Por José Ribamar Alves
Com
essa crise maldita
Que
tanto mal já me fez;
Nem
minha fé acredita
Que
vou vencer dessa vez.
Tudo
sobe todo mês
Pra
secar minha carteira;
Pior
é que não tem quem queira
Eu
de carteira assinada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
Conta
não tem me faltado
Da
lava-jato pra cá!
O
Anticristo falado,
Da
Escritura, está lá...
E
eu levando jucá
Pela
comida grosseira;
Sem
usar tornozeleira
Pagando
a grana roubada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
Denúncias
provam que a meta
Dos
políticos, é desvio!
Eles,
de conta repleta,
E
eu de caixão vazio...
Falta
gás para o pavio
Da
lamparina caseira;
Carne
de boi, de primeira,
Pra
mim já virou piada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
Devo
água, devo luz,
Devo
compras na cantina,
Por
mim a não ser Jesus
Só
tenho a fome cretina...
Que
quando bate domina,
Freando
minha carreira;
Sempre
muito mais certeira
Que
explosão de granada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
Eu
não acredito mais
Em
mudança e crescimento,
Essa
falta de reais
Que
eu vejo no momento;
Me
traz arrependimento
De
ter causando a besteira,
De
aumentar a fileira
De
guabirus de bancada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
É
lamentável saber
Que
a gasolina subindo
Acaba
diminuindo
Minha
chance de viver;
Quem
se mantém no poder
Quer
me manter na coleira,
Pra
não dar fé da sujeira
Que
deixa a nação manchada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
O
meu imposto retorna
Transformado
em prejuízo,
Tudo
que ganho se torna
Pouco
para o que preciso,
Quem
me vê, só me vê liso,
Sem
grana pra macaxeira,
Peixe,
carne de terceira,
Feijão,
arroz ou buchada...
Nunca
Mais eu Guardei Nada
No
Caixão de Guardar Feira.
FIM
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso..
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