Na edição de
29 de junho de 1922, do jornal “Diário de Alagoas”, afirma que Lampião e
Cangaceiros, em numeroso bando, assaltaram a cidade de Água Branca, penetrando
na residência da Baronesa.
Esta era a octogenária Joana de Siqueira Torres, viúva do Barão do Império
Joaquim Antônio de Siqueira Torres. Os cangaceiros chegaram de madrugada
entraram pelos fundos do casarão e roubaram o que puderam. Apesar de ocorrer
uma resistência das pessoas do lugar, eles escaparam ilesos.
No dia 1 de julho, este periódico alagoano informou através de “viajantes
vindos do sertão”, que os esforços da polícia para prender os assaltantes foram
nulos.
Lampião segue para Pernambuco, feliz pelo resultado do saque. Em uma tarde,
junto com seus companheiros de rapinagem, dançaram xaxado e cantaram a mítica
melodia “Mulher Rendeira” embaixo de uma quixabeira no centro do povoado de
Nazaré, e o fato foi presenciado por Manuel de Souza Ferraz, o conhecido Manuel
Flor. Este se transformaria em um dos maiores perseguidores de Lampião.
Eu tive o prazer e o privilégio de desfrutar da amizade de João Lameu. Não só dele como de sua esposa Jarde, a mesma amizade que tenho e cultivo agora com os seus filhos e netos. E já são muitos bisnetos.
João Lameu, de longa e afamada linhagem familiar em Poço Redondo, homem trabalhador em todos os estios da terra, da vaqueirama e de todo afazer do mundo sertão, é relembrado pela sua alegria, pelo seu jeito amigueiro de ser e também por outras coisas, que mais adiante serão rememoradas.
Sua esposa Jarde, ora quem não se recorda de Dona Jarde? De raiz familiar igualmente portentosa, com veias que ainda hoje se estendem pela Rua dos Vaqueiros, contudo comumente é mais lembrada pela sua deliciosa cozinha.
Ora, Jarde de João Lameu era cozinheira de mão cheia. Quem não experimentou seu sarapatel ou fígado acebolado não sabe o que perdeu. Quem não se fartou de sua panelada de carne nova, de dia de feira, não conheceu a delícia da vida. Vendendo comida ao lado do mercado, a feira inteira era logo chamada a ir até lá saborear a comida ainda fumegante nas panelas grandes.
Pois bem. Dona Jarde foi esposa desse João Lameu cuja memória é um entremeado de lutas e verdadeiras fantasias. Eu já sabia de alguns “causos” envolvendo o amigo saudoso, mas outro dia, em Curralinho, sua filha Zuleide acabou revelando outras de fazer gargalhar até o dia seguinte.
Uma já contei por aqui, mas volto ao assunto. João Lameu também gostava de uma pinguinha, de uma casca de pau ao pé do balcão. Tomava uma, se animava. Tomava outra, queria mais. E quando isso acontecia em dia de feira era um desastre para Dona Jarde.
Aconteceu que sendo vaqueiro da Santa Rita - propriedade do meu avô Ermerindo -, João Lameu deixou sua Jarde nos afazeres da casa, colocou o saco nas costas e bandeou para a cidade, para fazer a feira da semana. Só que a pinguinha entrou no meio e atrapalhou tudo.
Já perto da boca da noite, tungado que só, João Lameu pegou a estrada de volta, levando às costas sua feira. Assim que entrou na primeira cancela da Santa Rita, coisa de um quilômetro até a sede, eis que, já no escurecimento das horas, ele avistou um brilho estranho no beiral da estrada.
Assim que avistou aquela estranheza toda, com tanto brilho perante seu olhar anuviado de pinga, logo gritou: “É ouro, é ouro. Tô rico, tô rico!”. E no mesmo instante despejou ao chão toda a feira que levava, e em seguida encheu o saco de ouro. Deslumbrado com tanta riqueza conseguida, assim chegou à última cancela.
Gritou ainda fora de casa: “Jarde, Jarde, minha fia, venha aqui. Tamo rico Jarde, tamo rico demais Jarde”. E despejou todo o ouro que levava. Jarde quase desmaia de susto, mas depois, de raiva, quase acaba com a vida do esposo. “Rico de que, João? Por que encheu o saco de osso de gado e trouxe pra cá? Cadê a feira, João? Cadê a feira, João?”.
Segundo sua filha Zuleide, João Lameu era o medo em pessoa, não havia ninguém mais medroso que o pai. Toda vez que caía trovoada, com relâmpagos e trovões açoitando lá fora, Dona Jarde se via doida fazendo garapa não só para os filhos como para o esposo. “Por que tá tremendo, João?”, perguntava a esposa. E ele mal conseguia responder: “Com medo, Jarde, com medo. Traga mais uma garapinha”.
Certa feita, sendo Joemil sabedor do medo de tudo sentido por João Lameu, então, por brincadeira, lançou-lhe um desafio. Daria uma boa quantia acaso ele fosse até o cemitério e de lá retornasse com uma cruz. João, querendo mostrar destemor, aceitou na hora. E seguiu em direção ao cemitério, indo por dentro dos pastos, pois mais rápido de chegar.
Só que Joemil mandou uma pessoa seguir o corajoso João. Sem perceber que estava sendo seguido, ele ia normalmente até encontrar uma cerca de arame. Mas tinha de passar, não havia jeito. Então se curvou para passar entre os fios, e foi quando o arame prendeu a camisa.
“Pelo amor de Deus, me solte, me solte. Me solte que não vou mais buscar a cruz não. Me solte...”. E dali mesmo voltou tremelicando mais que vara verde. E ainda a facada que deu num saco de carvão, na escuridão do quintal, e depois correu dizendo que tinha matado um homem. Eita João Lameu!
Um Matuto que
Conquistou o mundo... Eu Canto e decanto os pássaros, os vaqueiros, os
aboiadores, o sertão os homens e mulheres e crianças... Canto o nordeste mundo
afora... Luiz Gonzaga do Nascimento, Rei do Baião!!!
Um dos itens da parte cultural deste evento será a PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DE
ARTES PLÁSTICAS, que será organizada pela AMARP-Academia Mossoroense de
Artistas Plásticos. A Presidente da AMARP, Escritora e Artista Plástica Franci
Francisca Dantas está convocando os pintores e escultores de Mossoró e região
para participarem desta importante exposição de artes.
A XXII MANHÃ DE
CULTURA E LAZER ocorrerá nas dependências do Museu do Sertão, na Fazenda Rancho
Verde, de 7:30 às 12 horas, do dia 10 de março do corrente ano. Além da visita
ao acervo do Museu do Sertão, este evento contará ainda, com a apresentação
artística dos alunos do Instituto Gentil, da cidade de Campo Grande e da
cantora mossoroense Goretti Alves. Haverá também, uma palestra proferida
pelo Professor Benedito Vasconcelos Mendes sobre cultura regional. Nesta
oportunidade, várias personalidades dos segmentos político, cultural e
empresarial serão homenageados. O Museu do Sertão localiza-se na Fazenda Rancho Verde, às margens
da Estrada da Alagoinha, a 4 quilômetros da cidade de Mossoró.
Amigo, lembro a importância da sua
presença neste evento, pois você vai ser um dos homenageados.
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso
O árabe
Benjamin Abrahão conseguiu a famosa proeza em 1936, em plena caatinga
nordestina, transformar Lampião em GAROTO PROPAGANDA da multinacional
BAYER.
Para tanto, o árabe Abrahão filmou o rei dos cangaceiros fazendo uma
ENCENAÇÃO, entregando COMPRIMIDOS DE CAFIASPIRINA DA BAYER (servia para dor de
cabeça, resfriados etc.), aos cangaceiros do seu grupo.
Confira, acima, um fotograma retirado do filme de Abahão em que mostra Lampião
entregando os famosos comprimidos.
Em sua opinião, você acha que Abrahão prometeu alguma vantagem (dinheiro ou
outra coisa), para que Lampião fizesse essa encenação e promovesse a BAYER
/Alemã?
Se falarmos
apenas Francisco de Almeida Lopes até os mossoroenses não lembrarão deste
jovem, mas se dissermos "Cocota" como era carinhosamente alcunhado em
sua terra natal todos recordarão, mesmo que não tenham o conhecido
pessoalmente.
"Cocota"
era irmão dos componentes do antigo “Trio Mossoró”: Oseas de Almeida Lopes
atualmente com o nome artístico de “Carlos André”, este foi o fundador do Trio
que logo se tornou famoso em todo Território Nacional do Brasil.
Ainda o João
Mossoró (atualmente canta solo), que foi apelidado de “Cibito” pelo rei do
baião Luiz Gonzaga, segundo informação do pesquisador do cangaço e gonzagueano
Kydelmir Dantas e o próprio João Mossoró, quando em uma visita à minha humilde
casinhola em 2012, acompanhados do Carlos André. Além da cantora solo
Hermelinda Lopes, que era vocalista do Trio Mossoró, e continua fazendo sucesso
por onde faz shows.
"Cocota"
era seresteiro de primeira categoria e conduzia consigo admirável popularidade.
Nasceu na cidade de Santa Luzia, e era filho do senhor Messias Lopes de Macedo
e da dona Joana Almeida Lopes.
Uma jovem que
era empregada doméstica dos seus pais tinha uma paixão louca pelo seresteiro. O
mais interessante, a jovem tinha um irmão ainda criança, e que certo dia fez
com que o "Cocota" o castigasse, e a agressão do "Cocota"
fez com que a criança saísse em choro, prometendo-lhe que quando crescesse,
iria matá-lo.
Anos após,
quando os irmãos formaram o "Trio Mossoró" "Cocota" não
fazia parte do grupo, mas no auge do sucesso e já morando no Rio de Janeiro, os
irmãos resolveram levá-lo para tentar "carreira solo", com o apoio do
“Trio Mossoró”, segundo me disse o próprio Carlos André.
Não se sabe se
o que acontecera contra o "Cocota" tenha sido causado pela paixão da
jovem, mas tudo indica que sim, já que ele estava de viagem pronta para
juntar-se aos irmãos, que já brilhavam no mundo artístico. Sabendo que tão cedo
ele não voltaria à Mossoró, sua terra natal, é provável que ela tenha sido a
idealizadora de um plano triste e doloroso.
Já que o
"Cocota" viajaria para a “cidade maravilhosa” a jovem o convidou para
fazer uma festinha em sua residência, onde lá, ele cantaria as mais belas
músicas que faziam sucessos na época. Como ele era um jovem conhecido na
cidade, amigo de muitos, não negou a sua solicitação, dando-lhe a palavra que à
noite estaria presente em sua residência.
"Cocota"
era um jovem que não dispensava um bom gole, e nessa noite, bebeu vários goles
a mais, chegando a ficar totalmente embriagado. É claro que a jovem sentindo a
perda da sua paixão, e talvez, não se sabe, premeditou o crime, tenha lhe dado
ainda uns goles a mais.
Já muito
embriagado ela o convidou para deitar-se, prometendo-lhe que no dia seguinte o
levaria para casa dos seus pais. "Cocota" concorda e caminha para o
quarto, onde lá se deita. Mas o seresteiro não imaginava que a sua viagem e
carreira artística estariam prestes a serem encerradas, e por má sorte ou coisa
arquitetada, o "Cocota" estava marcado para morrer.
https://www.youtube.com/watch?v=UknCfuhgU1Y - Praça do seresteiro atualmente é um desprezo geral. Você ver uma parede pintada de azul, era a casa do antigo "Trio Mossoró". Segundo Carlos André me disse que tem um projeto para recuperar esta praça.
E na noite do
dia 12 de fevereiro de 1962, a criança que "Cocota" açoitara, que
agora já era um jovem, chegou ao local da festa. Apoderado de uma tesoura o
rapaz começou a furar-lhe. Foram 38 perfurações.
"Cocota"
tentou escapulir pela porta da cozinha, mas como o muro da casa da jovem era
cheio de cacos de vidro, não teve sucesso, e por mais que ele tentou subir, não
conseguiu se livrar da morte, caindo logo em seguida.
"Cocota"
tentou se livrar da morte, fez tantos esforços para viver, no intuito de
apresentar a sua invejada profissão aos brasileiros, principalmente aos seus
conterrâneos mossoroenses. Mas, infelizmente, não conseguiu, calando assim e
acabando com os sonhos daquele que foi o maior seresteiro da nossa cidade
Mossoró.
Seu Messias e
Dona Joana Lopes tiveram o desprazer de ver o seu ente querido morto, com o
corpo e os punhos banhados em sangue, saindo pelas perfurações feitas pela
maldita tesoura e pelos cortes dos vidros.
Os donos do
poder, desde então, nada fizeram de maior importância para homenageá-lo. Mas
seus irmãos ainda não perderam as esperanças, que esse dia venha acontecer, que
na Praça dos Seresteiros, seja colocado o seu busto, talhado em bronze, para
apresentar às futuras gerações, que ele foi o maior seresteiro de todos os
tempos em Mossoró.
Uma informação
necessária aos leitores: O Trio Mossoró está apenas adormecido, e que, os
componentes deixaram de gravar como “Trio Mossoró” porque cada um deles canta
solo, mas, vez por outra, eles se reúnem e fazem shows cantando as músicas do
Trio Mossoró.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro. Mas se
gostou, diga aos seus amigos para que eles a conheçam também.
ALERTA AO
LEITOR E LEITORA!
Quando estiver
no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou,
não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro
seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional,
você poderá ser vítima. As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as
verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no
trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
Você pode não conduzir arma, mas o outro, quem sabe! Carregará consigo uma
maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.
Ambos merecem
a homenagem... Para mim, especialmente, o TRIO MOSSORÓ (Oseas Carlos
André - João Mossoró - Hermelinda
Lopes) pela trajetória de vida e por ainda estarem ativos em carreiras
solo.