse tempo o meu tempo. Não sei quantas vezes entrei no riacho ao amanhecer e de lá só saía quando as sombras da noite chegavam. Providenciava comida, bebida e um rol de amigos inesquecíveis. Jorge, Zé de Delino, Carlinhos, Doutor, Tonho Meu, Zelito, Chiquinho e tantos outros queridos amigos. E Aelson pelos arredores armando arapuca pra pegar passarinho. Êta tempo bom, êta vida boa meu Deus!

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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MENINO DE 9 ANOS JÁ É PESQUISADOR MIRIM DE LUIZ GONZAGA E LAMPIÃO

Pedro Motta Popoff

https://www.youtube.com/watch?v=EzABnm_Y3pA&feature=youtu.be

PEDRO POPOFF CL 26 11 15
Publicado em 14 de dezembro de 2015
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https://www.youtube.com/watch?v=iQEQxU0U_VI

Pedro Motta Popoff criança de 8 anos Chambinho do Acordeom em São Paulo. Publicado em 9 de junho de 2014. Pedro Motta Popoff sobe ao palco com Chambinho do Acordeon e levanta a plateia, dançando e cantando Luiz Gonzaga 

#cantoresmirins,#Cordel,#bauru,#talentoi­nfantil,#pedromottapopoff
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QUATRO LIVROS DO ESCRITOR SÉRGIO AUGUSTO DE SOUZA DANTAS





Adquira estes livros através do professor Pereira, lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba.

E-mail: franpelima@bol.com.br

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EX-CANGACEIRO " MORENO ", e, o seu " CABARÉ ", na cidade mineira de Corinto...

Fotos compartilhadas de Lili Neli (filha do ex-cangaceiro).

Fotos compartilhadas de Lili Neli (filha do ex-cangaceiro). MORENO e suas meninas no cabaré Campo das Flores. Ao lado dele está Geni, uma das dondocas, por muitos anos.

Fotos compartilhadas de Lili Neli (filha do ex-cangaceiro).

 O ex-cangaceiro Moreno e suas meninas no cabaré Campo das Flores. Ao lado dele está Geni, uma das dondocas por muitos anos. 

Fonte I: facebook
Página: Voltaseca Volta

 Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

UM POUCO SOBRE A BIOGRAFIA DO CANGACEIRO MORENO - Fonte II


Antônio Ignácio da Silva (Tacaratu1 de novembro de 1909 — Belo Horizonte6 de setembro de 2010), mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita. Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.[1] [2]

Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Antônio perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.[3]

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.[1] [3] [4]

Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usados na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.[3]

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.[5]

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço; Durvinha morreu pouco tempo depois.[2] [4] [5]

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.[2] [5]

Fonte II: https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)

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O CANGAÇO

Por Adriano Pinheiro

Nas sociedades rurais subdesenvolvidas, segundo Chandler, "o banditismo sempre captou o interesse e a fantasia do povo. Na verdade, o fascínio que estes bandidos exercem e a criação de lendas sobre eles - sem mencionar o fenômeno do próprio banditismo - parecem ter sido universalmente difundidos. O homem, ou ocasionalmente a mulher, que vive fora da lei como um celerado errante, aparentemente livre de qualquer restrição da sociedade, desperta uma fibra de nossa imaginação, principalmente quanto mais remotas forem sua colocação no tempo ou no espaço. Deste modo, os ingleses vibram com os feitos de Robin Hood e seu alegre bando; os americanos contam as aventuras de Jesse James; os mexicanos, as façanhas de Pancho Villa, e os brasileiros, as de Lampião." (1981 p. 15)

O chamado ciclo do Cangaço ou como muitos - dentre eles o escritor britânico Eric J. Hobsbawam - o denomina: "ciclo do banditismo social", localizou-se ao longo dos Estados da Bahia até o Ceará, em toda a extensão do vasto hinterland nordestino e foi um verdadeiro flagelo que se abateu sobre as populações sertanejas. Tal fenômeno perdurou por cerca de sete décadas (1870-1940).

O cangaço – da forma como o conhecemos atualmente - surgiu com Virgolino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, seu expoente máximo e que aterrorizou o nordeste brasileiro entre os anos 1920 e 1938. Arrastando-se, por mais dois anos após sua morte neste ano de 1938, através da figura de Corisco (Christino Gomes da Silva) seu sucessor e lugar-tenente, morto em 1940, em combate com a volante do Ten Rufino na Bahia. A despeito, de outros cangaceiros - não menos famosos - que os precederam, como: Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Antônio Silvino, Sinhô Pereira e Luiz Padre. Há, também, os precursores do cangaço ou "pré-cangaceiros" (anteriores a 1870), que foram: Cabeleira e Lucas da Feira, dentre outros menos pesquisados ou de insuficientes subsídios históricos.

O historiador Vassalo Filho, entende o cangaço como a vida ou atividade criminosa dos grupos de bandoleiros andarilhos dos sertões nordestinos do Brasil. Sendo a palavra derivada de canga: jugo de madeira com que se jungem os bois ao carro ou ao arado. Os apetrechos usados pelos cangaceiros, cruzados ao peito, lembram a canga do boi; e, portanto, sua submissão a um chefe, líder ou senhor. Nas palavras poéticas de Barroso, "o cangaceiro leva nos ombros o bacamarte, como o boi leva o jugo."

O periódico Folha de São Paulo, nos diz que o vocábulo "cangaceiro'' tem origem nos tempos da escravidão. Quando os negros fugitivos, eram capturados e colocados sob tortura em um instrumento conhecido por canga. A partir daí, principalmente no norte do país, todo marginalizado social que se revoltava era chamado de cangaceiro.

Por outro lado, os reais cangaceiros eram grupos nômades que agiam de forma isolada ou em grupos autônomos, praticando assaltos e latrocínios em estradas e veredas, extorsão, locação de serviços (empreitadas de morte), invasão de propriedades particulares, arruados, vilas, cidades, com o objetivo de saquear, destruir, sequestrar para a cobrança de resgate, "venda" de proteção contra ataques de outros grupos, indo até ao extremo, como a cobrança de "comissões" nas transações e negócios, feitas pela população. Sendo muitas dessas ações intimidatórias e de vingança, praticadas por encomendas daqueles que lhes davam sustentação.

Segundo Ferreira & Amaury, "Existiam pelo menos dois tipos de cangaceiros. Os cangaceiros itinerantes, que são os mais conhecidos, andando em grupos compostos de membros mais ou menos permanentes e os chamados cangaceiros mansos, pessoas que viviam em fazendas, sob proteção de seu proprietário e por este utilizados em seus objetivos tanto de defesa quanto de ataque aos inimigos. Faziam-lhe os trabalhos sujos em troca de guarida." (1999, p. 24) Também, podemos dizer que os cangaceiros mansos eram denominados de "cabras" ou "capangas" (pistoleiros domésticos ou guarda-costas) eram, quase sempre, aparentados do coronel ou eram trabalhadores da fazenda que mantinham uma relação de submissão e dependência para o chefe ou capataz. Uma outra figura, desse contexto, é o "jagunço", que era um mercenário isolado e chamado para "tarefas" específicas.

A atuação desses bandoleiros, estendia-se pelos sertões de sete estados do nordeste, compreendidos por Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O medo deflagrado por esses elementos e seus grupos - que variava de 5 até mais de 100 componentes - quando se reuniam para um objetivo definido; faziam com que a região interiorana destes estados, quase estagnasse, pela insegurança para as transações comerciais, reduzindo-lhes sobremaneira o intercâmbio de mercadorias, serviços e outros gêneros entre as diversas localidades.

Suas táticas operacionais tinham características próprias, como: as emboscadas, o elemento surpresa, o corte das linhas de transmissão e a simulação da ação de animais próprios da região. O bando era originalmente revestido de uma selvageria desmedida e impiedosa. Com o ingresso da mulher, em 1930, aos poucos foi se tornando mais tolerante, menos nômade, adotando um comportamento mais higiênico e mais harmonioso no traje, passando a evitar mais os combates cruentos, adotando novas formas de conseguir recursos, como os bilhetes de solicitação e intimidação expressa. A este respeito, Sila menciona que "as mulheres do cangaço não entravam nas guerrilhas para atirar (isso no meu tempo). Recebíamos uma mauser e um punhal, porque se atacassem tínhamos como nos defender. Por precaução, aprendíamos a atirar." (1995 p. 33)

O cangaceirismo se consolidava como um poder maior nos sertões, na figura lendária de Lampião, que se tornava aos poucos apreciador de gostos sofisticados como um bom whisky escocês, perfume francês, jóias, armamentos, binóculos, etc. O seu "marqueteiro" (marketing-counselor) chegara, em 1936, na figura do mascate árabe Benjamin Abrahão, que registrou através de sua máquina fotográfica e filmadora, o dia-a-dia do cangaço e da chamada "aristocracia cangaceira": os momentos de lazer, a dança, a encenação das táticas de combate, a pose de carinho e ternura, fotos para a família e, até o cartão personalizado com a foto do chefe maior do cangaço, usado para emitir salvos condutos e intimidatórias solicitações "amigáveis" de recursos pecuniários.

Lampião, entre um combate e outro, se divertia promovendo folguedos dançantes ou "arrasta-pés", com direito à sanfona de oito baixos (gaita-ponto, para os gaúchos) e ao arrastado sapateado denominado "xaxado" e, por vezes era filmado nas terras do seu feudo - em sua aparente impunidade - garantida pela falta de empenho das autoridades constituídas em debelá-la e a política de "convivência pacífica" com as elites rurais.

Tais elites eram representadas pelo ícone maior do "coronel", uma típica figura do anacronismo recalcitrante do setor rural, ainda persistente à época onde a prática eleitoral vigente era perpetrada pelo chamado "voto de cabresto"; onde o eleitor, tal qual uma cavalgadura, era conduzido aos "currais eleitorais" para sufragar o candidato do seu "coronel". Sua corporificação remonta à Guarda Nacional Imperial, instituída em 1831. Sendo, seus elementos, arregimentados entre a "escol do poder local" e lhes eram conferidas as patentes de coronel, major ou capitão, dependendo do prestígio ou apadrinhamento políticos. Esta, teve seu processo de extinção iniciado logo após a promulgação da República em 1889.

O poder do "Coronel" era medido pela quantidade de aliados que conseguia arregimentar e pelo tamanho de sua "milícia" particular de jagunços. Por extensão, o vocábulo coronelismo, significando "despotismo ou tirania", dai originou-se. Tais figuras eram o sustentáculo da "República Velha" e do seu famigerado "sistema político-oligárquico" (com suas variantes regionais), como base de sustentação da "Política dos Governadores" com o poder central republicano, vigente até 1930.

Como bem justifica Martins, que "... naquelas eras, cada coronel era o chefe de um grupo. Lampião era apenas o chefe de um grupo maior, sem ligações políticas, sem raízes, sem interesses outros que não o imediato, do saque, da satisfação de instintos bestiais, da destruição para se vingar do governo que o perseguia. Era o chefe de um grupo que não dependia de ninguém, que não obedecia a ordens de outros, muito embora às vezes tivesse servido de instrumento de vingança de determinados chefetes, com os quais se apaniguava para realizar 'serviços' especiais." (1967 p. 9)

Porém, o reconhecimento nacional, desse estado de coisas, veio a constranger o poder central, a presidência da República, forçando-a esta a tomar atitudes conjuntas com os Estados atingidos, criando situações mais favoráveis à ação das volantes, que melhor treinadas e mais belicamente equipadas, contando até com metralhadoras, levaram o cangaço a sua derrocada final, na figura do Tenente João Bezerra, como agente de um trabalho meticuloso por ele arquitetado e empreendido, na grota do Angico, em Sergipe, em 28 de julho de 1938.

Contudo e, em essência, não devemos nunca nos esquecer que, no seio do cangaço, mormente sua atividade criminosa, manifestava-se uma forte reação social ao obtuso poder central, aos coronéis e às equivocadas autoridades em geral - da época, responsáveis pela miséria, pelo descaso e pelo abandono das populações sertanejas castigadas por secas prolongadas e marcadas por desigualdades sociais de um lado e, do outro, pelas "guerras" entre as famílias tradicionais por questões da posse de terras e pelo comando político da região. Corroborado pelo fato de que no final do século XIX, no ocaso da monarquia, a concentração de terras - pelos poderosos - havia atingido um grau nunca antes alcançado e o fenômeno cíclico das secas tornado a situação das populações campesinas pobres em faméricas e indigentes; fazendo-as se organizaram em hordas fora-da-lei para assaltar e conseguir alimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHANDLER, Billy J. Lampião: O Rei dos cangaceiros.
(The bandit king, Lampião of Brazil. Texas A&M Univ. Press.
trad. Sarita Linhares Barsted)
Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1981.
VASSALO FILHO, Miguel.
Lampião - o grande cangaceiro.
(http://www.atodominio.arq.br/cangaco)
BARROSO, Gustavo. Heroes e bandidos
Rio de Janeiro : Francisco Alves, 1917, p. 31.
FOLHA DE SÃO PAULO. Folha Ilustrada.
Bandos adotavam táticas de guerrilha no Nordeste.
São Paulo : FSP, 18 de março de 1997.
FERREIRA, Vera & AMAURY, Antonio.
De Virgolino a Lampião .
São Paulo : Idéia Visual, 1999.
SILA (Ilda Ribeiro de Souza).
Sila: Memórias de guerra e paz.
Recife : UFRPE, 1995.
MARTINS, Fran. Lampião e seu tempo (Prefácio).
in MOTA, Leonardo. No tempo de Lampião.
Fortaleza : IUC, 1967.

Fonte: facebook
Página: Adriano Pinheiro


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SEBASTIÃO PEREIRA DA SILVA O SINHÔ PEREIRA

Por José Mendes Pereira

Facínora famoso é sempre visto e admirado pela população, mesmo ela sabendo que ele é faca de dois gumes, e não é pessoa confiável, pois basta um olhar desagradável em sua direção, aquele olhar poderá se tornar um bom motivo para uma vingança por parte do marginal.

Veja o que disse Sebastião Pereira da Silva o cangaceiro Sinhô Pereira a um jornalista. (O recorte de jornal que eu apanhei esta informação não tem o nome do repórter e nem o nome do jornal, apenas o endereço do blog que eu a adquiri -  http://meneleu.blogspot.com.br).

"- Todos queriam me ver - dizia Sebastião Pereira da Silva o  ex-cangaceiro Sinhô Pereira.  Achei engraçado! Pra todo lado que eu fosse tinha uns 40 olhos em cima de mim". 

Continua o ex-cangaceiro:

"- Prefiro ficar aqui (aqui que ele se referia era o Estado de Minas Gerais) com meus netos, com minha farmácia. Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios".



Veja que o ódio de um facínora famoso permanece sempre consigo. É possível que quando o Sinhô Pereira cedeu esta entrevista a um repórter, ele já estava com a idade avançada (pela foto ver-se que a sua idade já passava dos 70 anos), porque só o encontraram em Minas Gerais depois de várias décadas passadas após o cangaço, mas mesmo assim, ele disse:

"Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios". 

Pesquisador Antonio José de Oliveira lá da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, e Francisco Carlos Jorge de Oliveira lá do Estado do Paraná, vejam que homem valente era o Sinhô Pereira. Mesmo com a idade avançada, tranquilo, comerciante, e quem sabe, feliz, ainda temia reativar novas rixas se voltasse à sua terra natal Serra Talhada!


Continua o depoente:

"- Aqui recebi a notícia sem surpresa, a notícia da morte do compadre Virgolino. Quero morrer aqui com meus parentes e meus amigos. Não quero recordar o tempo do cangaço. Dele só poderia dizer como Virgolino: Só trouxe fome, sede e nudez".

Um pouco sobre a biografia de Sebastião Pereira da Silva o ex-cangaceiro Sinhô Pereira

Sebastião Pereira da Silva mais conhecido como Sinhô Pereira nasceu em Serra Talhada no dia 20 de janeiro de 1896, e faleceu em Lagoa Grande no Estado de Minas Gerais, no dia 21 de agosto de 1979. Era descendente do Coronel Andrelino Pereira da Silva, o Barão de Pajeú, que era tio-avô do empresário João Santos fundador da Fábrica de Cimento Nassau. 

Sinhô Pereira era alfabetizado e trabalhava no campo. Motivos familiares levaram-no a ingressar no cangaço, tendo recebido a insígnia de comandante de tropa. Pressionado politicamente e perseguido por forças policiais, viajou com o primo Luiz Padre para Goiás e Minas Gerais, onde obteve o título de cidadão mineiro. Ao deixar o cangaço, no ano de 1922, Sinhô Pereira entregou sua tropa para o comando de Virgulino Ferreira da Silva.


Sinhô Pereira sentados e Luiz Padre em pé - Dois primos valentes ao estremo

O apelido de Lampião existem duas versões, mas sabemos que a mais provável é a que foi afirmada pelo cangaceiro Sinhô Pereira, no ano de 1971, após 49 anos, quando visitou pela última vez sua terra natal "Serra Talhada", e deu entrevista ao seu primo Luiz Lorena e que fora prefeito de lá. - (http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/02/entrevista-c-o-ex-cangaceiro-sinho.html)

Luiz Conrado de Lorena e Sá - www.fundacaocasadacultura.com.br

VEJA O QUE PERGUNTOU LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ AO EX-CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA:

Luiz Lorena - "Por que Virgolino Ferreira da Silva ganhou o apelido de Lampião?"

Sinhô Pereira respondeu: 

- "Num combate, à noite, na fazenda Quixaba, o nosso companheiro Dê Araújo comentou que a boca do rifle de Virgolino mais parecia um lampião. Eu reclamei, dizendo que munição era adquirida a duras penas. Desse episódio resultou o Lampião que aterrorizou o Nordeste".

O que disse Sinhô Pereira que era seu comandante, sobre o apelido de Virgulino Ferreira da Silva para Lampião, não há mais dúvida, quem prevalece é a primeira versão, pois ela foi afirmada pelo poderoso cangaceiro, e não é mais necessário falar  na 2ª. 

Sebastião Pereira da Silva Sinhô Pereira faleceu numa manhã no final do ano de 1979, em Lagoa Grande, Estado de Minas Gerais, deixando para trás uma vida e uma história marcadas de angústia, dores e vontade de viver feliz com sua família e amigos.

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