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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

CONTRADIZENDO A HISTÓRIA

*Rangel Alves da Costa

O ser humano quando não sabe inventa, eis uma verdade. O homem nunca se contenta com a verdade propagada, pois busca sempre uma verdade nova, nem que seja mentirosa. Neste passo de reinventar o já tido como certeza, acaba ressuscitando mortos, matando quem está vivo, modificando vidas e trajetórias. Logicamente que todo conhecimento pode ser refutado, a partir do conhecimento novo produzido (assim ocorre com as pesquisas), mas nem sempre o disseminado passou pelo crivo da cientificidade nem da pesquisa, apenas como suposições que acabam embaralhando a própria história.

A verdade é que acostumaram a desmentir a história e a contradizer o fato histórico. Ao desmentir, logicamente proclamado a história como mentirosa, passam a dar outras versões sobre os fatos, sobre os acontecidos. Neste sentindo é que recontam os acontecidos históricos de tal forma que deixam sem nenhuma valia aquilo já propagado como verdade e devidamente registrado em livros. Um mesmo acontecimento ganha tantas versões que se torna até difícil escolher no que se deva acreditar.

Do mesmo modo, ao contradizer o fato histórico, afirmando que nada aconteceu assim mas de outra forma, nega também todo o conhecimento formulado sobre os acontecimentos. Ora, se um fato não aconteceu de modo já conhecido, então todo o aprendizado sobre o fato é mentiroso. Se o grito do Ipiranga, por exemplo, não se deu à margem do Rio Ipiranga, mas no alto de uma colina, então alguém disseminou a mentira. E esta foi sendo aceita como verdade. Ademais, nem de um rio se trata, pois apenas um córrego nos antigos arredores da cidade de São Paulo. Então a tela de Pedro Américo (Independência ou Morte, também conhecida como O Grito do Ipiranga) seria apenas um jogo de propaganda.

Dizem que a figura de Tiradentes, um dos mártires da história brasileira, nada tinha daquela feição tão propalada. Não era cabeludo coisa nenhuma, mas de barba feita e cabelos curtos e bem delineados. Nem quando saiu da prisão para ser enforcado estava daquele modo como sempre foi retratado, esfarrapado e de cabelos desgrenhados, e sim barbeado e de cabeça raspada. Então alguém mentiu. E alguém acreditou tanto na mentira que a transcreveu para as telas e os livros. E todo estudante passou a ser igualmente enganado.


Dizem que Hitler não morreu antes do término da segunda guerra coisíssima nenhuma. Muito menos que ele cometeu suicídio juntamente com sua amante Eva Braun. Foi tudo mentira, tudo armação. Sua fuga já estava preparada antes da invasão aliada a Berlim e com a participação dos Estados Unidos. E o führer, na sua rota de fuga devidamente planejada, foi parar na região da Patagônia argentina, passando a viver num castelo montanhoso cujo clima era similar ao encontrado pelo ditador no seu refúgio alpino de Berchtesgaden, na Áustria, no castelo de Kehlsteinhaus (Ninho da Águia). Há ainda outra versão afirmando que o bárbaro nazista fugiu para os espaços numa máquina voadora, nos moldes extraterrestres, que os seus cientistas haviam construído em absoluto sigilo.

Dizem que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, não morreu assassinado a tiros na madrugada de 28 de julho de 1938, na Gruta do Angico, nas beiradas do Rio São Francisco, no sertão sergipano. Há uma versão que ele nem estava lá quando do fatídico episódio, pois anteriormente avisado, pela própria polícia, da emboscada que iria acontecer. Outra versão diz que morreu sim, mas envenenado, quando fizeram a entrega de leite contendo veneno. Afirmam ainda que o Capitão Lampião morreu já depois dos cem anos, tendo vivido escondido numa região das Minas Gerais. Há ainda outras versões estrambólicas sobre a morte do líder maior do cangaço, todas querendo modificar o fato mais comumente relatado nos livros, dizendo respeito à sua morte em Angico, juntamente com mais dez cangaceiros. 

Dizem que Padre Cícero Romão Batista é o santo nordestino, o protetor do sertanejo, o milagreiro. É realmente devotado como santo e a ele são atribuídos diversos milagres. E ninguém tira do beato e do romeiro tal ideia de santidade. Por ser assim, sequer imaginam que existiu outro homem no seu devocionado. Mesmo no sacerdócio, o padre já se envolvia em política e possuía enorme influência nos meandros do poder. Neste sentido, afeiçoava-se a um verdadeiro coronel nordestino. Ao perder as ordens sacerdotais após os milagres não comprovados, então se voltou de vez ao exercício da ordem e do mando coronelista. Foi prefeito de Juazeiro, eleito deputado federal, vice-governador, sempre temido e respeitado. Assim realmente aconteceu. Mas há versões afirmando ter sido ele também protetor de cangaceiros, de jagunços, de assassinos, um impiedoso caudilho. Contudo, nada disso possui serventia ao humilde sertanejo, que o enxerga apenas como santo.

Como observado, verdades e mentiras históricas se entremeiam e se conflagram em busca de confirmação. Muitas verdades se mantêm escondidas por culpa dos próprios historiadores. Grande parte simplesmente transforma o fato em ideologia, em partidarismo, em simbologia. E desse modo conta o acontecido conforme deseja que o mesmo seja conhecido. Já o povo, sempre hábil na transmudação da verdade também segundo a conveniência, reinventa o inventado. Ou nega tudo, criando fato novo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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ASCRIM/PRESIDENCIA –PUBLICAÇÃO DA PLAQUETA DO I FOPHPM – OF. Nº 285.


MOSSORÓ(RN), 06.11.2016.

PREZADOS SENHORES EXPOSITORES, DEBATEDORES E PARTICIPANTES DO I FOPHPM,

CONFORME ANUNCIADO NO I FOPHPM, NO AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA NEY PONTES DUARTE, REF. OFÍCIO Nº 257/2016, DE 01.09.2016, CONSIDERANDO QUE O SUPRAMENCIONADO EVENTO DE MAGNITUDE IMPAR E PIONEIRA, MAIS UMA INICIATIVA CULTURAL DA ASCRIM EM PROL DA PRESERVAÇÃO DA VERDADEIRA HISTÓRIA DO POVO MOSSOROENSE, COMO JÁ NOTICIADO EM NOSSO OFÍCIO Nº 189/2016, DE 16.08.2016, LEMBRAMOS QUE AS CONCLUSÕES DO I FOPHPM SERÃO PUBLICADAS EM PLAQUETA, POR OCASIÃO DO II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENCONTRO DAS AMÉRICAS, A REALIZAR-SE NO DIA 27.11.2016.
   
DESTA FORMA, PARA QUE POSSAMOS ORGANIZAR A TEXTUALIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA PLAQUETA, EM TEMPO HÁBIL, VISANDO PRESERVARMOS NA ÍNTEGRA A ORIGINALIDADE DAS AUTORIAS, ALÉM DE CONCATENARMOS A PERFICIÊNCIA DAS CONCLUSÕES DO I FOPHPM, ESTAMOS SOLICITANDO QUE:

1º) TODOS EXPOSITORES, DEBATEDORES E PARTICIPANTES DO I FOPHPM, NOS REMETAM, ATÉ O DIA 09.11.2016, UM RESUMO DOS TEXTOS DAS RESPECTIVAS MATÉRIAS EM QUE ATUARAM E/OU PARTICIPARAM NO SUBTEMA I “MARCO ZERO DA ORIGEM DE MOSSORÓ-VISÃO HISTÓRICA” E SUBTEMA II “VISÃO GEOGRÁFICA DE HENRY COSTER SOBRE MOSSORÓ EM 1810”.

2º) TODOS EXPOSITORES E DEBATEDORES DO I FOPHPM, AUTORES DAS FRASES MARCANTES, SENTINDO NECESSIDADE INDISPENSÁVEL DE ALTERAÇÃO, GENTILEZA ENVIAR-NOS A NOVA FRASE, PARA RESPECTIVA SUBSTITUIÇÃO, À QUE SE SEGUE ABAIXO:

“GRUPO DAS FRASES ENFOCANDO A TEMÁTICA DO FOPHPM”

=BENEDITO VASCONCELOS MENDES: "Os missionários carmelitas, que ajudaram a fundar Mossoró, foram testemunhas oculares da miscigenação genética das três etnias que viviam no sertão nordestino (branca, tapuia é negra). Presenciaram a mistura das culturas européia, africana e indígena na formação cultural dos mossoroenses”(28.07.2016)

=ELDER HERONILDES DA SILVA:”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. A mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES.”

=FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO:“EXTASIO-ME ANTE A CAPACIDADE VELOZ DA LITERÁCIA DOS ESCRITORES MOSSOROENSES, LUZÍDIO QUE DESCORTINA ANTIGOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS COMO DIAGNÓSTICO DE NOVAS PERSPECTIVAS ÀS MUDANÇAS SOCIAIS E AOS EMPREENDIMENTOS CULTURAIS”.(08.MAR.2016).

=GERALDO MAIA: ”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. (CASO CONSTE NA mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES).”

=JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO: “Terra dos Monxorós, colonizada inicialmente por Religiosos Carmelitas, relicário de grandes e sagradas causas humanas guiadas pelo estoicismo de sua gente impávida e guerreira.” (26.07.2016).

= LUDIMILLA CARVALHO SERAFIM DE OLIVEIRA: (CASO CONSTE NA mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES).
=MILTON MARQUES MEDEIROS: ”Proferiu a frase, de improviso, por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016. (CASO CONSTE NA mídia gravada pela TCM será anexada a ESTE GRUPO DAS FRASES).”

=RICARDO LOPES:Embora não seja escritor, deixou o seu LIVRO, “LEGADO”, DE FOTOS, NA SUA VISÃO, ENFOCANDO A TEMÁTICA DO FOPHPM”por ocasião dos “ATOS SOLENES DA ASCRIM” na AGE 06B, no dia 28.07.2016.

=TANIAMÁ VIERA DA SILVA BARRETO: “Interpelo: Mossoró, tu que és a curva do significado da história de luta do seu bravio povo, qual é o ponto de conexão da sua verdadeira origem com os labirintos imaginários dos seus historiadores? Seriam os traçados geodésicos das suas revoluções cartográficas? Ou as marcas lineares e compactas dos dizeres euclidianos? Estas são indagações que me inquietam e aguçam minhas incertezas sobre o(s) significado(s) da historiografia do povoamento de Mossoró. Contudo, sou adepta do pensamento de F. Roosevelt: “Sempre que te perguntarem se podes fazer um trabalho, responde que sim e te ponhas em seguida a aprender como se faz”. Estou compondo o Forum Permanente da Historiografia da Origem e Continuidade do Povoamento de Mossoró, aprendendo como se faz.”(27.07.2016).

=WILSON BEZERRA MOURA(COORDENADOR DA COFOPHPM):" BEM SABEMOS QUE A HISTÓRIA DESCREVE OS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS HUMANOS,ATRAVÉS DOS QUAIS SÃO ESTABELECIDOS PARÂMETRO SOBRE FUNDADORES,POVOADORES PRIMITIVOS  DA REGIÃO DE MOSSORÓ. A HISTORIOGRAFIA DE UM POVO O GRAU DE DESENVOLVIMENTO  POLITICO,ECONÔMICO, RELIGIOSO E SOCIAL,É O QUE  VISA O FORUM PERMANENTE CONSTITUÍDO PELA ASCRIM, SOBRE A FUNDAÇÃO E CONTINUIDADE DO POVOAMENTO DE MOSSORÓ PARA APURAR O FATO DETERMINANTE DA HISTÓRIA."(27.07.2016).  
      
PORTANTO, DE VITAL IMPORTÂNCIA, ESCLARECEMOS, PARA FUNDAMENTAR A TESTIFICAÇÃO DO MARCO HISTÓRICO DE INÍCIO DO POVOAMENTO DE MOSSORÓ, OBJETIVO PRECÍPUO DO FOPHPM, AS TESES APRESENTADAS DEVERÃO REFLETIR, CONCLUSÕES QUE NOS PERMITAM DEFINIR, GEOGRAFICAMENTE A LOCALIZAÇÃO DESSE “MARCO”, NUMA CONCEPÇÃO DO TERMO CONCEITUAL TEÓRICO DE MARCO ZERO.

OUTROSSIM, INFORMANDO QUE À FALTA DE RESPOSTA AO PRESENTE, CONSIDERAREMOS COMO PUBLICÁVEIS NA PLAQUETA, O CONTIDO NOS TEXTOS QUE NOS FORAM ENTREGUES E OS REGISTROS EM NOSSO PODER, ATÉ O PRAZO INDICADO..

RESSALTAMOS QUE PARA O II FORUM PERMANENTE HISTORIOGRAFIA ORIGEM E CONTINUIDADE DO POVOAMENTO DE MOSSORÓ-II FOPHPM, A REALIZAR-SE EM 2017, IREMOS CONVIDAR 3 EXPOSITORES:

DRA. CONCEIÇÃO MACIEL
DR. DAVID LEITE

EM CUJOS DEBATES, TAMBÉM CONVIDAREMOS OS EXPOSITORES E DEBATEDORES DO I FOPHPM, PARA EM SEGUNDO MOMENTO EFETIVARMOS A PUBLICAÇÃO DA PLAQUETA DO II FOPHPM, ALUSIVA AO RESULTADO CONCLUSIVO, PARA ENCAMINHAMENTO A CAMARA DE VEREADORES DE MOSSORÓ, PROPOSTA DE LEI SÍMBOLO DA CENTÚRIA QUE SE PERPETUARÁ NOS ANAIS DA HISTÓRIA DE MOSSORÓ, FECHANDO COM CHAVE DE OURO A DEFINIÇÃO OFICIAL DA LOCALIZAÇÃO DE PLACA COMEMORATIVA DO “MARCO ZERO DO INÍCIO DE POVOAMENTO DE MOSSORÓ!”

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-


P.S.: O PRAZO PRA ENTREGA DAS CONCLUSÕES DO I FOPHPM, ATÉ 09.11.2016,PRENDE-SE AO FATO DE TEMPO EXIGIDO PELO DIAGRAMADOR E GRÁFICA PARA EDIÇÃO DA PLAQUETA.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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VISÃO GEOGRÁFICA DE HENRY KOSTER SOBRE MOSSORÓ EM 1810

Por José Romero Araújo Cardoso

Henry Koster era filho de um comerciante inglês radicado em Lisboa (PT), tendo nascido na capital lusitana. Devido à saúde frágil, estabeleceu-se no ano de 1809 em Pernambuco, onde se tornou senhor de engenho em Itamaracá. Falava fluentemente o português, motivo pelo qual ficou conhecido entre os nativos por Henrique da Costa. Faleceu por volta de 1820 em Recife (PE).
          
Em 1810 empreendeu viagem a cavalo, saindo de Recife em direção ao Ceará. A sete de dezembro, às dez horas da manhã, chegou ao pequeno arraial de Santa Luzia, o qual não passou despercebido à apurada visão do viajante inglês.
          
Em 1816 Koster publicou em Londres livro que compila as observações feitas durante a fantástica viagem, com título de Travels in Brazil, em dois volumes. Em 1942 Câmara Cascudo traduziu, prefaciou e comentou a obra do viajante inglês, sendo publicada pela Editora Brasiliana, de São Paulo, dando-lhe o título de Viagens ao Nordeste do Brasil.
          
Com relação a Mossoró, cujos registros Câmara Cascudo considerou o primeiro e melhor depoimento sociológico e etnográfico da região, Koster assinalou que na época constava duzentos ou trezentos habitantes, estando edificado em quadrângulo tendo uma igreja e pequenas casas baixas. O viajante inglês enfatizou ainda a dura labuta cotidiana dos sertanejos radicados no arraial de Santa Luzia do Mossoró, tendo que conviver com a ameaça de animais ferozes e com as secas.
          
No arraial de Santa Luzia, Koster reencheu garrafas de bebidas e supriu-se de tijolos de rapaduras, demonstrando que o viajante inglês estava bem adaptado à cultura local. A rapadura, obtida com o beneficiamento da cana-de-açúcar em engenhos e moagens, tornou-se um dos símbolos do Nordeste Brasileiro.
          
A igreja a qual Koster fez referência é a atual matriz de Santa Luzia, em cuja imediação é considerada por muitos como o marco zero do povoamento mossoroense.  Com relação ao citado templo católico, encontramos na Wikipédia que: A primeira edificação no local foi uma capela fundada oficialmente no dia 5 de agosto de 1772. Na ocasião, o sargento-mor da ribeira do Mossoró, Antônio de Souza Machado, e sua mulher, Rosa Fernandes, receberam autorização para construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade. Em 13 de julho de 1801, Rosa Fernandes, já viúva, doou o patrimônio da Capela de Santa Luzia, onde já eram enterrados os mortos da cidade desde 1773. Em 1830  foi feita uma reforma na capela, que recebeu uma imagem de Santa Luzia de Mossoró, em madeira, esculpida em Portugal
          
Motivos históricos, como a fixação efetiva da população e a continuidade do povoamento, foram levados em conta para a fixação do marco zero ao lado da igreja matriz de Santa Luzia, pois há consenso entre àqueles que escreveram sobre Mossoró que a povoação tomou impulso histórico e geográfico a partir da construção do templo em devoção à santa italiana.
          
Polêmicas, no entanto, são enfatizadas com relação ao início da colonização e do povoamento de Mossoró, pois há registros bem antes de 1772, com a presença dos Carmelitas no Rio do Carmo.
          
Em Viagens ao Nordeste do Brasil, Koster não faz menção à existência da Missão Carmelita no rio do Carmo, talvez em razão de sua viagem não ter sido realizada contemplando efetivamente a área de fixação dos religiosos oriundos de Pernambuco, não obstante haver citação em Viagens ao Nordeste do Brasil que houve travessia do leito seco do Panema, em cujo curso encontrava-se a redução Carmelita de catequese.
          
Em todo relato enfatizado por Koster, constata-se inexpressiva espacialização geográfica no arraial de Santa Luzi e em áreas adjacentes, pois avançando em direção ao Ceará, na localidade Tibau, destacou existir esparsas choupanas de pescadores e cinco ou seis casinhas de palha no povoado de Areias.
          
A fim de dar sustentação à tese que defende o surgimento de Mossoró a partir da igreja de Santa Luzia, o escritor e historiador Geraldo Maia afirma que: O fato dos Carmelitas terem sido os primeiros habitantes da região não quer dizer que os mesmos foram os fundadores, nem tampouco que a mesma nasceu no Carmo. (...) Mossoró surgiu ao redor da Capela de Santa Luzia em 1772, erguida no pátio da fazenda do mesmo nome, nas margens do rio Mossoró, por isso ficou sendo arraial de Santa Luzia, sendo emancipada como Vila do Mossoró, em 15 de março de 1852 , através da lei número 246, e elevada ao predicamento de cidade em nove de novembro de 1870, através da Lei número 620 da mesma data, passando a ser Cidade de Mossoró como permanece até os dias atuais.
          
O escritor e historiador Geraldo Maia defende que se os Carmelitas realmente tivessem tido a primazia de ter fomentado a efetiva colonização e povoamento de Mossoró, a Cidade teria tomado a denominação toponímica de Nossa Senhora do Carmo, Carmópolis ou denominações parecidas.
          
Os escombros da antiga morada dos Carmelitas existem, visitei-os diversas vezes, motivado pelos relatos fabulosos de David Medeiros Leite, Gildosn Sousa Barreto e José Lima Dias Júnior em Os Carmelitas em Mossoró, opúsculo importantíssimo para a história local em razão que defende com plausíveis argumentos a instalação do verdadeiro marco zero do início da povoação na região do rio do Carmo.
          
A presença Carmelita no Rio do Carmo é fato histórico inegável, datando do início do século XVIII, setenta anos antes da construção da igreja de Santa Luzia, motivo pelo qual não se pode desprezar a contribuição inequívoca que a ordem religiosa prestou para a História mossoroense, havendo necessidade de se repensar a importância de se colocar placa alusiva ao fato histórico referente ao início do povoamento também na área em que se fixou a missão religiosa na terra dos Monxorós, pois a existência de dois marcos zeros não é algo possível para a localização histórica referente ao início da colonização e povoamento de um lugar.

FONTES CONSULTADAS:

Catedral de Santa Luzia de Mossoró. Disponível em .< https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Santa_Luzia_de_Mossor%C3%B3>. Acesso em: 03 de junho de 2016. 
DAVID MEDEIROS LEITE. Disponível em .< http://www2.uol.com.br/omossoroense/120504/entrevista.htm>. Acesso em: 09 de junho de 2016.
GASPAR, Lúcia. Henry Koster. Pesquisa Escolar Online. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em .< http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar_en/index.php?option=com_content&id=1115>. Acesso em: 20 de julho de 2016. 
LEITE, David Medeiros; BARRETO, Gildson Sousa; DIAS JÚNIOR, José Lima. Os Carmelitas em Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 2002.
MAIA, Geraldo. Assim Nasceu Mossoró. Disponível em: .< http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2011/11/assim-nasceu-mossoro.html >. Acesso em: 05 de junho de 2016.
_______________.  Henry Koster e Mossoró em 1810. Disponível em: .< http://www.caldeiraodochico.com.br/henry-koster-e-mossoro-em-1810/>. Acesso em: 08 de julho de 2016.
_______________. Seriam os Carmelitas os fundadores de Mossoró? Disponível em: .< http://www.blogdogemaia.com/geral.php?id=167>. Acesso em: 09 de julho de 2016.
KOSTER, Henry. Viagens ao Nordeste do Brasil. 12ª edição. Tradução, prefácio e comentários de Luís da Câmara Cascudo. Rio – São Paulo – Fortaleza: ABC Editora, 2003. V. 01.
___________. Viagens ao Nordeste do Brasil. 12ª edição. Tradução, prefácio e comentários de Luís da Câmara Cascudo. Rio – São Paulo – Fortaleza: ABC Editora, 2003. V. 02.
ROSADO, Vingt-un. Koster volta a Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 1998 (Série C, Coleção Mossoroense, V. 990). 
______________. Mossoró. Mossoró: Fundação Vingt-un Rosado, 2006 (Série C, Coleção Mossoroense, V. 1521). 
                                 
José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto do Departamento de Geografia (DGE) da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Membro do ICOP (Instituto Cultural do Oeste Potiguar), SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço) e da ASCRIM (Associação dos Escritores Mossoroenses). Diretor de Acervos da ASCRIM (Associação dos Escritores Mossoroenses) (Biênio 2017-2018).

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NOVO LIVRO NA PRAÇA “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Autor Ruberval Sousa

O livro “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” relata trechos da história do cangaço no Estado da Paraíba, incursões de Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino, Lampião, Corisco, Moreno, Massilon, Sabino; as batalhas da nossa volante e citações de cidades atacadas por bandos de cangaceiros, Princesa Isabel, Pombal, Bonito de Santa Fé, Cajazeiras, Sousa, Jericó, a história de Chico Pereira cangaceiro Paraibano, e muito mais.

SERVIÇO:

O valor é 35,00 com frete incluso Tel: watzap 98610-2810 Ruberval Sousa Silva ou através de Francisco Pereira Lima (professor Pereira), lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba:
E-mail:  franpelima@bol.com.br

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A MAIOR RIXA DO SERTÃO...


A luta política dos Alencar no sertão teria começado em 1710, há exatos 303 anos, quando os irmãos portugueses Leonel, Alexandre, João Francisco e Marta, perseguidos pela Coroa portuguesa, se instalaram no pé da Serra do Araripe, entre as capitanias do Ceará e de Pernambuco. A chegada deles deu início a divergências com outras famílias.

Uma neta de Leonel, Bárbara de Alencar, que viria a ser avó de José de Alencar, autor de O Guarani, se destacou com seus filhos na Revolução de 1817, contra a Coroa. Foi presa e torturada. Viveu dois anos numa cela empesteada de pulgas e ratos. Liberta, veria sete anos depois, em 1824, o filho seminarista José Martiniano proclamar a República na praça do Crato, no Ceará. À frente do governo da capitania estava um Sampaio. A tropa do governador Inácio Manuel Sampaio fuzilou dois filhos de Bárbara – Tristão e Carlos José –, um irmão, Leonel, e um sobrinho, Raimundo.    
  
Selo comemorativo à heroína Barbara de Alencar

A matriarca Bárbara era símbolo de um mundo caboclo que resolvia as pendências no punhal e, ao mesmo tempo, de ideias iluministas que conquistaram França e Estados Unidos. Essas ideias chegaram ao universo de Bárbara por meio de amigos padres que passaram pelo seminário de Olinda. Vista como legítima representante do Brasil, sem trocadilhos, bárbaro, ela é apresentada ainda como a mulher que desafiou homens da família Sampaio por se opor a perseguições de índios, padres e negros.

A rixa entre os Alencar e os Sampaio voltou a recrudescer na manhã do dia 10 de abril de 1949. Foi nesse dia que houve um tiroteio em Exu no qual morreram o coronel Romão Sampaio e Cincinato de Alencar. O filho de Cincinato, Francisco Aires de Alencar, saiu ferido. "Francisco, meu marido, ficou 30 anos e três meses paralítico", conta Diva de Alencar Parente, 79 anos, em frente ao casarão da fazenda Gameleira, que pertenceu a Gualter Martiniano de Alencar, barão de Exu. O diploma do barão está na parede de um metro de espessura da casa que fica no alto de uma colina, no começo da Serra do Araripe. O Barão era sobrinho de Bárbara de Alencar, avô de Cincinato e bisavô de Francisco, que morreu de diabetes em 1979 .       
  
Guálter Martiniano de Alencar Araripe, Barão do Exu

Francisco Aires de Alencar Filho, trineto do barão, foi mandado para Recife pela mãe, Diva, com intuito de estudar e não se envolver na guerra com os Sampaio. Formado em engenharia, Francisco classifica a luta como "fruto da ignorância". "Quando o Estado está presente, a coisa muda", afirma o representante da oitava geração da família.  

José Arêz Alencar, filho adotivo de Diva, levou 11 tiros numa emboscada no Recife, mas sobreviveu. "Do nosso lado morreram 11. Do lado deles morreu menos gente", calcula a matriarca dos Alencar. "Tinha de dar uma parada. Quando entendia que matava um do lado de cá, morria outro do lado de lá. Não dava jeito", lembra. Ela se recorda também de Santana, moça clara, pele bem parecida com as dos descendentes do barão. "Santana, a mãe do Luiz Gonzaga, não assinava como Alencar, mas dizem que era filha do barão", conta Diva.  

Ana Batista de Jesus, conhecida por Santana, era filha de José Moreira de Alencar, parente do barão, com uma cabocla cearense, Efigênia. Em 1909, Santana casou-se com o músico Januário. O casal vivia numa casa de taipa nas terras do barão quando nasceu o filho Luiz Gonzaga.
  
Pacificador. O Rei do Baião entra nesta história porque, a partir dos anos 1970, tentou pacificar as famílias de Exu. Era aceito como mediador graças ao seu sucesso como cantor no Sul e porque não tinha sangue Sampaio nem era considerado um Alencar das duas primeiras castas – dos nobres e dos intermediários. Gonzaga descendia dos Alencar "misturados". "Era só cheio de graça", lembra Diva.

Fazenda Araripe, berço dos Alencar

Dura um dia a negociação para o empresário Jusiê Sampaio dar sua versão da luta de famílias. A filha dele, Jaciane, diz que o pai não concede entrevista por temer a volta do conflito. Uma emboscada deformou o rosto de Jusiê – ele ainda perdeu dois irmãos na guerra. Argumenta que falar do passado é trazê-lo para o presente. Jusiê só aceitou conversar mais tarde, quando ficou claro que o objetivo da entrevista era apenas falar de sua mediação, juntamente com o cardeal-arcebispo de Salvador, dom Avelar Brandão Vilela, e Luiz Gonzaga, para pacificar a cidade. 

Ele conta que foi em 7 de agosto de 1978 que sofreu uma emboscada de quatro homens. Estava numa caminhonete com Jaciane quando os pistoleiros atiraram. "Nunca contei quem atirou em mim. O pessoal me aperreava. Decidi até hoje guardar segredo", afirma. "Meu medo era ver um filho meu ir vingar a emboscada e ir matar. Preferi ser chamado de covarde a ser apontado como um homem que matou alguém." Numa sociedade regida pelas leis da honra, Jusiê enfrentou resistência até mesmo dentro de casa após escapar da emboscada. "Preferia ver meu filho morto", disse sua mãe, Rosemira, ao ver seu rosto deformado.   

Rosemira é sobrinha do coronel Romão Sampaio, morto no tiroteio de 1949. Romão, por sua vez, era filho do coronel Romão Filgueira Sampaio, intendente de Salgueiro em 1867 e primeiro prefeito da cidade (1892-95), que esvaziou o poder do coronel Manuel de Sá – um ex-coletor de impostos da Coroa portuguesa no Semiárido, descendente de dom Diniz, rei de Portugal, e da rainha Isabel, da Espanha . 
  
Localização de Exu no estado de Pernambuco

Os descendentes de Bárbara de Alencar correram o mundo e atuaram em papéis importantes na história do Brasil. Da matriarca descendem republicanos e monarquistas, getulistas leais e adversários ferrenhos de Vargas, intelectuais do Partido Comunista e generais do regime militar, aliados de Lula e tucanos, gente da esquerda e da direita. Raquel de Queiroz, autora de O Quinze, não esqueceu da matriarca ao idealizar Maria Moura, a protagonista do romance. Ela própria, Raquel, como Bárbara, foi presa política, na ditadura Vargas, em 1937. 

Foi em outra ditadura, em 1964, que um descendente de Bárbara chegou à Presidência. Ao assumir o governo, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco recebeu carta de Antoliano Alencar, de Exu, pedindo que intercedesse por outro parente: o então governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar, adversário do novo regime. "Nunca tive, não tenho e Deus me livre de ter tendências comunistas. Espírito conservador, feliz herança de nossos ancestrais que guardo e conservo como joia de valor inestimável, aqui estou perante o cidadão Humberto de Alencar Castelo Branco pedindo que interceda a favor de Miguel Arraes de Alencar, para que se conserve intacta a lealdade e a coragem com que sempre agiram os Alencar de uns para os outros", escreveu.

"Não peço a defesa de Miguel político, homem de Estado, mas a defesa da raça Alencar no Brasil de que V. Exa. é a expressão mais legítima", completou. "As Forças Armadas cumprem o seu dever com independência, bravura e altivez. No dia primeiro depõem do cargo de governador de Pernambuco e prendem um Alencar, mas depois, por que põem na Presidência da República um Alencar? Porque os Alencar são leais e sinceros. " 
  
Miguel Arraes e Castelo Branco

Hoje, os Alencar de Exu não veem com bons olhos a parceria do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, neto de Arraes, com Zilclécio Pinto Saraiva, chefe dos Sampaio-Saraiva. Na cidade, os partidos nacionais são ofuscados por dois grupos políticos: o Boca Branca, da família Alencar, e o Boca Preta, dos Sampaio e Saraiva. 

Em época de eleição, PT, PSDB, PSB, PMDB ou DEM são siglas que só cumprem uma formalidade no registro dos candidatos. Um Alencar ou Sampaio pode mudar do PT para o DEM sem traumas. Mas nunca passar de Boca Preta para Boca Branca, ou o contrário. Embora os Alencar gostem de divulgar a história de que o Barão de Exu libertou seus escravos bem antes da Lei Áurea, foi a família Sampaio que ficou associada ao eleitorado negro, pobre, de Exu. O coronel Romão, morto no tiroteio de 1949, é considerado o pai do Boca Preta. Parentes do coronel dizem que, agora, a divergência com os Alencar só ocorre dentro das regras democráticas. 

Se o acordo de paz entre as famílias não tivesse sido selado, a luta poderia se exaurir por decisões tomadas no cartório de registro de civil da cidade. Pais de família registravam os filhos com o sobrenome do clã rival ou evitavam colocar os seus próprios sobrenomes nos recém-nascidos para garantir a "neutralidade" das crianças. Três irmãos de Jusiê Sampaio foram registrados como Alencar, orientados por um tabelião. A filha dele, Jaciane Queiróz Peixoto, hoje professora, não tem o sobrenome Sampaio.

Em Exu, a geração anos 1980, hoje na faixa dos 30 anos, vive entre a memória de sangue dos mais velhos e a expectativa de um desenvolvimento que só é realidade em cidades médias como Salgueiro e Petrolina. Foi para lá que muitos jovens das famílias Alencar e Sampaio foram em busca de trabalho no comércio formado em volta dos grandes projetos do governo federal. 

Luiz Gonzaga em Exu no ano 1988

Na avaliação de Alexandre, a música de Luís Gonzaga, que no passado ajudou a pacificar as duas famílias, agora poderia garantir dias melhores para os moradores. "Deveríamos explorar o ícone Luiz Gonzaga", afirma. "O berço do forró é aqui", ressalta. Alexandre diz que o museu dedicado ao Rei do Baião está nas mãos da família de um empresário do cantor. Reclama que o axé e outros ritmos "estrangeiros" tomaram o espaço da sanfona do Rei do Baião. Alega que só a música de Luiz Gonzaga é capaz de "agregar valor" e acabar com o clima de angústia do pós-guerra. "É como se agente vivesse perto de um vulcão adormecido. Aqui, uma palavra pode causar um impacto muito grande."

A mesa onde Luiz Gonzaga tentava resolver o conflito secular está na antiga casa do sanfoneiro, em Exu. "Ele sempre foi uma pessoa de barriga cheia, de luxo. O luxo dele era a comida", lembra Raimunda de Sale, 68 anos, a Mundica, sua fiel cozinheira. Ela conta que Gonzagão convidava em separado representantes dos dois clãs. "Só na hora do jantar os Sampaio sabiam da presença dos Alencar e os Alencar, dos Sampaio", diz.

A história do lento processo de paz, que teve Mundica como uma das principais narradoras, envolveu até o presidente em exercício Aureliano Chaves. Em 1981, Gonzagão surpreendeu Aureliano no saguão de um hotel em Belo Horizonte, ao tocar a música Boiadeiro. Chaves – que tinha fazenda em Minas Gerais – foi cumprimentá-lo e o sanfoneiro pediu apoio para acabar com a luta de famílias. Segundo Mundica, terminada a guerra de clãs, Gonzagão compôs Prece por Exu Novo. Essa foi uma das últimas entrevistas de Mundica. A cozinheira de Gonzagão morreu em fevereiro

Jornal O Estado de S. Paulo
Publicada em 12 Outubro 2013 | 16h00
FONTE: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,tristeza-e-medo-ainda-acompanham-a-velha-exu-que-gonzagao-pacificou,1084782


Tudo isso e Muito Mais...
Cariri Cangaço Exu 2017
27 a 30 de Julho
Exu, Pernambuco

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2016/11/a-maior-rixa-do-sertao_7.html

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ASCRIM/PRESIDENCIA –MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE A UERN– OF. Nº 286.


MOSSORÓ(RN), 06.11.2016.

MAGNÍFICO REITOR DA UERN,
PREZADOS PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS,
PREZADOS ASSOCIADOS DA ASCRIM,
PREZADOS POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM,
   
NA QUALIDADE DE PRESIDENTE DA ASCRIM, E COMO CIDADÃO BRASILEIRO, DIANTE DA NOTÍCIA DE POSSÍVEL PRIVATIZAÇÃO DA UERN, EVIDENTE DISCORDAMOS E ATUAREMOS, PEREMPTORIAMENTE, EM CAMPANHA INTENSA E PROFUNDA CONTRA DESCABIDA PRETENSÃO DE QUEM QUER QUE SEJA, ENTRINCHEIRANDO-NOS E CONCLAMANDO NO INTUITO DE SEQUER PERMITIR QUE A IDÉIA DE DEFENESTRAR UM DOS MAIORES LEGADOS DO ENSINO DE NOSSA TERRA MOSSORÓ, PROSSIGA. PODEM TER CERTEZA, OS MOSSOROENSES FARÃO ESSE DELETERIO FENECER EM SEU NASCEDOURO.

ADREDE, SENTIMO-NOS NA HONRADA OBRIGAÇÃO INEXORÁVEL DE CUMPRIR O 1º ART. DO NOSSO ESTATUTO, SEM ARREDAR PÉ DOS INQUEBRANTÁVEIS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO ENSINO, NA PROMOÇÃO E DEFESA DA EDUCAÇÃO E CULTURA A NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL, OBSERVADOS OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS SOCIAIS ESTATUTÁRIOS, CRIANDO UM COMISSÃO PERMANENTE ESPECIAL EM DEFESA DA UERN CONTRA SUA PRIVATIZAÇÃO, PARA ORGANIZARMOS.

NUM PRIMEIRO MOMENTO, NO DIA 17.11.2016(QUINTA-FEIRA) ENTREGAREMOS NA CAMARA DE VEREADORES DE MOSSORÓ “MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE EM DEFESA DA UERN”.

SOLICITAMOS AOS INTERESSADOS EM INTEGRAR A COMISSÃO, PARA REPORTAREM-SE AO PRESENTE, VISANDO MAIS UM ATO HERÓICO DE LIBERDADE EM DEFESA DE MOSSORÓ.
SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-

C/CÓPIA PARA O MAGNIFICO REITOR DA UERN DR. PEDRO FERNANDES. 
C/CÓPIA PARA O VICE-PRESIDENTE DR MILTON MARQUES MEDEIROS,
C/CÓPIA PARA TODOS PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS.
C/CÓPIA PARA TODOS POTENCIAIS CANDIDATOS A ASSOCIADOS DA ASCRIM.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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SILA A CANGACEIRA DO SUBGRUPO DE LAMPIÃO



Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

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JOÃO MAURÍCIO FILHO DO EX-CANGACEIRO BARRA NOVA

João Maurício está ao lado direito do escritor João de Sousa Lima e, mostra uma foto do seu pai.

JOÃO MAURÍCIO filho do ex-cangaceiro BARRA NOVA, homem de frente de Lampião! João Maurício mora no Alto dos Coelhos terras da cidade de Água Branca, no Estado de Alagoas. Esta é mais uma descoberta do pesquisadore e escritor João De Sousa Lima..


Alguém sabe como morreu BARRA NOVA ?
Foto: Cortesia escritor J. S. Lima.


Página: Voltaseca Volta

HISTÓRIA DA RESISTÊNCIA PARTE1

https://www.youtube.com/watch?v=HAMzGJgzIvo

Publicado em 25 de junho de 2012
Contamos um pouco sobre a história da Resistência do povo de Mossoró ao Bando de Lampião. Mossoró foi a única cidade que o bando de Lampião não conseguiu invadir.
Categoria
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Música
"Sanfona Sentida" por Luiz Gonzaga ( • )

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E N I G M A..!


O jornal carioca "A Noite ", em sua edição de 06-8-1938, publicou a foto, abaixo, a qual foi encontrada no bornal do cangaceiro LAMPIÃO, após a sua morte pela volante do Ten. João Bezerra, em 28-07-1938, na Grota do Angico-SE.

No verso da FOTO, lê-se: "Comprei este carro i aprendi a dirigi, porem nada pude fazer. J. F. Eu i compadre Venâncio ao meu lado i o ajudante. J. F".

Quem seria a pessoa com as iniciais ( J. F ) e, que Lampião ( tudo indica ) ajudou a comprar um caminhão e, ele escreveu atrás da foto, como se estivesse prestando contas ?


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=584179101784068&set=gm.552947724914176&type=3&theater

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A GEOGRAFIA DA FOME E O SERTÃO NORDESTINO ENQUANTO ÁREA SUJEITA ÀS EPIDEMIAS DE FOME

Por José Romero Araújo Cardoso



A divisão regional proposta por Josué de Castro em Geografia da Fome – O dilema brasileiro: Pão X aço, livro importantíssimo publicado em 1946, enfatizou cinco regiões brasileiras conforme as condições apresentadas pelo grau nutricional.
          
Josué de Castro enfatizou a existência das áreas: Amazônica, Nordeste Açucareiro, Sertão Nordestino, Centro-Oeste e Extremo Sul. O autor destacou que das cinco áreas que forma o mosaico alimentar brasileiro, as três primeiras são nitidamente marcadas pela fome, seja endêmica, no caso das áreas Amazônica e Nordeste Açucareiro, ou epidêmica, caso do Sertão Nordestino. O Centro-oeste e o Extremo Sul estariam sujeitos à subnutrição.
          
A sujeição do sertão nordestino à esporádicas fases de fome epidêmicas pode ser apontada pelo domínio exercido pelas secas em períodos de previsibilidade reduzida,  tendo em vista o conhecimento recente acerca do atrelamento dos períodos de estiagens ao aquecimento fantástico das águas do Pacífico Sul no Continente Americano, efetivando fenômeno conhecido como El Niño.
          
Na época da publicação da primeira edição da geografia da Fome ainda não havia sido feita essa relação secas no semiárido nordestino com o resultado das erupções vulcânicas submarinas fenomenais que ocorrem nas costas do Chile e do Peru, região conhecida como Círculo do Fogo.
          
As secas mais intensas se responsabilizaram de forma mais intensa, em épocas pretéritas,  pela desagregação da própria vida social no sertão nordestino e no Norte de Minas Gerais, chegando a influenciar o regime de chuvas em outras áreas menos castigadas.

Exemplo disso encontra-se na forma radical como se mostraram os efeitos da grande seca de 1877-1879, pois estenderam-se para áreas menos sujeitas  às secas, como o agreste e a zona da mata.
          
Com relação a essa estiagem que marcou indelevelmente a região Nordeste, Rodolfo Teófilo escreveu que só no Ceará 300 mil pessoas ou morreram de fome e de sede ou emigraram para os seringais da Amazônia.
          
Antes e depois que Josué de castro escreveu a sua Geografia da Fome, diversas estiagens castigaram principalmente o semiárido. Em 1958, a ação emergencial foi a forma encontrada pelo governo para tentar reverter o quadro caótico que assolava a região.
          
Para tentar sobreviver, o sertanejo desenvolveu engenharia empírica, utilizando a matéria-prima encontrada no bioma caatingueiro. Bolandeira de descaroçar algodão, engenho de rapadura, alambique de cachaça, prensa de cera de carnaúba, são exemplos de elementos constitutivos da civilização da seca.
          
As secas representam impacto profundo na qualidade de vida da população sertaneja, não querendo guinar para o determinismo ambiental, pois Delmiro Gouveia provou que é possível empreender estruturas modernas em áreas deprimidas e pouco eficientes quanto aos indicadores sociais, que puseram abaixo diversas teses defendidas de que o clima condiciona de forma extraordinária a vida social.
          
Exemplo de que inserção no polígono das secas incide sobre as condições de vida da população encontra-se na situação observada por Minas gerais na região Sudeste, estando esse estado Brasileiro em desvantagem com relação ao conjunto, provavelmente devido a sua porção norte estar sob domínio do clima semiárido.
          
Importante livro que marcou pós-segunda grande guerra, a Geografia da Fome de Josué de Castro continua atual, pois problemas crônicos que ainda afligem a população brasileira urgem por soluções.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto da UERN. 

 Enviado por José Romero de Araújo Cardoso

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