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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Uma visão humana dramática e sensível do famoso cangaceiro...

Por: Adalberto Arruda

Carlos Pena Filho

Como parte da bela e  vasta obra poética e literária de Carlos Pena Filho,  com quem, no ano de 1960, tomei chopp geladíssimo no  Bar Savoy,  o Recife,  que foi objeto de um dos suas famosas poesias,  destaco o poema “Virgulino Lampião”, uma visão humana dramática e sensível do famoso cangaceiro  Virgulino Ferreira da Silva . Não pense que se trata de poema laudatório, falando em bandido herói,  justiceiro social ou coisa e tal. Tampouco,  também não se trata de mais uma objurgatória de condenação do perigoso e  temido bandoleiro, fugitivo da lei, e terror da população sertaneja nordestina.  Não.  O conhecido  esto poético de Carlos Pena, marcado pur um sempre amorável lirismo  e  consagrada beleza artística, de sua poesia, continha também indisfarçável sentido de poesia social, ética,e refinada ternura e misericórdia com todos os viventes, entre esses,  seu trágico conterrâneo Virgulino Lampião. 

Inicialmente,  Pena Filho viu em “Lampião” como homem abstrato, com todo seu drama existencial e sua humanidade intrínseca e sua loucura potencial. Sobretudo, o viu  como homem concreto, sujeito  às contradições do seu contexto social específico da catinga, do necessitarismo econômico,  da presença constante da morte, do coronelismo arrogante e violento, do jaguncismo homicida e impune, e, também  como homem isolado, ferido e desmontado de seu mundo interior, enlouquecido e furioso na sua determinação social e psicológica. Mas, sempre o homem.  

Gravura de Aldemir Martins

Sobre ele, talvez um tanto insatisfeito e inseguro, repetiria o que disse o grande líder do realismo socialista, Máximo Gorki: “homem, homem, como essa palavra soa nobremente”.  Homem injustiçado, indignado, ferido,  excluído, e que talvez revoltado com a “festa (moralmente) pobre” de um poder, exercido, freqüentemente, pelo egoísmo,  pela simulação, pela corrupção, pela fraude e pela violência.

Inteligente e extremamente corajoso, ansioso por poder e fama (glória?),  foi líder nato  e estrategista, deslocando-se com seus cangaceiros pelas vastidões do  hinterland  semi-árido de 05  estados do Nordeste,  Ceará, R. G. do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, onde atuava com sua rapinagem e se afirmava pelo terror. Através da catinga ínvia e agressiva, deslocava-se rapidamente, a pé com sandália de couro ou a cavalo, conseguindo suprimento, ordem e união entre os comandados, e obtendo  informações que o permitiam escapar ou bater-se em pequenos combates com forças policiais oficiais mais numerosas e mais bem armadas. Contudo,  neste contexto difícil e macabro conseguiu lutar  e sobreviver  por cerca de 20 anos de violência, isolamento e terror. 

Apesar disso, dizem seus biógrafos que Lampião, que era alfabetizado e tendo freqüentado escola para  ampliação de seus conhecimentos, cultivava, embora de forma ambígua e incoerente,  certos valores éticos e sociais. Não admitia o crime de estupro que punia severamente, e costumava lamentar o destino, que o tornara bandido ao invés de trabalhador honesto, e que assim o conduzia certeiro  à “morte matada”, embora a tolerasse, como dizia,  caso tivesse a sorte de morrer em combate leal.  Morreu desta forma,  em 1938,  em combate violento na  Fazenda Angicos, em Sergipe, próxima do  Rio S. Francisco.  Segundo o inventário dos seus bens pessoais apresentado pela polícia da Bahia ( ver “Maria Isaura P. de Queiroz”, em  Os Cangaceiros),  na parte anterior do seu chapéu estava engastada em uma medalha  de ouro a inscrição “Deus te Guie”, e portava  aliança de ouro com o nome “Santinha” (Maria Bonita) na parte interna. 


Ainda nos primeiros anos de cangaço, procurou a bênção e a proteção do Padre Cícero Romão, indo a Juazeiro, no Ceará, que além de chefe religioso já famoso no Nordeste era poderoso líder político desta região. Foi com a  interseção do Pe. Cícero, que  recebeu a patente de Capitão da Guarda Nacional, das mãos do mais graduado funcionário federal da cidade, juntamente com um fuzil e farta munição para seus homens. Vejamos como Carlos Pena Filho, com todo esse seu humanismo exuberante, sua responsabilidade social e sua sensibilidade poética, interpretou a complexidade da tragédia humana deste  seu  conterrâneo, Virgulino Ferreira da Silva.

VIRGULINO LAMPIÃO

Sobre o chão de sol manchado, passeavas pelos campos, o teu
cangaço sem rumo, com um olho na morte e o outro, no fel que se
elaborava, em sua vida sem rumo.
Teus olhos apenas viam fogo, sol, lâmina, fumo, e apetrechos de
emboscada. Em vez de chapéu, possuías um céu de couro à cabeça,
com três estrelas fincadas.
Tua missão neste mundo, era governar o escuro,acender uma
fogueira, com mil destroços de fúria.
A solidão que habitava, teu sono e tua ração, e que ia mesmo até
onde, não ia nem boi nem cão, onde não chega nem homem, nem
sua degradação.
Nos  sítios onde campeavas, nordeste avaro e sinistro, de sois
sem fim do sertão, povoavas as campinas  e as vastidões
desoladas,  com tua negra solidão.
Cultivar lavoura estranha, semear em sepulturas e arriscar, o
que é outro risco, na profissão da aventura.
Um dia é apenas um dia, pois os dias, dias são, um dia será o
teu dia,   Virgulino Lampião.  
Carlos Pena Filho – Recife – PE 

Texto de Adalberto Arruda
Enviado por Ismael Gouveia e Rosa Bezerra

http://cariricangaco.blogspot.com

Os escritos de Romero

Por: Ignácio Tavares


Kydelmir, Múcio, Severo, Romero, Vilela

Se eu leio logo escrevo. Parafraseio Descartes para poder evidenciar dons de Romero para o exercício da arte de escrever. Proativo, irrequieto, excessivamente curioso, razão pelo o qual sempre foi um leitor compulsivo. Desde a mais tenra idade começou a devorar os primeiros livros. Quando aqui residia foi um frequentador assíduo da minha biblioteca que reúne mais de dois mil livros.

A sua preferência era pelos livros do gênero cangaço nordestino. Mas, não era somente livros dessa natureza que despertava o seu interesse. Assim sendo, outros livros que lhe despertasse curiosidade entravam na sua lista de leitura, logo pedia para leva-los. Foi sempre assim e assim continua até hoje, com certeza, ao frequentar outras bibliotecas mundo afora.

É obvio que ler é a forma mais eficiente para acumular saberes, conhecimentos, bem como, ainda assimilar estilos. Romero desenvolveu o seu próprio estilo na arte de escrever. Refiro-me ao seu estilo requintado o que faz prazeroso a leitura dos  seus textos. São textos diversificados a envolver diversas áreas do conhecimento humano. Não restam dúvidas que  a sua insistente leitura de livros da literatura do cangaço influenciou de forma marcante o seu gosto por esse segmento literário. Mas, a diversidade dos seus textos e tanta que nos leva a crê que outras opções literários assimilados, em razão  leitura diversificada, da mesma forma o influenciou, conforme observa-se nas formas e estilos com os quais seus textos são escritos.


Alem dos textos sobre a  história do cangaço, há outros que dizem respeito a questão globalização,  bem como sobre o precursor da literatura social do Nordeste, Josué de  Castro, entre outros tantos temas que seria impossível enumera-los aqui. É importante ressaltar que a maioria dos textos já  era do meu conhecimento, pois, acompanho e leio os seus escritos postos nos diversos portais do estado.

É verdade que quem lê reúne condições ideais para escrever bem. José Romero é um exemplo a ser seguido, principalmente pelas novas gerações que pretendem incursionar nessa importante área, qual seja, escrever e levar conhecimentos a todos que estejam a precisar particularmente neste momento em que pouca importância se dá a boa leitura.

Ignácio Tavares

http://cariricangaço.blogspot.com

COMUNICADO AO LEITOR


A FALTA DE POSTAGENS É QUE ESTAMOS SEM COMPUTADOR, POIS ELE ESTÁ NA OFICINA PARA CONSERTO.

ASSIM QUE ELE CHEGAR ÀS NOSSAS MÃOS, POSTAREMOS TODOS OS ARTIGOS QUE ESTIVEREM ATRASADOS.

Esta postagem foi feita em Lan house.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
 O artesão Ary está vendendo dois chapéus de cangaceiros a R$ 250,00 cada um.
Os dois modelos foram usados no cangaço, sendo um de Corisco e outro por  Lampião e Moreno.
Ary é neto de um artesão que confeccionava chapéus pra Lampião e mais alguns cangaceiros, ele fez os chapéus do filme Gato, Um rastro de ódio e sangue.
para adquirir pode ser por esse blog ou telefones (75) 8807-4138 / 9101-2501- email: joaoarquivo44@bol.com.br
detalhe do chapeu de Lampião
detalhe chapeu de Corisco
 detalhe chapeu
 detalhe chapeu de Corisco
chapeu de Corisco em detalhe
chapeu de Corisco
cangaceira Aristeia usando o modelo de chapeu confeccionado por Ary
 o artesão Ary mostrando suas peças em couro, obras de arte representando o cangaço.


Corisco e seu inconfundível chapéu
Corisco
o coiteiro Arlindo Grande posando com um dos chapeus de Ary