Por José Mendes Pereira
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quinta-feira, 15 de julho de 2021
PEÇA LOGO ESTES TRÊS LIVROS PARA VOCÊ NÃO FICAR SEM ELES. LIVROS SOBRE CANGAÇO SÃO ARREBATADOS PELOS COLECIONADORES.
NOVO LIVRO NA PRAÇA SOBRE CANGAÇO
Por José Mendes Pereira
COPIANDO DO FOLCLORISTA POTIGUAR, GUTENBERG BERG COSTA CENTENÁRIO DE VERÍSSIMO DE MELO (09/07/1921 - 09/07/2021): NOSSA HOMENAGEM!
"Veríssimo de Melo faz jornalismo, está findando o curso jurídico e espera continuar estudando e amando, naturalmente, terra e gente onde vive. Desde menino amalucou pelos folguedos tradicionais, alegrias, corridas, afoitezas de muitos séculos capitalizados nas pernas, braços e goelas molecas. Empinou corujas com galhardia, amarrando rucega na ponta da cauda, desafiando adversários, como Finnmore viu no Japão antes da bomba atômica. Comeu goiaba quente, teve dor de barriga escondida, fugiu da escola para ir ao Circo de Cavalinhos, acompanhou o Palhaço e apaixonou-se pela menina do trapézio. Todas as “constantes” do menino nortista vivem, agora recalcadas para o potencial, neste futuro bacharel em ciências jurídicas e sociais, com a borla tocada no quengo e o anel no fura-bolo.
Amou, logicamente, o Folk Lore, com suas divisões naturais da Literatura Oral e da Etnografia Tradicional. Frequentou livros e feiras, que são ainda os nossos museus de Arte e Trabalho Popular. Aprendeu a cantar todos os versos do “Fandango” e dar seis passos e meio no bailado da “Burrinha” no Bumba-meu-Boi. Não há uma atividade no plano folclórico que Veríssimo ignore. De velha raça de observadores, meio cético, meio crédulo, sabe ver, ouvir e contar. Os “antigos” deixaram-lhe no sangue a mania da liberdade moral, a impossibilidade do ritmo quaternário, lento e lindo, carregando a ponta da cauda de um manto. Dá-lhe logo vontade de levantar tudo de uma vez para verificar o que vai andando, se é gente mesmo ou bicho ensinado. Mas nada existe nesse companheiro que lembre deseducação desrespeito, desatenção, brutalidade. Ninguém terá mais amor ao passado, galas, modos, frases. Nem mais compreensão ao presente. Como um folclorista legítimo estuda o homem na sua normalidade, no trágico quotidiano, sem querer provar cousa alguma, sem obedecer aos bridões de uma doutrina ou aos freios de uma solidariedade total."
LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
Fonte: Adivinhas / Veríssimo de Melo – Natal: Biblioteca da Sociedade Brasileira de Folk-Lore, 1948 - Prefácio de Luís da Câmara Cascudo.
Foto: VERÍSSIMO e CASCUDO.
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CANGAÇO – VIOLÊNCIA NO SERTÃO DO NORDESTE
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros UFRJ
Resumo
Análise do cangaço como uma modalidade de violência, com algumas características de cultura regional – Nordeste. Conjuntura internacional e nacional: fim da primeira guerra mundial e levantes tenentistas no Brasil. Ênfase no mundo sertanejo (1917 – 1938), com êxodo de populações tangidas pela violência da guerra entre duas concepções de mundo, em sete Estados. Características da cultura sertaneja, honra e valentia constituem a épica dessa saga, cujo epílogo coincide com a eclosão da segunda guerra mundial. Flashes de violência no mundo contemporâneo globalizado.
Palavras-chave: Cangaço. Cultura Regional. Memória. Violência.
Biografia do Autor
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, UFRJ
Doutora em Ciências Sociais PUC/SP
Pós doutorado em Antropologia UNICAMP e em Ciência da Literatura - UFRJ.
Professora Aposentada
Referências
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VILAR, Pierre – Desenvolvimento Econômico e Análise Histórica. Lisboa, Ed. Presença, 1982.
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GAIOLAS
Clerisvaldo B. Chagas, 14 de julho de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.574
Você concorda que uma gaiola de passarinho é pura arte? Conheci muitas, bem feitas, bem acabadas, partes envernizadas, retangulares, redondas, quadradas, cheias de detalhes e até com belíssimo primeiro andar. Como são criativos os nossos artesãos das talas. O problema é que ninguém quer imaginar uma gaiola sem um pássaro dentro; um pássaro de verdade porque ainda não consegue enxergar com a mente, uma gaiola em casa como ornamento com um pássaro de plástico, de madeira... Ou de outro material. Conheci pessoas com criatórios de aves canoras da área externa de casa à cozinha. Quem pode negar que aqueles inúmeros cantos de uma vez só não parece um paraíso? Apesar de bem cuidados e até com assistência veterinária, lembramos que estão presos. O crime? Cantar bonito.
Talvez o maior criador de passarinhos de Santana do Ipanema, tenha sido o saudoso Sebastião Amaral, esposo que foi da simpática senhora Iolanda. Nunca me interessei (adolescente) em saber o que era que movia o cidadão a criar tantos pássaros assim. Sei \penas, do valor de cada ave, pois um criador de Arapiraca me falava do lucro que tinha com o galo de campina, o papa-capim, o canário, o azulão e outros mais. Falou-me que havia um criador, cujo pássaro já fora trocado por automóvel. Todavia, não vamos entrar no mérito das paixões dos criadores, compradores e vendedores. A nossa formalidade de hoje, foi apenas apresentar a gaiola como fruto de arte do artesão e que deve ser apreciada como tal, independente de ave de carne e osso.
Da mesma maneira uma bainha de faca sob encomenda de um bom artesão é coisa chique. O problema é que a polícia obriga ao indivíduo que for flagrado com bainha sem faca, a dá conta da arma, mesmo que ela não exista. Assim, com estamos vendo agora a apreensão de inúmeras gaiolas na feira. Somente as gaiolas vazias. O artesanato belo e puro, previamente acusado de um futuro crime. Caso houvesse questão, seriam advogados de um lado e de outro. Um embate sem fim na opinião pública.
Coisas simples e complicadas
Haja arte!
Haja pássaros... Na Natureza.
ARTE NOS QUINTAIS ZERO PRISÃO. (FOTO: B. CHAGAS).
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ANGICO - A DERROCADA DO CANGAÇO.
Por Cangaçologia
https://www.youtube.com/watch?v=xDBjpdECLWg&ab_channel=Canga%C3%A7ologiaUma das últimas entrevistas concedidas pelo renomado escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo, que nos deixou nesse último dia 26 de fevereiro de 2021, onde ele conta pormenores a respeito dos acontecimentos e dos personagens que fizeram parte do evento que culminou na morte de Lampião em Angico. Através desse vídeo homenageamos aquele que durante décadas nos brindou com o fruto de seus estudos e pesquisas e nos proporcionou um vasto conhecimento a respeito da história cangaceira. Sem ele a história do cangaço jamais seria contada da forma que hoje conhecemos. O canal Cangaçologia em nome de seu criador e de todos os participantes, presta essa homenagem em reconhecimento da importância de Antônio Amaury Corrêa de Araújo para o universo dos estudos, pesquisas e da literatura cangaceira. Meu reconhecimento e minha eterna gratidão.
Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior – Criador e administrador do canal.
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" LAMPIÃO, EMBOSCADA E O PRIMEIRO CONFRONTO COM A LEI ".
Por Luís Bento
Zé Saturnino reuniu Zé Cabloco e mais cinco cabras e resolveram botar uma "emboscada" nos irmãos Ferreira. A ordem de " fogo " foi dada quando eles passavam mais adiante, por uma curva da estrada. Durou o tiroteio 15 minutos e Antônio Ferreira saiu ferido a altura dos rins. O velho José Ferreira procurou as autoridades a fim de processar os responsáveis pelo atentado. Sem êxito. Franziu o sobrecenha, temendo que a impunidade dos agressores irritasse ainda mais os seus filhos. Ouviu a voz da prudência e anunciou que a família se mudaria para a fazenda " Poço do Negro " nas proximidades de Carqueja (antiga Nazaré do Pico). Antes da mudança, entretanto, que se completou em princípio de 1918, as autoridades patrocinaram um acordo entre Ferreiras e José Saturnino. Antônio, Livino e Virgulino não botariam mais os pés em Serra Vermelha. Saturnino por ventura, não iria mais a Carqueja e redondezas. Para José Ferreira o problema estava solucionado, mas não estava. Certa manhã José Saturnino apareceu na feira de Carqueja, a pretexto de cobrar uma dívida. Violava o acordo. Para os Ferreiras, viram na violação uma afronta. E porque haviam crescido respeitando muitas regras, entre outras a lei sagrada de que sertanejo não engole afronta.
Quando os Ferreiras foram a feira, os soldados tentaram desarmá-los. Virgulino explicou que a vida deles estava em perigo e que tinham que se defenderem. Não entregariam as armas. As autoridades insistiram, mas os Ferreiras não cederam e houve " fogo ". Era o primeiro atrito com a lei celebrado com tiros que pusera Carqueja em pólvora. No final, Livino saiu ferido, caindo nas mãos da polícia. Foi mandado Floresta, a 40 km de distância, passar cinco meses no xadrez. Bafejado por favores políticos. Saturnino se distrai em realizar diligências contra os Ferreiras. Põe todos em sobressaltos. Surge para os Ferreiras a necessidade de nova mudança. Desta vez para Alagoas. Logo que Livino voltou da prisão a família parte. Instala-se na fazenda Olho D'água, em Água Branca, a 46 km de Mata Grande para levar a vida antiga de plantar, almocrevar. Mas a mágoa estava em carne viva nos sentimentos de cada um. Ninguém alí aprenderá a disfarçar os ímpetos que as injustiças do mundo despertavam neles. A vingança tem para o sertanejo a força de um dever. Quando diz para o filho, você nunca apanhe, que seu pai nunca apanhou. O sertanejo estabelece um código de honra onde o verbo perdoar não existe e onde é covarde aquele que apanha e deixa a coisa ficar por isso mesmo.
Fonte, Mozart de Castro e Silva - Revista
Região pág 05
JATI 15/07/21/.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste
LAMPIÃO O REI DOS CANGACEIROS
SER ETERNO
Por Hélio Xaxá