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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cangaceiro Barra Nova

Por: João de Sousa Lima

Esta foto mostra no centro o cangaceiro Barra Nova, tendo à direita de quem olha, o cangaceiro Luiz Pedro.

..., Barra Nova e Luiz Pedro

O verdadeiro nome do cangaceiro Barra Nova era Manuel Maurício. Esta fotografia estava em seu bornal quando foi morto pelo tenente 

Tenente Zé Rufino

Zé Rufino e o próprio Zé Rufino a deu de presente, na década de 60, a João Maurício, filho do cangaceiro. Em breve teremos um capítulo sobre a história de Barra Nova. Agradeço a fotografia a João Maurício e José Aldino.

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

http://www.joaodesousalima.com

Centenário do Nascimento de Luiz Gonzaga O Rei do Baião


No dia 13 de dezembro de 1912, nasceu em Exu, cidade do estado de Pernambuco, na Fazenda Caiçara, o maior representante da música popular nordestina, Luiz Gonzaga do Nascimento.

Filho de Januário José dos Santos, o Mestre Januário, e de Ana Batista de Jesus, conhecida como Santana, Luiz Gonzaga cresceu auxiliando os pais, mas, sobretudo, admirando o pai, que era sanfoneiro, conhecido como Mestre dos 8 Baixos. Antes de adquirir sua primeira sanfona, fole Kock, de oito baixos, marca Veado, em 1924, Luiz Gonzaga já tocava e animava bailes, forrós e feiras, acompanhado do pai.

EBCT - Selo do Centenário_José Leite Primo e Kydelmir Dantas

Não se registra momento sem impacto na vida de Luiz Gonzaga. Sua cronologia é repleta de fatos e acontecimentos marcantes, num ritmo acelerado, assim como sua música. Seu guarda-roupa artístico era composto de sanfona e chapéu de couro, à vaqueiro ou à cangaceiro.

Deixou sua terra natal em 192 (1930 – grifo nosso) em função de um namoro interrompido por discordância dos pais da noiva e represália de seus pais. Após vender sua sanfona, já no estado do Ceará, viajou para Fortaleza, ingressando no Exército.

Em 1930, por causa da Revolução, viajou a serviço militar pelo País e, em 1933, estabeleceu-se no estado de Minas Gerais, onde se tornou soldado tambor-corneteiro, apelido “bico de aço”. Sem que tenha se desligado da música durante o período no Exército, ainda em Minas Gerais, aprendeu a tocar sanfona de 120 baixos com o amigo, o soldado Domingos Ambrósio.

Após deixar as Forças Armadas e instalar-se na cidade do Rio de Janeiro, no então bairro boêmio do Mangue, já portador de sua sanfona branca, Hohner, iniciou sua carreira musical, tocando vários ritmos de sucesso na região em que se encontrava. Apoiado por estudantes cearenses, mudou o seu repertório, obtendo sucesso no programa de calouros da Rádio Tupi com a música Vira e Mexe, atuando, posteriormente, no programa A Hora Sertaneja, com a ajuda do sanfoneiro Zé do Norte.

Foi na gravadora Victor, em 1941, que, numa participação com a dupla Genésio Arruda e Januário França, Luiz Gonzaga consegue sua primeira gravação. A partir de então, o sucesso do “maior sanfoneiro do Brasil” só foi crescendo. Carismático, teve grandes nomes musicais como parceiros. Com o cearense Humberto Teixeira, em 1944, a primeira parceria foi com o xote No meu pé de serra. Esta parceria perdurou até 1952.

Em 1945 já tinha 25 discos gravados como sanfoneiro e um como cantor. Neste ano, também, fruto de sua convivência com a cantora Odaléia Guedes, nasceu seu filho, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, artisticamente conhecido como Gonzaguinha. O final da década de 40 foi repleto de conquistas, marcada pelo casamento com Helena das Neves Cavalcanti, e a gravação de um dos seus maiores sucessos, Asa Branca.

Na década de 50, o casal Luiz Gonzaga e Helena tiveram a filha Rosa Maria. Neste período, o Rei do Baião lançou, gravou e cedeu várias de suas composições a outros cantores, que se tornaram clássicos da MPB.

Com o título de Rei do Baião, incansavelmente, Luiz Gonzaga compôs muitas músicas, sozinho e em parceria, recebendo uma infinidade de prêmios. Vários espaços foram criados em sua homenagem. Morreu aos 76 anos de idade, em 1989, deixando-nos imensurável legado cultural, que é vivido pelo povo, pelos artistas e gravadoras, em qualquer recanto do País.

Os Correios prestam uma homenagem ao protagonista de uma história de lutas, batalhas e sucessos, assinalando o centenário do seu nascimento em selo postal, pequena ilustração de grande valor histórico e cultural, que circulará mundo afora contando a trajetória de quem soube “sanfonar” a própria existência.

Daniel Gonzaga
Cantor, Músico e Instrumentista, neto de Luiz Gonzaga

SOBRE O SELO
Na composição da imagem do selo, o artista utilizou vários elementos retratando a vida sertaneja do cantor e, sobretudo, a música Asa Branca, um de seus grandes sucessos. Em primeiro plano, a imagem do cantor vestido com a tradicional roupa de vaqueiro nordestino e chapéu de couro, segurando uma sanfona; acima de seu braço, a ave branca voando em direção às nuvens, simbolizando a harmonia musical do cantor. No canto inferior direito, os olhos verdes e a plantação, presentes na letra da música Asa Branca. O símbolo da Maçonaria indica a participação do homenageado naquela sociedade. Ao alto, no canto direito, a coroa representa a majestosa obra do cantor, cujos fãs o batizaram merecidamente de “Rei do Baião”. Foram utilizadas as técnicas de desenho a nanquim e pintura.

Detalhes Técnicos

Edital nº 21 
Arte: Jô Oliveira
Processo de Impressão: of-set
Folha com 24 selos
Papel: cuchê gomado
Valor facial: R$ 1º Porte Carta Comercial
Tiragem: 300.000 selos
Área de desenho: 33mm x 33mm
Dimensão do selo: 38mm x 38mm
Picotagem: 11,5 x 11,5
Data de emissão: 13/12/2012
Locais de lançamento: Exu/PE, Recife/PE, Juazeiro do Norte/CE, Brasília/DF, Campina Grande/PB e Entre Rios/BA
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2015

Código de comercialização do selo: 852009356
http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2012/selos2012_21.cfm

Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador:
 Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Praça Bento Praxedes, 1918. Mossoró,RN

Praça Bento Praxedes, 1918

Esta praça, localizada na zona central da cidade, no distrito 602, tem o seu quadrilátero formado pelas ruas, a leste, Rua José de Alencar; a oeste, Rua Tiradentes, em foco nas imagens apresentadas; ao sul, Rua Alfredo Fernandes, e ao norte, a rua Francisco Izódio, situada no distrito 601, que aliás, no mapa Google, a rua está grafada errada; está  como Francisco Sódia.

A partir da década 50 do Século XX,  popularmente, a praça tornou-se intitulada, de modo depreciativo, de  Praça do Codó, que nas crendices populares, a palavra codó significa algo que dar azar. O patrono desta praça, até a presente data, é Bento Praxedes Fernandes Pimenta,  (31/01/1871-29/04/1922), nascido na cidade de Maioridade, hoje Martins-RN, e mossoroense deste 1890. Foi abolicionista, político hábil, inteligente, governista com mentalidade de tolerância; Coletor Federal, e dirigiu o Comércio de Mossoró, escrevendo fluentemente de 1904 a 1917.

É provável que em 1918, esta praça possuísse outra nomenclatura, já que faz parte do perfil do político brasileiro a eterna atração pela SANU-Síndrome de Alteração da Nomenclatura Urbana, demonstrando, inúmeras vezes, a indigência cultural e o desconhecimento da história do país, e o resultado destas alterações não poderia ser pior, a destruição da nossa memória.

Em outros países, não se vê este troca-troca de patronos dos seus logradouros públicos, estes patronos estão lá, há décadas ou séculos, como se fossem verdadeiros defensores da História. Imaginemos chegarmos a Buenos Aires, e não mais localizarmos a Plaza San Martin, porque alguém achou, de uma hora para outra,  trocar o patrono do logradouro, ou ainda, o cidadão chegar a Paris e não conseguir localizar a Place de la Concorde porque algum maluco resolveu mudar sua denominação. Seria um crime contra a História.

Considerei a data de 1918 para o registro fotográfico, pelo fato da foto apresentar as mesmas características técnicas desta outra foto. Observa-se que o fotógrafo priorizou as questões urbanísticas, tendo o cuidado em destacar o casario, os postes da eletrificação urbana. Observa-se um novo estilo arquitetônico presente nas fachadas das casas, rompendo de fato com o estilo colonial. Contudo, as ruas ainda não eram pavimentadas, notam-se vestígios de poças d'água ao longo do chão da rua.

Casarões da Pça. Bento Praxedes, 1948

A segunda foto, a casa em destaque é a de nº 98, mencionada pelo historiador Raimundo Soares de Brito: o Palacete construído em 1918, pelo banqueiro Sebastião Fernandes Gurgel, proprietário da Casa Bancária S Gurgel.Em 1928, este palacete foi vendido para o comerciante e industrial local, Miguel Faustino do Monte.

Em 13 de setembro de 1933, este Palacete entrou para a História Oficial, foi o Catete Mossoroense, pois, nesta data, nele instalaram-se o Presidente Getúlio Vargas e sua comitiva presidencial, após  a solenidade do hasteamento da Bandeira Nacional, foi dado como instalado o Governo Provisório da República do Brasil. Portanto, esta praça faz parte tanto da história local como da nacional.Mossoró no Diário de Getúlio Vargas apresenta outras informações sobre este fato histórico.

Em 1945, novamente o Palacete foi vendido ao Sr. Dix-Neuf Rosado, industrial e político local, permanecendo em poder da família até a presente data.

Casarões da Pça. Bento Praxedes, 1948

O casarão da terceira foto, foi residência do comerciante e industrial local, Sr. Quincas Duarte. Inclusive a terceira imagem, com base na posição do automóvel  nada mais é do que um prolongamento da segunda imagem, a qual sofreu um corte mal feito e desnecessário, gerando perdas de detalhes.

Estas  fotos devem fazer parte de um conjunto de imagens oficiais, que ao disponibilizarem, não fizeram as devidas referências às origens das mesmas, e tampouco ao autor destas, e consequentemente, quando a utilizamos, somos obrigados a atribuir o trabalho a fotógrafo anônimo. É lastimável, o manuseio incorreto de arquivos históricos, em nosso país.

Infelizmente, o descuido urbanístico, por parte de nossas autoridades constituídas, é uma febre nacional, pois esta praça encontra-se abandonada e sem manutenção, como pode-se constatar neste artigo do Franklin Jorge. Concluindo, a partir desta pequena memória fotográfica, interligamos os mais diferentes pontos da história.

Governantes locais/nacional do período:

- Presidente da República: Wenceslau Braz Pereira Gomes (1868-1966). Mandato: 1914-1918;
- Governador do RN: Joaquim Ferreira Chaves Filho (1852-1937). Mandato: 1914-1918;
- Em Mossoró, RN: Presidente do Conselho: Jerônimo Rosado. Intendente:Sebastião Fernandes Gurgel. Mandatos: 1917-1919;
- Padrão monetário vigente: Réis.

Fontes:  BRITO, Raimundo Soares de.Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), Vols I e II, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, setembro de 2003;  CASCUDO, Luís da Câmara. Notas e Documentos para a História de Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 4a. Edição, maio de 2001; COSTA, Andréa Virgínia Freire. Lugares do passado ou espaços do presente? Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, Mossoró-RN, abril de 2009; Centro de Memória-TRE-RN; Hemeroteca Pe. Sátiro; Memorial do Ministério Público do RN; Fonte do arquivo fotográfico P&B.

http://telescope.zip.net/arch2009-11-01_2009-11-30.html



O SERMÃO DO BOM LADRÃO, PADRE VIEIRA

Do blog de Ricardo Noblat
Pe. Antônio Vieira

(...) O que eu posso acrescentar pela experiência que tenho é que não só do Cabo da Boa Esperança para lá, mas também da parte de aquém, se usa igualmente a mesma conjugação.

Conjugam por todos os modos o verbo rapio, não falando em outros novos e esquisitos, que não conhecem Donato nem Despautério (a).

Tanto que lá chegam começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos, é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo.

Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o misto e mero império, todo ele aplicam despoticamente às execuções da rapina.

Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quanto lhes mandam; e para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos.

Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem; e gabando as coisas desejadas aos donos delas por cortesia, sem vontade as fazem suas.

Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito; e basta só que ajuntem a sua graça, para serem, quando menos, meeiros na ganância.

Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram as permissões.

Furtam pelo modo infinito, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes, em que se vão continuando os furtos.

Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas; porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados e as terceiras quantas para isso têm indústria e consciência.

Furtam juntamente por todos os tempos, porque o presente (que é o seu tempo) colhem quanto dá de si o triênio; e para incluírem no presente o pretérito e o futuro, de pretérito desenterram crimes, de que vendem perdões e dívidas esquecidas, de que as pagam inteiramente; e do futuro empenham as rendas, e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos.

Finalmente nos mesmos tempos não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse.

Em suma, o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar.

E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados e ricos: e elas ficam roubadas e consumidas...

Assim se tiram da Índia quinhentos mil cruzados, da Angola, duzentos, do Brasil, trezentos, e até do pobre Maranhão, mais do que vale todo ele.

Padre Antonio Vieira, sacerdote jesuíta, professor de retórica, pregador, confessor, embaixador e escritor português. Trecho do Sermão do Bom Ladrão, escrito em 1655. Proferido na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), perante D. João IV e sua corte. O retrato que apresenta o autor é de Cândido Portinari.

Postado por: Honório de Medeiros
http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br

Convite!



Convite Rio - Mostra Luiz Gonzaga

Exposição sobre Luiz Gonzaga  - O Imaginário do Rei.
 local: Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro 
Data: 17 de dezembro 2012 a até 24 de fevereiro 2013. 
Curador: Bené Fonteles

Enviado pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Curiosidade - Lampião


Por: Jobeno

No bando de Lampião, conta-se que passou mais de mil cangaceiros. No Auge de Virgulino ele tinha mais de 200 cabras vivos, mais pode haver controvérsias pois alguns cangaceiros nunca chegaram a ver todos os homens, como é o caso de 

O cangaceiro Volta Seca ainda jovem

Volta Seca que afirma ter visto até 120 homens... Esse monte de cabra era dividido em subgrupos como o de, Zé Sereno, Ângelo Roque (Labareda), Moreno, Mariano, Moita Brava, Português, Corisco e por ai vai...Esses subgrupos eram importantes para expandir o cangaço, pois cada subgrupo ficava em locais diferentes ou até estados diferentes, também era essencial para não chamar tanta atenção, imagine só mais de 100 homens juntos em um só local? Se jogassem uma bomba matavam todos e fim no cangaço.

O cangaceiro Corisco

Corisco era sim do bando de Lampião e ele era o líder de um subgrupo, após alguns desentendimentos com Lampião, Corisco se separou e formou o seu próprio bando, mais esses desentendimentos não afetaram muito a amizade dos dois. Após a morte de Virgulino no dia 28 de Julho de 1938, Corisco passa a rei do cangaço riscando o sertão, só que quase dois anos depois é morto pela volante de Zé Rufino...

http://www.orkut.com/