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quinta-feira, 7 de março de 2019

MISSA DE 7º. DIA!

Por Aderbal Nogueira

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PARA UMA MENINA QUE DESEJA APENAS SER FELIZ E VIVER

*Rangel Alves da Costa

Este pequeno texto, estas curtas palavras e tudo o mais que na escrita brote, são para uma menina que deseja apenas ser feliz e viver.
Essa menina tem nome, tem sorriso e alegria, é flor brotada em nosso chão e está entre nós: ANA PAULA. Paula de Mazé de Hélio, Paula Fotógrafa, Paula de Arlington, ou simplesmente Paula.
Sobre esta menina, esta filha, esta mãe, esta mulher, esta esposa, eu teria mil páginas para dizer. Mas serei breve, e breve por que me espanta a força desta mulher perante alguns outonos tristes que de repente começaram a surgir em sua vida.
Acometida por uma enfermidade, ao invés de definhar se mostrou mais forte e firme, ao invés de entristecer se mostrou muito mais alegre e altiva, ao invés de causar compaixão se mostrou a própria fé.
Uma vitoriosa lutadora é Paula. Mas também sofre. Como todos nós temos nossas angústias e sofrimentos, ela também se angustia e padece. Sequer imaginamos o sofrimento íntimo, a dor calada, por sofrida no âmago.
Sua mãe Mazé de vez em quando a encontra em silêncios reflexivos e de olhos molhados. Talvez se perguntando por que este inesperado cálice e de vinho tão amargo tivesse caído em suas mãos.


Contudo, logo retoma o ânimo por saber que as aflições do momento não se perdurarão e que os sofrimentos de agora logo se transformarão em vida nova e renascimento para os sonhos e planos.
Sim, logo retomarão o caminho daquela Paula inquieta, amigueira, lutadora, sorridente, feliz e feliz. E assim Paula, assim simplesmente por que a escrita de Deus ainda lhe reserva um imenso livro de vida e vitórias.
E por isso mesmo a certeza que o sal – e tantas vezes fel – não é sabor único que lhe está destinado, e sim a doçura de ser a doçura que é e de continuar colhendo as flores tão belas que sempre semeou pela estrada.
És forte, és cheia de viço de vida, és a esperança numa janela aberta chamada amanhã. E nela, nesta janela da vida entre nós, é que a encontraremos sempre com o seu sorriso e o seu jeito alegre de viver e compartilhar coisas boas.
Eis aqui, Paula, em singelas palavras, o abraço afetuoso que eu queria te dar. E continuarei a abraçando sempre, em palavras, em encontros, em sorrisos de felicidade. Vida, vida, Paula, pois assim o desejo de Deus!

Escritor
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DONA MARICA LESSA A GUIDINHA DO POÇO NO CARIRI CANGAÇO 2019

 O Sertão de Dona Marica Lessa 

Impossível ir a Quixeramobim, uma das mais tradicionais cidades do sertão central cearense; ali está localizado o marco de equidistância geodésica do estado; e não defrontar-se com uma de suas mais emblemáticas personagens: Dona Maria Francisca de Paula Lessa, ou simplesmente dona Marica Lessa e mais tarde a imortalizada pelo romance do escritor cearense Oliveira Paiva a "Dona Guidinha do Poço". Mas para contar um pouco da história dessa ilustre personagem de Quixeramobim e que estará presente no Cariri Cangaço 2019, vamos recorrer a relatos do poeta e escritor Bruno Paulino e também a consultas ao blog de Jaqueline Cordeiro, "coisadecearense", vale a pena conhecer de perto Marica Lessa...

A menina Maria Francisca, nasceu em janeiro de 1804, unica filha mulher do casal Francisca Maria de Paula e do Capitão-Mor José dos Santos Lessa. Com uma infância normal por entre a sociedade rural da época, costumava brincar e se sobressair entre os quatro irmãos homens e tinha sua vida juvenil entre a fazenda de seu rico pai e a vila de Quixeramobim. Por seu comportamento e personalidade forte, era muitas vezes considerada muito "avançada"para uma moça de sua época. em 1827 a jovem Marica, então com 23 anos seria desposada pelo pernambucano Domingos Victor de Abreu e Vasconcelos.

Como dizíamos no inicio e segundo relatos a jovem Marica Lessa possuía uma personalidade muito forte e naturalmente acabaria se tornando o homem da casa, diante do papel de figurante do esposo Domingos Vasconcelos que apesar disso acabaria sendo o sucessor do sogro, Capitão-Mor José dos Santos Lessa "na vida pública de Quixeramobim como Juiz de paz, vereador, presidente da câmara, suplente de juiz municipal, coronel da guarda nacional, quando se encontrava ausente o presidente local, Cônego Antônio Pinto de Mendonça." como ressalta Jaqueline Cordeiro.

 Caravana Cariri Cangaço visita o Sertão de Dona Marica Lessa

Deixando um pouco de lado o casal recém enlaçado, voltemos ao presente e a chegada da Caravana Cariri Cangaço a fazenda de Marica Lessa, ou ao que restou dela. Distante cerca de 22 km do centro de Quixeramobim, pela rodovia CE que liga o município a urbe de Madalena, chegaríamos às ruínas da casa grande por volta das 11 da manhã do ultimo dia 23 de fevereiro de 2019. O sol sob nuvens prenunciava uma chuva leve e refrescante. A porteira fechada exigiu um esforço maior de todos, uma pequena caminhada de cerca de 400 metros e começamos a vislumbrar aqui e ali os resquícios do que foi no passado o casarão dos Lessa na vila da Canafístula Velha... Apenas tijolos e pedaços pequenos de porcelana denotavam a memória e a história da outrora matriarca... Mais um pouco e iríamos encontrar os tanques onde os serviçais da fazenda de Marica Lessa utilizavam para o curtume. Mesmo em tempos de chuva percebe-se o clima árido sertanejo com a vegetação rala mas viçosa da caatinga nordestina. Ali nasceu, viveu e saiu para morrer Marica Lessa.

Gutierrez, Manoel Severo, Isabele Oliveira, Aílton, Ciro Silva, Edmilson e Bruno Paulino 
 Os tanques usados no curtume

Voltemos no tempo e ao casamento que aparentemente corria sob as bençãos dos céus... Vamos recorrer ao texto de Jaqueline Cordeiro: "Aconteceu que, após muitos anos de casados, um dia apareceu na fazenda um sobrinho do esposo; senhorinho Antônio da Silva Pereira; foragido da justiça de sua terra, onde fora denunciado como cúmplice da morte de seu padrasto. O tio o acolheu em sua casa, deu-lhe todo apoio e através da política, procurou livrá-lo do processo." Na verdade enquanto se esquivava da justiça,  senhorinho acabou se fixando em Quixeramobim e assumiu o labor de comerciante para depois fixar-se em uma das fazendas do tio. O fato é que o mesmo acabou sendo absolvido pela justiça e por consequência houve grande celebração por parte da família, principalmente por parte da "tia afim" Marica que naquela época que se mostrava muito interessada em tudo que dissesse respeito ao sobrinho do marido...

Ainda com Jaqueline Cordeiro: "Quando ele possuía a casa comercial na vila, Marica Lessa tornou-se sua principal freguesa, depois quando o rapaz se interessou pela filha do juiz, ela não gostou, e através de críticas ferozes, procurou desfazer o namoro. Convidava-o frequentemente para passeios, festas nas fazendas vizinhas e outros eventos, com a finalidade de tê-lo sempre ao seu lado. Em pouco tempo o pessoal da fazenda passou a fazer comentários maldosos, mas o jovem não dava mais atenção ao tio que lhe dera a mão. Este, assistia a tudo impassível e parecia não acreditar no romance da esposa com o sobrinho. Só veio a ter certeza quando um dia no campo, viu e ouviu um grupo comentando sobre o caso à beira de uma cacimba. Foi a certeza do fato, e tão fraco era Domingos, que pensou em suicídio em vez de reagir forte e decidido contra os adúlteros. Teve porem, mais tarde, a altivez de expulsar o sobrinho de casa."

A Fazenda já não era um ambiente harmonioso, Marica Lessa parecia não temer o conhecimento de todos sobre o caso com o sobrinho do Marido ou mesmo a humilhação a esse submetido. O Cel. Domingos Victor, acabou a Fortaleza se dá com seu chefe politico Senador Thomaz Pompeu de Souza Brasil, queria proteção para sua vida diante do quadro que se desenhava em Quixeramobim. No retorno fixou residencia na cidade não mais voltando para a fazenda

 Bruno Paulino e Manoel Severo na Capela da Sagrada Família
Capela da Sagrada Família, construída por dona Marica Lessa. Aqui sera a conferência do Cariri Cangaço na Canafístula Velha...

Ali pisando o Sertão de Dona Marica Lessa era como se voltássemos no tempo, principalmente ao chegarmos na pequena vila de Canafístula Velha, lugar que ainda mantem poucas casas ao redor da Capela da Sagrada Família, construída pela própria Marica Lessa. Na Capela da Sagrada Família se dará a Conferência sobre a vida de dona Marica, a Guidinha do Poço, imortalizada por Oliveira Paiva; dentro da programação do Cariri Cangaço Quixeramobim 2019.

Capela da Sagrada Família
Isabele Oliveira, Bruno Paulino, seu Eliezer, Manoel Severo, Gutierrez, 
Ciro, Aílton e Edmilson

"Enquanto isso, Marica Lessa planejava uma maneira de matar o marido, seu primeiro pensamento foi contratar os serviços de um protegido seu acusado de matar a esposa por ciúmes, expôs seu plano ao criminoso e entregou-lhe um punhal que foi de seu avô, o assassino prometeu executar o plano, mas fraquejou, pois o Cel. Domingos Victor jamais havia lhe feito mal algum, devolveu então, o punhal e o dinheiro a Marica Lessa.

Marica tinha fama de caridosa e benfeitora, e assim, tinha na sua fazenda um retirante da seca de 1845, de nome Antônio Silveira da Natividade, que se tornou seu amigo e compadre. Vendo-a enfurecida com o fracasso do primeiro mandante, este se ofereceu para executar o plano, porém, não iria fazê-lo pessoalmente, mandou então, Marica chamar um escravo conhecido por Corumbé, que aceitou a missão. Seguiram os dois a cavalo para a vila, ficando Antônio Silveira na casa de uma protegida de Marica, enquanto Corumbé seguiu para a casa do Cel. Domingos Victor, que estava na sala, diante de um espelho aparando a barba, ao vê-lo, vira-se o Coronel para guardar a tesoura na gaveta quando Corumbé o apunhala pelas costas. Tendo morte quase imediata, teve ainda tempo de gritar para a cozinheira da casa, apavorada, esta grita por socorro, logo aparecendo várias pessoas, inclusive o vigário, que retirou o punhal da vítima e o ouviu dizer o nome de seu homicida, antes de morrer.

Não foi difícil prender Corumbé, que todo vestido com roupa de couro, tinha dificuldade para se locomover, e preso, logo confessou o crime, dizendo que Marica Lessa havia sido a mandante. Quando a notícia de sua prisão se espalhou pela cidade, Silveira tratou logo de fugir e nunca mais foi encontrado pela polícia. O sepultamento do Cel. Domingos Victor foi realizado naquele mesmo dia, 20 de setembro de 1853, uma terça-feira.

A vila da Canafístula Velha guarda a simplicidade e a beleza do povo sertanejo
Seu Eliezer, "o guardião da Capela" e Manoel Severo

No caminho antes mesmo de chegarmos a Canafístula, o escritor Bruno Paulino nos chamou a atenção para uma casa grande ao lado da estada: "Severo, dona Marica Lessa tinha tanta certeza que com seu poder seria libertada que ao passar por essa casa ele disse ao dono que fizesse um café que ela iria resolver um problema e logo voltaria...Nunca voltou." E assim passo a passo íamos nos aproximando da história e da lenda dessa matriarca do sertões cearenses, imortalizada em romance e no imaginário dos sertanejos do lugar.

Crime consumado, o Cel. Miguel Alves de Melo Câmara, delegado da cidade foi até a Canafístula e acabou prendendo dona Marica, que ao lado de seu amante senhorinho, chegariam a cadeia pública no final da tarde, há quem diga que dona Marica Lessa foi uma das principais colaboradoras na construção da cadeia; sendo depois uma de suas prisioneiras ao lado do amante e de Corumbé, o executor; era o dia 21 de  setembro de 1853. "Processados, eles foram pronunciados no dia 28 de outubro daquele mesmo ano e no dia 8 de novembro, eles davam entrada na cadeia pública de Fortaleza." Marica Lessa aos 52 anos seria condenada a 30 anos de prisão em julgamento de outubro de 1855 ; já senhorinho Antônio da Silva Pereira  havia sido condenado a 4 anos de prisão em 19 de abril do mesmo ano, já o executor Corumbá foi julgado em 1864 sendo condenado e tendo sua perpetua no presídio de Fernando de Noronha.

"Acredita-se que tanto Marica Lessa quanto senhorinho, foram defendidos pelos melhores profissionais da época. Logo após o crime , ela foi se desfazendo de suas propriedades para arcar com as despesas de advogados e outros gastos com a justiça, e em pouco tempo nada mais restava do que herdara de seu pai. Logo após o julgamento teve uma grande decepção, pois o senhorinho Antônio da Silva Pereira, conseguiu da justiça imperial, o direito de cumprir sua pena na prisão de Belém, no Pará. Maria Lessa sempre se disse inocente, e ao ser solta, semi enlouquecida e sem recursos, perambulou pelas ruas de Fortaleza até morrer como indigente."

Cariri Cangaço Quixeramobim
Visitas prévias em 23 de Fevereiro de 2019
Fortaleza, Ceará

Fonte:coisadecearense.com.br de Jaqueline Aragão Cordeiro

Vem aí
Cariri Cangaço Quixeramobim
24 a 26 de Maio de 2019
Antônio o Conselheiro do Brasil

Extraído do blog cariricangaco.blogspot.com

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OFICINA EM COURO



Uma excelente oportunidade para aprender a produzir arte em couro com design e identidade cultural, ministrada por ROMUALDO FREITAS, com o intuito de desenvolver atividades artesanais em couro com foco na cultura local, contribuindo para geração de renda e a sustentabilidade sócio ambiental visando atender um segmento especifico mercado.

As oficinas – em duas turmas, tarde e noite – terão vagas limitadas – e acontecerão no MUSEU DO CANGAÇO, no período de 08 a 17 de março de 2019.

A matéria prima e as ferramentas serão disponibilizadas pela produção das Oficinas.

TAXA DE ADESÃO: RS 100.00

Mais informações: Museu do Cangaço, com Franklin. Tel. 87. 38313860.

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EM MAIO O CARIRI CANGAÇO CHEGA AO BERÇO DE ANTÔNIO CONSELHEIRO: QUIXERAMOBIM 2019

Por Manoel Severo

Neste 2019 estamos celebrando 10 anos de existência. Muitas trilhas e muitos caminhos percorridos, muitas histórias e memórias vistas e visitadas, contadas e guardadas... Aprendemos e nos acostumamos com máxima que tem norteado a todos que compartilham conosco esse sonho chamado Cariri Cangaço: Mais que um evento, um sentimento. Há dez anos percorremos todas as veredas deste sertão de "meu Deus", desde a caatinga brava e rigorosa às terras do agreste , das serras e chapadas, dos mais próximos aos mais distantes rincões deste maravilhoso nordeste, integrando e fazendo do Cariri Cangaço um grande território de encontros; encontros das pessoas com a sua história, com a sua origem, com a sua identidade... 

Ponto de equidistância geodésica do estado do Ceará

No ano em que completamos uma década o Cariri Cangaço chega com muito orgulho ao berço de Antônio Conselheiro. No "Coração do Ceará", Quixeramobim se prepara para receber o Brasil de alma nordestina em mais uma agenda ousada e inédita da marca Cariri Cangaço. Aqui nas terras do semiárido cearense ; no ponto de equidistância geodésica do estado; teremos a oportunidade de conhecer, viver e vibrar personagens e episódios marcantes da história nordestina e do Brasil, num cenário espetacular, pleno de beleza e de magia, pleno de sertão. 


A Quixeramobim de Antônio Conselheiro...

Era o mês de março de 1830, o dia era 13 e na Nova Vila do Campo Maior; antigo Santo Antônio do Boqueirão de Quixeramobim, nascia o menino Antônio Vicente Mendes Maciel .Na época a atual Quixeramobim tratava-se de um pequeno povoado "perdido em meio à caatinga do sertão central da província do Siara Grande".  Desde o início da vida, seus pais queriam que Antônio seguisse a carreira sacerdotal, pois entrar para o clero era naquela época uma das poucas possibilidades que os sertanejos possuíam para vislumbrar um futuro minimamente promissor...O que ninguém poderia imaginar é que aquele menino da desconhecida Nova Vila de Campo Maior, depois Quixeramobim viesse a tornar-se um dos personagens mais marantes e fortes de toda a historia do Brasil. 

A Morte da mãe, o novo casamento do pai, a madrasta, a morte do pai,  Antonio assumindo os negócios da família, as dívidas, o casamento com Brasilina, a mudança para Sobral de Padre Ibiapina, as andanças, o adultério, a partida para terras desconhecidas... No Cariri Cangaço Quixeramobim 2019 vamos conhecer de perto a historia do menino que se tornou gigante, o Antônio Vicente Mendes Maciel que se tornou Conselheiro... 


A Quixeramobim da Confederação do Equador...

Continuamos no Brasil imperial da dinastia "Bragantina". A dissolução da Assembleia Constituinte por Dom Pedro I em fins de 1823 não foi bem recebida em Pernambuco. Os dois maiores líderes liberais na província, Manuel de Carvalho Pais de Andrade e Frei Caneca, apoiaram-na e consideravam os Bonifácios como culpados pelo ato. Ambos eram republicanos a já haviam participado da revolta de 1817 sendo perdoados na época, "aceitando" a monarquia por acreditarem que ao menos teriam autonomia provincial. A promulgação da Constituição em 1824, com o seu regime altamente centralizado, frustrou os seus desejos. Divergências politicas e interesses contrariados se consolidavam como pano de fundo para mais uma revolta de caráter separatista.Era o julho de 1824, o dia era 2 e de Pernambuco eclodiu o movimento revolucionário republicano que acabaria se alastrando por outras províncias do Nordeste do Brasil.

A ideia era que as províncias do norte e nordeste do Brasil se unissem a Pernambuco e formassem a Confederação do Equador, esse novo Estado republicano seria formado pelas províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Pernambuco. Contudo, nenhuma delas aderiu à revolta separatista, com a exceção de algumas vilas da Paraíba e vilas do Ceará, sendo as vilas do Ceará comandadas por Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello, mais conhecido por Padre Mororó, que é quem reúne a câmara de Quixeramobim, em 9 de janeiro de 1824, para proclamar a deposição da dinastia dos Bragança.

A Quixeramobim de Marica Lessa... 

Nos sertões perdidos deste imenso nordeste, sertões patriarcais dos coronéis de barranco, comandados a ferro e fogo por personagens do sexo masculino, de tempos em temos surgiam verdadeiras "feras"; coronelas de saia como costumamos chamar; foi assim com Marica Macedo do Tipi na Aurora, com a emblemática Dona Fideralina do Clã dos Augustos em Lavras da Mangabeira e com Marica Lessa, da Canafístula Velha de Quixeramobim, a "Guidinha do Poço"...

Maria Francisca de Paula Lessa, filha do poderoso Capitão-Mor José dos Santos Lessa nasceu em Quixeramobim, em janeiro de 1804, era a única filha mulher do casal com quatro filhos. Na adolescência dividia seu tempo na fazenda ou em temporadas na vila de Quixeramobim, ali frequentava as casas das amigas ou perambulava pelas ruas para saber do dia-a-dia dos moradores e não tinha hora para voltar para casa, o que contrariava bastante aos seus familiares.Já com 23 anos, idade bastante avançada para os costumes da época, onde uma moça casava em média, aos 14 anos veio a casar-se com Domingos Victor de Abreu e Vasconcelos, natural de Pernambuco. Não tiveram filhos. Marica Lessa como ficou conhecida acabou tornando-se a mulher e o homem da casa. Apesar de ser apenas um figurante, Domingos Victor se realizou tornando-se uma pessoa de prestígio, sendo na verdade, sucessor do sogro na vida pública de Quixeramobim: Juiz de paz, vereador, presidente da câmara, suplente de juiz municipal, coronel da guarda nacional, quando se encontrava ausente o presidente local, Cônego Antônio Pinto de Mendonça. Esse destino traiçoeiro acabou trazendo surpresas, dor e desespero na historia da desta sertaneja valente e poderosa. O envolvimento com o sobrinho do marido, o adultério, a trama de sua morte , a contratação do escravo assassino, a morte, a prisão, o julgamento e o final triste e de abandono pelas ruas de Fortaleza, capital do Ceará... No Cariri Cangaço conheceremos de perto a história de dona Marica Lessa, imortalizada no romance de Oliveira Paiva, dona "Guidinha do Poço"...
Por do sol no sertão de Quixeramobim, por Vital

A Quixeramobim de todas as belezas...

Caatinga em Tupi-Guarani significa Mata Branca, pois é como esta vegetação se apresenta pelo árduo desafio de convivência com o semiárido de nosso nordeste. Aqui os bravos nascem, vivem e morrem. Essa mesma mata branca é capaz de como uma fênix se transformar em cenários deslumbrantes como só vemos por estes lados do Brasil. Quixeramobim é bela por natureza, localizada a 210 quilômetros da capital cearense se destaca no sertão central cearense por entre a vegetação própria da caatinga, com seus rios e imensos monólitos, fazendo do lugar um dos mais belos do Ceará.


É nessa terra abençoada por Santo Antônio de Pádua que o Cariri Cangaço fará morada entre os dias 24 a 26 de Maio, em mais uma edição de fôlego, reunindo pesquisadores e estudiosos de todo o Brasil para conhecer mais de perto a história marcante dessa que sem dúvidas é uma das cidades mais tradicionais do solo nordestino. Quixeramobim recebe o Brasil de Alma Nordestina no Cariri Cangaço-Antônio o Conselheiro do Brasil.

Manoel Severo
Curador do Cariri Cangaço
Quixeramobim, 24 de Fevereiro de 2019
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HISTÓRIA DO BRASIL NO CAFÉ PATRIOTA

Por Manoel Severo

Aulas de História do Brasil no Café Patriota, com o
professor historiador Ávilla Regadas.

O Café Patriota, como lugar de preservação e valorização da História Brasileira e de propagação do conhecimento, tem o prazer de anunciar que, a partir do dia 13 de março, iniciará, com o professor historiador Ávilla Regadas, o desbravamento da História do Brasil.

As aulas acontecerão às quartas, às 20h.
Serão gratuitas e abertas ao público.

Lincoln Chaves e Anapuena Havena

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JOSÉ CORDEIRO

Por Aderbal Nogueira

José Cordeiro foi um dos combatentes das trincheiras de Mossoró, durante a tentativa de invasão do bando de Lampião.

https://www.youtube.com/watch?v=_5vKXDDahpI&feature=youtu.be&fbclid=IwAR0TRzLOdR6KwZTV6L7LjRchzY2wtLp1xRQ1g-9P8TFuH8blnXxjioZDRcI

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https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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OPINIÕES CITAÇÕES SOBRE JOÃO BEZERRA. (#)

Por Paulo Britto

O artigo a seguir é uma breve compilação de algumas referências/citações ao Coronel João Bezerra da Silva, feitas por pessoas de realce dentro do contexto do tema Cangaço, as mais diversas possíveis: coiteiros, soldados, oficiais, respeitados pesquisadores e escritores, autoridades militares, renomados chefes de volantes de outros Estados, etc.

Meu intuito é único e exclusivo, levar ao público informações para que diante delas, tirem suas próprias conclusões...




Att Paulo Britto
"Filho de João Bezerra"

Boletim Regimental número 179, de 12/08/1938 (Grafia original)
Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de Julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.

 João Bezerra "Foto inédita em livros". 
Arquivo do Jornal Diário de Pernambuco
Acervo Lampião Aceso 

... O Exmº Sr. Interventor Federal Dr. Osman Loureiro, vendo realçada, com o mais significativo êxito, a missão de que fora e ainda se acha encarregado o II Batalhão, houve por bem premiar os que tomaram parte na refrega, e assim sendo, graduou no posto de Coronel, o Tenente Cel. José Lucena de Albuquerque Maranhão e promoveu por ato de bravura, a Capitão, o 1º Tenente João Bezerra da Silva, a 1º Tenente, o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo, a aspirante, o 3º sargento Aniceto Rodrigues dos Santos...

Coronel Lucena
Louvor do Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão comandante do II Batalhão, transcrito no III item do Boletim nº 285, do II Btl, de 17 de dezembro de 1938. (Grafia original)
Lucena. Acervo Ivanildo Silveira
 “Tendo o Sr. Capitão João Bezerra da Silva, sido desligado deste Batalhão, a fim de assumir a função na sede do Regimento. Louvo-o pelo modo brilhante com que soube espontâneamente cumprir as árduas missões de que foi incumbido, quando neste batalhão, mormente na campanha contra o orda de facínoras, perturbadores da paz sertaneja que há tanto tempo vinha sofrendo as agruras consequentes da ação do banditismo.

Este oficial, demonstrou os nobres predicados de que é possuidor; trabalhador incansável que nunca ousou dar tréguas a tal corja, combatendo-a bravamente até o momento máximo em que assediou com a sua fôrça o conjunto chefiado pelo célebre “Lampeão” que não podendo vazar tal assédio, caiu sem vida, quando para os supersticiosos já era tido como imortal.

Jornal de Alagoas
O Chefe de Polícia de Alagoas relata como se deu o encontro em que morreu o “Rei do Cangaço”. Quem é o Tenente João Bezerra. A Agência Nacional, do Departamento de Propaganda, procurou ouvir pelo telegrapho, o Secretário do Interior e Chefe de Polícia de Alagoas Sr. José Maria das Neves. O Sr. José Maria das Neves informou o seguinte.
- O Sr. João Bezerra da Silva, nasceu em Pernambuco a 4 (*) de junho de 1898, verificando praça em 29 de novembro de 1921. Foi 2º Sargento em 29 de março de 1922... e 1º Tenente por merecimento em 30 de setembro de 1936. Teve vários encontros com bandidos, tendo de uma feita morto três dos comparsas de Lampeão. ... É official valoroso da Polícia Alagoana e de immediata confiança do governo...
Entre os prêmios recebidos por João Bezerra, a sua família guarda, zelosa e orgulhosamente, uma Espada que ele recebeu do povo de Piranhas em 1938, expressão de gratidão pela morte de Lampião, em cuja “Copa” está escrito: “Ao Capitão João Bezerra pela sua bravura e heroísmo. Offerece o povo de Piranhas.”

Durval Rosa
Colocações de Durval Rodrigues Rosa, irmão de Pedro de Cândido, no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do pesquisador e escritor Antônio Amaury, página 105.

... João Bezerra disse que tava certo e dividiu todo mundo.
Avisou:
- Não conversa ninguém. Puxem o ferrolho dos fuzis. Não dá tiro a tôa.
Passou uma ordem severa.
- Vou passar uma ordem pra todo mundo. Não se dá um tiro sem se vê em quem . Só se atira em cangaceiro. Soldado não briga deitado, o qui eu encontrá deitado, ou outro qualquer encontrar deitado, atire e mate que esse é covarde. Quando vocês me verem deitado atirem em mim também.
Quando eu gritar, avança, aí eu quero Lampião pegado hoje de qualquer maneira. Ou morto ou pegado a mão!


Nisso Antonio Jacó chegou perto dele, tirou o chapéu, botou no chão, pisou em cima e disse assim.
- Mi solte logo “Seu” tenente, que eu quero saber se Lampião é mais homem que eu.
Ficou doido, doido, doido.

O tenente falou:
- Espere aí, i tenha calma!” ...


Afirmativas como esta feita pelo coiteiro que não tinha necessidade alguma para enaltecer a coragem do comandante da tropa e seu subordinado, não são consideradas por certos pesquisadores que se apegam a comentários tendenciosos que não tem relevância.

Antônio Jacó
"Mané Véio e Paulo Britto"
Colocações de Antônio Jacó no livro “Assim morreu Lampião” de autoria do escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo, página 117, Edição 1982.

João Bezerra armou uma rede, botou os bornaes pendurados num galho e disse assim:
- Mané Véio, deita aqui debaxo da minha rede:
Eu respondi:
- Voce tá pensando qui eu sou mulher? Prá seiscentos diabos!
Mas deitei no chão, que eu obedecia a ele. ...

Quando estive com Antônio Jacó na cidade de Pires do Rio em Goiás, ele bastante emocionado, sem acreditar que estaria ao lado do filho de Ten. João Bezerra, em longa entrevista me disse:
- O seu pai, eu considerava como meu pai.

Elias Marques
Sgt. Elias e o autor
Em conversa com Elias Marques, soldado da volante do meu pai, que residia em Olho D`Água do Casado, onde lá estive por diversas vezes. A foto ao lado é registro de uma destas ocasiões.

Perguntei a ele: – Elias e essas conversas que meu pai se encontrava com Lampião, etc?
Ele respondeu:
– Paulo você vai acreditar nisso, seu pai não se afastava pra lugar nenhum que não levasse um de nós e nós nunca vimos falar nisso. O Tenente não era de brincadeira”. ...

Estas colocações são para demonstrar a confiança e o respeito de Antônio Jacó e Elias Marques pelo então Tenente João Bezerra, demonstrando que pessoas como estas jamais se insubordinariam ao seu comando, a consideração e a confiança do comandante por eles.

Ferreira de Melo
O coronel Francisco Ferreira de Melo no livro do Dr. Estácio de Lima “O Mundo Estranho dos Cangaceiros”, páginas 285, 286 e 287:
O veterano Ferreira
 -Lastimamos a perda de meu excelente soldado Adrião, ou Adrião Pedro de Souza. Também foi baleado o nosso digno Comandante e mais um praça que teve o braço partido.

-De qualquer forma, Lampião foi liquidado pela tropa sob o comando geral de Bezerra.

- As precauções e as providências. Bezerra nunca se mostrava egoísta, ou vaidoso. Gostava de ouvir a opinião dos comandados.




Manoel Neto
Comentário de Manoel de Souza Neto em um Jornal do Nordeste

Manoel Neto
O capitão Manoel Netto reconstitue, para esta folha, a luta em que se empenhou durante 12 anos.

Pertencente à Brigada Militar do Estado, tem a sua carreira ligada ao combate sistemático e constante ao cangaceirismo no nordeste.

Por fim, o capitão Manoel Neto allude a antigos companheiros de jornada, destacando os nomes do Tenente Coronel Hygino, do Tenente Arlindo Rocha, Luiz Mariano, Capitão Optato Gueiros, Major José de Alencar, concluindo refere-se ao Tenente João Bezerra dizendo:

- O Tenente João Bezerra a quem conheço pessoalmente, é um official disposto, disciplinado e muito bem quisto no seio da Polícia alagoana e dos Estados vizinhos.

Coronel José Rufino
Trecho de uma Carta do Cel José Osório de Farias; Jeremoabo, datada de 1 de abril de 1964.

Zé Rufino
 Amigo Cel João Bezerra,
... Aqui fica o teu velho amigo que muito te estima.
Olha João, eu ainda hoje sonho com aqueles tempos daqueles em que nós vivíamos naquela mardita campanha.



Manoel Flor
Carta do Coronel Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)
Manoel Flor
João Bezerra, Recebi sua carta, ontem, 19 de agosto de 1961, quando me preparava para um ligeiro passeio pela cidade. Seria faltar a primorosa verdade se lhe afirmasse ter sido um momento de alegria ao recebê-la. Foi meu caro amigo muito mais do que uma satisfação passageira. Ela veio me transportar a terreno mais profundo, o qual ficou no passado, mas de meandro crateroso, contemplado por mim com tantas emoções.
Emoção pelo desaparecimento de velhos companheiros, cujas cinzas veneramos com admiração e respeito, pela bravura e respeito; Emoção pelo verdadeiro espírito fraternal que sempre existiu entre as tropas pernambucanas e alagoanas. A confiança fazia com que considerássemos Pernambuco, um pedaço de Alagoas e Alagoas, um pedaço de Pernambuco; Emoção dos dias cruentos que enfrentamos, apesar da dureza da campanha, ocasionada pela fadiga, apreensão e responsabilidade, os nossos encontros efetivados na maior cordialidade, ou melhor festivos. ...
Do amigo e companheiro Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor)
Floresta, 20/9/1961

Frederico Pernambucano de Melo
Colocações feitas por este escritor e pesquisador na introdução do Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 38, 3ª edição.

... as curtas memórias do coronel Bezerra nos revelam um homem eleito pela fatalidade de um destino de aventuras permanente, pondo-lhe a vida a cada passo um obstáculo para saltar e lhe proporcionando a aventura capaz de fazer lamber os beiços a um jovem do Pajeú da época, de poder provar, em pelejas sucessivas, aos seus próprios olhos e aos de terceiros que se tratava de “cabra disposto”. Metido no interminável steeple–chase que culminaria com a destruição do “Rei do Cangaço”, Bezerra há de ter-se considerado um homem de sorte, sob esse aspecto. Pois olhe que até uma onça cruzaria seu caminho para lhe dar oportunidade de tirar uma das mais invejadas cartas de valente: a de matador de onça. ...
Frederico
Outro comentário de Frederico no Livro “Como Dei Cabo de Lampião” de autoria do Capitão João Bezerra, página 55 e 56, 3ª edição:
... Fico à vontade, portanto, para reconhecer em Bezerra o homem que não tremeu no momento em que o destino o aceitou como seu agente e ponta de lança, dando-lhe a chance de virar uma das páginas mais expressivas da história do Nordeste rural. ...

... No cenário de Angico, Bezerra não foi outra coisa. Sujeito e objeto da história, soube fazer-se templo da síntese magnífica. Como um Ahab original, mil vezes afortunado, cuidou em atropelar tudo o que se levantou entre ele e o cangaceiro. E ao lhe tomar no último instante a porta, quem sabe não o terá desenganado de um possível brilho derradeiro das estrelas de seu chapéu, sentenciando como o capitão da perna de marfim:

Louco! Sou o lugar-tenente do destino. Apenas cumpro ordens ...

Billy Jaynes Chandler
Repúdio ao Professor Billy Jaynes Chandler, no Livro da escritora Marilourdes Ferraz “O Canto do Acauã”, 3ª Edição – 2011, página 476:

- Pág. 252: “Estas histórias são repetidas pelos pernambucanos, principalmente por aqueles que, como os da família Flor e outros nazarenos, se sentem ludibriados porque, segundo eles, Lampião foi morto por um oficial de Alagoas, corrupto e covarde, indigno de tal honra. Esta honra, de direito, deveria ter sido deles. Bezerra infame, como era, só pode ter...“ Estas referências aéticas lançadas contra o Coronel João Bezerra não podem ser atribuídas a quem não as deu, no caso os Flor de Nazaré que nem ao menos foram entrevistados pelo professor. E, além de tudo, não concordam com esse tratamento contra o colega de outro Estado.

(Marilourdes Ferraz é filha do Coronel Manoel de Souza Ferraz – Manoel Flor).

Belarmino Neto
Carta do Major da Polícia Pernambucana, Belarmino de Souza Neto, dirigida à escritora Marilourdes Ferraz e publicada em seu livro “O Canto do Acauã” – 3ª Edição – 2011, páginas 486 e 487.

Há anos li uma obra de Rodrigues de Carvalho, sobre Lampião tratando do tema, aquele autor não tem dúvida: Afirma que a morte foi mesmo por veneno, obscurecendo o trabalho de João Bezerra a quem não poupa ofensas e cobre de ridículo.

Lendo aquela obra, comentei à margem: “Lampião foi um bandido, sem nobreza, sem ética, sem piedade. Seria um injustificável exagero que se fosse exigir, para a sua destruição, o emprego de princípios, de lealdade cavalheiresca que ele nunca usara para com suas vítimas. Teria sido ele envenenado? Para mim o assunto é irrelevante e não conduz a nada.

O Coronel João Bezerra continuará a ser o homem que livrou o nordeste brasileiro daquela praga de vândalos. Que o tenha feito a bala, pelo arsênico, pela surpresa ou através de qualquer artifício, isso não vem ao caso, negar seu mérito pelo extermínio de Lampião, é como negar a Colombo o mérito pelo descobrimento da América. E no entanto, depois de vinte anos de escaramuças através do nordeste, entre o bandido e as forças policiais de 7 Estados, foi o Coronel João Bezerra o único que conseguiu quebrar a calota do ovo e colocá-lo de pé sobre a mesa. ...

Antonio Amaury
Correspondência enviada a mim em 6 de Julho de 2002 pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Correa de Araújo:
Amaury em foto do coroné Severo
... Não é novidade para os pesquisadores que seu pai foi amplamente injuriado, invejado e que teve sua imagem denegrida por comentários oriundos de mentes tacanhas pelo fato de haver sido o comandante que eliminou Lampião e parte do seu bando cangaceiro, ... Isso causou-lhes profundo ressentimento e usaram então dos mais baixos argumentos para achincalhar o episódio da Fazenda Angico.

... Pelo que pude observar nesses 53 anos de pesquisas e com seis mil entrevistas realizadas qualquer pessoa, em qualquer época usando de qualquer método para eliminar Lampião, ... ... seria questionado e destratado e sua atuação estaria sempre em dúvida na visão daqueles que não conseguiram o mesmo desideratum. A imaginação humana não tem limites e até mesmo episódios claros como cristal são colocados sob suspeita.... Para terminar, a polêmica não tem fim. É traição, veneno, tiro e Lampião ainda vivo até a década de 1990. Viva a fantasia, a ficção, a criatividade de alguns pesquisadores menos cuidadosos e pouco honestos para com a história...

PS. Faça o uso que quiser destas, pois é a expressão do meu pensamento e da verdade que obtive de cangaceiros, soldados, coiteiros e outras pessoas envolvidas no episódio de Angico.

Gazeta de Alagoas
06.12.1970 – 1º Caderno, página 3. "Matador de Lampião sepultado em Maceió com honras militares"

...O Coronel (de Exército) Carlos Eugênio Pires de Azevedo, comandante da Polícia Militar conheceu pessoalmente o Coronel Bezerra há 02 anos em Garanhuns. Lamentou a sua morte. Como última homenagem a corporação da qual é comandante, satisfazia o pedido de João Bezerra de ser sepultado em solo alagoano.

Pelos bons serviços prestados à Polícia Militar de Alagoas e a todo o nordeste, não há tributo que pague ao Coronel Bezerra, pelo que ele realizou, disse o comandante da Polícia Militar de Alagoas. ... “O Coronel Bezerra era um militar cônscio de suas responsabilidades e tratava a todos os seus comandados com igualdade de condições. Devido esse comportamento, diante das tropas, que comandava no Quartel é que ele grangeou a simpatia de todos e consequentemente foi conquistando as promoções, todas elas por relevantes serviços prestados à nossa Polícia, ao Estado e à Nação”.

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Espero que estas citações consigam demonstrar, um pouco, de quem foi o homem, o policial militar, o maçom, grau 18 que, em todas as suas ações e missões, só fez enaltecer o nome da instituição a que pertenceu, e que, graças a Deus, teve o privilégio do reconhecimento e do respeito dos familiares, amigos, superiores e subordinados.
Sempre estive e continuo disponível aos amigos, para poder contribuir com o modesto conhecimento que tenho.
Att Paulo Britto 
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ADENDOS
(*) A data correta do nascimento do Coronel João Bezerra é 24 de junho de 1898.

(*) Frederico Pernambucano, durante sessão de fotos no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em Maceió em agosto de 2009 para ilustrar o livro "Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço".

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