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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

A HISTÓRIA DE DADÁ


A companheira de Corisco
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Trevor Morris
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SILA EX-CANGACEIRA DO BANDO DE LAMPIÃO EM ENTREVISTA NO PROGRAMA JÔ SOARES ONZE E MEIA (SBT).

https://www.youtube.com/watch?v=eFwfZ7JkqVM
Entrevista completa com a ex-cangaceira Sila (Ilda Ribeiro de Souza) antiga integrante do bando de Lampião no antigo Programa "Jô Soares onze e meia" do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão).
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SERRA DOS MACACOS

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.254

Você é santanense? Conhece a serra dos Macacos? Pois bem, a citada montanha faz parte do complexo serrano do norte do município. É vista da cidade como um monte comprido e aplainado. Contemplada pela outra face, da ponte do riacho Gravatá, é que o amigo pode se dar conta da sua altura. Vem lá das imediações da cabeça da serra da Camonga (estrada do povoado São Félix) e, transversalmente, morre beirando a BR-316, na entrada da região do sítio Jaqueira. Apesar de se achar bem situada, só vai à montanha quem tem negócio. Até porque não existe um incentivo para que estudantes e outras pessoas conheçam todo o território em que nasceram e só depois conheçam o mundo. Quem sai de Santana ao povoado Areias Brancas, passa na entrada da serra.

SERRA DOS MACACOS, 2013. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

O seu nome de batismo se perde no tempo. Vem desde a conquista da região por sertanistas que iam denominando os acidentes geográficos e repassando esse conhecimento. Portanto, serra dos Macacos, era sem dúvidas, uma faixa de terras em que proliferavam os símios. Os termos indígenas de outras serras vizinhas, só perguntando aos das tribos remanescentes dos índios Fulni-ô ou Carnijós de Águas Belas: Gugi e Camonga.
É costume no sertão o recebimento de convites assim: “Apareça no sítio para comer uma galinha de capoeira”. Mas também para comer um preá, uma buchada, um guiné... Foi assim, através de terceiros, que recebi um desses convites para comer um preá na serra dos Macacos.
Não tem cabimento subir uma serra para comer um cavídeo. Porém, interessado em conhecer o lugar e a paisagem serrana, marchei para o cimo da serra com o companheiro. Não vi o cenário que almejava. Andamos por uma trilha carroçável ladeada por exuberante vegetação de caatinga, no lombo da montanha. A casa não ficava tão longe, fomos bem recebidos e saiu o almoço. A carne era preá mesmo. Quando meti os dentes no danado, fiz um esforço medonho para não passar vergonha. Não comi e disfarcei as náuseas nem sei como. Mais tarde desci a montanha arrependido e faminto. Nunca mais subi a serra dos Macacos. Não foi pelo preá bruto, mas por falta de outras oportunidades...
Mesmo assim nunca a chamei de serra dos Preás.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2020/01/serra-dos-macacos.html

FRENOLOGIA CABEÇAS CORTADAS

Por Rubens Antonio

O século XIX elaborou e legou ao século XX uma referência denominada Frenologia.


Esta surgiu como uma área da Ciência, pendendo entre Medicina Forense, Medicina Legal e Antropologia Física. Propunha-se a localizar e provar que as características de uma pessoa estavam impressas e expressas no formato do crânio. Desta maneira, o dito "caráter" de uma pessoa já viria marcado desde o seu nascimento. Haveria uma "natureza" de cada indivíduo materializada fisicamente.

No Brasil, o expoente desse conceito foi o Raimundo Nina Rodrigues, nascido em Vargem Grande, Piauí, em 1862, com curso de Medicina em Salvador e Rio de Janeiro.

Estabelecido em Salvador, deu aulas na Faculdade de Medicina. Seu trabalho girou em torno de uma "Antropologia Patológica". Seus trabalho detém um cunho marcantemente racista, com destaque para ataques às miscigenações. Em sua visão, os miscigenados seriam aqueles que mais mostrariam características tendendo à criminalidade.

Nina Rodrigues

Daí ter se empenhado em conseguir e manter as cabeças de Lucas de Feira e Antônio Conselheiro. Nina Rodrigues faleceu em Paris, em 1906, sendo inumado, finalmente, em Salvador, Bahia. Em contraposição a essa linha, elevaram-se vozes, cujo resplandecer mais claro apareceu nas linhas de Euclydes da Cunha. Este, vindo acompanhar o massacre da Rebelião Conselheirista de Canudos, objetivava flagrar confirmações da posição de Nina Rodrigues. Entretanto, o que testemunhou colocou-o na senda contrária.
Daí, em vez de estropiados fracos, viu-se obrigado a reconhecer: "- O Sertanejo é, antes de tudo, um forte!"
Entretanto, adentrado o século XX, a linha de Nina Rodrigues seguiu firme, através de vários discípulos. Estabeleceu uma forte escola assentada nas suas propostas.

Daí, quando aconteceu o evento do Cangaço, tornou-se lugar comum o estudo das cabeças dos Cangaceiros abatidos. O primeiro deles foi a do cangaceiro "Gavião", que chegou a Salvador no início de 1930. Quando aprisionado, o cangaceiro Volta-Secca, tiveram os discípulos da proposta de Nina Rodrigues a oportunidade de realizar o estudo do seu crânio em vida. Procuraram sempre indícios da marginalidade e decadência.

Estudaram-se os crânios dos cangaceiros abatidos na Lagoa do Lino, no caso, "Azulão", "Canjica", "Maria" e "Zabelê". Finalmente, estudaram-se os crânios dos cangaceiros abatidos em Angicos, em 1938.

Um estudioso que começou a se destacar, apontando o caminho da derrocada da Frenologia, foi Estácio de Lima. Nascido em Marechal Deodoro, em Alagoas, em 1897, cursando Medicina, acabou se tornando docente das Faculdades de Medicina e Direito da Universidade Federal da Bahia, antigo catedrático de Medicina Legal da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública da Universidade Católica de Salvador e da Faculdade Federal de Odontologia. Nesse caminho tratou de integrar a luta para desfazer a antiga linha de Nina Rodrigues.

O legista Charles Pittex e as cabeças mumificadas de Lampião e Maria.

Em sua visão, o meio, a Vida e a História são os elementos que influenciam diretamente na tecitura dos caráteres humanos. Como fruto do momento em que ainda se acreditava na Frenologia, os crânios de Lampeão e Maria Bonita foram estudados.

Abaixo o estudo dos seus crânios, conforme apareceu reproduzido na publicação: BEZERRA, João. “Como dei cabo de Lampeão.” Recife (Pernambuco): Fundação Joaquim Nabuco - Editora Massangana, 1983. O "estudo antropométrico" foi assinado pelo dr. Lages Filho, então diretor do Serviço Médico Legal de Alagoas.

O resultado do estudo antropométrico da cabeça de Lampeão

Infelizmente o estado em que a cabeça chegou à morgue não permite um estudo acurado e minucioso à luz da antropometria criminal e da anatomia, pois atingida por um projétil de arma de fogo que atravessou o crânio saindo na região occiptal, fraturando o mandibular, o frontal, o parietal direito, o temporal direito e os ossos da base que ficaram reduzidos a múltiplos fragmentos. Todavia, podemos traçar-lhe o perfil antropológico: Pele pardo-amarelada, podendo-se classificá-lo como pertencente ao grupo dos “brasilianos xantodermos”, da classificação de Roquette Pinto: testa fugidia, cabelos negros, longos e arrumados em trança pendente; barba e bigode por fazer, de pelos lisos negros e falhos. Dolicocéflo, contrastando com os outros indivíduos do seu grupo étnico, em geral braquicéfalos. O perímetro cefálico é igual a 57 centímetros. diâmetro transversal máximo atinge 150 milímetros, índice encefálico 75. Sua face é de tamanho relativamente reduzido, impressionando à primeira observação as dimensões do mandibular pequeno e com os ramos horizontais a formar um ângulo reto no encontro dos ramos ascendentes, correspondentes. Assim, é o comprimento total do rosto de 170 milímetros, o comprimento total da face de 130 milímetros, o comprimento simples da face de 85 milímetros, o diâmetro gigomático ou transverso máximo da face, de 160 milímetros, índice facial da boca 53,12. Nariz reto, de ápice grosso e rombo, guardando ao dorso a impressão dos óculos, com altura máxima de 50 milímetros e largura máxima de 37 milímetros. O índice nasal transverso 64 milímetros, uma mesorrínia franca, lábios finos. Largura da boca 57 milímetros. Abóbada palatina ogival, dentes pequenos podendo-se enquadrá-los no grupo dos microdontias; orelhas assimétricas, havendo desigualdade manifesta no desenvolvimento das partes similares (orelha Blainville). O comprimento da orelha direita alcança sessenta e cinco milímetros. A largura da orelha direita é de 40 milímetros. comprimento da orelha esquerda 55 milímetros.
A largura da orelha esquerda é de 40 milímetros. Índice auricular de Topinar, tendo-se em conta as dimensões da orelha direita de 65 milímetros. Na face há visível, na região masseterina direita, uma pigmentação escura arredondada, medindo três milímetros de diâmetro, em nervus congênito. O olho direito apresenta um leucoma, atingindo toda a córnea. em resumo; embora presentes alguns estigmas físicos na cabeça de Lampeão, não surpreendi um paralelismo rigoroso entre os caracteres somáticos da degenerescência, revelados pela mesma e a figura moral do bandido. assim, apenas verifiquei como índices físicos de degenerescência as anomalias das orelhas, denunciadas por uma assimetria chocante, a abóbada palatina ogival e a microdontia. Faltam as deformações cranianas, o prognatismo das maxilas e outros sinais aos quais Lombroso tanta importância emprestava para a caracterização do criminoso nato. Todavia, nem por isso os dados anatômicos e antropométricos assinalados perdem a sua valia pelas sugestões que oferecem na apreciação da natureza delinqüencial de Lampeão.
Resultado do exame da cabeça de Maria Bonita

A cabeça de Maria Bonita deu entrada às 10 horas da noite de 31 de julho de 1938 no Serviço Médico-Legal do estado de Alagoas em mau estado de conservação, razão por que não foi retirado o encéfalo, já reduzido a uma pasta esbranquiçada e amorfa que se escoava pelo orifício occiptal. as partes moles infiltradas não permitiram fossem melhor apreciados os traços fisionômicos da companheira de Lampeão, os quais, aliás, não pareciam desmentir o apelido que lhe deram. Aparentava ser uma mulher de trinta a trinta e cinco anos de idade. À primeira impressão, o que mais prende a atenção é vêem vê-la é a sua testa alta e de todo vertical. cabelos negros, longos, finos e lisos, arrumados em tranças pendentes. Tez morena clara. Pode ser incluída no grupo dos brasileiros xantodermos da classificação de Roquette Pinto, o perímetro encefálico é de 57 milímetros. O diâmetro ântero-posterior máximo é de 195 centímetros. O diâmetro transversal máximo mede 150 milímetros. O índice cefálico, 33. Portanto, braquicéfala. O comprimento total do rosto alcança 190 milímetros. O comprimento total da face é de 120 milímetros. O comprimento simples da face, 153 milímetros. Índice facial da boca, 47,0. Lábios grossos, sendo a largura da cavidade bucal de 45 centímetros. Dentes pequenos, bem plantados e em excelente estado de conservação. Olhos castanhos escuros.
São estes os principais elementos colhidos, traçando-se o perfil antropológico de Maria Bonita. Não denunciam eles a existência de quaisquer estigmas de degenerescência ou sinais atávicos. Na busca de sua constituição delinquencial muito mais importância teria o estudo psicológico que permitiria pôr em relevo os caracteres fundamentais de sua personalidade.

Em verdade, uma conclusão definitiva e segura só poderia ser tirada da apreciação físico-psíquica e biográfica da vítima, único meio capaz de revelar suas tendências criminosas, mesmo se despertadas pela paixão e pelo amor.
Pescado no arrojado Cangaço na Bahia


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SÓ COMO ARQUIVO - PEDRO DA REBECA, O MESMO RESIDIA NO BAIRRO PINTOS, ERA VENDEDOR DE CABO DE VASSOURAS E VARAS PARA LIMPEZA DE CASAS. DÉCADA DE 40.

Foto do Relembrando Mossoró

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SÓ COMO ARQUIVO - PRIMEIRO CARRO QUE CHEGOU NA CIDADE DE MOSSORÓ - 1912

Foto do Relembrando Mossoró

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SÓ PARA ARQUIVO - TEREZA MAIA, TREZIEME ROSADO E PEDRO DE ALCÂNTARA 1994

Por José Mendes Pereira
Foto do Relembrando Mossoró

Trezième Rosado era irmã da família numerada de Mossoró. Ela era a 13ª. filha de Jerônimo Rosado. Estes eram os seus irmãos:

1.   Jerônimo Rosado Filho
2.   Laurentino Rosado Maia
3.   Tércio Rosado Maia
4.   Izaura Rosado
5.   Laurentino Rosado Maia
6.   Isaura Sexta Rosado de Sá
7.   Jerônima Sétima Rosado Fernandes
8.   Maria Oitava Rosado Cantídio
9.   Isauro Nono Rosado Maia
10. Vicência Décima Rosado Maia
11. Laurentina Onzième Rosado Fernandes
12. Laurentino Duodécimo Rosado Maia
13. Isaura Trezième Rosado Maia
14. Isaura Quatorzième Rosado de Magalhães
15. Jerônimo Quinzième Rosado Maia
16. Isaura Seize Rosado Coelho
17. Jerônimo Dix-sept Rosado Maia
18. Jerônimo Dix-huit Rosado Maia
19. Jerônimo Dix-neuf Rosado Maia
20. Jerônimo Vingt Rosado Maia
21. Jerônimo Vingt-un Rosado Maia.

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DULCE MENEZES DOS SANTOS A MULHER QUE FOI RAPTADA E VIOLADA PELO BANDO DE LAMPIÃO


Vivendo hoje em Campinas, Dulce revelou como foi viver obrigada a interagir com cangaceiros que a sequestraram.

Dulce Menezes dos Santos foi uma das muitas mulheres que tiveram suas vidas interferidas pelo bando de Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião. Hoje, vivendo na periferia de Campinas aos 96 anos, ela passou a integrar ao cangaço após ter sido retirada de sua família e violentada por um dos integrantes do grupo.

Essa fase da vida de Dulce sempre foi escondida pela família, o que fez com que a idosa passasse a evitar visitas. "Infelizmente isso aconteceu contra minha vontade. Não fui porque quis ir”, deixou claro em entrevista ao Estado de Minas.

O trágico encontro entre Dulce e os mais famosos bandidos do Brasil ocorreu quando ela vivia com a irmã em Alagoas. Antes, morava na fazenda de algodão da família em Porto da Folha, Sergipe, mas ambos os pais morreram quando ela era criança.

Acontece que o rancho alagoano em que passou a morar era recinto de descanso dos cangaceiros que adentravam ao sertão. Lá, Dulce se deparou com aqueles estranhos homens adornados em couro, quando um dos cangaceiros, João Alves da Silva, vulgo Criança, notou a presença menina e pediu para comprá-la de seu tio João Félix, que a trocou por joias.

Em negociação, Criança falou a João que levaria Dulce a uma festa organizada por Zé Sereno numa fazenda vizinha. Ao cangaceiro foi permitido acompanhar a criança, enquanto João e a esposa Julia assistiam de longe. Dulce afirmou que desde cedo já se sentiu assustada com a situação.

Criança então pegou a menina pelo braço e a obrigou a sair do salão onde estavam. Gritando de medo, ela ouvia o cangaceiro berrar: "Cala a boca, se não te sangro agorinha mesmo." Foi jogada no chão, em meio às pedras e cactos, e lá foi estuprada, com o assustador silêncio dos outros convidados.

No resto da noite, Dulce foi observada pelo cangaceiro, que a tratava como mercadoria. João Felix se sentia arrependido, mas também acuado pelo bandido armado.

"Fui a pulso, arrastada, se não morria. O apelido dele era Criança. Deus queria que eu estivesse aqui agora, conversando com vocês", afirmou Menezes. "[ele estava] com parabélum na mão. E [eu] com medo de morrer, acompanhei." Na época com 13 anos, ela era apaixonada por Pedro Vaqueiro, um rapaz de Piranhas que, ao descobrir a violência, saiu com um desespero aterrador e desapareceu no sertão.


Acontece que Criança pertencia a um dos subgrupos comandados pelo capitão Lampião que, em 1938, convocou seus homens para uma reunião na Gruta do Angico, Sergipe. Lá, Dulce conheceu Maria Bonita a quem ela descreveu como “boa pessoa”.

Presenciou a cena por pouco tempo, afinal, aqueles grupos articulados por Virgulino agiam separadamente: “Se vivesse tudo junto, a polícia descobria pelo rastro. Agora, nesse dia estava todo mundo junto. Tinha de acontecer, graças a Deus”.

Naquela noite, conseguiu descontrair as tensões do sequestro ao encontrar Maria bonita e Sila numa conversa em que caminhavam pela escuridão da caatinga reconhecendo vagalumes. Pela primeira vez em muito tempo, conseguiu dormir tranquila.

Porém, a hora de acordar foi completamente conturbada. Não porque os cangaceiros voltariam a violentá-la, mas ao contrário: dessa vez era Criança que levava os tiros e corria desesperado, pois um grupo volante do Estado havia invadido a Gruta numa emboscada contra o bando de Lampião. Esse foi o famoso momento em que finalmente o Rei do cangaço fora capturado e executado.


Adquiri esta foto no blog do escritor João de Sousa Lima.

Criança conseguiu escapar, mas Maria Bonita e Lampião morreram no local. Enedina também, e o tiro que abateu sua cabeça fez respingar miolos em cima de Dulce. "Era tiro demais. Gente caindo, entrando pelas pernas, passando em cima de cabeças. Escapou quem tinha de escapar, porque nunca vi tanto tiro na vida, meu filho."

Quando a noticia chegou a Piranhas, a família foi checar se a cabeça da moça estava entre os troféus da volante. O grupo então se embrenhou no mato e fugiu, mas decidiram se entregar à polícia em troca de uma anistia concedida pelo ditador Getúlio Vargas. Com dois filhos, Criança e Dulce passaram a trabalhar numa fazenda do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Para ajudar Dulce, o dono da fazenda tornou o ex-cangaceiro o novo tropeiro do lugar, obrigando-o a se afastar da garota.

Dulce se casou com Jacó, o dono da fazenda, e com ele teve 18 filhos. Ela relata que esse momento de sua vida foi muito melhor do que a época em que estava sequestrada pelo bando de Lampião: "Foi o tempo que fui feliz. [...] Agora essa turma do Lampião, meu Deus do céu, quando queria pegar mulher, se não fosse, eles matavam”.

Quando Jacó morreu Dulce decidiu mudar-se para o Estado de São Paulo com a filha Martha, passando a residir em Campinas, onde não encontrou a maior felicidade: teve filhos e netos assassinados em meio à violência da cidade.

ADENDO: 

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"Mais ou menos 6 anos passados eu fui fortemente criticado por uma sobrinha do Jacó, quando escrevi sobre a Dulce Menezes dos Santos e afirmei que a Dulce era sua esposa. A sobrinha me bateu dizendo que Dulce Menezes nunca foi casada com ele, e sim não passou da outra do Jacó. Fui até probido de marcar o seu nome no facebook. Mas ela tem as suas razões, não sei de que forma, mas tem".

Pescado em Aventuras na História
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A MÚSICA MOSSOROENSE DE LUTO.


Por Marcos Batista

Comunicamos com tristeza o falecimento de Francinaldo Pinto (Naldo), excontrabaixista dos conjuntos: Super Som Musical e do Águia Negra, nas décadas de 70 e 80, respectivamente. Vítima de choque elétrico, ontem em residência.

Naldo aparece identificado por uma seta na foto do conjunto Águia Negra.

Fonte: Marcos Batista


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