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quarta-feira, 19 de junho de 2024

O SAPATEIRO DE LAMPIÃO:

Do acervo do Volta Seca

EM MEADOS DE 1926, LAMPIÃO CONCEBEU UM PLANO PARA ANIQUILAR O VILAREJO DE NAZARÉ, REDUTO DE SEUS INIMIGOS. O PLANO CONSISTIA EM ISOLÁ-LO DO RESTO DO MUNDO ATRAVÉS DA PROIBIÇÃO DA ENTRADA OU SAÍDA DE QUALQUER VIVENTE, COM O QUE ACREDITAVA, LEVARIA OS MORADORES A TOTAL INANIÇÃO, QUANDO ENTÃO DARIA O BOTE FINAL.

JOÃO SEVERO, SAPATEIRO CONHECIDO, QUE FAZIA ALPERCATAS PARA VÁRIAS PESSOAS, INCLUSIVE PRA CHEFE DOS CANGACEIROS, FOI ACUSADO DE LEVAR E TRAZER MANTIMENTOS PARA VILA. FURIOSO, LAMPIÃO DESTACOU SABINO PARA PEGÁ-LO VIVO OU MORTO.

AVISADO COM ANTECEDÊNCIA, JOÃO SEVERO MUDOU SEU ITINERÁRIO, FRACASSANDO O CÉLEBRE LUGAR-TENENTE NAS DUAS EMBOSCADAS QUE ESSE LHE PREPAROU.

SABINO DISSE A LAMPIÃO QUE A MANEIRA MAIS FÁCIL DE CAPTURÁ-LO SERIA NA FESTA DE RENOVAÇÃO DE SANTO, NA CASA DE SEU PAI, NA FAZENDA CIPÓ.

NO DIA DA FESTA, JOÃO FACEIRO NA FESTA DESPREOCUPADO FOI PRESO POR DOIS CANGACEIROS QUE O LEVARAM A SABINO E ANTONIO FERREIRA, ERA O SEU FIM.

NESSE MOMENTO, COMO POR MILAGRE, FOI CHEGANDO O PADRE JOSÉ KHERLE QUE VEIO PRA REZAR A RENOVAÇÃO E INTERCEDEU A FAVOR DO SAPATEIRO, FOI O QUE LHE SALVOU A VIDA.

O PADRE PEDIU PELA PRESENÇA DE LAMPIÃO. CONTRARIADO, SABINO MANDOU TRANCAR O INFELIZ EM UM QUARTO, ENQUANTO ESPERAVA A DECISÃO FINAL D O CHEFE.

SABINO E ANTONIO FERREIRA, DANÇARAM E BEBERAM ATÉ O QUEBRAR DA BARRA. LAMPIÃO SÓ CHEGOU NO CLAREAR DO DIA.

QUANDO SOUBE DA PRISÃO, LAMPIÃO MANDOU LEVAR O SAPATEIRO A SUA PRESENÇA E DISSE:

"Mas João, você como meu amigo, como pode ter me traído desse jeito?"

SEVERO SENTINDO O CHEIRO DA MORTE AO SEU REDOR, QUASE CHORANDO, RESPONDEU:

"Eu ando em Nazaré quase todo dia tratando dos meus negócios, compro uma solinha, os pregos e outras coisas para o meu serviço. Eu tenho família em Nazaré, não nego, como você também tem".

SATISFEITO COM A EXPLICAÇÃO DO PRISIONEIRO, LAMPIÃO FICOU PENSATIVO.

DE REPENTE CHEGOU SABINO COM A PISTOLA PARABELLUM ENGATILHADA, OS OLHOS INJETADOS DE SANGUE, DOIDO PRA MATAR:

"Como é compadre, vamos ou não vamos estourar os miolos desse infeliz?"

LAMPIÃO NADA RESPONDEU, AFASTOU SABINO PARA O LADO E MANDOU JOÃO SEVERO IR EMBORA E PAZ.

O SAPATEIRO EM FELICIDADE COMENTOU:

"Devo a minha vida em primeiro lugar ao padre José e em segundo a Lampião. Pelo gosto de Sabino, eu já era defunto a muito tempo".

SITE: LAMPIÃO ACESO:

(LUCETTI DE LUCENA, "LAMPIÃO E O ESTADO MAIOR DO CANGAÇO").

https://www.facebook.com/groups/179428208932798

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VAMOS PARA MAIS UMA FOTO COM RELAÇÃO AO TEMA CANGAÇO POUCO DIVULGADA.

 Helton Araújo

Na imagem podemos ver a pequena Expedita Ferreira Nunes, filha do casal Lampião e Maria Bonita (até então, a única reconhecida). O periódico que apresentou essa imagem a época, informou que essa foto era de quando Lampião ainda era vivo, eu particularmente acredito que não, mas de fato creio que seja de uma época bem próxima.

Fonte: Jornal O Globo

Fonte primária: Possivelmente acervo familiar Ferreira Nunes.

Data: 23/04/1973 (página 21)

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O MILAGRE DA PEDRA

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.061

Ainda militávamos na AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema, quando fomo a Capelinha, povoado de Major Izidoro localizado à margem também do rio Ipanema. Foi ali que uma senhora de outra religião não católica, nos levou ao rio para fotografarmos as paisagens dos arredores. Ficamos impressionados com uma igrejinha à margem do rio, cercada de pedras caiadas de branco, assim como a do pequeno e bem cuidado edifício. Perguntamos sobre a capelinha que virou nome do povoado e a senhora nos respondeu que a capela é um monumento à Virgem Maria por um milagre acontecido naquele lugar. Aliás, já contamos esse fato em outra crônica de mais de cinco anos atrás. Entretanto, como estávamos revisando o nosso álbum, a capelinha voltou a tocar no coração e veio para o leitor.

O rio Ipanema botara uma cheia. Estava de toda largura com suas águas violentas.  Ali perto, uma senhora lavava roupa e sua filha pequenina brincava por perto.  Caiu no rio e as águas a levaram. Grande desespero para a mãe aflita. A vizinhança tentava ajudar procurando a vítima e nenhum sinal encontrava. Muita gente dava o caso como perdido, pois apenas um milagre salvaria a garota ou faria encontrar o corpo sem vida naquele trecho. Abro um parêntese para dizer que até   que existe diferença da narrativa anterior, porém, a essência está aqui. Passaram-se cerca de três dias – posso estar errado – O Ipanema baixou, novas tentativas de achar o corpo da garota foram feitas. Então, o milagre havia acontecido: Foram encontrar a menina, vivinha da silva, dentro de um loca de pedra sob as águas.

Pensem na alegria da mãe e do povo ao encontrar a menininha, viva. Indagaram a garota como fora parar ali na loca. Ela disse que fora uma mulher que a pegara e a colocara ali. Dias depois, ao ver uma imagem de Nossa Senhora, disse a sua mãe (da menina: “Foi essa a mulher que me colocou dentro da loca”. O povo ergueu, então a capelinha e o lugar ficou por nome de Capelinha. Hoje é um povoado grande e famoso de Major Izidoro. O rio Ipanema naquelas imediações tem muitas pedras e nas cheias mais moderadas forma corredeiras. A capelinha do rio Ipanema, virou lugar de romaria de alto apreço.

CAPELINHA DO MILAGRE (FOTO: (B. CHAGAS).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2024/06/o-mila

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LAMPIÃO EM PORTEIRAS - CE.

No começo do ano de 1926 a coluna Miguel Costa - Carlos Prestes, margeava o Estado do Ceará. As autoridades caririenses era quem governava o Estado do Ceará naquele tempo e essas autoridades tiveram contato direto com o presidente do Brasil solicitando ajuda para combater o movimento Rebelde. Logo Dinheiro arma e munição foram mandados do Rio de Janeiro diretamente para Juazeiro do Norte e outras cidades que estavam se preparando para um possível confronto com a coluna Prestes, já que era assim o nome mais popular deste movimento. 

As autoridades cearense sendo liderada por Floro Bartolomeu da Costa, que era o líder supremo do Cariri, tendo em suas mãos mais dinheiro do que homens, decidiram fazer o recrutamento de homens de toda espécie para fazer o engrossamento das tropas patrióticas e foi assim que foi criado o Batalhão patriótico de Juazeiro. Logo o nome do rei dos cangaceiros começou a ser falado pelas autoridades que eram compostas por coronéis. estes homens eram quem mandavam em cada região onde morava, seja cidade ou vila, e alguns deles tinham ligações com o próprio Lampião. Naquela época era normal um coronel posso ir vários cangaceiros ou jagunços. 

O resultado disso é que um bilhete saiu assinado de Juazeiro pelo Padre Cícero e neste bilhete constava um convite que vinha acompanhado de uma nomeação de Capitão dos batalhões patrióticos caso o rei dos cangaceiros topasse a empreitada de enfrentar os revoltosos da coluna Prestes. Foi este o motivo pelo qual o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva popularmente conhecido por (Lampião), fez uma visita a Cidade de Porteiras no Estado do Ceará. A história conta que Lampião adentra o Estado do Ceará através da cidade de Jati (Antiga Macapá) no dia 2 de março de 1926, em Jati Lampião foi recebido com seu bando de 49 cangaceiros pelo próprio delegado de polícia chamado Manoel Pereira (Né Pereira). A Vila fez uma grande festa, pois naquele tempo todos sabiam que Lampião estava indo brigar contra os maiores inimigos do governo do Brasil, veja só, o governo federal autorizou cangaceiros brigarem contra oficiais legítimos da Pátria, tudo porque estes homens eram contrários ao governo. Ironicamente Lampião foi recebido em Jati como um herói ou um Salvador da Pátria. 

Na ocasião Lampião chamou toda a população e disse que estava em paz, logo uma grande festança sacudiu a vila e Lampião usando de sua inteligência jogava moeda para as crianças cantarem, (jogava moedas no murussu, era assim que se falava na época). A cachaça e a alegria se faziam aparecer no semblante dos sertanejos de Jati, e virando a noite adentro, os cangaceiros dançavam até levantar a poeira do chão. De manhã cedo no dia 03 de março, o grupo saiu de Jati e fez passagem pela fazenda Piçarra onde Antônio Teixeira Leite (Antônio da Piçarra) e lá chegando fizeram parada. Antônio da Piçarra matou umas criações e os cangaceiros se abasteceram com a primeira refeição do dia. 

Foi ali o primeiro encontro de Lampião com o seu mais famoso coiteiro Antônio da Piçarra. Depois do meio-dia o grupo arrumou sentido Juazeiro do Norte fazendo o percurso pela cidade de Porteiras, onde finalmente chegaram em aproximadamente 5 horas da tarde do dia 03. Ali na Vila o bando de cangaceiros foi recebido pelo prefeito Franklin Tavares Pinheiro como um herói igualmente aonde a cabroeira avia passado. Lampião foi direto para o Quartel policial que se localizava ao lado da antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição. Um dos encontros mais hilários de toda a história do Cangaço foi justamente esse pois a situação era tão controversa que mais parecia trágica. Ali na delegacia os cangaceiros entravam e saiam como se fosse a casa da mãe Joana. 

Logo uma roda de carteado (jogo de baralho), surgiu entre os cangaceiros em frente à delegacia e a população curiosa se aproximava dos bandoleiros para ver o que estava acontecendo. O prefeito da cidade falou para Lampião ficar em uma boa casa na localidade para que Lampião se hospedasse com mais conforto, e para o seu bando foi oferecido janta e redes reque foram instaladas nas árvores que rodeavam a antiga igreja e alguns dos cangaceiros dormiam ali De frente para a delegacia. 

Nenhum cangaceiro quis dormir dentro da delegacia, pois aí já era até demais. Os cangaceiros estavam muito cansados e a ressaca da cachaça ainda era grande e outra cena estranhíssima aconteceu pois os soldados da delegacia ficaram responsável pela segurança de todos que estavam ali, e no meio dos cangaceiros os soldados transitavam e alguns deles chegaram a negociar bugigangas com os cangaceiros como fumo, facas, fósforos e Outros tantos. 

Em Porteiras o bando ficou à vontade depois de quase 48 horas sem dormir. finalmente o repouso os convidou e Lampião se sentiu em casa estando em Porteiras. Às 5:00 da manhã o bando já estava de pé e um grande café foi oferecido pelo prefeito Franklin Tavares Pinheiro. Entre 5:00 horas da manhã e às 7:00 horas, o bando recebeu a visita de alguns amigos e Lampião em seguida o rei dos cangaceiros Romaria sentido Juazeiro do Norte para se consultar com os doutores do poder e receber a sua patente para combater a coluna Prestes.

Publicação: José Francisco Gomes de Lima.

Capa: Helton Araújo.

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SILVINO JACQUES, O BANDOLEIRO MAIS FAMOSO DO MATO GROSSO. DE 1929 A FINS DA DÉCADA DE 40.

 

Capitão Silvino Jacques, o afilhado de Getúlio Vargas, que de herói na Revolução de 1932 tornou-se um dos maiores Bandoleiros que nosso País já teve. Uma história de amores e dores, escolhas e consequências. 

Um homem incomum para sua época, e que marcou todo um período da história do Rio Grande e do antigo Mato Grosso. Teve muitos inimigos, mas não lhe faltaram amigos e simpatizantes. 

Sua vida e seus causos tornaram-se uma lenda, contada e recontada por gerações, e que marcam um período do desenvolvimento da história do então Mato Grosso do Sul.

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