Por João de Sousa Lima
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O cangaceiro Esperança quando preso, já atendendo agora por Mamede, seu nome
real, encontrou com o jovem sobrinho José Gonçalves Varjão, apelidado de
Pororô e lhe confidenciou que na frondosa árvore lateral a casa de sua família,
enterrado próximo ao seu tronco, tinha um material guardado e que ele tirasse e
entregasse a seu pai.
Izidoro,
João Lima e José Pororô. Sobrinhos de Esperança abraçando
o escritor João de
Sousa Lima.
Pororô procurou ao redor da árvore mais diante da pouca
idade não encontrou forças para continuar a empreitada de escavação no duro
chão de cascalhos. O tempo passou, Pororô cresceu e retornando certo dia de uma
caçada, quando se aproximava de sua velha residência, viu quando seu cachorro
passou acuando um preá, o cachorro parou próximo a antiga e frondosa árvore,
Pororô se aproximou e viu o cão rosnando e olhando para um pé de macambira,
Pororô tirou a cactácea e avistou uma lajota cobrindo um buraco, tirou a pedra,
o preá correu com o cachorro latindo atrás, Pororô puxou um tecido em farrapos
que cobriam algumas peças, entre elas:
Colher
de prata de Esperança presenteada ao escritor João de Sousa Lima pelo sobrinho
do cangaceiro.
Uma colher de prata, 160 cartuchos de fuzil, um punhal, uma espora e algumas moedas. Era esse o tesouro de Esperança que ele havia pedido para o sobrinho guardar.
Detalhes
do punhal e da colher de prata.
Pororô vendeu os cartuchos a um
dos prefeitos de Macururé. A colher de prata, algumas moedas, o punhal e uma
das esporas ele me presenteou. Na colher encontramos as letras: MA. Talvez o
cangaceiro tenha tentado escrever seu verdadeiro nome: MAMEDE. No punhal tem um
“NA” ou “NH”.
Ludugero,
tio de Esperança, dono da fazenda Quirino.
Pororô
ainda reside e seu irmão Izidoro ainda residem no São Francisco e os Quirino é
herança que ficou com a família. Aquele longínquo pedaço de chão ainda guarda
as histórias do cangaço vivido em suas terras, memórias ainda latentes de um
tempo que teima em não ser esquecido e nem deve...
Escritor,
Pesquisador, autor de 09 livros. Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso e
da SBEC - Sociedade Brasileira de estudos do Cangaço. Telefones para contato:
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