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sábado, 18 de setembro de 2021

LAMPIÃO E A CHACINA DO BREJÃO

Por Beto Rueda

O povoado de Brejão da Caatinga(antigo Brejão de Dentro), município de Campo Formoso(BA), entrou para a história do cangaço por conta do massacre cometido pelo bando de Lampião a 04 de julho de 1929.

Oriundos de Campo Formoso, o Cabo Antônio Militão da Silva e os soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva, chegaram ao povoado em perseguição a criminosos que fugiram da cadeia pública de Senhor do Bonfim(BA). Outro grupo que contava com o cabo João Rosalvo, juntamente com os soldados Josino Bispo Silva, Euclides Ponciano da Conceição, Germiniano da Silva Duarte e Torquato Alves de Souza, partiram mais cedo por outro flanco também em busca dos fugitivos, em direção ao povoado de Delfino, em Umburanas (BA).

Os soldados comandados por Militão foram recebidos na residência de Alfredo Monteiro.

Despreocupados, deixaram as armas escrevendo bilhetes para suas famílias em Campo Formoso, dando-lhes conhecimento da direção que iriam tomar.

De manhã, logo pelas onze horas, o cabo, que consertava os arreios de uma montaria, avistou de longe diversos homens armados e imaginou a presença de outros soldados. A estrada fazia uma curva fechada e desembocava junto à casa, motivo pelo qual Militão logo perdeu de vista os indivíduos. Os outros praças também não tiveram curiosidade de ver quem se aproximava.

"De súbito, num ápice, saltam das selas Lampião, Volta Seca, Ezequiel, Pai Velho, Corisco, Arvoredo, Moderno, Esperança, Mourão, Gato, Pernambuco e Labareda. Virgolino já intima o Cabo Militão:

– Se prepare, cabra, se prepare pra apanhar!

– PRA APANHAR, NÃO, QUE EM HOMEM NÃO SE DÁ: – HOMEM SE MATA!

– Apois, então, tire a cartucheira, que é pra não melar de sangue!

Mas não findara o curto diálogo entre Virgolino e Militão e já Volta Seca desfechava neste um tiro de Parabellum no ouvido.

Com o estampido, acorrem os soldados, atordoados e sem os fuzis, e são recebidos por uma saraivada de balas, quase a queima-roupa. Um deles tomba, tendo como arma nas mãos a caneta com que inconscientemente estava a mandar o derradeiro adeus à família. Outro, o único que logo não caiu, baleado que fora ligeiramente num braço, retrocede à casa e procura refugiar-se numa alcova. Cerrada descarga atravessa a porta, prostrando-o morto pelas costas. Muitos outros disparos alvejam ainda os moribundos, um dos quais escabuja e é sangrado. Esse infeliz chegou a receber no corpo nove balas. Tudo isso não durara mais que instantes.

A horda penetra na casa e Lampião, não saciado, indaga se não resta escondido por ali mais algum macaco do "gunvêrno". Alfredo Monteiro responde negativamente e implora compaixão para si e para os seus. Lampião grita-lhe que nunca mais dê rancho a macaco e volta ao terreiro. Dá um pontapé no cadáver de Militão e arranca-lhe do braço as divisas de cabo, presenteando uma das fitas a Moderno e outra a Arvoredo. Ezequiel vasculha os bolsos dos soldados. Tal busca do dinheiro resulta infrutífera e o miserável desanda na torpeza de insultos pornográficos.

Estarrecido, o dono da casa pergunta que deve fazer com os cinco cadáveres. Virgolino sacode os ombros:

– Querendo, enterre; não querendo, deixe os urubus comer!

Pai Velho saúda com uma risada o dito de sarcasmo do chefe feroz.

Lampião pede cachaça, cachaça muita que dê pra ele e a “rapaziada” festejarem a caçada do dia.

Alfredo Monteiro, receoso de ter de testemunhar nova chacina, adverte que outra força de polícia está a chegar. Virgolino exalta-se e deixa a esses policiais um recado obsceno. Depois, olha raivosa e tigrinamente as suas cinco vítimas e ordena a Alfredo Monteiro que enterre os peste todos numa cova só, sob pena dum ajuste de contas em regra, noutra visita inesperada. Alfredo Monteiro promete que assim fará e pede licença para ir buscar a aguardente. Lampião diz que não quer mais…

Todo o grupo torna a montar.

Nisso, o soldado Cecílio Benedito, nos últimos estertores, bole ligeiramente com um pé. Lampião observa o movimento e saca, de novo, a pistola:

– O diabo deste “macaco” inda está se mexendo? Macaco mexeu, quer chumbo…

E, mesmo montado, desfecha-lhe um tiro na cabeça, que lhe arranca parte do frontal.

E esporeando as alimárias, a cantar alegremente o “É lampa… é lampa…”, os Cavaleiros do Crime galopam, fugindo pusilânimemente a um encontro com os policiais esperados.

Quando o tropel da cavalhada e a toada do hino de guerra de Lampião não se faziam mais ouvir, foram se reabrindo as casas do Brejão e das portas e janelas umas cabeças assustadas perscrutavam se o vilarejo já encontra restituído à sua quietude e pacatez.

Alfredo Monteiro, de olhos marejados, estava a espantar uns cães famintos que lambiam o chão inda rubro, aqui e ali, do sangue dos cinco mártires do banditismo nefando.

O sol pompeava, na sua escalada para o zênite.

O Cabo Militão tinha os olhos esbugalhados para o céu, como a indicar que aquele cuja firmeza de olhar não se curvara ante a crueldade vilã do Rei do Cangaço também era capaz de fitar o sol, o grande sol flamejante dos sertões!" (MOTA, 1967, p. 54).

REFERÊNCIAS:

MOTA, Leonardo. No tempo de Lampião. 2.ed. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1967.

FONTES, Oleone Coelho. Lampião na Bahia. Salvador: Ponto & Vírgula Publicações, 2010.

 https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=1734730010069269%2C1734240003451603%2C1734672050075065%2C1733347400207530&notif_id=1631805452993592&notif_t=group_activity&ref=notif

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COMO DEI CABO DE LAMPIÃO

 

https://www.youtube.com/watch?v=LQkyptghgpA&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Ângelo Osmiro Barreto, pesquisador e escritor das histórias do cangaço possui uma das maiores, senão a maior, biblioteca com o tema Cangaço, no Brasil. Já foi presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e hoje é presidente do GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará. Toda sexta-feira, às 19:15h, fique com a Dica de Leitura do Prof. Ângelo Osmiro. 

Link desse vídeo: https://youtu.be/LQkyptghgpA

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EM SUA OPINIÃO, LAMPIÃO CHEGOU A COMANDAR MAIS DE MIL CANGACEIROS, EM QUASE 20 ANOS DE CANGAÇO, SIM OU NÃO?

 Acervo Jose João Souza

Em um relatório do ano de 1928, apresentado pelo chefe de polícia de Pernambuco, Dr. Eurico de Souza Leão, ao Secretário de Justiça, seguia uma lista de 40 cangaceiros mortos em combate e 108 capturados.

Fonte: O CANGAÇO: poder e cultura política no tempo de Lampião

De Marcos Edilson de Araujo Clemente

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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CANGAÇO - A MORTE DE ZÉ BAIANO EM ALAGADIÇO

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=aGbSbr4Yq8Q&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Cangaço - A morte de Zé Baiano em Alagadiço O pesquisador Antônio Porfírio fala um pouco da morte do cangaceiro Zé Baiano. 

Link desse vídeo: https://youtu.be/aGbSbr4Yq8Q

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BANDO DE LAMPIÃO EM SERGIPE

 Por Guilherme Velame Wenzinger

Segundo o site esta foto foi descoberta pelo pesquisador Robério Santos

Bando de Lampião em Sergipe. O ano não me recordo, alguém do grupo pode dizer. Esse retrato para mim é um dos mais especiais por ter juntos alguns dos cangaceiros mais famosos. Na foto estão Lampião, Ponto Fino(seu irmão), Corisco, Angelo Roque, Volta Seca, Luiz Pedro, Virginio, Calais, Mariano e o outro não sei.

Obs: Um dos poucos registros fotográficos de Lampião e Corisco juntos.

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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VÍDEO..! A HISTÓRIA DE SILVIO BULHÕES..!

https://www.youtube.com/watch?v=atXq0d8PSeY&t=672s&ab_channel=PedrodaRocha

POR QUE AS CINZAS DO CANGACEIRO CORISCO, SEU PAI, FORAM JOGADAS AO MAR ?....etc..etc..

Filho do casal de cangaceiros Corisco e Dadá, o menino Sílvio assusta-se ao confrontar suas verdadeiras origens; o rapaz Sílvio parte em busca da mãe biológica; e o homem Sílvio inicia uma jornada para dar aos restos do pai um mínimo de dignidade.

FONTE: Pedro da Rocha/ YOUTUBE

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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“O SUJEITO”

Por José Mendes Pereira

O Sujeito

Lembrar de "O Sujeito" é reviver a nossa juventude de antes de ontem, e ontem, aqueles tempos de ouro, ouro de melhor quilate, ouro misturado com doses românticas e olhares apaixonados, entre àquela multidão de pessoas que procurava se acasalar, pelo menos naquela saudável noite, naquela temperatura fria, vindo do rio que ainda vivia alegremente sem nunca pensar em morrer; em meio da linda iluminação das luzes negras, afogada com as mais famosas músicas da época, como por exemplo: The Fevers com o seu “Mar de Rosa”. 

https://www.youtube.com/watch?v=tWOE0eYG5o4

Esta música foi muito tocada naquela casa, e o controlista do som colocava uma outra e outra, mas logo estava com ela de volta. O motivo dela ter sido tão rodada, porque o som é excelente para quem sabe dançar, e até mesmo para quem não dança nada. Ela ajuda o dançarino a se mexer. 

https://www.youtube.com/watch?v=COcFzV2S2uY

"O Sujeito" amparava também as belas músicas do "Renato e seus Blue Caps" com a música Playboy, que fazia sucesso em todos os locais da cidade, e outros tantos cantores famosos da época.

O sujeito não tinha férias, era de verão a verão, e todas as noites as suas dependências estavam lotadas de jovens que vinham de várias escolas de Mossoró.

Apesar do seu tamanho, o "Sujeito" foi um dos melhores clubes da cidade, com portas abertas, e pagar entradas, só quando eram contratados cantores.

O “Sujeito” deixou muitas recordações nos corações daqueles que nos anos 60 e 70 frequentavam diariamente aquela casa de diversão.

A nossa Mossoró tem história, o certo é que muitos guardam em suas lembranças, sem compartilharem com outras pessoas, que apenas, vez por outra, ouvem pequenos comentários dos fatos que se passaram nas décadas de 60 e 70, com a explosão musical.

O Brasil não teve como segurar a juventude, mas todos aqueles que faziam parte dela, era em prol de divertimentos, de boas causas. Era uma verdadeira tranquilidade. O sujeito saía à noite para se divertir em qualquer casa de shows em bairro de Mossoró, e tinha certeza que iria voltar em paz. Hoje é tudo diferente..., a certeza de voltar em paz para casa, é uma grande incerteza.

O grande amigo Expedito De Assis lembrou e me fala em comentário que eu esqueci, que todos daquela época, inclusive ele e eu, enfrentávamos as águas do rio Mossoró em período de muito inverno, quando elas em abundâncias transbordavam por todos os lugares, e invadiam o tablado de "O Sujeito". Não é que nós enfrentávamos o rio, e sim, sobre o tablado elas se espalhavam. Foi um tempo muito bom, inesquecível para todos nós que éramos jovens naquelas décadas.

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http://meumundojosemendespereira.blogspot.com.br

Fotos:

1- Churrascaria O Sujeito enchente 1961 -www.azougue.org

2 - Rio Mossoró - http://www.tribunadonorte.com.br

3 - Rio Mossoró - http://www.sistemascactus.com.br

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MARIA BONITA NA LITERATURA DE CORDEL.

 Por Kydelmir Dantas


A Literatura de Cordel apresenta mais de 1000 títulos com o tema Cangaço e destes apenas cerca de 10% falam da presença feminina. Logicamente, a maior quantidade de títulos dedicado ao principal nome de Maria Bonita (Maria Déa de Oliveira) deste movimento social que abrangeu o Nordeste até meados do Século XX. 


As outras que mereceram um título foram DADÁ, SILA, INACINHA, ELEONORA e ARISTÉIA. As demais foram inseridas em folhetos com títulos abrangentes AS MULHERES CANGACEIRAS. No acervo pessoal temos 55 exemplares que 'homenageiam' a Rainha do Cangaço. (Kydelmir Dantas).

https://www.facebook.com/memories/?source=promotion_feed_story&story_id=1298279560283225&qp_h=AZLdibez4wAABjtqIuQ

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A EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE ESTÁ MUITO DOENTE!

Por José Mendes Pereira

Lembro-me quando eu ainda cursava o 2º. Grau diante de tantas dificuldades que me rodeavam, e que os meus passos sempre foram pisados sobre coisas que eu apenas sonhava em possuir.

Após a minha maioridade tive que tomar posse dos meus sofrimentos, das minhas tristezas, das minhas dores, do meu eu, e das minhas alegrias, se é que eu nem me lembro de ter passado por tempos fartos, tempos de bonanças no meu período de estudante adulto; e que ninguém mais estava ali para me ajudar a caminhar, enfrentar os problemas presentes e os futuros que deveriam me visitar.

Foi difícil me adaptar à nova vida sozinho, mas com bom censo, imaginei que eu tinha dois pés, e era com eles que eu deveria me deslocar em busca de coisas diferentes, de empregos, de cômodos para guardar os meus restritos pertences.

Assim que conclui o 2º. Grau caminhei para faculdade, uma escola que todos sonham em fazer parte dali, para preparar um futuro melhor, ser dono de uma casa bem mobiliada, com carro na garagem, ter dinheiro a todo o momento, para solucionar os seus problemas, viajar para passar férias em outros Estados, ou até mesmo em outros países, poder receber os seus amigos, sem ter vergonha da sua residência.

www.atividadesebrincadeiras.com

Logo que terminei faculdade fui de encontro a uma sala de aula, e lá era aonde eu iria adquirir tudo o quanto eu sonhava, mas me enganara; a educação é apenas um lugar que ensina, instrui, informa e forma, e não lugar para adquirir carros, casas, dinheiro em abundância... 

O professor não é visto com bons olhos pelos governantes, mas ele é uma peça principal de uma nação, e sem ele, não haverá ensino, e nem ninguém será formado e informado.

Diante do péssimo salário que recebe um professor, que não dar para comprar livros, apostilhas com bons conteúdos, apresentar-se aos seus alunos bem vestido, que com certeza é um ato de respeito e consideração a eles, como poderá existir educação de boa qualidade, quando o mestre não dispõe de recursos para se vestir bem, ter excelentes livros de acordo com o seu conteúdo, e caminhar feliz em busca da sua sala de aula?

Olhando bem, a educação brasileira é um grande circo, coberto e edificado com barro, abstraindo a lona, mas com bons profissionais que fazem os seus espetáculos dentro dele com interesse, mesmo sem incentivo, e oferecem a uma plateia desestimulada, devido a falta de interesse dos responsáveis pela a educação, e que muitos deles assistem as aulas em pé, por falta de carteiras. 

televisao.uol.com.br

Ninguém sabe dizer quando será que a educação brasileira deixará a UTI, ou se a tendência é piorar e chegar a óbito de uma vez por toda. 

Não adianta dizer que ela está bem, caminhando bem. A cada dia, ela corre risco de não ser mais aquela de algumas décadas passadas.

Noutros tempos, os dias de aula em uma escola eram 180, e o aluno aprendia mesmo, mas hoje, aumentaram para 200 dias e ninguém aprende nada. 

O motivo de 20 dias a mais foi apenas para não dar chance ao professor fazer greve, e desmontá-la, quando surgir uma. Assim prejudicando o próprio aluno,  que o deixa cansado, em passar 200 dias frequentando aulas.

Quando será que a educação deixará a UTI? Você sabe?

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