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sábado, 1 de novembro de 2014

ARTE DE COLORIR É MUITO IMPORTANTE.

Por Rubens Antonio

Sem comentário

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O que levou a morte de Corisco, naquele 25 de Maio de 1940:


O que levou a morte de Corisco, naquele 25 de maio de 1940:

a -  A traição do cangaceiro do Atividade;
b - O ouro que trazia;
c - A Dadá não permitiu que ele se entregasse;
d -  Outros!

O escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão disse o seguinte:


O grupo CORISCO DADÁ pergunta se existe uma relação do que foi apreendido por ocasião da morte de Corisco.

Praticamente tudo o que havia de valor foi “roubado” pela polícia. Na relação apresentada pela polícia, especificando o que foi apreendido, além de um parabelo, uma pistola e dois punhais, só constam bugigangas: um trancelim, uma águia, uma figa e um balangandan, outro tranchelim com 3 contas, outra figa, uma chapa de pedras de cristal, fichas para enfeite de chapéu, alianças, anéis, brincos, abotoaduras... De dinheiro, foram declarados apenas 945 mil-réis, portanto menos de um conto (segundo Dadá, Corisco levava consigo mais de 300 contos de réis).

Noutra relação, que não se sabe por que foi feita em separado, consta que Corisco estava levando ainda 5 burros, uma sela, uma bride de ferro, um cabeção, dois pares de bruacas de couro cru, uma máquina de costura marca Singer manual, tecidos, um uniforme de brim, um par de sapatilhas, 5 pares de talheres, 5 colheres, um par de sandálias, uma fronha, 2 pires de louça, 4 xícaras, 4 carrinhos de linha de costura, 2 vidros de comprimidos (pílulas de Bristol), uma tesoura, um bastidor, 6 lenços. Ou seja, foram entregues às autoridades apenas o que não valia
nada.

Quem tiver interesse na transcrição exata dos objetos apreendidos pode obter a lista no livro escrito por Antonio Amaury e Luiz Ruben F. de A. Bonfim, Lampião e as Cabeças Cortadas, p. 166-167.

Foi criada uma lenda de que por ocasião do ataque Zé Rufino gritava “Se entrega Corisco!”, e Corisco respondia “Não me entrego não!”. Fizeram até um filme e uma música nesse sentido.

Não houve nada disso.

O “duelo” entre Corisco e Zé Rufino foi fantasiado numa interpretação artística pelo cineasta Glauber Rocha no clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol, em que o notável cineasta baiano cria um personagem chamado Antônio das Mortes, inspirado em Zé Rufino. É ficção. O filme de Glauber Rocha é uma obra de arte, para entretenimento do público, sem compromisso com a história.

Não houve duelo algum e, seguramente, não houve troca de tiros. Corisco estava com os braços inutilizados, em virtude de ferimentos recebidos na fazenda Queimada do Luiz, nas imediações de Pinhão. Segundo Dadá, Corisco não conseguia segurar nem uma colher, quanto mais um parabelo.

Corisco e Dadá estavam viajando como romeiros a caminho do santuário de Bom Jesus da Lapa. Reservadamente, o tenente Zé Rufino contou a amigos que as armas que os fugitivos tinham estavam escondidas entre as roupas, bem no fundo de uma das malas.

Ao ser entrevistada por Paulo Gil Soares, Dadá reagiu às bravatas de Zé Rufino dizendo que não houve duelo nenhum, pois os braços de Corisco estavam inutilizados, ele não tinha condições de segurar uma arma, era um homem aleijado, foi morto como uma criança, sem reagir. A versão dela – a versão do perdedor – é esta: “Eles foram direto, chegaram lá, cercaram e atiraram. Mas não teve arma, nem tiroteio, nem encontro, nem nada. Ele era um homem aleijado. Mataram pra roubar. Quem matou Corisco sabia que ele era um homem doente. Roubaram tudo que era dele. De minhas coisas ficaram com a metade. Até a máquina de costura eles roubaram.”

Prevaleceu a versão do vencedor: um estranho duelo de um tenente que precisou de 15 homens, armados até de metralhadora, para matar um homem que quase não mexia mais os braços.


Conto isso em detalhe no meu livro.
On Sáb 1/11/14 07:14 , Corisco Dadá


Fonte facebook

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O ETERNO ALCINO ALVES COSTA

Por Archimedes Masques

“Você deixou tudo a tua cara
Só pra deixar tudo
Com cara de saudade.” (Alice Ruiz)

Não poderia deixar de repetir a frase inicial da lavra da escritora e poeta Alice Ruiz que lancei do ano passado em homenagem ao saudoso amigo Alcino, pois realmente para quem o conheceu ELE DEIXOU TUDO COM A SUA CARA SO PARA DEIXAR TUDO COM CARA DE SAUDADE.

Dois anos se passaram, dois anos com cara de saudade, pois tudo que ele mais deixou foi saudade. O dia 01/11/2012, para nos, amigos de Alcino, amantes dos assuntos ligados aos sertões e principalmente amantes dos temas ligados ao cangaço, foi um dia bastante triste, pois, sem dúvida, além de perdermos um grande amigo, perdemos o nosso maior exponencial, no meu entender O MAIOR PESQUISADOR E ESCRITOR DO TEMA CANGAÇO QUE SERGIPE JÁ VIU, acredito que jamais igualável. Meu MESTRE DOS MESTRES e grande incentivador para que eu escrevesse um livro contra as inverdades contidas no livro “Lampião, o Mata Sete”. Mesmo lutando contra a morte, doente e triste, uma tristeza que pelo menos se mostrou alegre naquele dia, ele se fez presente ao lançamento do meu livro e isso foi, além de tudo, motivo de grande orgulho, orgulho de fazer parte da sua imensidão de amigos.

Mas, o que chamamos de morte e que na verdade é apenas o desencarne, o fim da vida terrena, é um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, hoje ou amanhã, próximo ou mais demorado, de uma forma ou doutra, que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida desde que a nossa vida se faz vida. 

Assim cada um de nós vive, mesmo que se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar, embora saibamos muito bem que dessas perdas ficam os seus exemplos, positivos ou negativos.

E mesmo quando o tempo consegue aplacar essa dor, estancar esse dissabor, sempre fica dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio junto com a saudade, sensações que perduram até chegar a nossa hora, então passando tais sentimentos para os nossos amigos que também chorarão por nós, caso mereçamos, e assim sucessivamente. É a vida daqueles que sobrevivem a vida dos seus amigos, dos seus entes queridos.

Absoluta certeza tenho que não somente eu sinto essas sensações com a perda do amigo ALCINO ALVES COSTA, mas também centenas de outras pessoas, pois o CAIPIRA DE POÇO REDONDO sem dúvida alguma foi um homem ILUMINADO que bem soube iluminar a todos que o cercavam, uma pessoa abençoada por Deus que irradiava e continuará na saudade irradiando luz, irradiando alegria, irradiando paz, irradiando harmonia, também irradiando determinação, irradiando a coragem do bravo sertanejo.

Dentro do seu âmbito de pesquisa em tema ligado ao cangaço, com toda certeza daqui a centenas de anos ainda estarão citando ALCINO ALVES COSTA como fonte de informação, pois as águas bebidas das suas fontes e também oferecidas ao público foram águas de fontes saudáveis e não envenenadas, águas de fontes puras e cristalinas, águas das fontes de um verdadeiro CABRA-MACHO SERTANEJO que de tudo deixou a sua cara e com isso deixou tudo com cara de saudade.

Assim me despeço dessa singela homenagem rogando por um dia nos reencontrarmos, pois nem sei se serei merecedor de tal honraria.

Aracaju, 01 de novembro de 2014.
Archimedes Marques

Fonte: facebook
Página: Archimedes Marques

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DOIS ANOS SEM ALCINO (AINDA QUE SEJA ETERNO)

Por Rangel Alves da Costa*

Uma imagem, uma feição, uma presença que não sai da memória: Alcino, de havaiana nos pés, caminhando pelas ruas de seu Poço Redondo; Alcino, ao entardecer, sentado na praça de seu Poço Redondo; Alcino, com um livro à mão ou manuscrito por ele mesmo esboçado, recebendo amigos no seu Poço Redondo.

Alcino cantarolando baixinho a Tristeza do Jeca: “Nestes verso tão singelos, minha bela, meu amor, pra você quero contar o meu sofrer e a minha dor. Eu sou que nem sabiá, quando canta é só tristeza desde o galho onde ele está. Nesta viola eu canto e gemo de verdade, cada toada representa uma saudade...”.


E também o Alcino do sertão inteiro, da imensidão nordestina. Alcino de suas brenhas matutas e também do mundo. Alcino da viola caipira, de Tonico e Tinoco, do seu “Sertão, viola e amor”, da voz ecoando pelo rádio a dolência do verdadeiro canto sertanejo. E falando do presente com uma saudade imensa do sertão antigo.


Alcino no passo de Lampião e Maria Bonita e de toda cangaceirada, nas veredas das histórias tantas de coiteiros, coronéis, jagunços, beatos, missionários, fanáticos, sertanejos valentes. Ele que fez da história nordestina uma razão de viver e da saga lampiônica um prazer de compartilhar.

Alcino que quando jovem, moço tecendo segredos com luas e janelas, colocava sua radiola à pilha no banco da pracinha e chegava à madrugada ouvindo velhas e apaixonadas canções caipiras. E ele mesmo um caipira apaixonado pela terra, pela vida em meio a um povo simples e humilde quanto ele.

Alcino que quando prefeito tornou sua Poço Redondo num jardim florido, construiu praças para o convívio sertanejo e nelas espalhou bancos confortáveis para os enamorados. E tanto fez pelo seu rincão. Havia uma fonte luminosa que mais parecia outra lua sertaneja encantando o povo em admiração.

Alcino que fez chegar ao sertão o que de melhor havia no forró nordestino. De uma vez só, num festejo de fim de ano, reuniu num só palco de caminhão Elino Julião, Pedro Sertanejo, Gerson Filho e Clemilda, João do Pife, Abdias, Messias Holanda e tantos outros. E mais tarde o Trio Nordestino chegaria a Poço Redondo.

Alcino o apaixonado pelo sertão e sua gente, o fascinado pela sua história, causos e proseados. Um bandeirante em busca do tesouro histórico, um garimpeiro cavando as reminiscências, um andante em busca das raízes primeiras, da grandiosa saga. E depois tudo revelado como a história do sertanejo.

Alcino o pesquisador, o questionador, o incansável homem em busca de respostas. E foi catando grão a grão, juntando semente a semente, que legou à história uma contribuição inestimável. Foi, indubitavelmente, um dos mais respeitados estudiosos do cangaço e seus livros ainda hoje servem como referência obrigatória para o estudo do tema.

Alcino, o filho de Seu Ermerindo e Dona Emeliana, nascido em 1940 debaixo do sol que tanto amou e da lua que tanto abraçou. Alcino, o pai de imensa prole e irmão de uma infinidade de gente, pois todos os sertanejos como seus irmãos.

Alcino o poeta da vida agrestina, dos amores matutos e da singeleza cabocla. O compositor do Velho Chico, da natureza, de toda inspiração sertaneja. O pesquisador, o homem amigo de ex-cangaceiros e coiteiros. O escritor da saga do homem e da terra, das lutas e das inglórias. O radialista nas tardes de sábado na Rádio Xingó. Alcino, o deslumbrado pela história de Zé de Julião, do seu tio Zabelê, do cangaço e principalmente Lampião.


Alcino, aquele nos deixou há precisamente dois anos, eis que neste sábado, 1º de novembro, completam dois anos do seu falecimento, ocorrido no início da noite da mesma data, em 2012, aos 72 anos, na capital sergipana, após uma enfermidade que não deu mais trégua.

E se vivo estivesse certamente que logo mais, na tarde deste sábado, as janelas sertanejas se abririam para que os radinhos melhor ecoassem a sua voz no “Sertão, viola e amor”. Mas já são dois anos sem a sua voz, sem a sua poesia matuta. Mas jamais estará ausente. Sua presença será sempre sentida e assim se eternizará pelos rincões sertanejos.

Lá no alto, no sertão florido do firmamento, sob inspiração divina, escrevendo um poema para Dona Peta. Assim a vida meus pais, assim também a eternidade...

Poeta e cronista

http://blograngel-sertao.blogspot.com.br/2014/11/dois-anos-sem-alcino-ainda-que-seja.html

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O cantor João Mossoró fará show hoje, 1º de Novembro no Rio de Janeiro


O cantor João Mossoró fará show hoje, 1º de Novembro de 2014, 
no Rio de Janeiro, no bairro Benfica no "Mercadão Cadegue".

Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".



Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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A Verdade sobre as Forças Volantes

Por Gilmar Teixeira
Volante de João Bezerra em Piranhas, Alagoas

Após uma campanha completamente desastrada e constrangedora em Canudos na Bahia, o Exército regular não podia mais se ver envolvido em conflitos de natureza policial, no entanto seu uso era um constante, isto em função de não haverem ainda forças policiais federais naquela época.

Por outro lado, todos os governos do Nordeste brasileiro, via crescer velozmente o banditismo em seus territórios e precisavam criar uma força policial que fosse capaz de conter esse avanço tão nocivo a todos. Surgem então os pelotões mistos que ficariam conhecidos pelo nome de Volante. Estas volantes eram compostas por policiais militares e nativos do agreste e eram em geral comandadas por um oficial de Exército (tenente ou capitão), ou um delegado de policia, indicados geralmente por um “Coronel” da região, o que os tornavam conhecidos como “delegados calça-curta”.

Esses grupos percorriam grandes distâncias a pé, perseguindo os cangaceiros, na maioria das vezes, em notada diferença, pois os perseguidos se encontravam muito melhor armados e municiados que eles, além de contarem com uma verdadeira rede de apoio formada por coiteiros, simpatizante ou não, que os alimentava e forneciam até armamentos, enquanto que as forças legalistas, não traziam para si este mesmo tipo de apoio.

Manoel Neto, Chefe de Volantes, de Nazaré

É preciso aqui esclarecer que algumas dessas tropas de Volantes, se utilizavam de métodos iguais e em alguns casos, até mais cruéis do que os dos cangaceiros para com aquela gente sofrida, chegando a ter ocorrido diversos casos de roubos, assassinatos e estupros causados pelos policiais das Volantes. Qualquer atitude ou deslize era motivo justificado para que houvesse esculacho contra os moradores, sendo que desta maneira a integridade física e moral do sertanejo e de seus familiares não valiam absolutamente nada diante daqueles que por ironia, deveriam se obrigar a os respeitar e proteger. Assim, o sertanejo via nos cangaceiros, homens que se respeitados, a recíproca seria idêntica, chegando mesmo a protegê-los.

Outro fator que dificultava o desempenho das Volantes era que ao contrário dos cangaceiros, eles tinham que respeitar as chamadas jurisdições, não podendo ultrapassar as fronteiras estaduais durante as perseguições. Esse impedimento, só bem mais tarde pode ser resolvido com um acordo firmado por quase todos os estados envolvidos, e que permitiam que as Volantes quando em perseguição, pudessem transitar livremente, não mais respeitando fronteiras.


Volante do Tenente Zé Rufino

Os componentes das Volantes sobreviviam com baixos recursos governamentais, com armamentos defasados, em marchas longas e exaustivas, muitas vezes sem alimentos, sem água de boa qualidade, dormindo mal, chegando a ficar com fardas aos farrapos, por terem que atravessar a caatinga, em sua maioria formada por facheiros, macambiras, unhas-de-gato, xiques-xiques, madacarús e quipás. E não foram raros os casos em que viram em seus quadros, casos de infecções, disenteria, impaludismos, picadas de cobras, ferimentos à bala, e até tuberculose.

Gilmar Teixeira
Perfil Coronel Delmiro Gouveia
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