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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morre no Recife, aos 87 anos, o escritor Ariano Suassuna

Em março de 2010, Ariano Suassuna deu uma aula-espetáculo durante o Festival de Teatro de Curitiba (Foto: Lenise Pinheiro / Folhapress)

Ariano Suassuna 
Nasceu em 1927
Faleceu em 23 de Julho de 2014

Clique no link abaixo: 
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/07/morre-no-recife-aos-87-anos-o-escritor-ariano-suassuna.html

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HISTÓRIA E NATUREZA

Por Rangel Alves da Costa

Natureza e História se assemelham em muitos aspectos. A natureza enquanto ambiente, cenário ou paisagem natural onde ocorrem fatos, acontecimentos e situações. Nela há o desenrolar e o desenlace daquilo que irá interessar, ou não, à história. Neste sentido, a natureza nordestina foi palco das lutas cangaceiras, o Nordeste açucareiro e do senhor de engenho foi cenário para a exploração escravocrata.

Mas, como dito, os acontecimentos nem sempre interessam à história. É a sua importância no contexto social que proporciona visibilidade. Para que se ajuste às exigências históricas, os fatos e acontecimentos necessitam ter um caráter transformador, precisam estar além do apenas rotineiro e provocar mudanças. Tais mudanças, contudo, não precisam ser imediatas ou em curto prazo. Muitas vezes, a sutileza de um acontecimento só é reconhecida como importante muito tempo depois.

Um aspecto importante a ser observado é que a história depende muito mais da natureza do que esta daquela. Na natureza pode, e por muito tempo, continuar preservada a própria história. Como são os ambientes dos acontecidos os retratos mais fidedignos de determinadas realidades - e por isso mesmo a importância do estudo de campo -, tem-se que neles podem repousar tudo o que precisa ser conhecido e que é reconhecido como de importância histórica.

Neste contexto, a preservação do cenário histórico se torna de suma importância para que nele continue registrado, o quanto mais fidedigno possível, o fato ou acontecimento. A descaracterização do ambiente retira da paisagem aquele retrato tão importante para a real visão e compreensão do acontecido. Transformado o ambiente, descaracterizado estará aquilo um dia vivenciado. Determinada feição existente, e assim possível porque preservada no percurso dos anos, de repente começará a desaparecer acaso não aja ação responsável para sua manutenção.

Na natureza, bastante conhecido é o fato de as espécies novas acabarem dizimando o que for nativo. As plantas nativas, por exemplo, não suportam as investidas e as infestações das espécies exóticas ou forasteiras ali cultivadas e acabam se fragilizando a ponto de sucumbir de vez, deixando todo o habitat longamente construído ao dispor das forasteiras. De modo parecido ocorre com a história.


E apenas parecido porque a transformação está no cerne da própria história e ela não seria possível sem a ocorrência de mudanças nos diversos estágios da sociedade. Seria apenas um rio correndo lentamente se não irrompessem os acontecimentos que tão bem a caracterizam. Diferente do que ocorre na natureza, onde o invasor toma o lugar do outro, o acontecimento histórico permite a mudança sem o romper com o passado.

Contudo, o que vem acontecendo no sertão é a possibilidade de o exemplo da natureza ocorrer com sua história, ou seja, a espécie forasteira acabar de vez com tudo que ali foi longa e penosamente construído. Para se ter uma ideia, o ser humano, enquanto forasteiro ou invasor, de repente acaba devastando tudo que seja próprio de cenário sertanejo - desde a fauna e a flora aos sítios históricos - e no seu lugar vai dando uma feição totalmente avessa às características naturais do ambiente.

Verdade é que a história do sertão nordestino vem sendo apagada com a destruição da própria natureza. Porque nesta estão os cenários, os palcos e os locais historicamente reconhecidos como importantes, a destruição destes ambientes afetam a preservação daquela. Assim, as investidas desenfreadas do homem perante o meio natural, modificando ou devastando tudo, e no seu lugar impondo feições que nada resguardam das feições anteriores, vão apagando o que foi construído por milhares de anos.

Um exemplo claro vem ocorrendo na região onde está localizada a Gruta do Angico, na região ribeirinha do São Francisco, no município sergipano de Poço Redondo, e que foi palco da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros. A exploração turística do lugar vem sendo intensificada de tal modo que somente o local da gruta continua sendo preservado, mas com seus arredores totalmente transformados.

Quer dizer, o turista que vai visitar o cenário da morte do líder cangaceiro acaba encontrando apenas uma pedra grande, uma pequena fenda, uma placa com o nome dos mortos e algumas cruzes, mas nada daquele cenário ao redor que servia como explicação maior para todo o acontecido. E não durará muito tempo para que o local da gruta seja também transformado e ali reste somente a mera indicação de que um dia foi palco do fim do cangaço.

Poeta e cronista
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BOI DA CARA PRETA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2014. - Crônica Nº 1.225

Recentemente, em uma roda de amigos, foi abordado o tema: aplicações de hormônios em carne de frango e, outros assuntos semelhantes que fizeram acumular boa quantidade de escuros vasilhames sobre a mesa.


Contei que essa desconfiança em relação à carne é até bem antiga. Nos anos sessenta correu o boato no Brasil que o homem não deveria comer do boi de Minas Gerais, justamente por causa de certos tipos de injeções nos rebanhos, daquele estado. Em Santana do Ipanema, mesmo, compadre, lá no sertão de Alagoas, as mulheres andavam preocupadas e os marchantes eram interrogados constantemente sobre a origem das reses abatidas. As senhoras tinham um medo danado de que os respectivos maridos extinguissem o vigor sexual. E o pior: virassem coluna do meio.
  
Para esquentar o boato, chegou um sujeito à cidade e foi morar na Rua Nova. Era um cinquentão, tinha a cara quadrada, cabelo de índio, fumava bastante e, parece-me que se relacionava com música. Logo chegou o Carnaval e o sujeito improvisou um bloco que ele mesmo comandava, tocando violão à frente e, a “bebaria” pulando atrás. Sempre pensei que a composição fosse dele, mas em recente pesquisa, descobri que os autores eram: Paquito/Romeu Gentil e José Gomes. Foi cantada por vários cantores, como marchinha de carnaval, inclusive pelo grande Jackson do Pandeiro:

“Olha o boi da cara preta…
Olha o boi da cara preta… (Menino)
Olha o boi da cara preta…
Olha o boi da cara preta…

Coitado do Valdemar…
Tá dando o que falar…
Comeu carne de boi e falou fino…
E deu pra se rebolar… (Que azar).”

Vocês imaginem como ficaram as interrogações no Mercado de Carne e no curral do abatedouro!
Cinquenta anos depois desses vexames, volta à tela o produto que transforma o macho em pirobo (ô). Montado no presente e espiando o passado, com licença:

Olha O BOI DA CARA PRETA, aí gente!

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2014/07/boi-da-cara-preta.html

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O Grupo Lampião, Cangaço e Nordeste está em Luto.

Por Kiko Monteiro

O Grupo Lampião, Cangaço e Nordeste está em Luto.

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do membro e amigoRonnyeri Batista.

Conheci Ronnyeri em 2006 interagindo pelas redes sociais. Esse cangaceiro paraibano veio a se tornar um dos membros da "Turma da Base" Como são chamados os veteranos da comunidade Lampião Grande Rei do Cangaço (Orkut).

Pesquisador dedicado, participativo, gostava dos enigmas de Ivanildo Silveira, questionava jornais, comprava e devorava livros que os mestres lhe indicavam, dos quais transcrevia capítulos inteiros para responder uma simples pergunta.

Foi pra ele que repassamos o comando da Comunidade "Cangaço Discussão Técnica", grupo de estudos que ele assumiu e não encerrou atualizando e adicionando membros até o dia em que os grupos foram sendo abandonados por seus participantes por conta da ascensão do Facebook


Fonte: facebook
Página: Kiko Monteiro

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O cangaceiro Zé Baiano e seus comandados


Amigos,

Vejam a interessante opinião deste jornalista do “O Estado de Sergipe”, edição de 02 de Julho de 1936, manifestada à época da morte de Zé Baiano e três dos seus companheiros, pelo comerciante Antônio de Chiquinha. Uma verdadeira moção em favor deste destemido cidadão freipaulistano, mas que construída, no meu ver, para, sobretudo, censurar o modo como a imprensa do Sul do Brasil, segundo ele, enxerga, melhor, enxergava a violência daqueles idos recorrente no nosso sertão (em Sergipe, absurdamente, extensiva à Zona da Mata Canavieira), preferindo não considerar como realmente existentes os decantados bandoleiros e suas desenfreadas, terríveis e macabras ações capitaneadas pelo famoso e muito temido, Virgolino Lampião. Em outras palavras, nossos cangaceiros e seus malfeitos eram traduzidos pelos jornais sulistas como algo impossível de ser, do que resultou, o cangaço, em algo de natureza mais ficcional do que realista.

E aí eu pergunto aos amigos: teve a imprensa do sul do Brasil alguma parcela de contribuição para a romantização do cangaço e de seus protagonistas?

“O Estado de Sergipe” – 02/07/2014

Várias

Da direita para esquerda: Zé Baiano, Chico Peste, Acelino e Demudado

Muito já se tem dito em louvor daqueles que, dando fim ao grupo de cangaceiros de José Baiano, prestaram um inestimável serviço à sociedade.

No sul do país, quando se relata as proezas sanguinárias de Lampião e seus êmulos, observa-se que os filhos da terra recebem como lenda os detalhes da atividade tenebrosa desses párias que enveredam a senda do crime, dando expansão aos caracteres degenerados de que são possuidores.

No entanto, observando-se o noticiário criminal dos jornais sulinos, deparam-se os crimes mais monstruosos, ilustrados com gravuras eloquentes.

Porque o habitante dos centros civilizados pode dar vazão ao instinto cruel que lhe move na alma, e a atividade mórbida das feras bravias das regiões crestadas de sol das caatingas do nordeste que vivem da rapina e gozam da desdita alheia, é tida como inverossímil?


A cartada decisiva que Antônio de Chiquinha jogou com felicidade, é um documento insofismável de que no nordeste há homens de fibra, capazes de oporem barreira ao crime, arriscando espontaneamente a própria vida.

É mister que se propale lá pelo sul, dando-lhe o justo valor, a coragem estoica dos valentes sertanejos, exibindo-se a fotografia dos troféus, frutos da luta de gigantes em que se empenharam, eliminando José Baiano e seus sequazes, e assim provaram não ser mitologia a existência dessas criaturas sem entranhas, cujas proezas incontáveis ganharam foros de impossíveis.

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho

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Algumas informações importantes para nós.


Nesta casa caída, Lampião enfrentou Zé Saturnino com bravura, num tremendo tiroteio, em 1917. Zé saturnino se retira do "fogo" com Zé Guedes baleado. Lampião salta no terreiro gritando que Zé Saturnino voltasse. Era feio correr.

Fonte: facebook
Página: Paulo George.


Diário de Notícias, Salvador, ed. 4 de novembro de 1970 

Este material pertence ao acervo do historiógrafo Rostand Medeiros - Se você usá-lo em algum dos seus trabalhos, coloque a fonte: 

http://tokdehistoria.com.br/2012/03/09/familiares-narram-a-imprensa-sobre-a-maria-do-capitao-lampiao/

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Abrigo Luca Zorn, uma Lição de Vida e Amor

Por: Manoel Severo

Todos conhecem o "livreiro professor Pereira", seu inegável talento para nos proporcionar sempre o melhor da literatura do cangaço e do nordeste; mas, poucos conhecem o extraordinário trabalho social e humano desse casal, com o abrigo de velhinhos Luca Zorn, algo simplesmente sensacional, ali se pode perceber o tamanho do coração de "Pai" Pereira e "Mãe" Fátima.  

O Abrigo Luca Zorn foi fundado em 1973 a partir de uma doação de imigrantes italianos da Família Zorn à comunidade de Cajazeiras  para acolher idosos abandonados. Ficou fechado por alguns anos e reabriu a partir do trabalho hercúleo de uma das associados do Abrigo, a professora Fátima Cruz em outubro de 1996. Hoje, depois de 18 anos de batalha e já aposentada;  Fátima Cruz dividi seu tempo e sua vida com as duas família que ama; a de casa e a do abrigo, com  uma dedicação sem igual.

 
Manoel Severo e Fátima Cruz

Essa mesma dedicação, o zelo, a responsabilidade e o amor contido no trabalho de manutenção do Abrigo de idosos Lucas Zorn pelo casal Fátima Cruz e Professor Pereira com toda sua equipe é simplesmente sensacional, e a cada momento e em cada recanto é fácil perceber o quanto de cada um daquela equipe, se entrega para proporcionar momentos de felicidades para os idosos que ali residem.

“Os desafios são inúmeros e toda ordem, mas com o apoio dos muitos amigos e além de tudo com o sorriso e a alegria de nossos “filhinhos e filhinhas” aqui do abrigo tudo vale a pena” , confessa Fátima Cruz; o abrigo acolhe hoje 17 idosos,14 mulheres e 3 homens, alguns com mais de 15 anos que residem ali. No sorriso e na alegria de cada um dos idosos vamos descobrindo fragmentos de uma vida e um passado esquecidos; histórias fantásticas, alegrias , tristezas, lembranças, que vão e vem, num caleidoscópio encantador. 

 
Dona Josefa: "estamos no céu"
Dona Das Dores, a esposa de Zé,  Governador...
Dona Humbelina chegou a flertar com Chico Pereira, hoje tem 106 anos...

Dona Josefa de 84 anos se sente “no céu, aqui é um céu meu filho, ninguém trata mal a gente, é uma alegria, todo dia vem gente visitar, não quero sair daqui nunca”... Dona Das Dores “namora” o governador do estado que ela chama de Zé, “meu filho tu é parente de Zé, diz pra ele vir aqui, ontem ele veio”; dona Humbelina  já com 114 anos é a moradora mais antiga e a segunda mulher mais velha da Paraíba e ainda a incrível Zefinha com seus 106 anos e a história incrível de ter tido um namorico com ninguém menos que Chico Pereira, o famoso cangaceiro de Nazarezinho!

Indo a Cajazeiras não deixe de visitar o Abrigo Lucas Zorn, levar seu abraço, sua palavra e seu sorriso para os velhinhos que nos recebem com tanto carinho e você que mora em Cajazeiras não deixe de conhecê-lo e de alguma forma não deixe de colaborar com um pouco que seja com essa grande obra.

Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço 

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/07/abrigo-luca-zorn-uma-licao-de-vida-e.html

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O cangaceiro Volta Seca

Por Ana Calazans

Construído a partir de fatos verídicos, o texto Volta Seca – O sentinela do cangaço é baseado na vida de Antonio dos Santos, considerado o lugar tenente mais importante de Lampião.  Recrutado ainda criança por Corisco, o cangaceiro foi testemunha ocular do primeiro encontro de Virgulino Ferreira e Maria Bonita, do nascimento das crianças do cangaço e de batalhas históricas no sertão baiano, ricamente descrito no enredo da peça.

Dois encontros, duas encruzilhadas, marcaram a vida do personagem e pontuam a encenação: o avistamento com Lampião aos 11 anos e a visão, já rapaz no presídio da Coreia em Salvador, de uma jovem freira que, como ele, amava a música: Irmã Dulce. Com o Rei do Cangaço pegou em armas; com a Mãe dos Pobres jurou que nunca mais as empunharia.

Dados biográficos de Antonio dos Santos – Volta Seca

Misterioso, complexo e desconcertante, Antonio dos Santos, o Volta Seca, é uma das personalidades mais ricas do ciclo do cangaço. Considerado o lugar tenente de “mais destacada fama” de Lampião, mais importante ainda do que Corisco na opinião de historiadores como Ranulfo Prata, matou pela primeira vez aos 10 anos, entrou para o cangaço aos 11 – recrutado pelo Diabo Louro, compôs pérolas do cancioneiro popular como “Mulher rendeira” e teve a compaixão de  Irmã Dulce.
  
Relativamente pouco conhecido, o cangaceiro-menino nasceu em  13 de março de 1918 na localidade de Saco Torto, no então município de Itabaiana e atual município de Malhador (SE). Embora haja discordância entre alguns historiadores e relatos, Antonio deve ter entrado para o bando de Lampião por volta de 1928 e lá permaneceu por quatro anos, destacando-se pela coragem, valentia, e implacável postura de sentinela. Em entrevista ao jornalista Joel Silveira ele diz que logo que chegou ao bando apanhava quase que diariamente mas “depois endureci o cangote e o primeiro que me apareceu com ares de pai, recebi com a mão no rifle.”

http://espetaculovoltaseca.blogspot.com.br/p/artigos.html

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LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE

Autor Archimedes Marques

O livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE contesta tudo que está errado no livro opositor "Lampião o Mata Sete", que insanamente e levianamente, sem provas ou indícios alguns cria, inventa e modifica fatos não ocorridos na história do cangaço, destarte para a suposta homossexualidade de Lampião e a traição de Maria Bonita.

Adquira o seu exemplar pelo preço módico de R$ 50,00 (Frete incluso) diretamente com o autor: 
archimedes-marques@bol.com.br

Archimedes Marques (Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

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"O ESTADO DE SERGIPE" - 02/07/1936


É prazeroso ver uma matéria como esta, parte integrante da história do cangaço, da lavra, muitas vezes, de anônimos jornalistas, retornar ao público em geral, o seu verdadeiro dono, depois de quase 80 anos de um dormir profundo, num quase estado de coma, nas velhas folhas dos extintos jornais.

O GOVERNADOR ERONIDES DE CARVALHO PREMIOU AQUELES QUE LIVRARAM O NOSSO SERTÃO DO PERIGOSO BANDIDO JOSÉ BAIANO.

Preocupado em bem servir ao povo de sua terra, o governador Eronides de Carvalho não perde oportunidade para demonstrar o zelo com que exerce os árduos misteres governamentais.


Agora mesmo, Sua Excelência acaba de mandar à Chefia de Polícia distribuir, como prêmio, 9:000$000 com os seis sertanejos que, sob as ordens de Antonio Pereira, livraram o hinterland sergipano do famigerado grupo de cangaceiros de José Baiano.


Além do prêmio oficial acima referido, Sua Excelência autorizou os valentes homens a venderem o ouro encontrado em poder dos bandoleiros, o que fizeram, tendo apurado 3:330$000, isto porque preferiram ficar com várias das jóias apreendidas, e bem assim com o chapéu do bandido José Baiano, todo cravado de pequenos objetos e moedas de ouro.

Também a importância de 6:025$000, que os bandidos traziam, ficou para ser partilhada entre os seis destemidos benfeitores das plagas sertanejas, por ordem de Sua Excelência, que, por último, resolveu autorizar Antônio de Chiquinha a organizar uma volante composta de 15 homens decididos, para dar caça aos demais grupos de cangaceiros que infestam as caatingas sergipanas e baianas.

Assim fazendo, o governador Eronides de Carvalho fica cada vez mais credor do apreço dos seus conterrâneos para servir aos quais não poupa esforços.


Consoante prometemos ontem, publicamos a seguir o resultado de exame feito pelo doutor Carlos Menezes, médico legista da Polícia, nos cadáveres do bandido José Baiano e seus companheiros de cangaço.

O RESULTADO DO EXAME DOS CADÁVERES – AS OBSERVAÇÕES DO LEGISTA DA POLÍCIA


Notas para o auto de exumação e verificação de óbito de José Baiano, Chico Peste, Demudado e Acilino.

“Em um terreno coberto de capoeira grossa, do lado nascente da estrada que liga Alagadiço a Lagoa Nova, em um antigo formigueiro assinalado por uma fogueira também antiga, foi designado por Antonio de Chiquinha e Pedro Guedes, como sendo o local onde sepultaram os corpos de José Baiano, Chico Peste, Demudado e Acilino, na noite de 7 do corrente, após decapitação post-mortem do primeiro. Ordenou o senhor major chefe de Polícia que fosse a dita sepultura aberta, o que sendo feito por dois trabalhadores voluntários da localidade, e retirada a terra com as devidas precauções, foram encontrados a cerca de cinqüenta centímetros da superfície, dois corpos em adiantado estado de putrefação em decúbito dorsal, e orientados com os pés para o nascente, e, repousada sobre os pés, uma cabeça separada do pescoço por sucessivos golpes de facão. Retirados os corpos e cabeça da sepultura e transportados para uma mesa sumária (duas taboas) foram cuidadosamente despojados da camada de barro pegajoso que os envolvia, desnudados e examinados. A cabeça, de malares fortemente acentuados tendo aderente ao couro cabeludo espessa e longa cabeleira crespa, e a cuja dentadura faltava o incisivo mediano direito superior, estava relativamente conservada, e foi facilmente reconhecida como sendo José Baiano. À base do crânio, aderiram quatro vértebras cervicais, estando a quinta seccionada. Os corpos, cujo tegumento externo tinha sido protegido pelas roupas (mescla azul), foram também reconhecidos como sendo Chico Peste e Demudado, apresentando o primeiro quatro perfurações, feitas com instrumento pérfuro-cortante no hemitórax esquerdo e dorso, e amputação da calote craniana ao nível do sinciput; o segundo apresentava também quatro perfurações do tórax ao nível das linhas axilares médias e posterior esquerda e mamelão esquerdo e uma larga cutilada no flanco esquerdo. Continuada a exumação foram encontrados mais dois corpos, e retirados da sepultura com os mesmos cuidados, limpos e desnudados foram examinados sendo o primeiro, Acilino de tal, recentemente ingressado no bando de José Baiano, e o segundo, decapitado ao nível da quinta vértebra cervical, como o aludido chefe do bando. O primeiro, além da perfuração do tórax e ferimento largo do abdômen, com hérnia do intestino delgado, apresentava um golpe na face posterior do crânio seccionado o occipital, parietais e atingindo a apófise mastóidea esquerda, José Baiano, além de três perfurações do tórax ao nível da região precordial, outra na região subclávia e ainda outra na linha axilar posterior direita, todas penetrantes do tórax e decapitação.

O cadáver de José Baiano vestia túnica mescla, camisa de quadros, culote e calçava meias escuras. Em todos os corpos examinados, isto é, nas roupas dos cadáveres foram constatados eloquentes vestígios de luta.

Recompostos os corpos foram inumados no mesmo local.

Fotos: Antonio de Chiquinha e companheiros e Zé Baiano e comparsas - extraídas do livro "Lampião Assaltos e Morte em Sergipe", de Juarez Conrado.

Fonte: facebook

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Paripiranga na História-Parte 2 - Eco do combate da "Fazenda Cajazeira"

Por Rubens Antonio

Um combate pouco conhecido e comentado, em termos de estudos do Cangaço, foi o Fogo da Fazenda Cajazeira, no Município de Cipó.
     Aqui, a demanda de um dos soldados sobreviventes, de vinculação dos seus ferimentos àquele combate, em um documento que repousa, atualmente, no Arquivo Público da Bahia.


P.M.E.B

Quartel em Paripiranga, 11 de Março de 1940.
Do soldado ANTONIO TEIXEIRA DA SILVA

Ao sr. Cel. Comandante da PM

ASSUNTO: – requer I.S.O.

ANTONIO TEIXEIRA DA SILVA, soldado do 4º B.C., adido ao D–NE., tendo sido acidentado no combate contra o grupo de “Lampeão”, havido na Fazenda Cajazeira, Município de Cipó, Estado da Bahia, no dia 11 de Agosto de 1932, quando fazia parte da “Coluna Tenente Ladislau”, que operava no Nordéste do Estado, vem, mui respeitosamente, a bem dos seus interesses, solicitar–vos um Inquerito Sanitario de Origem.
Termos em que espera e PEDE DEFERIMENTO.

Fonte: SILVA FILHO, Rubens Antonio da. “Eco do
combate da "Fazenda Maranduba”, in: “Cangaço na Bahia” site: cangaconabahia.blogspot.comacessado em 10-07-2012, às 20:14 h

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Jornal O Globo publica morte de Ariano Suassuna, mas volta atrás e admite que se enganou.


O estado de saúde do escritor paraibano Ariano Suassuna é gravíssimo, entretanto, ele ainda vive, está em coma e respira com a ajuda de aparelhos. Essa informação é da família, da assessoria de Ariano e de alguns membros da equipe médica do Hospital Português, onde foi internado na noite desta segunda-feira (21), após sofrer um AVC hemorrágico e passar por cirurgia de emergência. O fato desagradável se deu no início da noite de hoje, quando,  o renomado colunista do Jornal o Globo, Ancelmo Gois, noticiou irresponsavelmente a morte do escritor, mas o próprio "O Globo" voltou atrás e admitiu que se enganou. (veja imagem abaixo) O blogueiro pernambucano Jamildo também anunciou a morte de Ariano em seu twitter.  Internautas indignados criticaram fervorosamente a falsa informação, sobretudo, porque saiu de um dos mais respeitados veículos de informação do país. A SITUAÇÃO É MUITO COMPLICADA, MAS ARIANO VIVE.

http://www.vecgaranhuns.com/2014/07/jornal-o-globo-publica-morte-de-ariano.html

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UM ENCONTRO ENTRE FAMÍLIA

Por João de Sousa Lima

Domingo passado nos reunimos na casa de Alcides Modesto e Conceição (Mãezinha) para relembrarmos fatos históricos da nossa família.




O encontro serviu para reunir a família em uma confraternização com a finalidade de estudarmos  fatos, documentos, fotos e materiais das famílias que tiveram sua árvore genealógica fundamentada em Itapetim, Pernambuco e da parte de Alcides Modesto, os fatos e documentos partindo do Piauí.






Será montado um memorial sobre a família, que servirá de estudos e preservação das famílias Santos, Piancó (Sousa Lima) e Nunes.
   





Presente ao encontro: Eu, Betinha, Osvaldo, Manuel, Haroldo Magno, Mãezinha, Alcides, Branco, Letícia, Stéfany, Alcides, Socorro, Carlinha, Francisca e Celso Jr.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com/

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