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terça-feira, 6 de setembro de 2022

UMA HISTÓRIA DE TRAIÇÕES PARA OS MEUS LEITORES APRECIAREM

Por José Mendes Pereira

História baseada em fatos reais.

Marília Pascoal Lira de Souza nasceu no amado chão mossoroense, e era filha de Adaílton Gomes de Souza e Esterlina Pascoal Lira de Souza. Apesar de ser de classe baixa, aos cinco anos de idade, foi matriculada em uma escolinha que era destinada para filhos de pessoas de classe alta. Desde que começou a tomar conhecimento das coisas do mundo, Marília percebeu que a sua mãe não respeitava o seu amado pai. Quase todos os dias, quando o Adaílton saía para trabalhar, e eles, filhos, estavam na escola, Esterlina sua mãe, convidava um dos seus amantes, e lá, no seu quarto, sozinhos, faziam a festa de traição. Mas como ainda era uma criancinha, era obrigada engolir aquilo sem querer enfrentar para cobrar da mãe o respeito como mulher.

Mas aos 12 anos de idade, não deu mais para Marília sustentar a barra e, vez por outra, já enfrentava a mãe, exigindo dela o respeito conjugal com o seu pai, porque, o que ela fazia, era ridículo para a sociedade, para eles, para o inocente pai,e muito mais para ela. Como feminina e casada, tinha obrigação de respeitar o esposo e a si mesma. Mas a dona Esterlina não tinha compromisso com a responsabilidade conjugal. Para ela, marido, era apenas uma pessoa encarregada de colocar comida em casa, comprar roupas, pagar papel de luz e água, enfim, pagar todas as contas que aparecesse no decorrer do mês, como se fosse um burro de carga.

Marília tinha mais dois irmãos. O Jorge Pascoal o Jorgito, como era chamado, o mais velho de 16 anos, e o Paulo Pascoal com 15 anos apenas. Vendo o desrespeito da mãe, Marília começou incentivar os irmãos para tentar interromper aquele desrespeito da dela contra o seu pai. Ela e eles já viviam de cabisbaixa no meio da vizinhança, porque, todos já tinham tomado conhecimento, e viam as marmotas praticadas por ela, isto é, a infidelidade da mãe dentro do seu próprio lar contra o pai. 

Certo dia, pela manhã, Marília sem receio, fortemente discutiu com ela e, até a ameaçou de contar tudo ao pai o que ela fazia, caso ela continuasse com o seu escandaloso adulterismo. Mas a mãe nem se importou com que dissera a filha Marília, porque, sabia muito bem que o esposo era um verdadeiro bobão. Tinha muita confiança nela, e jamais ele iria acreditar nela ou nos outros dois irmãos. Marília bem decepcionada com a mãe que tinha, disse-lhe:

- Você nem imagina a vergonha que meus irmãos e eu temos de você, em sabermos que a nossa mãe é uma prostituta das mais vagabundas que existem.

A mãe não gostando da maneira como ela frisou as palavras contra si, tentou repreendê-la:

- Você me respeite que eu sou sua mãe! E não admito que venha...

- Se você prestasse eu não diria - atalhou Marília – mulher do seu tipo é mais vagabunda do que se espera. A partir de hoje, você deixou de ser minha mãe, aliás, nossa mãe, porque meus irmãos e eu, temos vergonha do seu ridículo comportamento. Aqui no bairro, a gente só anda de cabisbaixa, por causa do seu desrespeito com papai. Infiel!

No dia que debutou, juntamente com as colegas, Marília promoveu a sua festa, e não quis a presença da mãe em seu maior desejo, que era comemorar o seu dia de debutante com as amigas. Mas no momento em que se divertiam, a mãe entrou com um bolo de alto custo, e vinha caminhando para pô-lo sobre a mesa onde estavam os bolos para a recepção. Ao vê-la chegando com o bolo em mãos. Marília fingiu recebê-lo, e assim que se apoderou dele, jogou na cara da mãe, a expulsando do recinto. Marília tinha criado uma espécie de nojo da mãe.

Mas não precisou que Marília e os dois irmãos contassem ao pai, o pouco respeito que tinha a sua esposa, porque, posteriormente, ele tomou conhecimento que ela mantinha relacionamentos extras conjugais. Enfurecido, Adaílton obrigou-a confirmar as suas traições, colocando um revólver em seu ouvido. Assim que ela o confessou Adaílton não teve coragem de apertar o gatilho da arma, e de imediato, entregou a arma a ela e exigiu que o matasse. Mas se ele que era o único prejudicado não apertou o gatilho para matá-la, por que ela tinha que o matar? E devolvendo a arma a ele, ela entrou no quarto e se trancou. Lá, Esterlina pôs-se a pensar e depois se perguntando. Por que trouxera aquela sina de trair o seu marido? Um homem bom para ela e para os três filhos. Tudo que ele ganhava em seu trabalho era entregue em suas mãos para fazer o que bem entendesse. E por que o traía? Só saía sozinho para ir à casa de um amigo ou jogar dominó lá no bar do Rocha, e lá, todas as paradas eram valendo, mas um valor insignificante que não fazia falta em sua casa.

Ao entardecer, quando deu sinal de viva, o esposo já estava em casa e jogou-lhe o pedido de perdão, prometendo-lhe que se ele deixasse de falar o acontecido, ela não mais o trairia. Iria ser a sua esposa para sempre.

Mesmo decepcionado, Adaílton aceitou o pedido, e continuou dentro de casa como se o casamento estivesse caminhando muito bem. Ele já sabia de tudo, e a partir daquele dia, ela o prometera que iria ser fiel, e não o trairia mais de jeito nenhum. As coisas andavam bem. Adaílton no trabalho tinha certeza que ela estava cumprindo o que lhe prometera.

Não era um casal que dissesse, que felicidade! Mas aparentemente, não deixava transparecer o ódio um do outro. Ele fingia que tudo corria muito bem, só para não deixar os três filhos infelizes.

Meses depois, mesmo tendo sido traído pelo seu cônjuge, Adaílton estava mais ou menos se sentindo feliz, porque a esposa nunca mais tinha faltado com o respeito. Saía quando precisava e vinha na hora certa, sem nenhum desvio de caminho para praticar adulterismo contra ele. Mas mesmo ela conservando o respeito, vez por outra, sempre ele tentava acompanhar os seus passos em segredo. No trabalho, o Adaílton fazia planos para manter o casamento firme, e principalmente, cuidar da formação educacional dos três filhos que muito os estimava.

Marília já se pusera moça formosa, e já tinha feito a festa de debutante. Uma mocinha atraente e de bom comportamento, e ainda não dava a mínima atenção aos seus pretendentes que enfileirados passavam de 10. Só iria amar um jovem para se casar, após os 25 anos de idade, quando a sua cabeça estivesse feita por completa. Não queria escolher qualquer um, só aquele que o seu coração desejasse. Não iria casar, só por casar, para fazer o que a sua mãe fazia com o seu pai, traindo-o quando ele estava nos afazeres da empresa que tinha carta assinada, e com todos os direitos protegidos pela CLT. Era jovenzinha, mas a sua formação de feminina, caráter e de futura mulher, trouxera do berço. Jamais iria decepcionar o seu futuro cônjuge.

O Jorge o filho mais velho do casal já estava pronto para o trabalho, e até desejava ser no futuro um  policial admirado dentro e fora da corporação. Profissão que o pai sempre batia nesta tecla, que ser policial, era um risco de vida, e tinha tido alguns amigos que foram embora desta vida muito cedo, assassinados por bandidos, enquanto tentavam cuidar da população. Muito bonito o uniforme da polícia, mas aquele ofício era um caminho para a morte. Policial sai de casa para o trabalho, mas não sabe se vai voltar com vida.

O Jorge já estava preste a concluir o 2º. Grau, e caso não fosse usar o uniforme policial, tentaria ser músico, uma das profissões que guardava em sua mente como segunda opção. Já tinha uma namorada fixa, aliás, a primeira em toda sua vida de jovem, e andava em sua casa duas vezes por semana, e sempre fora bem recebido pelos seus pais e familiares. Tivera contatos, não namoro, com outras donzelas, mas não chegou a sentir amor por nenhuma delas. Mas era um jovem tímido, e a causa desta timidez, nascera quando tomou conhecimento do desrespeito da mãe, quando  manchara a honra do seu pai.  

O Paulo de 15 anos ainda não havia namorado, porque dedicara-se totalmente aos estudos. Queria ser alguém na vida, e namoro é um passo para o jovem deixar de pensar nos seus ideais. Sabia que um dia teria que colocar uma donzela no seu caminho, ou aliás, na sua companhia, mas por enquanto, não, e temia herdar algo do pai em relação a amor, quando fora traído pela sua mãe. E não tinha certeza se suportaria ou não, se caso um dia soubesse que a sua esposa estava o traindo. O mais correto seria, por enquanto, não se preocupar com namoro de forma alguma. 

Apesar dos pesares, vendo o bom comportamento da mãe, os filhos entraram em acordo que, precisavam analisar e perdoarem o que antes ela tinha feito com o seu pai, e era preciso urgente uma aproximação dos três, isto é, tentarem reconquistá-la, porque só assim, fariam o pai ficar mais feliz ainda. Viam que todas as tardinhas, quando ele chegava do seu emprego e falava com eles, o sorriso elastecido na face era do canto da boca ao outro. Então, reconquistá-la era preciso e sem demora, para que a felicidade do pai ficasse implantada em seu rosto. Se ele estava feliz, eles também estariam.

Os dias foram se passando e na certeza que a sua esposa não mais estava o traindo, o Adaílton deixou-a a vontade. Depois de tudo que acontecera, agora era preciso manter uma espécie de confiança, já que ela o prometera que não o trairia mais. E a partir dali, o Adaílton não mais pegava no seu pé, e ela podia ir para onde quisesse, praias, chopins,  churrascarias etc, mas numa condição: amantes que tivera antes, jamais poderiam  estar em sua companhia, ao seu redor, isto  pensava o Adaílton sem nunca ter falado para ela. Assim como ele que saía de casa a hora que desejava, igualmente o retorno, porque ela tinha que ficar ali presa, como se fosse um pássaro engaiolado só comento e bebendo? Se ele tinha direito a amigos a Esterlina também tinha direito de ter as suas amigas.

Mas mulher quando perde o seu respeito de fiel é difícil de se acreditar mais. O Adaílton sabia demais que a mulher tem três sentidos e o homem tem cinco. A mulher faz, diz a sua amiga, e quando a amiga conta para sua amiga, ela  nega com todas letras. Isto é: "faz, diz e nega"Já o homem é totalmente diferente, e perde feio para a mulher, porque, os cinco sentidos que ele tem, dois são errados e os outros três últimos são perdidos. Então, a mulher é sempre a beneficiada e poderosa.

Assim que o Adaílton abriu espaço para liberá-la, e confiando desconfiando, a Esterlina começou a querer voltar aos velhos tempos de traição. Agora não era mais aqueles amantes de antes que os levava para casa, e lá, praticava o adulterismo contra o seu marido. e sim, jovens com mais ou menos de 20 a 25 anos. O salto para o outro galho é que, saindo com eles, acreditava que, se caso o Adaílton o visse com algum rapaz desta idade, jamais iria pensar que ela estava de caso com jovem que tinha idade para ser seu filho.

Certo dia, já ao entardecer, em uma rua que passava todos os dias quando ia e vinha do trabalho, o Adaílton percebeu que uma mulher tendo os traços e uniformes da Esterlina, seguia à frente acompanhada com um jovem. Ele acelerou o carro para chegar mais rápido, fazendo uma espécie de corte para alcançá-la, e ver se na verdade, era ela. Naquele dia, ele se enganara. Não era a Esterlina, e pôs-se a pedir perdão a Deus, porque estava blasfemando contra a sua companheira.

Em casa, o casal continuava bem, mas o Adaílton sempre estava sentindo que uma pulga cochichava em seu ouvido, que Esterlina não estava cumprindo o que lhe prometera, que não mais o trairia. Mas enquanto não visse sua infidelidade, não tinha como reclamar dela. O certo era aguardar sem falar nada. Suspeitava, mas por enquanto, para isso, os seus olhos estavam totalmente cegos, só a sua mente que não queria ficar quieta.

A Marília e os dois irmãos já suspeitavam que a mãe havia voltado ao velho e vergonhoso tempo passado, porque, certo dia, quando eles pegaram um táxi que vinham de um Shopping, viram a mãe em uma rua que não era do costume, nem dela e nem deles passarem por lá. Ela vinha acompanhada de um jovem de pouca idade. Mas ao chegarem em casa, ficaram aguardando a chegada da Esterlina. E assim que ela pôs os pés dentro de casa, os três filhos se revoltaram contra ela, usando as mais baixas palavras contra a sua pessoa. Vendo o desconforto entre os filhos, ajoelhou-se diante deles, pedindo perdão pelo seu mal comportamento. Mas eles não a perdoaram de forma alguma. 

A confusão só terminou quando o pai chegou em casa, e ao entrar, nenhum deles teve coragem de repassar para o pai que a mãe havia voltado usar os seus escândalos contra ele. E ao cumprimentarem o pai, cada um tomou rumo para o seu quarto. Lá no quarto, a Marília ficou encucando, se contava ou não ao pai. Imaginou que se ela contasse, e se ele a  agredisse, poderia acontecer um assassinato. 

Felizmente, o pai quando chegou em casa, não deu para saber o que significava aquela discussão. E de imediato, chamou a esposa e pediu o seu jantar. Ela foi às pressas fazer. Mas Esterlina estava meio cismada, temendo que a Marília contasse ao pai o seu desrespeito para com ele. E assim que pôs o jantar, convidou-o à mesa, e em seguida, foi ver um pouco alguns programas de televisão. 

Adaílton não tinha muita certeza que a mulher estava quietinha, isto é, sem amores. E, nessa noite, os filhos saíram para a praça. Ele foi ao encontro dos amigos que ficavam em um bar, para  jogarem cartas e dominós. E enquanto ele se divertia, a Esterlina fez convite a um dos seus amores jovem, que fosse até à sua casa, porque ela estava só. Quando os filhos saíam, demoravam bastante, passeando lá pela praça, igualmente o Adaílton que permanecia por um bom tempo por lá. 


O Adaílton voltou logo, porque não encontrara no bar os amigos. Tinha havido um assalto, e o proprietário naquela noite, resolveu fechar as portas do ambiente cedo. 

A Esterlina não esperava que seu esposo chegaria cedo. E ao entrar, a viu sobre a sua cama em demasiados amores. O Adaílton não suportando aquela cena, mandou que o jovem se levantasse, vestisse a roupa e fosse embora, mas a Esterlina ficaria deitada para pagar o seu feito. E arrastando o revólver, atirou 6 vezes à queima-roupa, deixando-a no meio de um lençol de sangue. Não deu nem tempo para a Esterlina pedir ao esposo traído o perdão. O Adaílton foi preso, e sim, absolvido, pois Marília e os irmãos foram suas testemunhas de defesa, o que facilitou o processo.

Após alguns anos, o Jorge foi morar em outro Estado do Brasil, e por lá,  incorporou na polícia, e nunca mais deu notícia para os seus familiares maternos, que ficaram todos contra eles, por terem ficado ao lado do pai. O Paulo obteve sucesso nos clubes de futebol. A Marília casou-se e teve filhos. Vivia de vendas ambulantes. O pai casou-se novamente e foi muito feliz com a nova esposa. 

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LIVRO

 Por Jose Irari 

Olá confrades estudiosos e pesquisadores do tema nordeste e cangaço. Um ótimo trabalho a ser lido...o escritor e pesquisador, Valdir José Nogueira ,trás a luz um tema ,bem argumentado e bem esclarecida sobre lampião e a famosa aliança de Gonzaga. Fato, ocorrido em São José de Belmonte. Já disponível via professor Pereira. Abraço fraterno confrades.


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LIVRO

 Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com
Ou dê um pulinho lá em Cajazeiras:

franpelima@bol.com.br

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LIVRO

    Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...

Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

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LAMPIÃO NA SERRA VERMELHA - O TRÁGICO E COVARDE ASSASSINATO DE JOSÉ NOGUEIRA

 

Por: Luiz Ferraz Filho


Os livros sobre a história brasileira sempre trouxeram no capitulo sobre a Coluna Prestes o simbolismo da liberdade. Porém, nada foi mais aterrorizante para a população do Sertão do Pajeú, no mês de fevereiro de 1926, do que esses revoltosos sulistas. Vinda da Paraíba em direção ao Pajeú sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, a Coluna Prestes contou com o "reforço" da boataria que estava alinhada ao bando de Lampião, para assim aterrorizar ainda mais o sertanejo. 
 
General Isidoro Dias Lopes
 
E foi esse boato que fez muitos fazendeiros da região abandonarem suas casas para se embrenhar na caatinga como esconderijo. Somada a isso, tinha também um batalhão patriótico para combater os revoltosos e que confundia ainda mais a população. Ao passarem por Betânia (PE), onde esfomeados saquearam o comercio local, os revoltosos marcharam em direção ao povoado de São João do Barro Vermelho (Tauapiranga), distrito de Serra Talhada. De lá, desceram pelas margens do Riacho São Domingos em direção a lendária vila de São Francisco, também distrito de Serra Talhada. 

Serra Vermelha vista da Fazenda de Zé Nogueira

Entre essas duas localidades, os revoltosos encontraram a Fazenda Serra Vermelha, na época fonte rica para o abastecimento da tropa composta de seiscentos ou oitocentos soldados. Com a barriga cheia, precisavam eles de uma pessoa da região para servir como "guia dos revoltosos" e nada melhor que um homem conhecido e respeitado por todos para usarem como "escudo". E foi assim que o influente dono da fazenda, José Alves Nogueira, acabou "sequestrado" pelos revoltosos. Três dias sem nenhuma regalia, andando a pé sob olhares dos soldados até ser libertado próximo ao povoado de São João do Barro Vermelho (Tauapiranga). 

Cruz no terreiro da casa demarcando o local 
onde foi covardemente assassinado 
Zé Nogueira pelo cangaceiro Antônio Ferreira.

Aliviado, mal podia imaginar José Nogueira que voltando para sua Fazenda Serra Vermelha passaria por situação ainda pior. Ao chegar, José Nogueira pediu para um dos moradores ir avisar aos parentes e familiares que estava tudo bem com ele e que  estava em casa. E nisso, aproveitou para ir na vazante (plantação no baixio) olhar uma cacimba que abastecia o lugar. Depois de algum tempo lá, José Nogueira recebeu um recado de Antônia Isabel da Conceição (Isabel de Luis Preto) que inocentemente disse que a força volante de Nazaré (comandada por Manoel Neto) estava no terreiro da casa esperando ele. Desconfiado, José Nogueira ainda perguntou: - Tem certeza que é a força ?. Tenho sim, respondeu Isabel. 

O fazendeiro João Nogueira (neto de Zé Nogueira 
e bisneto do major João Alves Nogueira), 
na calçada onde foi assassinado o avô em fevereiro de 1926.
 
 
Domingos Alves Nogueira 
(neto de José Nogueira) 

Ao subir da cacimba em direção ao terreiro da casa, José Nogueira avistou o bando de Lampião com 45 cangaceiros enfurecidos após saírem derrotados na tentativa de invasão ao povoado de Nazaré do Pico. Homem de firmeza, continuou José Nogueira o trajeto mesmo sabendo que dificilmente escaparia da morte. Nisso, o cangaceiro Antônio Ferreira, aproximou-se dele e falou: - É hoje José Nogueira. Ele ele respondeu: - Seja o que Deus quiser. 

Lampião mandou todos baixarem as armas e começou a conversar com o velho fazendeiro. Após a palestra, Lampião observou ele muito cansado, doente e asmático, liberando o fazendeiro. Deu voz de reunir e começou a seguir no destino da caatinga quando escutou um tiro. Tinha sido o cangaceiro Antônio Ferreira que havia covardemente atirado nas costas de José Nogueira. Vendo o ocorrido, Lampião reclamou dizendo que o velho estava doente e quase "morto". Então, Antônio Ferreira (que era irmão mais velho de Lampião) falou:

- Matei , tá morto e pronto. 

Era 26 de fevereiro de 1926. Calçou Antônio Ferreira as alpercatas (sandálias de couro) do falecido e seguiu junto ao bando caatinga a dentro. Segundo o fazendeiro João Nogueira Neto (neto de José Nogueira), durante anos o local onde o avô paterno foi assassinado ficou manchado com o sangue nas pedras. No local, os filhos do fazendeiro depois fincaram uma cruz para demarcar a tragédia. O corpo de José Nogueira foi enterrado no dia seguinte, do outro lado do riacho, no cemitério da Serra Vermelha. 
 
Deixou ele a viúva Francisca Nogueira de Barros (Dona Dozinha, tia dele) e sete filhos. 

Luiz Ferraz Filho, é pesquisador, Serra Talhada - Pernambuco
 
FONTE: (LIRA, João Gomes de - Memórias de Um Soldado de Volante) 
- (AMAURY, Antônio e FERREIRA, Vera - O Espinho de Quipá) - (FERRAZ, Marilourdes - O Canto do Acauã) - (SOBRINHO, José Alves - Zé Saturnino - Nas Pegadas de Um Sertanejo).  
 
FOTOS/ENTREVISTADOS: 
João Nogueira Neto e Domingos Alves Nogueira (netos de José Alves Nogueira).
 
Pescado no Cariri Cangaço

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Jos%C3%A9%20Nogueira

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FURNA DA ONÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.762

Estamos no momento por trás do antigo DNER, no Bairro Camoxinga, de onde se avista a serra do Poço com sua pujança. Ora a serra cachimba na base, ora no topo marcando as etapas das chuvadas sertanejas. Olhando bem se avista um dos seus acessos que se atinge através dos sítios rurais, Água Fria e Pé de Serra. Mas, para se chegar à serra mais famosa de Santana do Ipanema, existe uma outra estrada através do Sítio Poço Salgado, onde se entra pela propriedade do saudoso Seu Didi. Fazendeiro muito conhecido, Seu Didi foi o pioneiro do trecho que liga Santana a Água Belas, por dentro como se fala dos atalhos.

SERRA DO POÇO (FOTO B. CHAGAS/LIVRO 230).

O início de subida é com terreno desgastado pelas enxurradas, sendo bom lugar para se procurar ouro. Todavia até agora não se fala em descoberta desse ambicionado metal na região.

Podemos chegar a Águas Belas pelo asfalto via Maravilha e Ouro Branco ou pelo entroncamento Carié onde se pega a BR que leva a Garanhuns, mas indo por dentro (atalho) por Seu Didi, a estrada é de terra, corta a região serrana de Santana do Ipanema e passa pela Reserva Indígena Fulni-ô de Águas Belas já em território pernambucano. As atrações desses lugares são as próprias serras remanescentes dos desgastes de bordas do planalto da Borborema localmente chamado planalto de Garanhuns e, na Culinária, a famigerada buchada do sítio passagem denominado Camoxinga dos Teodósio. Essa estrada foi construída mais ou menos em 1938 no curto governo municipal de Pedro Gaia.

Quanto a origem do nome Poço Salgado, podemos dizer diante de pesquisa segura, que na era de 40, durante grande estiagem, pessoas se reuniram para cavar um poço no leito seco do riacho Camoxinga, porém, a água que surgiu no poço tinha muito sal.  Sítio Poço Salgado é entrada para a subida da serra do Poço, mas também abre caminho às demais serras da região e de outros sítios que chegam até a divisa com Pernambuco mostrando ainda o ponto turístico “Furna da Onça”, lugar de difícil acesso e bastante visitado.

Passear pela zona rural é lazer prazeroso, cultural e relaxante na harmonia com a Natureza.

Ah! Que saudade da serra! Cadê o sebo nos joelhos para chegar à Furna da Onça!.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/09/furna-da-onca-clerisvaldo-b.html

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