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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

CHUVARADA NO SERTÃO E O RIACHO QUE VEM BONITO

*Rangel Alves da Costa

Infelizmente já não estou no sertão de Poço Redondo para apreciar, para sentir de pertinho, esses momentos mágicos e encantadores vindos do alto como dádiva sagrada maior.
Como sopro de Deus, de repente as alturas nubladas, prenhes, gordas de aguaceiro, começaram a cair sobre a terra.
E se derramaram em forma de chuvarada, de trovoada, de cheia, de aguaceiro se despejando e se espalhando por cima da terra seca e triste, por cima dos barreiros secos e barreados, por cima das nascentes e dos cursos magros e sujos dos pequenos rios e dos riachos.
Ponho-me, aqui, a imaginar o brilho no olhar sertanejo ao abrir a porta e avistar os horizontes tomados de milagres molhados.


Imagino - e é como se eu estivesse presenciando - a meninada correndo pelas ruas, indo porta afora pelas malhadas, envolvendo-se com os pingos caídos e bebendo dessa magia que alimenta o sertão de tudo e em tudo.
Menino sertanejo gosta mesmo é de goteira, de biqueira, de calçada lisa e molhada, de poça ‘água para fazer espanar alegria.
E o sertanejo em si, aquele sofrido e alquebrado das dores do mundo, agora se refazendo na fé que jamais faltou.
As mãos que passam o rosário em preces de agradecimento, novos e velhos se ajoelhando no chão molhado e levantando ao alto as mãos para dizer “Obrigado, Senhor!”.
E desde ontem aquele barulho estranho e esperançoso vindo de longe, anunciando que o riachinho Jacaré começava a correr desde suas nascentes e já avançando pelos quintais.
Águas primeiras que escorrem grossas, escurecidas, tomadas de sujeiras, pois levando tudo para purificar a passagem para a as águas novas.
E passando e passando mais, de repente o leito tomando volume cada vez maior e com águas já clareadas pela força das correntezas. Uma festa indescritível perante o sertão, ante os solhos e corações sertanejos.
Não há visão mais bonita e cativante que do alto da ponte avistar o riacho em cheia e com água muita de lado a outro.
O barulho das águas é como música, como suave valsa ao coração sertanejo. Não há som mais prazeroso que o das águas ao longe, que o das águas chegando e passando.
Noutros tempos, cada cheia do Jacaré era motivo de festa. A noite inteira e pessoas acorrendo às suas margens para o encantamento.
E hoje não é diferente, e talvez ainda mais comovente. Comoção que chega pela descrença de que aquele leito já tão feio e magro, infectado e devorado pelas mazelas humanas, já não conseguisse acolher tamanho volume de água, já não botasse cheia como antigamente.
Mas o inesperado acontece pelo passo e desejo da natureza. Tudo com o seu tempo e a sua hora, segundo os mistérios sagrados.


E eis a revelação por todos conhecida e tão pouco acreditada: Quando é desejo de Deus, o leito seco se transforma em rio, o sertão esturricado mata sua sede para verdejar e alimentar os seus.
Não estou agora no sertão, mas é como em Poço Redondo estivesse. E neste momento estou bem ao lado do riacho, bem na beirada das águas tantas, e maravilhado e comovido como aquela Rangel menino de outros tempos.
Obrigado, Senhor!

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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"O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.
O livro tem 710 páginas. 


Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

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A ESCOLA RURAL DA VILA DE CARACARÁ

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Na década de 1960, a Escola Rural de Caracará era a única escola existente naquela vila. Tinha cerca de 30 alunos, que estudavam no turno da manhã, sob as orientações e ensinamentos da professora Mariinha Silva, que ensinava a ler, escrever, contar e trabalhos manuais. A escola localizava-se ao lado da Igreja (Igreja de Santo Antônio) e funcionava em um prédio adaptado, ou seja, na sala da frente de uma casa residencial. O proprietário permitia o funcionamento da escola em sua casa, sem cobrar aluguel. O quadro negro e as carteiras conjugadas para dois alunos foram fornecidos pela Prefeitura Municipal de Sobral. A Professora Mariinha Silva recebia mais ou menos o equivalente a meio Salário Mínimo da Prefeitura de Sobral, mas não era funcionária municipal. Ela era Professora Leiga, sem curso superior (Pedagogia) e sem curso de nível médio profissionalizante (Curso Normal). Ela tinha apenas o antigo curso ginasial (ensino fundamental completo) e fez um treinamento de um mês em Sobral para ser professora. 

Na sala tinha um estrado de madeira e sobre ele uma mesinha de imburana não envernizada, de um metro e vinte centímetros de comprimento por 80 centímetros de largura, com uma cadeira de pau-branco, com tampo de couro cru, para a professora se sentar. Sobre a mesa ficava uma pesada palmatória de aroeira, uma caixa de giz branco, um globo terrestre e uma flanela vermelha, para apagar o quadro negro. Na parede, atrás da mesa, tinha um crucifixo pendurado e ao lado da mesa, sobre um suporte de madeira, ficava a bandeira do Brasil. Nos fundos da sala tinha uma cantareira com um pequeno pote com água de beber, uma caneca de zinco com cabo, para tirar água do pote e uma caneca de alumínio de uso coletivo. O pote era coberto por um pano de coar água e uma tampa de madeira. 

Cada aluno levava seu material escolar , constituído por uma taborda, uma carta de ABC ou uma cartilha, um caderno feito em casa com papel almaço, costurado com linha zero, um lápis grafite com uma borracha acoplada na extremidade e uma gilete ou canivete bem amolado, para fazer a ponta do lápis. Às 7 horas, os alunos ficavam perfilados na calçada da escola e entravam na sala dois a dois. Dentro da sala, em frente a Bandeira Nacional, cantavam duas ou três estrofes do Hino Nacional e rezavam um Padre Nosso e uma Ave Maria. A professora corrigia o dever de casa, tomava a tabuada, fazia um ditado e depois passava para copiar um pequeno texto. Quando os alunos iam fazer o ditado e a cópia do texto, eles faziam um cabeçalho com o nome da escola, o nome do município, a data e o nome do aluno. 

Os alunos eram dos dois sexo, masculino e feminino (sala mista) e de idades que variava de 7 aos 12 anos e com diferentes graus de conhecimento (classe multisseriada ), ou seja, uns sabiam assinar o nome e já estudavam pela cartilha, enquanto outros ainda estavam na carta de ABC. A professora sabia o nível escolar de cada aluno. Alguns alunos que tinham letra ruim eram obrigados a ter caderno de caligrafia. A tabuada, a carta de ABC, a cartilha, o caderno de caligrafia, o lápis e a borracha eram comprados na bodega do Seu Raimundo Galdino. O recreio iniciava às nove horas e se prolongava até às nove e meia e era anunciado por uma sinetinha, que a professora mantinha em cima da mesa. No recreio, as mulheres brincavam de jogar pedras e de macaca (amarelinha), que era feita com giz, pelas próprias alunas no patamar cimentado da igreja. Os meninos brincavam com uma bola de meia, em um campinho de terra, ao lado da igreja. Os meninos chegavam suados e com muita sede. 

Os membros da comunidade, na medida do possível, ajudavam a escola. Seu Chico Carpinteiro presenteou a escola com a mesinha e o proprietário da casa emprestou a cadeira para a professora sentar. O bodegueiro, Seu Raimundo Galdino, doava diariamente, uma rapadura e um pacote de bolachas para os alunos merendarem. Meu avô, sempre que ia a Vila Caracará, levava um queijo de coalho grande e algumas rapaduras, que ele produzia em seu Sítio Frecheiras, na Serra da Meruoca. Outros fazendeiros da redondeza, também doavam queijo para a merenda dos estudantes. 

Após o recreio, os alunos entravam em fila dupla na classe. A professora colocava na lousa o dever de casa e lembrava o dia da prova escrita para os que estavam na cartilha. 

Duas vezes por semana, no turno da tarde, a professora Mariinha Silva, dava aula de Trabalhos Manuais (artesanato), que se resumia em ensinar a fazer artesanato de palha de carnaúba, como chapéu, esteira, uru, surrão, abano e outras peças. Como o Rio Aracatiaçu, que banha a região, tinha muitas carnaubeiras em suas margens, para estes artesanatos havia matéria prima em abundância. O chapéu tinha comprador na própria vila, pois Sobral era um grande exportador de chapéu de palha, especialmente para os Estados Unidos, México e Espanha. Interessante era a exigência de tamanho do chapéu feito por cada País comprador, uns exigiam carapuça (forma) maior e outros chapéus menores. A feitura de chapéu de palha era uma atividade generalizada na região, pois era difícil encontrar uma casa na Vila Caracará que não produzisse chapéus. Era um artesanato feito principalmente, por mulheres. Elas usavam um banquinho baixo, para não mostrar as pernas, quando estavam fazendo chapéu. Para a confecção de chapéus, usava-se palha do olho. A palha era riscada com a ponta de uma pequena faca e as tiras estreitas eram entrelaçadas com muita sincronia e rapidez. Era impressionante a habilidade e a rapidez das mulheres da região na confecção de chapéu de palha de carnaúba.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes.

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OS ENTERROS NO RIACHO DO QUARTAVO EM POÇO REDONDO



O riacho do Quartavo, um pequeno afluente do Rio Jacaré, está no município de Poço Redondo. Nas margens daquele riacho estão as Pias das Panelas. Na época do Cangaço aquelas terras pertenciam à fazenda Paus Pretos do coronel Antônio Caixeiro.

Ali, nas proximidades das Pias da Panelas, estão enterrados os corpos de três mulheres e dois homens, todos barbaramente assassinados no tempo do Cangaço. Os corpos enterrados ali são: de Rosinha Soares, a Rosinha do cangaceiro Mariano, assassinada pelos cangaceiros, com a ordem de Lampião; do vaqueiro Zé Vaqueiro, aquele mesmo vaqueiro que tentou matar para roubar o cangaceiro Novo Tempo; e de Preta, cruelmente assassinada pelo seu marido Zé Paulo, filha adotiva de Dona Maria das Virgens do Alto Bonito, daquela mesma Maria das Virgens que foi ferrada e teve seus dois filhos marcados pelo ferro do cangaceiro Zé Baiano. Ali também foi morto pelos cangaceiros o cangaceiro Coqueiro, o delator da traição de Lídia. O que ainda não se sabe é se o corpo de Coqueiro também foi enterrado ou deixado exposto em tempo aberto para que os urubus o devorassem.


No fim do cangaço, depois dessas mortes, alguns caçadores da região evitavam passar ali nas Pias das Panelas à noite, principalmente nos locais onde estão as covas dos mortos. Alguns caçadores afirmavam ter ouvido coisas estranhas ali próximo das pias, como vozes, gemidos ou gritos macabros.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?multi_permalinks=962567350618876&notif_id=1543948680684303&notif_t=group_activity&ref=notif

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SE O SINAL DE INTERNET AJUDAR...


Por Geraldo Antônio De Souza Júnior

... ainda hoje estarei publicando no Canal YouTube "Cangaçologia" o documentário "Os homens que mataram o facínora" de minha autoria.

Uma sensacional entrevista com o escritor, pesquisador e Jornalista Moacir Assunção, autor do renomado livro "Os homens que mataram o facínora", que conta a história dos grandes inimigos de Lampião e dos homens que colocaram fim em sua trajetória de crimes.

Assistam e ao final deixem suas críticas e sugestões.

Imperdível!


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1104449539718941&set=gm.962580830617528&type=3&theater&ifg=1

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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA


Por Francisco Pereira Lima

Na próxima semana irei receber este livro: "Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço" de Frederico pernambucano de Mello, que será lançado hoje 05/12. A expectativa sobre a obra é grande. 

Vamos adquirir ao preço de R$ 60,00 com frete. 
Reserva: 
franpelima@bol.com.br e 
Whatsapp 83 9 9911 8286.

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INFORMAÇÃO IMPORTANTE - MEDICAMENTO PARA HIPERTENSÃO E CONTROLE DE EDEMAS PODE CAUSAR CÂNCER

AGÊNCIA BRASIL

AGÊNCIA BRASIL


Por meio de comunicado, a Anvisa solicitou que os profissionais de saúde informem aos pacientes tratados com hidroclorotiazida sobre o risco.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta terça-feira (4/11) um alerta para o aumento do risco de câncer de pele não-melanoma decorrente do uso cumulativo do medicamento hidroclorotiazida, utilizado para tratamento da hipertensão arterial e para controle de edemas.

“A descoberta foi realizada por meio de estudos epidemiológicos que demonstraram uma associação dose-dependente cumulativa — que ocorre quando a dose utilizada de um determinado medicamento está diretamente relacionada com seus efeitos — entre o medicamento em questão e o câncer de pele não-melanoma”, informou a Anvisa.

De acordo com a agência, em um dos estudos, foi possível notar também uma possível associação entre câncer de lábio e a exposição ao medicamento. “Ações fotossensibilizadoras da hidroclorotiazida, que facilitam a sua absorção pela pele, podem atuar como um possível mecanismo para a doença”.

RECOMENDAÇÕES:

Por meio de comunicado, a agência solicitou que os profissionais de saúde informem aos pacientes tratados com hidroclorotiazida sobre o risco de câncer de pele – sobretudo aqueles que já fazem uso do fármaco em longo prazo. Eles também devem ser orientados a verificar regularmente a pele quanto a novas lesões e a notificar imediatamente o profissional sobre qualquer tipo de lesão cutânea suspeita.

A orientação da Anvisa é que o tratamento não seja interrompido antes que os pacientes consultem o médico. “Lesões cutâneas suspeitas devem ser prontamente examinadas, incluindo exame histológico de biópsias. Medidas preventivas, tais como limitação da exposição à luz solar e aos raios ultravioleta, podem ser realizadas no intuito de minimizar o risco de câncer de pele. O uso de hidroclorotiazida pode ser revisto em pacientes com histórico de câncer de pele não-melanoma”.

A inclusão das novas informações de segurança nas bulas de todos os medicamentos que contêm o princípio ativo hidroclorotiazida será imediatamente solicitada pela agência.

Câncer de pele

O câncer de pele não-melanoma compreende os tumores mais comuns, que ocorrem principalmente em pessoas de pele clara, após exposição solar por longo tempo. Geralmente, apresentam apenas crescimento local, mas não cicatrizam ou se curam sem tratamento e tendem a aumentar com o tempo, podendo causar deformação, dor e sangramento.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Se detectado precocemente, a doença apresenta altos percentuais de cura. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e de mais baixa mortalidade.

Monitoramento

A Anvisa informou que monitora continuamente os medicamentos comercializados no Brasil e reforçou que profissionais de saúde e pacientes notifiquem os eventos adversos ocorridos com o uso de qualquer medicamento.

A comunicação de suspeitas de eventos adversos pelos pacientes pode ser feita por meio do formulário, pela Central de Atendimento ao Público (0800 642 9782) ou pela Ouvidoria (ouvidori@tende). Para os profissionais de saúde, a Anvisa disponibiliza o sistema Notivisa em caso de notificação de eventos adversos.

MAIS SOBRE O ASSUNTO


A ANVISA CONSIDEROU AINDA AS RECOMENDAÇÕES DO COMITÊ DE AVALIAÇÃO DE RISCOS EM FARMACOVIGILÂNCIA DA AGÊNCIA EUROPEIA DE MEDICAMENTOS PARA CLASSIFICAR COMO PLAUSÍVEL A ASSOCIAÇÃO ENTRE O AUMENTO DO RISCO DE CÂNCER DE PELE NÃO-MELANOMA E O USO EM LONGO PRAZO DE MEDICAMENTOS CONTENDO HIDROCLOROTIAZIDA.

RECOMENDAÇÕES

https://www.metropoles.com/brasil/saude-br/medicamento-para-hipertensao-e-controle-de-edemas-pode-causar-cancer?utm_source=push&utm_medium=push&utm_campaign=push

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BINGOS PEQUENOS É JOGAR DINHEIRO NO MATO. NÃO CAIA MAIS NESSA, AMIGO!

Por José Mendes Pereira

Quem não gosta de participar de bingos ou outros jogos de azar?

Todos nós gostamos, mas nem todas às vezes o jogo está acontecendo com responsabilidade, porque alguém que foi convidado para ser responsável pelo prêmio (que será dos organizadores do bingo), possa ser premiado ao término das chamadas das bolas, as quais estão dentro de um cubo, sacola de pano ou outra coisa semelhante.

Por que fazer bingo é proibido?

A proibição de bingo é devido as desonestidades (lógico que nem todas as pessoas são desonestas), que acontecem durante o processo, geralmente pelos organizadores que usam todas as maneiras de falsificarem o resultado, para que o objeto seja arrematado pela própria equipe que o organizou.

Existem várias maneiras de ludibriar os concorrentes de bingos, e uma delas é muito simples e lucrativa para quem é responsável pelo o sorteio.


Quando o bingo é chamado com bolas que são colocadas em sacolas de pano, um dia antes, as pedras da cartela escolhida pela equipe serão colocadas no congelador de uma geladeira, justamente para deixá-las geladinhas, e só irão para a sacola quando iniciar o sorteio, e no momento em que o chamador do bingo enfia a mão na sacola, vai encontrando as bolas geladinhas. As bolas que ficaram dentro do congelador não gelarão as outras, porque são redondas e jamais encostarão por completo nas de mais.

No meio dos participantes tem uma pessoa que foi convidada para este fim, marcando a cartela que tem todos os números (pedras) que foram congelados, e sem sombra de dúvidas, o prêmio sairá para a equipe organizadora.

E dos concorrentes do prêmio quem será capaz de descobrir este roubo ou falsificação? Ninguém perceberá a alteração do resultado, porque a equipe convidou uma pessoa que os presentes não a conhecem, e às vezes, reside em outro bairro, bem distante de onde está acontecendo o bingo.

Outro meio de roubar o bingo para a equipe quando as bolas são fabricadas de plástico.

As bolas são colocadas em globos, geralmente pequenos, e, escolhida a cartela da equipe para que o objeto fique com ela, faz-se da seguinte maneira o trambique:

Todas as bolas que têm na cartela da equipe através de uma seringa, injeta-se água nelas, e assim que o encarregado de chamar as bolas roda o globo, quem cairá na caçapa é a bola mais pesada que contém água. E assim sucessivamente.

Quando as cartelas de bingos eram feitas em tipografias e carimbadas manualmente (em anos remotos), geralmente, alguns organizadores de bingos (não todos) queriam algumas cartelas em branco, para que eles mesmos colocassem os números através de carimbos, e assim seria muito fácil fazer a trambicagem (trambique). Um sujeito convidado para roubar o objeto rifado ficaria escondido em um lugar qualquer, e, cada pedra ou bola que fosse saindo do globo ou da sacola, garrafa etc... dispondo dos números (tipo carimbo), ficaria carimbando a cartela de acordo com a bola chamada. E aí o resultado fora alterado.


A gente sabe que não são todos, mas até o jogo de bichos, o proprietário do jogo que tem roletas próprias tem malandragem.

Alguns proprietários de casas de jogos de bicho quando um determinado bicho está muito carregado, isto é, foi muito jogado, fazem a alteração no resultado, anunciando outro bicho que foi menos jogado.
Um sujeito nunca tinha jogado no jogo do bicho, e nem tinha a mínima ideia os bichos que participam deste tal jogo. Ele achava que este jogo era feito com uma infinidade de bichos.


Numa noite anterior sonhou que o bicho do dia seguinte seria tigre, porque sonhou vendo um tigre. E lá, no cambista, fez o jogo no tigre (suponhamos de 100,00 reais que tira 2.000,00 Mil Reais) dizendo ao cambista que iria jogar, mas não entendia de nada sobre ele. E à tarde não deu outro bicho. Tigre na cabeça. Como ele descobriu ao cambista que não entendia do jogo o cambista de vivo, resolveu ficar com o dinheiro do sujeito, que eram 2.000,00 Reais. Mais tarde chegou o indivíduo para saber o resultado:

- Que bicho deu, seu moço?

- Deu onça. - Disse o cambista.

- Oh, rapaz! Faltou um pouquinho para que eu tirasse no tigre. E no sonho eu via um enorme tigre, e mais atrás, uma onça com uma das patas acenando para mim, como se estivesse me dizendo que ela seria o bicho de hoje.

Jogo é jogo! Sorte não existe!

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A RAINHA AFRICANA QUE LIDEROU RESISTÊNCIA AOS PORTUGUESES E SE TORNOU SÍMBOLO

Por Marcos González Díaz - BBC Mundo

A rainha africana que liderou resistência aos portugueses em Angola.

Os livros a definem como uma guerreira valente e inteligente que se tornou uma das figuras-chave da resistência dos povos africanos ao colonialismo no século 17.


Mas há também aqueles que a descrevem como uma mulher cruel, que teria sido capaz de acabar com a vida de seu irmão para tomar o poder.
Ou até mesmo de matar os homens de seu harém depois de obter deles o prazer sexual que estava buscando.

As façanhas e lendas que cercam a vida da Rainha Njinga (também conhecida como Ginga ou Nzinga) de Angola são tão fascinantes quanto desconhecidas para muitos, especialmente fora do continente africano.
Embora sua figura divida opiniões, historiadores concordam que ela foi uma das mulheres africanas mais famosas por sua fervorosa luta contra a ocupação europeia e a escravidão de seu povo por quatro décadas.

Njinga Mbandi era líder do povo Mbundu e rainha de Ndongo e Matamba, no sudoeste da África.

Seu verdadeiro título em kimbundu, o idioma local, era 'Ngola'. E esse era o termo que os portugueses costumavam usar para chamar precisamente a região tal como a conhecemos hoje: Angola.



Exploração

Tal denominação passou ser difundida em 1575, quando os soldados de Portugal invadiram o Ndongo em busca de ouro e prata.

Quando não encontraram as minas que procuravam, decidiram mudar sua estratégia e começaram a capturar escravos para garantir mão de obra no Brasil, sua então nova colônia.

Nascida oito anos após a invasão, Njinga integrou a resistência contra os portugueses junto com seu pai, o rei Ngola Mbandi Kiluanji, desde que era muito jovem.

Quando Ngola morreu, em 1617, um de seus outros filhos, Ngola Mbandi, assumiu o poder. No entanto, ele não tinha o carisma de seu pai ou a inteligência de sua irmã Njinga.


Temendo um levante popular em favor dela, Ngola Mbandi ordenou a execução do filho único de sua irmã.

Mas quando ele se viu incapaz de lidar com os europeus, que estavam ganhando terreno e causando mais baixas entre a população local, Mbandi acabou aceitando a sugestão de seus conselheiros mais próximos.

Nesta história em quadrinhos criada pela Unesco, Njinga descobre que Luanda se tornou um dos maiores centros de exportação de escravos da África.

A negociação com Portugal

O rei cedeu e delegou o poder à irmã, grande estrategista e fluente em português graças à educação recebida pelos missionários, para negociar com Portugal e assinar um acordo de paz.

Quando Njinga chegou a Luanda para iniciar as negociações, encontrou uma cidade povoada por pessoas negras, brancas e mestiças que nunca tinha visto antes. Mas essa não foi a imagem que mais a surpreendeu.

Escravos enfileirados eram vendidos e colocados em grandes navios. Em apenas alguns anos, Luanda tornou-se um dos maiores pontos de venda e distribuição de escravos em toda a África.

Quando foi ao palácio do governador português João Correia de Sousa para iniciar as tratativas de paz, Njinga protagonizou uma cena carregada de simbolismo que mais tarde seria amplamente destacada pelos registros históricos.

Ela notou que, enquanto Correia de Souza estava sentado em uma confortável poltrona, não havia para ela nada mais do que um tapete no chão.

Sem falar uma palavra sequer e com apenas um olhar, uma de suas criadas ajoelhou-se e reclinou-se à frente do governador. Njinga sentou-se em suas costas, ficando na mesma altura que a autoridade portuguesa.

AROLINA THWAITES (BBC) - Image caption Njinga foi uma das mulheres africanas mais famosas por sua fervorosa luta contra a ocupação européia e a escravidão de seu povo por quatro décadas.

Era sua maneira clara e direta de expressar que falaria com ele em pé de igualdade.

Depois de árduas negociações, os dois lados concordaram com a retirada das tropas portuguesas do Ndongo e com o reconhecimento de sua soberania. Em troca, o território seria aberto aos portugueses para criar rotas comerciais.

Numa tentativa de melhorar as relações com Lisboa, Njinga até aceitou a conversão ao cristianismo e foi batizada de Ana de Souza. Ela tinha então 40 anos de idade.

Mas as relações cordiais não duraram muito e os confrontos recomeçaram.


Mulher, guerreira e rainha.

Em 1624, seu irmão se recolheu a uma pequena ilha onde morreu em circunstâncias estranhas. Não se sabe se ele cometeu suicídio ou se foi envenenado por Njinga como vingança pelo assassinato de seu filho.

A única certeza é que, apesar da oposição de Portugal e de parte de seu próprio povo, Njinga fez algo impensável na época: tornou-se a nova rainha do Ndongo.

"Njinga Mbande serve como exemplo para contrariar o discurso de submissão das mulheres africanas ao longo do tempo", diz João Pedro Lourença, diretor da Biblioteca Nacional de Angola, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Algumas fontes atribuem a Njinga uma atitude implacável para se tornar rainha. Ela teria recorrido, por exemplo, à ajuda de grupos de guerreiros de Imbangala, que viviam na fronteira do reino, para amedrontar rivais e fortalecer sua posição.

De uma liderança reafirmada ao longo dos anos, Njinga conquistou o reino vizinho de Mutamba e defendeu ativamente seus territórios.

CAROLINA THWAITES (BBC) Image caption Quando foi negociar paz com autoridade portuguesa, Njinga sentou-se sobre as costas de sua criada para falar com ele em pé de igualdade

"A rainha Njinga não era apenas uma grande guerreira no campo de batalha, mas também um grande estrategista e diplomata", diz à BBC José Eduardo Agualusa, escritor de ascendência luso-brasileira e autor do romance A Rainha Ginga.

Nascido em Angola quando o país ainda estava sob domínio português, Agualusa assinala que Njinga "lutou contra Portugal, aliando-se com os holandeses quando achava conveniente e buscando apoio dos portugueses para lutar contra outros reinos da região sempre que serviam a seus interesses".

O combate de seus escravos sexuais.

O fascínio pela personagem de Njinga chegou a cativar o próprio Marquês de Sade, embora não por suas habilidades como guerreira, mas porque ele a considerava um modelo de luxúria selvagem.

Sade se referiu a Njinga em A Filosofia na Alcova, baseado nas histórias do missionário italiano Giovanni Cavazzi, que alegou que a rainha "imolava seus amantes" depois das relações sexuais.

Isso acontecia com aqueles homens que faziam parte do grande harém da rainha, conhecido como "chibados" e forçados a se vestir com roupas femininas.

Quando a rainha queria ter relações sexuais, seus homens tinham de lutar entre si até a morte. Mas o sobrevivente não tinha um futuro promissor: depois de passar a noite com ela, era assassinado violentamente na manhã seguinte.

Lourenço diz que a publicação de Cavazzi é importante, mas lembra que todas suas histórias antes da chegada a Angola, em 1640, são baseadas em testemunhos de outras pessoas.

"É importante lembrar que essas histórias foram contadas por inimigos de Njinga, ou seja, os portugueses, criando uma imagem negativa dela, como parte da guerra psicológica", diz.

Nas histórias sobre seus amantes, o historiador lembra que existem outras versões.

"Na obra Monumenta Missionaria Africana, do Padre Brásio, há uma carta de Njinga em que afirma que tais 'amantes' eram simbólicos e que ela só tinha um marido, então, temos que continuar investigando e discutindo", diz o pesquisador.

MARCOS GONZÁLEZ DÍA ZImage caption Considerada uma personalidade única na história da África, Njinga é uma figura eminente e reconhecida na Angola até hoje.

Personalidade única

Seu reinado foi longo. Por 40 anos, Njinga liderou pessoalmente uma forte oposição às tentativas de conquista portuguesas por meio de operações militares.

Depois de chegar à conclusão de que nada poderia ser feito contra a força de uma rainha já idosa, Portugal acabou renunciando ao desejo de conquistar Ndongo em um tratado ratificado em Lisboa no ano de 1657. O documento permitia que Njinga permanecesse comandando, desde que cedesse boa parte de seu poder.

Njinga morreu em 17 de dezembro de 1663. Ela tinha 82 anos e havia passado metade de sua vida liderando a resistência contra projetos coloniais que os europeus queriam impor à região.

Com sua morte, Portugal perdeu seu principal adversário e passou a acelerar a ocupação da área.

Considerada uma personalidade única na história da África, Njinga é uma figura eminente e reconhecida em Angola até hoje.

Seu nome batiza de ruas a escolas pelo país. Já seu rosto estampa a moeda de 20 kwanzas. Njinga também inspirou filmes, livros e fez parte de uma série de publicações de ilustrações da Unesco sobre mulheres africanas históricas.

Segundo Lourenço, "Njinga Mbande é um exemplo de luta para manter a soberania do povo de Ndongo e dos que compõem a República de Angola (...). Hoje, seu exemplo serve para promover a dignidade do povo angolano, o compromisso com a nação e a defesa da integridade territorial ".

História de Njinga serve para "contradizer discurso de submissão da mulher africana", segundo diretor da Biblioteca Nacional de Angola, João Pedro Lourenço.

Questionado sobre a veracidade de algumas das lendas mais marcantes sobre a vida da rainha, Agualusa lembra que o maior erro é tentar analisar uma era histórica baseada em nossas crenças atuais.

"A crueldade era global, os europeus queimavam pessoas vivas, escravizavam não só os africanos, mas também outros europeus; os africanos eram igualmente cruéis", reflete o escritor.

"À luz do nosso tempo, a rainha Njinga era uma déspota, mas qual rei europeu daquela época não era?", conclui.

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44361821?SThisFB&fbclid=IwAR3pVflNNsZl73-7LORZdp8XRZqvtbCfISBR4ef0Ym-qJ2gnMtfm2iEUXkQ

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