Por Antônio Corrêa Sobrinho
AMIGOS,
Amanhã, no site que criei para guardar estas minhas singelezas: www.antoniocorreasobrinho.com, se Deus quiser, disponibilizarei a entrevista de VOLTA SECA concedida ao senhor BERLIET JÚNIOR.
Trago aqui apenas o teor da Apresentação e do Índice.
APRESENTAÇÃO
O
ex-cangaceiro ANTÔNIO DOS SANTOS vulgo VOLTA SECA, um dos mais conhecidos
asseclas do rei do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ao longo
dos seus vinte anos de detenção na Penitenciária de Salvador, na Bahia, e após
a sua liberdade, foi várias vezes entrevistado por órgãos da imprensa nacional.
Um desses seus depoimentos, compõe o livro que ora anuncio: objeto da matéria
publicada no jornal DIÁRIO DA NOITE, do Rio de Janeiro, no mês de dezembro de
1949, e em janeiro de 1950, na coluna "MEU MINUTO TRÁGICO" (tribuna
para todos aqueles que veem seus direitos e as suas razões atingidas, conforme
leio no jornal), concedido, quando ainda cumpria pena, ao senhor BERLIET
JÚNIOR, nome real JOSÉ ASSAD MIGUEL, radialista, escritor, ator, rádio-ator, diretor,
redator, produtor, roteirista, bacharel em direito; profissional de destaque no
mundo do rádio, cinema, teatro e televisão do seu tempo. BERLIET JÚNIOR, que
foi fundador da Escola de Rádio-Teatro e autor de muitas e variadas obras para
o rádio, teatro e cinema, como O Romance de um Imigrante - Vida e Obra de
Gabriel Habib, O Homem que Volta, Os Três Vagabundos, Lili e Lili, O Mago da
Luz. Foi um dos expoentes da Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro.
É história de cangaço, das ricas, o conteúdo desta consolidação de textos,
esquecido que estava nas velhas páginas deste extinto diário carioca - a
narrativa de VOLTA SECA através das palavras, da tradução e alma de BERLIET
JÚNIOR.
Nesta sua longa conversa com BERLIET JÚNIOR, o homem que dos onze aos catorze
anos de idade foi cangaceiro, discorre sobre a sua vida, de antes, durante e
depois do cangaço; diz do seu ex-comandante Lampião, de Maria Bonita e de
outros cangaceiros, como Corisco, Sabino, Arvoredo, Zé Baiano; conta casos que
diz ter vivido ou presenciado, deixando sempre afirmado serem fatos
verdadeiros; defende-se das acusações sofridas; e agradece, pela ajuda que
destas pessoas diz ter recebido, ao médico e professor Estácio Lima, presidente
do Conselho Penitenciário do Estado, ao doutor Carlos Príncipe de Oliveira,
diretor da Penitenciária do Estado da Bahia, e à Irmã Dulce, hoje, a santa
católica brasileira.
Vemos, no introito de cada um dos 22 capítulos desta reportagem, um forte gesto
de solidariedade, a enfática defesa que BERLIET JÚNIOR faz pela soltura do seu
entrevistado VOLTA SECA, condenado a quase 150 anos de prisão, por conta do
assassinato dos policiais de Queimadas, no sertão da Bahia, em 1929, o pior dos
atentados praticado contra a Polícia pelo bando de Lampião. Isto me chamou a atenção.
O que dizer desta solidária atitude, tomada por um respeitado e influente
profissional de comunicação, das letras e das artes, em favor de tão pobre
prisioneiro; uma defesa baseada em inquestionáveis alegações de ilegalidades no
processo que condenou VOLTA SECA, apresentada ao público por um jornal de
grande circulação mormente na Capital Federal, senão que esta defesa muito
contribuiu para o aprofundamento do estudo do caso VOLTA SECA e a aceleração do
processo que culminou com a sua definitiva liberdade. Basta atentarmos para o
fato de que, após a publicação desta reportagem, no ano seguinte, 1951, o
presidente Getúlio Vargas comutou a pena de mais de cem anos imposta em 1932 a
VOLTA SECA, para 20 anos de prisão; e no primeiro semestre de 1952, por
indulto, decretou a liberdade do ex-cangaceiro mirim. Percebam que estamos
falando de um processo de indulto que já tinha sido negado, pelos técnicos,
peritos, em quatro ocasiões sucessivas, sempre sob a alegação de que o
sergipano de Itabaiana Grande, pupilo de Lampião, possuía “periculosidade
latente”; alegação sempre contrária à do renomado professor Estácio Lima,
relator do processo, que no seu parecer VOLTA SECA fora condenado como adulto,
quando deveria ter sido tratado como um menor de idade que realmente era, e que
não se deve vê-lo como um criminoso comum, uma vez que, em verdade, é um típico
produto do meio social em que vivia.
Convido todos, portanto, à leitura deste importante documento produzido por
BERLIET JÚNIOR, há 70 anos, quando a pesquisa sobre o cangaço, de forma mais
consistente e profunda, científica, ainda estava por surgir.
Concluo, agradecendo à Biblioteca Nacional, por disponibilizar gratuitamente a
sua hemeroteca digital, e ao meu filho Thiago Corrêa, pela feitura da capa e
diagramação do livro.
Aracaju/SE, março de 2020.
CAP. I - COMO
NASCE UM BANDIDO 6
FOI MAIS UM PRODUTO DO SENSACIONALISMO 7
INFÂNCIA DE “VOLTA SECA” 8
POUCA DISTÂNCIA ENTRE A FRALDA E O FUZIL 8
CAP. II - EU NÃO APUNHALEI OS OUTROS SOLDADOS EM QUEIMADAS 9
COMPORTAMENTO EXEMPLAR 10
COM A PALAVRA “VOLTA SECA” 11
CAP. III - ZÉ BAIANO TINHA NO OLHAR O ARREPIO DA MORTE 11
PRIMEIRO CONTATO COM OS HOMENS DE LAMPIÃO 12
O AMOR DE LAMPIÃO 13
CAP. IV - A FERA APAIXONADA 14
“ZÉ BAIANO” TINHA NOS OLHOS O ARREPIO DA MORTE 15
ASSISTI AO PRIMEIRO ENCONTRO ENTRE MARIA BONITA E LAMPIÃO 15
CAP. V - BOTARAM CANGA NA MÃE E NAS IRMÃS DE ARVOREDO 16
A HISTÓRIA DE “ARVOREDO” 18
CAP. VI - CORISCO QUANDO BRIGAVA SE PARECIA COM O DEMÔNIO 19
OS HOMENS FICARAM NUS E MUGIAM 19
NASCE MAIS UM CANGACEIRO 20
OS MEUS PRIMEIROS DIAS NO BANDO DE LAMPIÃO 21
CAP. VII - MEU APELIDO FOI A MINHA DESGRAÇA 21
COMO SE ATACAVA UMA FAZENDA 22
LAMPIÃO ERA UM HOMEM CRUEL 23
CAP. VIII - SÓ VI MISÉRIA NO SERTÃO 23
MASSACRE DE UMA FAMÍLIA DE FAZENDEIROS 24
CAP. IX - AS MULHERES ERAM MARCADAS COM FERRO EM BRASA 26
O SAQUE DE QUEIMADAS 27
CAP. X - LAMPIÃO NA INTIMIDADE 28
HÁBITOS PARTICULARES DE LAMPIÃO 28
GANHEI MEU CAVALO DE COMBATE 29
COMO ERAM ASSALTADAS AS VILAS 29
CAP. XI - LAMPIÃO CHOROU COPIOSAMENTE A MORTE DO PADRE CÍCERO 30
A DOENÇA DA VISTA DE LAMPIÃO 31
CAP. XII- OS COITEIROS FORAM EXTERMINADOS
BARBARAMENTE PELOS VOLANTES 32
ORDEM - MATAR! 33
OS FILHOS DE MARIA BONITA 34
CAP. XIII - LUTA ENTRE DOIS GIGANTES 35
O PRIMEIRO PASSO DE VIRGULINO NO CANGAÇO 35
SABINO GOMES, O TERRÍVEL 36
CAP. XIV - DUELO ORIGINAL 37
“MINUTO TRÁGICO” DE LAMPIÃO 38
CAP. XV - O CAPOEIRÃO DA MORTE 39
CAP. XVI - SENHOR JUIZ, PONHA A MÃO NA CONSCIÊNCIA 42
UM GRITO DE MORTE SACUDIU A SELVA 43
CAP. XVII - O JUIZ QUEBROU A SUA PALAVRA 45
MAIS ALGUÉM LUTA PELA MINHA LIBERDADE 46
CAP. XVIII - NÃO SOU NENHUM PERIGO SOCIAL 47
A INCONVENIÊNCIA DE SER ANALFABETO 48
CAP. XIX - S.O.S À CONSCIÊNCIA COLETIVA 49
“ZÉ FAVELA” MATA O IRMÃO DE SABINO GOMES 50
CAP. XX - ESSE DEIXA FICAR PRA TIRAR A RAÇA 52
CAP. XXI - BEBIA CACHAÇA NA BOCA DA COBRA VIVA 54
CAP. XXII - BARRICADAS EM MOSSORÓ 57
A SEPULTURA ESTAVA ABERTA À ESPERA DO VENCIDO 57
MULHERES E CRIANÇAS LUTARAM CONTRA OS CANGACEIROS 58
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