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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

MARACANÃ

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de fevereiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.846

Maracanã é o ponto de referência mais falado de Santana do Ipanema, Alagoas. Trata-se de um largo no centro do gigante Bairro Camoxinga, cortado pela BR-316. É ponto de convergência e divergência de sete ruas e possui um dinâmico comércio miúdo sendo o segundo da cidade. No Largo do Maracanã e adjacências, você encontra posto de gasolina, padarias, casas de lanches, funerária, oficinas de motos, mercadinhos, farmácia, barbearia, casa de móveis e uma flutuante movimentação em ponto de transportes para municípios do oeste como Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Ouro Branco e para todas as outras do Alto Sertão alagoano. Outrora fora lugar tão perigoso que certo delegado chegou a comentar: “Entre dez ocorrências policiais, oito são do tal Maracanã”.

Antiga Churrascaria Maracanã, em 19.02.2018. Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).

No livro ainda inédito “O boi, a bota e batina, história completa de Santana do Ipanema”, o autor detalha a origem do nome Maracanã e que raríssimas pessoas conhecem. E os que conhecem não vão além de uma churrascaria que havia no local e que ostentava a denominação do maior estádio do mundo.  Mas o livro também traz os detalhes de origens de todos os bairros e pontos de referências da cidade. É o maior documentário jamais produzido no Sertão Alagoano, que ainda não foi publicado por falta de patrocínio. E as autoridades que têm verba para isso, fazem ouvidos de mercador e, o santanense fica sem sua história completa e verdadeira, porque políticos odeiam intelectuais. 
O prédio que deu origem a Churrascaria Maracanã, ainda continua de pé. Foi churrascaria, dormitório, bar, restaurante, pequena mercearia, tudo sob comando do proprietário conhecido como Seu Neguinho. Sem atividade que valha à pena, o edifício se deteriora com dificuldade de venda e os passos implacáveis do tempo. Sua importância como valor histórico é grande para o centro do bairro que o acolheu, mas nada parece evitar o futuro que o aguarda assim como a casa do padre Bulhões, o Fomento Agrícola, a igreja de São João, o Colégio Santo Alberto Magno, a Pracinha Emílio de Maia e outros importantes e fundamentais pontos santanenses. Em tempos de campanhas políticas, o Largo do Maracanã torna-se o ponto mais importante para discursos. Coitado! Sem anel rodoviário e abandonado à própria sorte, torna-se o lugar mais perigoso do trânsito da cidade.


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POÇO REDONDO - CAPITAL DO CANGAÇO OU DA VAQUEJADA?

*Rangel Alves da Costa

Inquestionável a riqueza histórica e cultural de Poço Redondo. Perante a sua grandeza territorial, por todos os lados e recantos espalham-se tradições, folguedos e todos os tipos de manifestações folclóricas e tradicionais.
Poço Redondo da Serra da Guia e da Comunidade Quilombola da Guia. Poço Redondo da Estrada Antônio Conselheiro, ou Estrada Histórica de Curralinho. Poço Redondo do Território de Maria do Rosário, cuja descrição histórica se torna genial na escrita do mestre Manoel Belarmino. Poço Redondo do Poço de Cima e da Capela de Santo Antônio do Poço de Cima. Poço Redondo do Casarão de Bonsucesso. Poço Redondo da Maranduba e um dos três maiores confrontos entre cangaceiros e volantes. Poço Redondo da Gruta do Angico e todo o seu contexto histórico. Poço Redondo das Cavalhadas, das Vaquejadas, das Cavalgadas e das Pega-de-Bois. Poço Redondo dos Cangaceiros e Coiteiros.
Poço Redondo dos Pífanos da Família Vito e do Samba de Coco de Dona Guiomar Vito. Poço Redondo das Rendeiras, Bordadeiras e Trançadeiras. Poço Redondo e suas margens ribeirinhas tão ricas como prazerosas. Poço Redondo da Cachoeira do Bom Jardim. Poço Redondo dos Sítios Arqueológicos, do Morro da Letra e das Riquezas Minerais. Poço Redondo de Dona Zefa da Guia, de Mestre Tonho, de Mestre Orlando. Poço Redondo de Zé de Julião e de Alcino Alves Costa e tantos outros honrados nomes. Poço Redondo de Poço Redondo, de Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo.
Como visto acima, Poço Redondo é um precioso livro de páginas inimagináveis, fantásticas, surpreendentes. Mas pouco lidas, contudo. Entretanto, anima ao perceber que as cavalgadas e as vaquejadas estão num crescente pelos quadrantes do município. E também pela expectativa com o Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, evento este que será realizado entre os dias 14 e 17 de junho. E que será retomado a cada ano.


Significa dizer que Poço Redondo está, enfim, tomando um destino histórico-cultural definido. De um lado os homens da vaqueirama, e do outro os homens seguindo os passos de Lampião e fazendo do município um celeiro histórico antes jamais reconhecido em sua importância e grandeza. Então, neste entremeado de manifestações e encontros, há que se perguntar: Será Poço Redondo a capital do cangaço ou da vaquejada?
Deste muito que os livros, estudiosos e parte da população poço-redondense, vêm adotando a denominação de Capital do Cangaço. E com plena razão de ser assim. Ora, basta situar o cangaço na história do município e logo se avistará uma riqueza sem fim. É em Poço Redondo que está situada a Gruta do Angico, local da chacina de 38 e que pôs fim ao cangaço e a Lampião e parte de seu bando. É em Poço Redondo que está a Maranduba, endereço de sanguinário confronto entre cangaceiros e soldados. O Alto de João Paulo, por exemplo, foi celeiro de cangaceiros, assim como a Guia, Craibeiro, Garrote, Lagoa do Boi e Baixão. Somente na Estrada de Curralinho, nada menos que quatro locais possuem cruzes cangaceiras e de soldados. E foram nada menos que 34 filhos de Poço Redondo, entre homens e mulheres, que resolveram trilhar os passos de Lampião. Ora, Poço Redondo teve participação primordial no contexto do cangaço.
A par de já ser reconhecida e divulgada como Capital do Cangaço, mais recentemente vem ganhando força um movimento objetivando transformar Poço Redondo na Capital da Vaquejada. Louvável iniciativa, principalmente pelo fato de que a vaquejada vem se constituindo em fundamental atividade recreativo-competitiva no contexto municipal, a exemplo das rotineiras competições organizadas no Parque de Vaquejadas da Santa Fé. Interessante citar não só o constante aumento da vaqueirama participante como da afluência cada vez maior de público. Quer dizer, a vaquejada caiu em tamanho gosto da população, que praticamente todos os finais de semana um grande evento é realizado. Seria também uma homenagem aos grandes vaqueiros que no passado já selaram seus cavalos por amor à lida de boi valente e também àqueles que perderam suas vidas percorrendo distâncias pela paixão vaqueira.
E então, Capital do Cangaço ou da Vaquejada? Pessoalmente, considero que vaquejada há em pujança por todo o Nordeste, mas o cangaço nunca é encontrado com a força histórica existente em Poço Redondo.

Escritor
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37 CABEÇAS DE CANGACEIROS ESTÃO VALENDO 129:000$000 CONTOS DE RÉIS.


Por Joel Reis

A Polícia Baiana Organizou uma tabela de preços para as cabeças de Lampião e seus companheiros. O capitão João Facó, chefe de Policia, aprovou a tabela de preços organizada pelo Tenente Campos Menezes, e já posta em vigor para quem trouxer as cabeças dos bandoleiros.

FAC-SIMILE* da Tabela - Respeitando a ortografia do documento.

NOTA: *Fac-símile (do Latim fac simile = faz igual) é toda cópia ou reprodução de letra, gravura, desenho, composição tipográfica etc.


A REFERIDA TABELA QUE "A TARDE" PUBLICA É A SEGUINTE:

01 - Lampeão...............50:000$
02 - Curisco..................10:000$
03 - Cyrillo de Engracia..5:000$
04 - Luiz Pedro...............5:000$
05 - Mariano...................5:000$
06 - José Bahiano..........4:000$
07 - Gato........................4:000$
08 - Virginio....................4:000$
09 - Arvorêdo.................4:000$
10 - Labarêda.................4:000$
11 - Caliz.........................2:000$
12 - Jurema.....................2:000$
13 - Beija-flôr...................2:000$
14 - Massarico.................2:000$
15 - Medalha....................2:000$
16 - Suspeita....................2:000$
17 - Coqueiro...................2:000$
18 - Bemtevi Moreno........1:000$
19 - Jararaca....................1:000$
20 - Alecrim......................1:000$
21 - Bemtevi de Curisco...1:000$
22 - Moita Braba...............1:000$
23 - Pancada....................1:000$
24 - Creança.....................1:000$
25 - Portuguez..................1:000$
26 - Boi Manso..................1:000$
27 - Avião..........................1:000$
28 - Duca...........................1:000$
29 - Pae Velho...................1:000$
30 - Franqueza..................1:000$
31 - Pó Corante.................1:000$
32 - Nevoeiro.....................1:000$
33 - Balão..........................1:000$
34 - Bom Divéra.................1:000$
35 - Pedra D'Ave................1:000$
36 - Meia Noite (2º)............1:000$
37 - Jurema (2º).................1:000$


ERRATA (Nomes na Tabela)

01 - Lampião; 02 - Corisco; 03 - Cirilo de Engrácia; 04 - Luiz Pedro; 05 - Mariano; 06 - Zé Baiano; 07 - Gato; 08 - Virgínio (Moderno); 09 - Arvoredo; 10 - Labareda (Ângelo Roque); 11 - Calais; 12 - Jurema II; 13 - Beija-Flor III (Emídio Ribeiro); 14 - Maçarico II; 15 - Medalha II; 16 - Suspeita; 17 - Coqueiro; 18 - Bem-te-vi Moreno; 19 - Jararaca III (Não confundir com o Jararaca II que foi assassinado em Mossoró); 20 - Alecrim; 21 - Bem-te-vi (de Corisco); 22 - Moita Braba (Moita Brava); 23 - Pancada; 24 - Criança; 25 - Português; 26 - Boi Manso; 27 - Avião; 28 - Duca; 29 - Pai Véio II (Pai Velho); 30 - Franqueza; 31 - Pó Corante; 32 - Nevoeiro; 33 - Balão; 34 - Bom de Vera; 35 - Pedra D' Ave; 36 - Meia Noite II; 37 - Jurema II.

OS VALORES ATUALIZADOS DAS CABEÇAS (2017)

Considerando a data da aprovação da tabela (10 de novembro de 1933) e a inflação nesse período foi - 2,0%.
P.S.: Em 1933 houve -2,0% (deflação).

O VALOR ATUAL (2017) DAS CABEÇAS SERIA APROXIMADAMENTE:
• Lampião
Rs 50:000$000 = R$ 1.000.000 (Um milhão de reais)

• Corisco
Rs 10:000$000 = R$ 200.000 (Duzentos mil reais)

• Cirilo, Luiz Pedro e Mariano
Rs 5:000$000 = R$ 100.000 (Cem mil reais)

• Zé Baiano, Gato, Virgínio, Arvoredo e Labareda
Rs 4:000$000 = R$ 80.000 (Oitenta mil reais)

• Calais, Jurema II, Beija-Flor III, Maçarico II, Medalha II, Suspeita e Coqueiro
Rs 2:000$000 = R$ 40.000 (Quarenta mil reais)

• Bem-te-vi Moreno, Jararaca III, Alecrim, Bem-te-vi (de Corisco), Moita Braba, Pancada, Criança, Português, Boi Manso, Avião, Duca, Pai Véio, Franqueza, Pó Corante, Nevoeiro, Balão, Bom de Vera, Pedra D' Ave, Meia Noite II e Jurema 
Rs 1:000$000 = R$ 20.000 (Vinte mil reais)

• Valor Total (todas as cabeças)
Rs 129:000$000 = R$ 2.580.000 (Dois milhões, quinhentos e oitenta mil reais)


NOTA - Os itens abaixo estão nas imagens
- ENTENDENDO O RÉIS – A moeda que vigorou até 1942
- INFLAÇÃO BRASILEIRA (Tabela e gráfico)
- COMO FUNCIONA O CONVERSOR DE VALORES (explicação da fórmula)
- CONSIDERAÇÕES SOBRE A CALCULADORA / COMO FAZER A CONVERSÃO DE RÉIS PARA O REAL
- CÁLCULOS DO VALOR ATUAL (2017) DAS CABEÇAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Procurou-se mostrar o valor atual das cabeças dos cangaceiros através do estudo da moeda Réis e pelos cálculos de conversão de Réis para o Real. Dessa forma, foi utilizada a Calculadora do Acervo Estadão para atualização dos valores, levando-se em consideração o período da publicação da lista dos cangaceiros, os preços de suas cabeças, além da tabela e o gráfico da inflação brasileira presentes nesse trabalho. Assim, os valores e o poder de compra variavam em cada época, portanto, os preços das cabeças dos cangaceiros que morreram de 1933 até o término do cangaço foram diferentes.

REFERÊNCIAS

ACERVO ESTADÃO. Calculadora para atualização dos valores. Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/>. Acesso em: 23 set. 2017.
BARATA, Júlio. Estão valendo 129 contos. A Batalha, Rio de Janeiro, ano IV, n. 1136, 10 nov. 1933. p. 1. Imagem 1.
Disponível em: Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. Acesso em: 23 set. 2017.
______. Estão valendo 129 contos. A Batalha, Rio de Janeiro, ano IV, n. 1136, 10 nov. 1933. p. 2. Imagem 2. Disponível em: Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. Acesso em: 23 set. 2017.
MOEDAS DO BRASIL. Disponível em: <http://www.moedasdobrasil.com.br/moedas/reformas.asp>. Acesso em: 23 set. 2017.
MUNHOZ, Dercio Garcia. Inflação Brasileira: os ensinamentos desde a crise dos anos 30. Brasília: UnB - Universidade de Brasília, Economia Contemporânea n. 1 jan/jun,1997.

Clique no link para você ver todas as fotos:

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/729736877235259/

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A MORTE DE JOSE NOGUEIRA: (A COVARDIA DE ANTÔNIO)


por Virgulino Ferreira da Silva

No dia 23 de fevereiro de 1926, Lampião e seus cabras chegam na fazenda Serra Vermelha, de José Nogueira (cunhado de Lampião). Apresentou-se como se fosse de uma volante procurando cangaceiros, ao perguntar por José Nogueira uma mocinha, Isabel de Luiz Preto, afilhada de José Nogueira, disse que o fazendeiro tinha sido levado pelos revoltosos da Coluna Prestes. Na verdade, José Nogueira estava ali escondido, com receio do grupo dos revoltosos aparecerem. Lampião esperto que era disse que precisava falar urgentemente com José Nogueira, para o bem dele. A garota interessou-se:

- E quem é o sinhô?


- Eu sou da força de Nazaré, vim tratá de um assunto urgente, se os revoltoso vorta aqui, Ze Fogueira ta frito".

A menina preocupada com a situação do seu padrinho foi avisá-lo no esconderijo da presença da força de Nazaré. José Nogueira também acreditou na historia. Certo que os cabras de Nazaré eram amigos à toda hora, e estavam ali pra protegê-lo, saiu do esconderijo. 

José Nogueira entrou pela porta da cozinha, chegando na sala, quase desmaiou quando viu Lampião e seus cabras.

Lampião disse:

- E agora, Zé Nogueira?

José Nogueira trêmulo responde:

- Agora mermo, só nossa sinhora.

A forma humilde que José Nogueira aceitou a situação, acalmou a fúria de Lampião.

Os dois passaram a conversar assuntos do passado, como velhos amigos. O aspecto físico de José Nogueira era de fazer dó, estava muito doente, asmático, mal respirava. Lampião concluiu que seu inimigo nem aguentaria uma surra.

Antonio Ferreira vendo a decisão do irmão tomou uma iniciativa assustadora, vindo por trás e atirar na cabeça de José Nogueira.

Lampião surpreendido com o gesto do irmão, disse:

- Pur que voçe fez isso antonho, cumo é que voçe mata um home que ja tava morto?

Responde Antonio Ferreira:

- Matei, ta morto, to satisfeito, num viemo aqui pra isso, ou voçe ta isquicido do que fizero cum nosso pai?

Antonio Ferreira ao dizer isso tirava as alpercatas do agonizante José Nogueira e calçou-as, e disse:

- Ta vendo, novinha em foia, era um diperdiçio deixar ela nos pes de um que nunca mais vai caminhá".


Obs: o autor do texto, não citou a fonte (adendo, por voltaseca).

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=799752663560043&set=gm.776506082558338&type=3&theater&ifg=1

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SEMINÁRIO: A IDA DE LAMPIÃO A CIDADE DE MOSSORÓ SEGUNDO 'MARGÉBIO LUCENA'


Material do acervo do pesquisador Sálvio Siqueira
https://www.youtube.com/watch?v=Ro5OCD58vN4&feature=youtu.be

"Margérbio de Lucena narra em detalhes o famoso ataque a urbe de Mossoró. Esse sem dúvidas foi um dos pontos principais da história de Lampião. Atacar uma grande cidade e longe de sua área de atuação foi um marco em sua vida cangaceira."

Produção Aderbalvídeo

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?multi_permalinks=971837196313730%2C971818172982299%2C971811139649669&notif_id=1519132810739288&notif_t=group_activity&ref=notif

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RESIDENCIAL YPIRANGA


MEU PEQUENO "RESIDENCIAL YPIRANGA":

Se passar no Costa e Silva,
Na Firmino de Oliveira,
Encontra uma residência,
Pintada bem brasileira,
Pois é lá onde reside,
O José Mendes Pereira.

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O MISTERIOSO CANGACEIRO | O CANGAÇO NA LITERATURA #131

https://www.youtube.com/watch?v=yyFUqdZaxDU
Publicado em 15 de fev de 2018
Voltamos com todo o gás com nosso programa. Hoje estaremos falando de um cangaceiro que passou pouco tempo no bando, mas entrou para a história. Um misto de lenda e verdade, que hoje estaremos tirando a dúvida. Abraço!
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O CANGACEIRO LUIZ PEDRO


Por Maria Deia
O cangaceiro Luiz Pedro

"Em todos os setores da sociedade humana há pessoas boas e pessoas más. Assim também ocorria no mundo do cangaço. Ali havia de tudo, desde elementos que nasceram para o crime, até homens de elevado quilate que as circunstâncias lançaram naquela via sem retorno.

O cangaceiro Luís Pedro foi um desses. É uma pena que um homem com as suas qualidades virasse bandoleiro. Era filho de uma família de agricultores dos arredores de Triunfo, na divisa de Pernambuco com a Paraíba. Seus parentes, estabelecidos nos sítios Retiro, Junco, Canabrava e Almas, eram exemplo de gente trabalhadora e digna, gente que, quando empenhava sua palavra, podia vir a prejudicar-se ou até a perder a vida, mas cumpria o compromisso.

O garoto Luís Pedro criou-se num clima de culto à valentia. Em sua infância, não havia ainda Lampião. As estrelas do cangaço na zona do Pajeú eram os cabras de Cindário Carvalho e Sinhô Pereira. Como a maioria dos rapazes de sua época, Luís Pedro foi contagiado por aquele ambiente de aventura e macheza, materializado nas roupas vistosas e nos reluzentes apetrechos dos cangaceiros.

Em fins de 1923, um primo de Luís Pedro chamado Henrique foi assassinado na presença dos filhos. Luís Pedro não pensou duas vezes: passou fogo no assassino.

Era praticamente um menino, tinha apenas 14 anos. Com medo de ser preso, foi pedir proteção a Lampião, que naqueles dias vivia jogando baralho e dançando xaxado no sítio Almas. Jovem, inexperiente, abraçou de corpo e alma a vida cangaceira. Quando se arrependeu, já não havia como retroceder. Costumava lamentar:

- Eu sou cumo um urubu. Mia vida num vale nem um palito de fosco riscado."


https://www.facebook.com/thais.fidelis.54?hc_location=ufi

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