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sábado, 3 de março de 2018

CANGAÇOLOGIA



Cabroeira essa é a nossa nova logomarca.
Um novo projeto que nasce de cara nova.

Um trabalho que será produzido com seriedade, responsabilidade e sem fins lucrativos.

A marca CANGAÇOLOGIA (Grupo / Comunidade / Canal Youtube / Blog) foi criada com o objetivo de unificar todos os nossos trabalhos em torno de uma única e exclusiva marca e com a exclusiva finalidade de levar aos amigos (as) estudiosos do assunto o conhecimento da história cangaceira e auxiliar no resgate, preservação e divulgação da nossa história e cultura.

Sejam todos bem vindos ao universo cangaceiro.

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CADERNO DE FILOSOFIA

*Rangel Alves da Costa

As filosofias que nascem insones. Pensamentos vagos que tomam forma e viajam. E de repente o pensador já saiu de si para meditações no alto do monte. Na mente um livro e na ideia uma estrada. E avista-se o profeta nos nossos vazios.
Ser ou não ser, ter ou não ter, o que sou e o que somos nós, o que fazemos aqui e para onde vamos? Perguntas e dúvidas, respostas sem fim e quase nada encontrado que responda o que se deseja saber: sou a metade cheia ou a metade vazia do copo?
Numa metade a dúvida e na outra o nada. Mas em tudo a ideia querendo ser preenchida. Tudo o que se sabe é um nada saber, toda ignorância é um saber demais, afinal de contas o livro do homem continua em branco, assim como sua vida e como deva ser.
Já não sei se quero ilhas ou quero multidões. Também não sei se quero distâncias ou proximidades, convívio ou desolação. Talvez bastasse estar em paz em qualquer lugar. Mas em qual lugar?
Prefiro os silêncios às vozes, aos barulhos, aos murmúrios. Porém sei que é impossível calar o mundo. Sempre haverá um grito por todo lugar. À noite, quando mais desejo a calma silenciosa, eis que os gatos ecoam seus gemidos de dor e prazer.
Tomo um café forte, quente, sem açúcar, pelo simples prazer da bebida. Não apenas um, mas muitos cafés desde o acordar ainda antes do cantar do galo. Depois acendo um cigarro e fico meditando sobre as dores do mundo.
Nietzsche tinha razão. Schopenhauer também. Tudo é ilusão. Não há, no viver, nada além de uma tábua de faquir e de um braseiro lanhando de fogo a pele. Daí que não há profeta ou filósofo que não chore à beira do rio.
Mas refletir muito atormenta a alma já transtornada até mesmo pelas simplicidades. Nada mais parece causar prazer, contentamento, a paz merecida. Em tudo, apenas o medo, a agonia, a angústia, a ficção. Um mundo acorrentado e sem saída.
Gosto quando chove na madrugada por que o seu som toma a voz de todos os outros sons. Mas também pela sua feição melancólica a cada pingo. Certamente que são lágrimas desprendidas de qualquer face oculta. Que pode ser a minha ou de qualquer um.
Queria pegar o sol com a mão e sentir seu calor. Talvez seja frio demais se espalhado na mão. Já a lua eu sei que é quente, chamejante, ardente demais. E sei por que não há luar que não traga na sua luz uma nostalgia profundamente angustiante.
Delírios, insanidades, distúrbios, enlouquecimento? Não. Ou sim. Ora, a razão se perdeu e em seu lugar permaneceu apenas a conveniência. E não há como ter sanidade se ao redor tudo enlouquece e em pesadelo se transforma.
Ainda assim eu gosto de meditar. Os pombos e as folhas mortas da amendoeira sabem bem disso. Logo ao amanhecer, mas principalmente ao entardecer, sento-me no velho banco defronte aquilo que um dia já foi um jardim.
As horas passam que nem sinto. Os pombos me chegam e contam segredos. As folhas mortas me recobrem como se desejassem esconder os meus olhos molhados. Em instantes assim, talvez até eu converse sozinho, dialogue comigo mesmo, mas nunca me perguntei sobre o que tanto falo.
Então vem a ventania e deixa tudo ainda mais entristecido. As folhas são levadas como se fossem apenas restos. E realmente são. Os outonos são enfermidades que abrem túmulos e provocam tristezas e dores. Pelos arredores, uivos e murmúrios de outras folhagens e dos ocultos que permanecem como almas encantadas.
Além da tristeza mais triste, muito triste é conviver com jardins desolados, ressequidos, sem flores. Pelos canteiros apenas as recordações, as saudades, as relembranças. Talvez seja por isso que a janela adiante não é mais aberta. Não há mais borboletas, pássaros, gafanhotos. Nada. Somente o entristecimento da solidão.
Talvez um dia eu escreva alguma coisa sobre o nada no ser. O livro do nada contando tudo sobre o absolutamente nada. Mas nem tudo vazio assim. Certamente que numa página estará escrito que à frente havia uma porta esperando ser aberta. Noutra página, dizendo sobre uma estrada adiante. E noutra mais sobre a distância de tudo.
Mas não há folha de papel onde vivo e as folhas da amendoeira já foram levadas ao vento. Nada posso guardar no olhar. Tudo se molha, tudo escorre, tudo se vai. Nada posso guardar em mim ou dentro de mim. A solidão tomou todos os espaços.
E assim a vida vai. Um viver, apenas... Ou não.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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GUERRA DE CANUDOS 2 DE MARÇO DE 1897 - O TERCEIRO ATAQUE


No dia 02 de março de 1897, durante a GUERRA DE CANUDOS, um terceiro ataque é realizado pela expedição do coronel MOREIRA CÉSAR, contando com 1200 homens.

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CECÍLIA DO ACORDEON



CECÍLIA DO ACORDEON, a nossa linda Pimentinha do Forró, também estará presente no Cariri Cangaço Poço Redondo 2018. Puxe o fole Cecília Do Acordeon, dê som e sentido ao sertão, solte a voz menina bonita: “Fumo de rolo, arreio e cangalha, eu tenho pra vender quem quer comprar. Bolo de milho, broa e cocada, eu tenho pra vender quem quer comprar...”. Poço Redondo já de corações e braços abertos para Cecília e todos que baterem à sua porta. E vocês, cangaceiros e atrevidos, avante!

OBS:
Que maravilha..! Cecília Do Acordeon vai arrebentar no Cariri cangaço em Poço Redondo-SE. Ela é uma das mascotes que foi adotado pelo movimento cultural Cariri cangaço. Não é isso, Dr. Manoel Severo Barbosa? (adendo por Volta Seca).

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SOBRE O CANGACEIRO ANTONIO SILVINO


Por Antonio Corrêa Sobrinho

AMIGOS,

Fui às páginas do jornal “O Estado de S. Paulo” e trouxe para este espaço praticamente tudo o que este importante diário brasileiro trouxe a lume a respeito do famoso cangaceiro ANTONIO SILVINO.

São informações publicadas na época de atuação deste cangaceiro, portanto, ainda livres do processo natural de mitificação e romantização desta extraordinária figura do velho banditismo nordestino
Com a licença do coordenador, postarei o pequeno trabalho, em partes, sob o título ANTONIO SILVINO NAS PÁGINAS DO “ESTADÃO”.
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ANTONIO SILVINO NAS PÁGINAS DO “ESTADÃO”
PARTE I
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PARAÍBA
Quatro salteadores do grupo capitaneado por Antônio Silvino foram cercados pela força estadual, no lugar denominado Mulunguzinho, na comarca de Campinas.
Os bandidos opuseram resistência, armando tiroteio, do qual resultou ficar ferida uma praça.
Finalmente, os salteadores foram mortos.
(Dos nossos correspondentes)
05.02.1901
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OS CANGACEIROS
Há poucos dias, o senhor General-comandante do distrito recebeu do capitão João Carlos Formel, que se acha no interior do estado da Paraíba, em perseguição ao grupo de cangaceiros chefiados por Antônio Silvino, um despacho telegráfico pedindo aumento de forças.
Sua Excelência respondeu incontinente, avisando-o de que desta guarnição não poderia expedir o reforço pedido, mas que daria as necessárias providências a respeito.
Para o tenente-coronel Febronio de Brito, comandante da guarnição do Rio Grande do Norte, expediu S. Exc.ª Ordens para que dali fossem retiradas as necessárias praças para auxiliar o capitão Formel.
Às ordens do senhor general Rocha Calado, imediatamente cumpridas, partiram do Rio Grande do Norte 40 praças do segundo batalhão de infantaria, bem municiadas e sob o comando de dois oficiais.
Tomadas essas medidas necessárias, o governador da Paraíba, monsenhor Walfredo, que ainda não as conhecia, telegrafou igualmente ao senhor general, secundando o pedido do capitão Joao Carlos Formel.
S. Exa., respondendo, fez sentir as últimas providências tomadas, declarando que o pedido do capitão Formel fora atendido.
Em carta, o capitão Formel declara achar-se na pista dos bandidos, acrescentando que, com o auxílio de forças, conseguirá a captura.
- Perseguido pela força volante, apresentou-se, há poucos dias, ao delegado de Bom Jardim o célebre cangaceiro Barra Nova, companheiro de Antônio Silvino.
Barra Nova, durante o tempo em que fez parte do grupo desse facínora, tornou-se célebre pelas suas perversidades.
Em S. Vicente, na ocasião de um ataque do grupo, foi Barra Nova quem atirou no sargento José Pedro, subdelegado local.
Atualmente está ele recolhido à cadeia de Bom Jardim, devendo ser em breve transportado para a casa de detenção.
- Pessoa vinda de Caruaru trouxe a desagradável notícia de que naquela cidade acaba de praticar mais uma de suas costumadas façanhas o célebre facínora Antônio Silvino, acompanhado de um grupo de 14 bandidos.
O ponto escolhido para a prática das novas perversidades foi a fazenda do tenente-coronel Manuel Emygdio da Silva Oliveira, subprefeito em exercício do município de Caruaru.
“Santa Maria”, que é o nome dessa fazenda, dista da cidade apenas oito léguas.
O bandido, ao aproximar-se, procurou um morador do tenente-coronel Emygdio e intimou-o a acompanhá-lo até à residência do patrão.
O infeliz relutou e tanto bastou para que o perverso o assassinasse.
Praticado o crime, dirigiu-se o famigerado para a residência do tenente-coronel Emygdio, onde praticou as mais horríveis cenas de selvageria.
29.01.1907
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Comunicam da Paraíba do Norte que a força federal, que anda em perseguição de Antônio Silvino, prendeu o célebre bandido Bento Quirino e espera capturar brevemente o outro facínora.
Um novo grupo de cangaceiros, chefiado pelo celerado Antônio Felix, vulgo “Tempestade”, tem praticado muitos roubos e assassinatos, no interior do estado de Pernambuco.
22.02.1907
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Atribui-se ao célebre cangaceiro pernambucano Antônio Silvino, em cujo encalço anda atualmente uma força federal, a autoria de 56 assassinatos e muitos roubos.
26.02.1907
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ANTÔNIO SILVINO
A propósito deste já famoso bandido que enche de pavor os sertões de Pernambuco e dos estados vizinhos, um redator da “Gazeta do Norte”, do Recife, teve uma entrevista com dois oficiais do Exército que estiveram em diligência contra o temido cangaceiro.
Eis como esses oficiais explicam por que ele ainda não foi capturado:
“- E o governo consente que os lugares do interior estejam sem destacamento bem municiado?
- Há lugares frequentemente visitados por Silvino e nos quais existem, apenas, 3 ou 4 praças!
- Então esse é um meio indireto de proteger a audácia do celerado...
- Mais ou menos; se as autoridades e os chefes locais se dispusessem a cumprir as ordens do governo, ou se este mudasse chefes e autoridades, talvez que o célebre assassino já houvesse sido capturado. Mas infelizmente assim não sucede e, até ouvimos dizer que o comandante de uma força que anda em procura do bandido almoçou numa casa em que este se achava oculto!”
AINDA OS CANGACEIROS
Contando novas proezas de Antônio Silvino, escreveu de Taquaritinga à “Província” do Recife:
“Por volta das 8 horas da noite de sábado, 20 de janeiro findo, Antônio Silvino, com o seu grupo de 12 bandidos, assaltou a povoação de Barra de S. Miguel, do vizinho estado da Paraíba e limites deste Estado, povoado que dista desta cidade oito léguas, e dirigiu-se o grupo à mesa de rendas, repartição fiscal paraibana, criada ali há alguns anos para o recebimento de impostos – os tão perniciosos e inconstitucionais impostos interestaduais.
Na casa contígua estavam quatro soldados, que ali se acham destacados, aos quais o bandido tomou o fardamento, armas e munições, obrigando-os em seguida a acompanhá-lo à residência do subdelegado do lugar, que, também sob ameaças de morte, acompanhou o mesmo bandido.
Antônio Silvino, com o subdelegado e as quatro ex-praças, estas em camisa e ceroula, dirigiu-se à casa de alguns negociantes da localidade e, no seu modo de roubar, fez uma colheita de um conto de réis, aproximadamente. Terminando essa ‘visita’ voltou a repartição fiscal que invadiu e ali encontrou pequena quantia que embolsou e em seguida deu suas ordens para a destruição, ordens que foram prontamente cumpridas, pois todo o arquivo inclusive estampilhas e selos e outros papéis foram destruídos.
O chefe da repartição achava-se ausente na vila de São João. Pouco depois retirava-se essa horda de salteadores tendo antes o celerado chefe dado uma grande surra em um dos pobres soldados, que ficou semimorto!
Numa outra carta publicada pelo “Jornal do Recife”, o prefeito da vila de Umbuzeiro, estado da Paraíba, relata assim novos crimes de Antônio Silvino e seu bando:
José Candinha e Manuel Coco saíram daqui na tarde de anteontem para Serra Verde, a fim de assistirem a uma novena em casa de Wenceslau.
Contam pessoas que eles se achavam, por volta de 2 horas da madrugada de ontem, estando José Candinha sentado, apreciando um jogo, o Manuel Coco dormindo, foi o primeiro inesperadamente agredido, recebendo pelas costas diversos tiros, que o prostraram logo sem vida.
Um dos bandidos desfechou-lhe sobre o ouvido direito, à queima roupa, um tiro, cujo projetil lhe arrancou o pavilhão do ouvido e grande parte dos músculos da face.
Os sicários, sedentos de sangue e de vingança, cravaram-no de punhaladas, deixando a cabeça quase separada do tronco, por um grande golpe dado na parte anterior do pescoço.
- Antônio Silvino, depois que cometeu os assassínios, seguiu em direção ao (...), ocultando-se no lugar Jararaca, em casa de um tal Francisco Muniz. Nesta ocasião passava o Antônio Galdino, procurador do município, pela estrada, quando o perverso Muniz o apontou a Silvino, como morador em Umbuzeiro. Silvino prendeu-o e ia assassiná-lo pois já havia garantido matar a todos os habitantes do Umbuzeiro que encontrasse; Galdino, porém, afirmou não morar no Umbuzeiro e ser parente do capitão Henrique, de S. Vicente. Esta afirmativa livrou-o de ter morrido às mãos do sicário; mas Silvino roubou-o todo o dinheiro que levava. Horas antes já Silvino havia atacado o coronel Eduardo Gomes, de quem roubou 500$000 réis.
O nosso bom amigo alferes José Caetano que, antes da sua saída daqui se achava destacado em Queimadas, logo que teve conhecimento dos assassinatos transportou-se, doente como se acha, a esta vila, dando todas as providências que o triste acontecimento exigia.
"O ESTADO DE SÃO PAULO" - 01/03/1907

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CORDEL DO MUSEU DO SERTÃO


Cordel sobre o Museu do Sertão, de autoria do poeta Expedito de Assis Silva, que será lançado na XXII Manhã de Cultura e Lazer do Museu do Sertão, no próximo dia 10 de março (sábado).

Enviado pelo professor, escritor Benedito Vasconcelos Mendes

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LIVRO DE ESTUDO SOBRE O CANGAÇO


Preço: R$ 37,00

Exemplar do livro "Dos mitologemas na imortalidade do passado lampiônico..."

Edição 2017 sobre psicologia do cangaço em que a temática principal revela traços à luz da psicanálise de Virgulino Ferreira, o Lampião e Maria Bonita.

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Categoria: Livros e revistas
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Bairro: Madalena
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