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domingo, 12 de fevereiro de 2012

O ASSASSINATO DO CAPELÃO DE JARDIM DE PIRANHAS (29-09-1825)

Por: José Ozildo dos Santos
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Em 1823, o padre Antônio José Ferreira Nobre aparece no Rio Grande do Norte, exercendo as funções de capelão da povoação de Jardim de Piranhas, cuja capela, dedicada a Nossa Senhora dos Aflitos, integrava a Freguesia de Nossa Senhora Santana, de Caicó. Naquela povoação, a permanência do referido sacerdote foi curta e desastrosa. Esquecendo seu ministério, envolveu-se em questões banais e foi assassinado na referida povoação, no dia 29 de setembro de 1825, após ter recebido uma facada em uma de suas coxas.

Registra a tradição oral, no Seridó, “que o padre Ferreira Nobre era dono de um comportamento pouco recomendável”(1). E, envolvendo-se numa luta corporal com uma mundana, ao tentar tomar uma faca que ela portava, foi atingido mortamente na virilha. Transladado para Caicó, o corpo do referido sacerdote foi sepultado numa das arcadas da Igreja Matriz do Seridó (2).

Os dados biográficos do padre Antônio José Ferreira Nobre são poucos conhecidos. Sabe-se apenas que nasceu no ano de 1799, sendo, portanto, ignorados o local de seu nascimento e qual a sua filiação. Provavelmente, era parente próximo do padre Alexandre Ferreira Nobre, antigo capelão de São Gonçalo do Amarante, nascido em Natal entre os anos de 1812 e 1814. No entanto, seu nome também “faz lembrar o do padre José Ferreira Nobre, vigário de Pombal, altamente comprometido na jornada de 1817, nos sertões paraibanos, de quem a vitima pa­rece ser consangüínea”(3).

O que é certo, é que o padre Antônio José Ferreira Nobre por sua fama de namorador, não era bem visto pela população jardinense. Sua morte, de forma significativa atrapalhou o desenvolvimento da povoação de Jardim de Piranhas, que por duas vezes pretendeu ser elevada à condição de freguesia e não obteve êxito em sua pretensão.

NOTAS

1 - MEDEIROS FILHO, Olavo de. Cronologia Seridoense.Mossoró: FGD; FVR, 2002, pág. 225.

2 - Matriz de Nossa Senhora Santana (do Seridó). Livro de Óbito – Ano 1825. “Aos vinte e nove dias do mez de settembro de mil oitocentos e vinte e cinco na povoação do Jardim de Piranhas desta Freguesia do Seridó faleceo repentinamente sem sacramentos, por motivo d’huma facada em hua coxa da perna, o Reverendo Antônio José Ferreira Nobre, Prebistero Secular, com idade de vinte e seis annos. Seu cadaver foi sepultado nesta Matriz de Santa Anna, junto à grade do arco para baixo em o dia seguinte, sendo involto nas vestes sacerdotaes de cor roxa, acompanhado solemnemente, e encommendado por mim; de que para constar fiz este Assento que assigno. O Vigrº Francisco de Brito Guerra”.

3 - DANTAS, Dom José Adelino. Homens e fatos do Seridó Antigo. Garanhuns-PE: O Monitor, 1961, pág. 41.

Extraído do blog: "Construindo a História".

Literatura Sobre Lampião e o Cangaço

Por: Guilherme Machado
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Romance Lampião o Homem Que Amava as Mulheres; Do Romancista e Cineasta Daniel Lins. Ano 1997.


Em 1997 foi lançada, através da Editora Anna Blume, a primeira edição do livro ‘LAMPIÃO, O HOMEM QUE AMAVA AS MULHERES – O IMAGINÁRIO DO CANGAÇO’.


Diferente dos demais trabalhos publicados sobre o tema quando aborda, sob vários aspectos, a questão da mulher no banditismo de uma maneira imparcial, objetiva, acadêmica, o professor doutor Daniel Lins expõe ao longo dos 26 capítulos, incluindo a vasta bibliografia, a presença e a influência da mulher no cotidiano do bando de Lampião e em outras situações da época. Maria Bonita, Sila, Enedina e tantas outras que viveram (ou morreram) em função do cangaço são abordadas e analisadas ao longo do livro.

“Meu filho, afaste-se das mulheres, elas deixam o guerreiro mole, os duros, não precisam de fêmeas. Para Sinhô Pereira, a única mulher a ser realmente respeitada e amada sem medida era a sua mãe. Santa, dedicada, conformada à lei do marido, ela deveria ser idolatrada, pois seu corpo, santificado pelo sentimento, eliminava a marca do pecado original, erro supremo de Eva. Ora, esse mal é também a consciência que significa emergência do sentimento. A consciência passa primeiro pela separação masculino/feminino, criando uma diferença potencial entre os dois sexos, entre o bem e o mal, entre Deus e a serpente, entre Deus e o diabo. Resultado de uma separação, de uma clivagem, de uma diferença no ser, a consciência é a perda do Um.

No começo era Adão: Homem-mulher, ele se bastava a si mesmo. É nesse sentido que a mulher era vista no cangaço – e ainda hoje, na sociedade masculina em geral – como portadora de sofrimento, luto, errância, insatisfação, infelicidade, divisão, enfraquecimento do tesão, do sexo aloprado, fratura da economia amorosa dos encontros viris.

Através de Eva, o homem conquistou a consciência, descobriu um pensamento, integrou a dualidade do bem e do mal, abandonando para sempre o estatuto de homem-natureza, homem-vegetal."

Doutor em Sociologia e Pós-doutor em Filosofia pela Sorbonne, psicanalista, Daniel Lins é professor do Departamento de Ciências Sociais da UFCE. É autor de mais de vinte livros, entre outros: “Lampião o homem que amava as mulheres”, “La Passion Selon Lampião”, “Antonin Artaud: O Artesão do Corpo sem Órgãos”, “Cultura e Subjetividades – Saberes Nômades”, “Sila: Uma Cangaceira no Divã”.


TONNI LIMA

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"Todo palhaço tem seu dia de circo e, 



o resto da vida para rir, sozinho..."

Tonni Lima

Extraído do blog: "frases subntendidas", do amigo Tonni Lima.

Padre Cícero e Lampião

Por: Cicinato Neto

Gostaria também de participar do debate sobre o relacionamento entre o padre Cícero e Lampião. Como pesquisador e estudioso do cangaço, gostaria de ressaltar os aspectos seguintes:

 


a) Não acredito na hipótese de que o padre Cícero tenha sido o responsável direto pelo deslocamento do bando de Lampião à cidade de Juazeiro em 1926. A presença de Lampião na "Meca do Cariri", na verdade, constituiu-se um grande empecilho para o padre, criticado diariamente nos jornais da capital, especialmente "O Nordeste" por ser um suposto protetor de bandidos. 


Os homens ligados a Floro Bartolomeu e ao Batalhão Patriótico, encarregados de combater a Coluna Prestes, usaram a influência do sacerdote para conseguir convencer Lampião a ir para o Juazeiro. O padre, desnorteado pelos acontecimentos (Floro agonizava no Rio de Janeiro e morreria logo em seguida), foi incapaz de evitar a chegada dos cangaceiros;


b) Alguns escritores enfatizam que o padre protegia a família de Lampião em Juazeiro e que, por isso, mantinha contatos diretos com ele. Na célebre visita do cangaceiro, em março de 1926, Lampião teria sido inclusive recebido pelo padre Cícero. Não há provas irrefutáveis de que isso tenha acontecido. Mas, controvérsias à parte, o que se observou é que, no período depois do ano de 1927, ninguém mais falou de algum contato entre Lampião e o Padre. As supostas cartas que o sacerdote enviava ao chefe cangaceiro não foram mais mencionadas. Lampião, vaidoso como era, não deixaria de mencionar, aos quatro ventos, o recebimento de uma carta dessas? ou não?

c) sobre o relacionamento entre Lampião e o padre Cícero, acho que era o chefe cangaceiro que fazia tudo para alardear uma suposta tolerância do religioso à existência do seu bando. Lampião aproveitava-se do temperamento do taumaturgo e propagandeava isso como um apoio. Na verdade, o padre acolheu multidões e, homem do seu tempo, teve que conviver com facínoras e homens cruéis. O preço a pagar pela sua liberalidade foi ser visto, pelas gerações posteriores, ora como pusilânime, ora como coiteiro, ora como um coronel de batina.

Fonte:

LAMPIÃO CONTINUA VIVO

Por: Clerisvaldo B. Chagas
Clerisvaldo B. Chagas

Após uma fase exaustiva na elaboração do livro “Lampião em Alagoas”, finalmente encerramos o nosso trabalho. Acabamos de colocar todas as ilustrações, as quais chamamos de figuras, inclusive fazendo uma homenagem a certa pessoa, colocando merecidamente sua foto antes da apresentação como motivo de honra. Aguardamos apenas um episódio ocorrido em Mata Grande e Piranhas, vivido pelo saudoso vereador santanense Abdon Marques com os chefes de volantes Odilon e Euclides Flor, que poderá ser encaixado a qualquer momento. 

Esperamos, enquanto damos retoques na capa e na capa de trás, as apresentações do filho de Corisco, economista 

Aderbal Nogueira e Sílvio Bulhões - Acervo - Aderbal

Silvio Bulhões e a do grande pesquisador do cangaço no baixo São Francisco, 

Prefeito de Piranhas - Inácio Loiola 

Inácio Loyola, ex-prefeito de Piranhas e no momento deputado estadual. Para quem aprecia este tipo de literatura, com certeza ficará extasiado com tantos acontecimentos em solo alagoano (limite do nosso livro) e por certo muito meditará. Também para os santanenses que nunca ouviram falar sobre o assunto em Santana do Ipanema, um choque de surpresa vem aí com movimentação de cangaceiros e forças volantes em detalhes surpreendentes.

Calculamos um trabalho em torno de 220 páginas, afirmando que algumas entrevistas deixaram de ser realizadas em algumas cidades cicunvizinhas, devido ao volume de trabalho. Isso quer dizer que ainda temos muito material para ser acrescentado numa segunda edição, provavelmente. Quase todas as fotos ─ mais ou menos 60 ─ já foram publicadas e são quase indispensáveis no tema Lampião, porém, algumas são inéditas e outras não muito batidas. Sobre Santana, aproximadamente, dez são exibidas e fazem parte das relíquias da cidade.

Começaremos agora a fase orçamentária em diversas gráficas do estado e de fora, em busca do melhor preço, sem abrir mão da altíssima qualidade como merece o leitor fiel e exigente. Se você possui uma editora e quer publicar nosso trabalho, entre em contato conosco. Por outro lado, até a próxima semana, ainda poderemos encaixar um episódio sobre Lampião, verídico e acontecido em nosso estado, caso você queira nos contar. Contatos com Marcello Fausto ou Clerisvaldo Chagas.


Quanto ao lançamento de “Lampião em Alagoas”, anunciaremos em breve, logo que enviarmos o danado para a gráfica. Caso autoridades de outros municípios queiram, poderemos realizar lançamentos em qualquer uma delas, dentro e fora do estado. O homem morreu, mas o nome LAMPIÃO CONTINUA VIVO.

Fonte:

CHACRINHA, O VELHO GUERREIRO

Fonte: tepirata.blogspot.com

CHACRINHA (José Abelardo Barbosa de Medeiros, dito), comunicador brasileiro de rádio e televisão (Surubim, PE, 1916 - Rio de Janeiro, RJ, 1988). Conseguiu grande destaque como apresentador de programas de auditório. Também era chamado de Velho Guerreiro.

Chacrinha nasceu no dia 20 de janeiro de 1916. Aos 10 anos, mudou-se com a família para Campina Grande, na Paraíba, e, aos 17, foi estudar em Recife. Em 1936, começou a estudar Medicina. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1941, onde começou a trabalhar como locutor de rádio na Tupi.

Em 1943, passou a apresentar um programa de músicas carnavalescas chamado O Rei Momo na Chacrinha, na Rádio Clube de Niterói. Esse nome se devia ao fato de que a rádio funcionava numa chácara.

Em 1956, após fazer muito sucesso nas rádios, estreou na televisão com o programa Rancho Alegre, na TV Tupi, onde depois também fez a Discoteca do Chacrinha. Trabalhou, em seguida, na TV Rio.

Em 1970, foi contratado pela Rede Globo, mas, dois anos depois, retornou à Tupi. Estreou na Bandeirantes em 1978 e, em 1982, voltou à Globo, onde apresentou o Cassino do Chacrinha.

Chacrinha ficou famoso criando um estilo próprio: usava roupas extravagantes, tocava uma buzina para desclassificar os calouros de seus programas, dava um abacaxi como troféu e dizia bordões como "Terezinha, uh, uh", "Quem não se comunica, se trumbica", "Vocês querem bacalhau?" e "Eu vim para confundir e não para explicar".

Fonte: consuladonordestino.blogspot.com

O seu programa também lançou diversos artistas, incluindo as Chacretes, dançarinas usadas para atrair o público masculino, numa "fórmula" que viria a ser copiada mais tarde por muitos apresentadores.

Em 1987, foi homenageado pela escola de samba carioca Império Serrano. Recebeu nesse mesmo ano o título de professor Honoris Causada Faculdade da Cidade.

Abelardo Barbosa foi casado com Florinda por 41 anos e teve três filhos: José Amélio, Jorge Abelardo e José Renato. Faleceu no dia 30 de julho de 1988, de enfarte, no Rio de Janeiro.

Fonte: 

TERIAM OS HOLANDESES VISITADO O SERTÃO DO APODI DURANTE SEU DOMÍNIO DO RN?

Por: Marcos Pinto

TERIAM  OS  HOLANDESES  ADENTRADO  O  SERTÃO  DO  APODI  DURANTE  O  SEU  DOMÍNIO  NO  RN (1633-1654)?

A    leitura  amiúde  e  pacienciosa  dos  livros  que  enfocam  o  período  do  domínio  holandês  no  Rio  Grande  do  Norte  aponta  para  uma  excepcional  probabilidade  deste  povo  batavo  ter  pisado  o  solo  Apodiense,  durante  o  seu  domínio  em  terras  potiguares.

Cronistas  dos  Sécs.  XVI  e  XVII  como  GABRIEL  SOARES  DE  SOUZA, AMBRÓSIO  FERNANDES  BRANDÃO e  FREI VICENTE  DO  SALVADOR  assinalaram  informações  a  respeito  da  Capitania  do  Rio  Grande, todavia, restritas  ao  litoral  e  adjacências.

Foi  a  presença  holandesa  na  Capitania  que  propiciou  o  envio  de  dois  emissários ao  sertão, com  o  objetivo  de  dotar de  garantias a aliança  flamenga  com os  grupos  indígenas  do  interior.  O  primeiro  é  uma  figura  emblemática  comentada  pela  historiografia  regional.

Referimo-nos  a  JACOB  RABI, judeu  alemão  que  veio  para  o  Brasil  em  1637  com  MAURÍCIO  DE  NASSAU  e que  esteve  com  os  Tapuias  Paiacus da  nação  Tarairiús  no  sertão  por  um  período  de  quatro  anos, durante  os quais  chegou  a  casar  com  uma  índia  de  nome  Domingas, compartilhando  dos  hábitos  nativos  e  assumindo  comportamentos  indígenas.

Escreveu  uma  crônica  sobre  o  viver  desses  índios, contendo  informações  sobre  seu  hábitos cotidianos  e  as  terras  que  habitavam.  Esse  relato  foi  presenteado a  Maurício  de  Nassau  e serviu  de  base  para  as descrições  posteriores  de   GASPAR  BARLÉUS, GEORGE  MARCGRAVE, JOHN  NIEUHOF  e  GUILHERME  PISO.

RABI  atravessou  o  Rio  Grande  do  Norte  com  uma  força  de  160  holandeses  e centenas  de  índios. Os  colonos  ficaram  aterrorizados. Alguns  pagaram  Rabi  para que  não  os  importunasse. Outros  se  refugiaram  em fortificações  e  muitos  foram  mortos. Os  colonizadores  consideravam  RABI  "quase  bárbaro  como  estes  indômitos  e  cruéis  gentios,  que  com  eles  havia  muito  tempo  morado  no  sertão, e  exercitado  seus brutos  e  depravados  costumes.   Os  tapuias  paiacus  se  deram  conta  pela  primeira  vez  da  presença  dos  holandeses  quando  uma  nau  holandesa, que  navegava  ao  largo  da  costa  do  Ceará, capturou  um  português  e soltou 25  homens, mulheres  e  crianças tapuias  que  ele  estava  levando  para  serem  vendidos  como  escravos  no  RN.

Durante  alguns anos os tapuias  vinham  comerciando  com  os  portugueses,  trocando  cativos  por  mercadorias.  Em  1630  os  portugueses  já  exploravam  salinas  naturais  nas  imediações  de  Areia  Branca.

O  renomado  historiador  VINGT-UN  ROSADO  escreveu  um  livro  intitulado "OS  HOLANDESES  NAS  SALINAS  DO  RIO  MOSSORÓ", em  co-autoria  com sua  esposa  Professora  América  Rosado (Vide  Google - Arquivo  PDF).  Conta  que  os  rios  que  delimitavam  a  produção  salineira  de  GEDEON  MORRIS  DE  JONGE  e seus continuadores  pseudo  descobridores  das  salinas  são  o  IWIPANIM, O  MEIRITUPE  e  o  WARAROCURY.  Na  linguagem  travada  dos  Tarairiús  o  primeiro  é  o UPANEMA, com  outra  barra, entulhada  no  correr  do tempo.

O  Upanema  passou  a  receber  o  nome  de  APODI, caindo  no  atlântico  em  Areia  Branca. Mas  a  zona  das  salinas, sabidamente  identificada  pelo  português  desde  fins  do  Séc. XVI, é  que teve  rápida  ocupação  pela  mão  dos  holandeses, ajudados  pela  indiada  que  depois  se  revoltou e  matou  os  brancos. Essa  era  a  zona  das  únicas  salinas  holandesas, terras  litorâneas  no  município  de  Areia  Branca.  As  salinas de  Macau  não  foram  trabalhadas  pelos  flamengos.

O  Holandês  ADRIANO  WERDONCK,  que  era  morador  no  Recife  desde  o  ano  de  1618, deixou  informações  sobre  as salinas  da  região  de  Areia  Branca, cuja  descrição  está  inserida  num  livro  de  memória  intitulado "DESCRIÇÃO  DAS  CAPITANIAS  DE  PERNAMBUCO, ITAMARACÁ, PARAÍBA  E  RIO  GRANDE", apresentado  ao  Conselho  Político  do  Brasil, em  20  de  Maio  de  1630.

Esta  memória  foi  publicada  na  Revista  do  Instituto  Arqueológico  e  Geográfico  Pernambucano -  Ano  1901 - nº 55, traduzida  pelo  historiador  ALFREDO  CARVALHO.  Eis  um  trecho  do  depoimento  WERDONCKIANO  sobre  as  salinas  do  Rio  Apodi (Upanema, daquele  tempo):  "Quando  ali  há  falta  de  sal, o Capitão-Mór  do  dito  Forte  do  Rio  Grande  manda  uma  ou  duas  barcas  de  45  a  50  toneladas  a  um  lugar  a  60  milhas  mais  para  o  Norte  onde  há  grandes  e  extensas  salinas  que  a  natureza  criou  por  si. Alí  podem  carregar, segundo  muitas  vezes  ouvi   de  barqueiros  que  dalí  vinham  com  carregamento  de  sal mais  de  mil  navios com  sal  que  é  mais  forte  do  que  o  espanhol  e  alvo  como  a  neve.

Vejamos  o  que  nos diz  outro  credenciado  historiador  potiguar  FRANCISCO  FAUSTO  DE  SOUZA: "Um  fato  inédito da  invasão  holandesa  foi  a  rebelião  tapuia  de  1644, com  a  destruição  do  Forte  de  Paneminha (atual  rio  do  Carmo)  e  o  trucidamento  de  GEDEON  MORRIS  e  de  todos os seus  companheiros.  Alguns  tapuias,   nessa  época, de  volta  do  Outeiro  da  Cruz, no  Maranhão, onde  tinham  estado  em  combate, empenharam-se  em  luta  com  os  trabalhadores  nas  salinas  de  Mossoró,  degolando  indistintamente  a  quantos  alí   encontravam.(FONTE: Vide  livro "BREVE  NOTÍCIA  SOBRE  A  PROVÍNCIA  DO  RIO  GRANDE  DO  NORTE" (autor: FERREIRA  NOBRE).

É  possível que tenham  sido  os  tapuias  paiacus  que  habitavam  as  margens  da  lagoa  e  do  rio  PODY  os  autores  deste  massacre.  É possível  que  estes  holandeses  tenham  adentrado  os  sertões  do  Apodi, acompanhados pelo  JACOB  RABI, nestas  barcaças  que  tinham  a  capacidade  de  carregar  até  50  toneladas  de  sal.                                         
       

Extraído do blog: "Honório de Medeiros"


Roberto Evangelista


  • Agenda de líderanças se cumpre com o prazer das presenças compartilhado, eternizado no ato do movimento de Siquara e Esposa Renata Rossi Ivan Alex Lima... 
    #ForçaBarreiras
    #BrasilVermelho


    UM GRANDE DIA NA MINHA VIDA


    Enviado por Roberto Evangelista

Maria Ferreira Queiroz - irmã do capitão Lampião



Segundo informações adquiridas em alguns blogs, Maria Ferreira Queiroz, conhecida como dona Mocinha, a penúltima irmã do rei Lampião, e que ainda estava viva,  morreu na tarde desta sexta-feira, dia 10, em São Paulo, aos 102 anos. Os familiares afirmaram que a causa da morte de dona Mocinha foi problemas pulmonares. 

O corpo foi levado ao Velório Salete, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, e o sepultamento possivelmente foi  feito no Cemitério Chora Menino, às 12h deste sábado (11), como havia informados os seus familiares.


O pesquisador e historiador Antônio Amaury Correia, 

Antonio Amaury 

que mora perto de dona Mocinha, foi um dos responsáveis por descobrir a segunda data de nascimento da irmã de Lampião. "Ela tinha dois documentos. Até hoje não sabemos com certeza qual era a idade dela", disse ele ao G1.


O  escritor e pesquisador do cangaço, João de Sousa Lima disse:


"Foi uma grande perda. Apesar de ela não ter vivido a história do cangaço, já que era muito pequena quando Lampião estava atuando, ela sempre foi uma referência histórica".


Com a morte de dona Mocinha, findaram-se todos os irmãos do rei e da rainha do cangaço, Lampião e Maria Bonita, restando apenas filha, netos, sobrinhos...

Fonte pesquisada:

TODO GOVERNANTE ODEIA A EDUCAÇÃO, O CONHECIMENTO E O SABER

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

TODO GOVERNANTE ODEIA A EDUCAÇÃO, O CONHECIMENTO E O SABER
                                             
Desde os tempos mais antigos, desde as primeiras guerras de conquistas para a obtenção e afirmação de poder, tudo mundo sabe que a dominação se sustenta através da imposição, do medo, do subjugamento, da submissão. Por consequencia, tudo que vise fragilizar a força de domínio será tido como grave ameaça a ser debelada.

Daí surgir a indagação: quem poderá elevar a voz para mostrar os podres das tiranias, dos autoritarismos, das ditaduras, senão aquelas pessoas engajadas politicamente e que abram a boca, escrevam e espalhem ideais, tendo por suporte o conhecimento? Conhecendo logo se deixa de simplesmente aceitar e procura apontar aquilo que está errado. E fará bem ao governante ter alguém que possa ser pedra e espinho no seu caminho?

Claro que não. Não são raros os casos em que tiranos mandaram para o pelotão de fuzilamento intelectuais contrários ao seu regime, àquilo que impunham como verdade absoluta. E isto porque a intelectualidade, uma classe de conhecimento privilegiado, apontava, até cientificamente, os erros, abusos e absurdos então considerados como política de Estado.

Num tempo mais antigo, as pessoas de maior formação educacional, as denominadas cabeças pensantes, tinham de inventar estratégias mirabolantes para expressar suas ideias e seus inconformismos. Reuniam-se às escondidas nos porões escurecidos e ali redigiam panfletos e manifestos atacando as vilanias, as corrupções e as atrocidades do regime. E isto só era possível porque lhes foi permitido ter uma educação, adentrar no mundo das letras e das ideias, formar uma conscientização crítica da realidade que os rodeava.

Logo se imagina, então, que ao chegar um daqueles panfletos aos olhos do governante tirano aquele escrito se revestia de verdadeiro punhal dilacerador. Ele se via ali, lia sobre suas maldades, seus roubos, suas atrocidades e até reconhecia aquilo tudo como verdadeiro, mas se repetindo que a ninguém era dado o direito de se manifestar contrariamente ao que fizesse ou deixasse de fazer. Então mandava caçar um a um e tirá-los de vez do seu caminho.

Logicamente que atualmente não é este o mecanismo mais usado, ainda que persistam as perseguições aos ditos inimigos do poder. Mas a verdade é que revestido de outras armas, nenhum governante tolera que seu governo e o poder que exercem sejam contraditos por quem quer que seja. Continuam perseguindo, continuam arrumando culpados, culpando-os e incriminando-os. Porém, o que mais se observa nos dias atuais é a utilização de uma vergonhosa arma para incapacitar as pessoas para uma visão crítica das mazelas governamentais.

Acreditem se quiser, mas a educação é a poderosa arma atualmente utilizada pelos governantes para que a sociedade se reproduza analfabeta, acrítica, alienada, sem inteligência e sem adequado poder de conscientização. Como observado, confrontando todos os princípios, a educação oferecida serve apenas para justificar o mínimo que o governo possa oferecer em termos de produção de conhecimentos. No caso brasileiro, a lei constitucional diz apenas que a educação deva ser de qualidade, porém não obriga o governante a oferecê-la nesta condição.

Daí se depreende que a educação oferecida e alardeada como de qualidade e para todos não passa de um mecanismo de ludibriamento. Todos conhecem a realidade educacional brasileira, que é criticada em todos os sentidos e nunca se fez nada para reverter de vez essa triste e caótica situação. Mas por que, se uma educação de qualidade não interessa ao governo? Precisamente pelo que foi dito acima: todo governante é inimigo do conhecimento, do saber, da crítica. E tudo isso só é possível através da educação. Seria como armar o inimigo para atacá-lo.  
Ora, só tem a capacidade de se contrapor ao poder e mostrar o mar de lama em que se assenta aquele que tem o discernimento maior que o povo humilde e subjugado, sem a luz do conhecimento que o torne capaz de indignar-se. O povo humilhado sofre calado, apenas vê e sente, o que seria diferente se lhe houvesse dado condições de, através do conhecimento, conhecer melhor a realidade em que vive.

A educação possibilita o surgimento no indivíduo de consciência crítica, e isso é como um punhal para o governante; o conhecimento faz com que o indivíduo se contraponha às ações nefastas do governante, e isso é veneno no seu manjar; o saber tem o dom de qualificar e desqualificar o governante perante todas as suas atitudes, e isso soa como uma lástima.

Portanto, a educação de qualidade é uma mentira intencionalmente provocada, sob os auspícios do governante que precisa ter no analfabetismo, na ignorância do povo, o seu elemento básico de sustentação. Ademais, não seria interessante que o indivíduo, através da educação, se libertasse das esmolas eleitoreiras e assistencialistas patrocinadas pelo governo.


Rangel Alves da Costa 
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Sobre as cartas lidas (Poesia)


Por: Rangel Alves da Costa*

Sobre as cartas lidas


Como vai meu amor
estou com muitas saudades
leia sobre os meus sentimentos
palavras expressando verdades
era assim que sempre começava
nas cartas que escrevia...

num papel todo enfeitado
com beijo no canto e perfumado
você respondia e dizia mais
que amar na palavra não satisfaz
que me queria ao teu lado
como bilhete num ser sem recado

nunca mais o carteiro chegou
desde a última carta tudo silenciou
talvez a palavra perdesse o encanto
e o dizer do amor reescrito tanto
que foi melhor não ter respondido
à pergunta que tenho insistido

se nos amamos tanto
por que viver na distância
reescrevendo esse pranto?


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com