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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CANGAÇO - ACHANDO ÁGUA NO SERTÃO

Por Aderbal Nogueira 

https://www.youtube.com/watch?v=UdROZAuWlOo&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Link desse vídeo: https://youtu.be/UdROZAuWlOo

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CANGAÇO TENENTE POMPEU FRONTEIRAS ANISTIA ALISTAMENTO

Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=XNPVxgXCbao&t=227s&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Cangaço - Anistia e Alistamento Tenente Pompeu Aristides de Moura fala o porquê se alistou nas Forças Volantes e sobre a anistia dada aos cangaceiros. Link desse vídeo: https://youtu.be/XNPVxgXCbao

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TENENTE JOÃO GOMES DE LIRA - AS PRIMEIRAS INTRIGAS EM NAZARÉ

 Por Aderbal Nogueira - Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=_XIzmBf0jSc&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

João Gomes fala sobre o ferimento de Livino Ferreira e do casamento de uma prima de Lampião.

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LUIZ CAZUZA - ANTÔNIO ROSA

Por Aderbal Nogueira - Cangaço 

https://www.youtube.com/watch?v=6Fo0blf0964&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Luiz de Cazuza nos fala sobre Antônio Rosa, um cangaceiro que ousou desafiar Lampião.

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LUIZ DE CAZUZA_O INÍCIO

Por Aderbal Nogueira 

https://www.youtube.com/watch?v=WVVQGHDmOO4&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Luiz de Cazuza narra como se deu o desentendimento entre José Saturnino e a família Ferreira

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VÍDEO!

Acervo do Volta Seca

https://www.youtube.com/watch?v=HtylM-BP20g&fbclid=IwAR0loEHeZgUgxmIZbspCf36O3uHy16XEHSWJA1Mid86rEHkzBO35zS2E7zQ&ab_channel=HeversonSantos

Heverson Santos

260 fotos legendadas de cangaceiros.

Fonte: Heverson Santos/Youtube

Obs: maioria das imagens feitas por B. Abrahão, em 1936.

Dir. Autorais: Abafilm/Familia Ferreira.

Obs: Em algumas imagens há dúvida sobre o personagem.

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CASA DA CANGACEIRA LÍDIA, POVOADO SALGADINHO, PAULO AFONSO BAHIA

 Por João de Sousa Lima

https://www.facebook.com/photo?fbid=3799436213410502&set=a.414751525212338

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CANTINHO DO REI ROBERTO CARLOS

 

https://www.facebook.com/photo?fbid=158869479367944&set=a.147725837148975

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NOTA DE PESAR!

 

É com muita tristeza e consternação que o Conselho Alcino Alves Costa, do Cariri Cangaço, informa o falecimento do sociólogo, pesquisador e escritor Voldi Moura Ribeiro na manha desta quarta-feira, dia 20 de janeiro de 2021 na cidade de Jatobá, Pernambuco, em decorrência de um infarto fulminante. Voldi Ribeiro tinha 63 anos e era membro permanente de nosso Cariri Cangaço, membro da ABLAC e de outras instituições literárias e acadêmicas. Nossos mais sinceros sentimentos de pêsames à toda família enlutada e aos inúmeros amigos do pesquisador e escritor Voldi Moura Ribeiro.

Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço

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CANTO DAS ÁGUAS

 *Rangel Alves da Costa

Não há povo sofrido que cale de vez sua voz e de sua plangência não ecoe o canto da vida, da luta, da existência e da conquista. Não há gente tão sofrida que não desperte ao prazer das coisas belas e faça fluir desde a alma a voz de seus sentimentos. Não há pessoa que viva somente para o desalento, para a angústia e o sofrimento. Certamente que as dores e as aflições não se apagam de instante para o outro nem a existência é transformada por um instante de paz e alegria. Mas do que surge na alma e ecoa nos ares em forma de canto, muito dirá do quanto o íntimo do ser procura se libertar das duras amarras. Cantar, assim, é expressar a vivacidade interior, mostrar que o coração também tem voz e o próprio ser diferente é daquilo que mais aparenta.

O povo, mesmo oprimido, precisa cantar. E com o povo ribeirinho não é diferente. Ribeirinho porque vivente às margens do rio, nas ribeiras das águas, cardumes humanos fora d’água que que sempre insistem em ficar. Um povo nascido e crescido ante a paisagem do rio, perante a curva do rio, diante do caminhar remansoso do rio. Uma gente acostumada com as águas, com a pesca e o pescado sobre a mesa, com a canoa e o nego d’água, com saudade da carranca e nostalgias de outros tempos. A vida desse povo é a vida do rio. A existência desse povo muito depende do que o rio lhe agracie. Uma convivência tão unida que o ribeirinho sofre a mesma dor das águas quando estão poucas, e o rio se lamenta por dentro quando seu povo está ressentido de tempos difíceis. Um povo e o seu rio, um rio e o seu povo. Veia e sangue de um mesmo corpo, laço enlaçado desde os tempos mais distantes.

Por isso mesmo que o rio canta a mesma cantiga do povo. Quando o povo está alegre e cantante, o rio também festeja com alegria. O visitante apenas imagina o silêncio nas águas que passam e nos espelhos que chegam e que passam, mas nada disso acontece. Contudo, somente o povo do rio pode ouvir o seu canto e também cantar o mesmo canto. E o ribeirinho conhece muito bem quanto o seu leito molhado está borbulhando canções ou ofegando em versos de amor. O ribeirinho sabe que além do barulho do barco que passa ou da chuva caindo sobre as águas, há uma voz como de sereia. E que bela e doce voz. Certa feita, mesmo não sendo ribeirinho, o compositor Dori Caymmi ouviu e traduziu, na canção Porto, essa magistral voz do rio: “iá iê, iá iê, oní onã, iá iê, oní onã, nê onã. Iá iê, lê lê ô, iê oní onã iá lê onâ, ê ô, oní onã, onã nã nã naiê, ê ô...”. O rio cantarolando ao som da flauta de vento num acorde de brisa.

O povo do rio ouve essa voz e a traduz em sentimentos profundos. Olhares que cantam, passos que cantam, e tudo canta e tudo festeja perante as ribeiras do rio. Um povo carente, sofrido, que sobrevive da luta intensa, mas que jamais deixa de ouvir e cantar a canção de seu rio, e é isso que o anima e alimenta para o passo seguinte. Muitas vezes, porém, o povo desce a ribeira, pisa nas margens, entra nas águas e também vai cantar junto ao rio. Assim acontecem com as mulheres lavadeiras e seus ofícios nas águas. Assim ao amanhecer ou entardecer ribeirinho, ou mesmo debaixo do sol franciscano, as mulheres de Curralinho, povoação ribeirinha em Poço Redondo, sertão sergipano, descem às margens do rio levando suas roupas tingidas e suadas da luta. Bacias, baldes, cuias, rodilhas, trouxas na cabeça, sabão em pedra, e canções para serem entoadas enquanto os panos são encharcados, esfregados, batidos, enxaguados e estendidos sobre as gramíneas que se alongam às margens de seu velho, tão Velho Chico.

As águas reconhecem suas chegadas, as águas gostam de suas presenças, as águas também cantam o canto das lavadeiras, pois sabem que aqueles versos são ao seu leito dedicados. Os horizontes de montes e serras, os azuis que passam espelhados, as canoas sonolentas ao redor, os animais que pastejam de lado a outro, todo aquele que vem e que passa, tudo se encanta com aqueles versos que se misturam às águas e sobem aos espaços, com a poesia do canto das lavadeiras. “Meu coração de canoa zarpou, florido e perfumado nas águas navegou, até chegar na ribeira do rio e encontrar meu amor. Me leva meu amor nas águas, a saudade tanta quer me encher de mágoas. Me leva meu amor assim, navegar nos seus braços em amor sem fim...”. 

E bate a camisa, enxagua a calça, e vai entoando: “São Francisco meu rio amado, de longe vem em passo remansado, vem tão velho e tão novo como se fosse um menino, vem abençoar seu povo e cumprir seu destino...”. E eu, eu apenas observando da margem do rio, logo me vejo molhado no olhar e maravilhado com tanta singeleza da vida ribeira.

 
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com


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