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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Coronel Aristides Simões de Freitas

Por  Rubens Antonio

Nascido em 1865, o coronel Aristides Simões de Freitas tornou-se a figura exponencial de Itiúba, em termos de vida política, nas décadas de 1910 e 1920. Configurava-se como o grande representante representante local do governo estadual.


O governador da Bahia Goes Calmon visitando Itiúba, ciceroneado pelo coronel Aristides Simões.
Com o início da campanha contra o Cangaço, tornou-se, na sua região, uma das principais referências de confronto aos cangaceiros.


O segundo de pé, da esquerda para a direita, o Secretário de Segurança da Bahia, Madureira de Pinho, em visita a Itiúba, ciceroneado pelo coronel Aristides, que aparece na fileira de trás, no centro.
Nos anos de 1929, 1931 e 1932, comandou a preparação de Itiúba, Bahia, para o confronto com o bando de Lampeão.


Isto após receber o bilhete enviado pelo cangaceiro através do vaqueiro "Zézinho, do Licuri Torto", exigindo que enviasse uma soma vultosa. Ao mesmo pediu que fosse responder a Lampeão fosse buscar o dinheiro. Coisa que Zézinho, sangrando de saúde, recusou-se a fazer, caindo no mundo.

Aspecto de Itiúba, quando do assédio pelos cangaceiros.

Ato contínuo, o coronel Aristides armou cerca de sessenta jagunços e os posicionou nos três sítio entendidos como entradas da cidade. Traçou a estratégia de uma primeira pseudo-resistência ao bando, com fuga dos defensores do sítio. Nesta, o próximo passo seria uma fechada da entrada por onde teriam já passado, numa estratégia de cerco do bando dentro da cidade, que estava preparada para tal.
Ficou na memória da cidade a coordenação firme que a sua figura, com seu 1,9 metro de altura, exerceu.

Coronel Aristides

Alguns indicam que a sua própria residência, além de outras da cidade, foram preparadas para a luta contra os cangaceiros. Daí, na parte inferior vêem-se as denominadas “torneiras”, que seriam aberturas para a passagem do cano das armas, caso tivesse que se entrincheirar neste último ponto.
Robério Pinto de Azeredo, que viveu a época do cangaço em Itiúba e a estudou após esta, contesta essa visão deste uso, ao menos nesta cidade. Para ele os orifícios inferiores, no caso, seriam meros artifícios arquitetônicos de circulação de ar.

No alto da sua residência aparecem as suas iniciais “ASF”. Ao lado da mesma, na cor amarelo, aparece o antigo Itiúba Plaza Hotel, propriedade atualmente comprada pela Prefeitura Municipal. Na verdade, trata-se de outra residência referencial, pois pertenceu, nos tempos do cangaço, a Berlarmino Pinto de Azerêdo, que, com a influência e apoio de Aristides, tornou-se o primeiro prefeito de Itiúba, quando da sua emancipação, em 1935.


Residências, à direita do coronel Aristides, à esquerda, de Belarmino Pinto

Nos anos 1930, coordenou o processo de transferência do seu poder para a liderança de Belarmino Pinto de Azerêdo.
O coronel Aristides veio a falecer, em 1948, em Salvador, sendo enterrado no cemitério da Quinta dos Lázaros.

Três anos após, sua nora cuidou do translado dos seus restos para Itiúba, sendo inumado no mausoléu familiar.


Sepultura familiar - O nicho do coronel Aristides é o mais alto, ,o topo. - Itiúba - Bahia

Carneira do coronel Aritides

Vavá Simões - neto do coronel Aristides, em 2011.

Os estudos desenvolvidos peço autor deste blog, com o acordo do estudioso Robério Pinto, indicam que as passagens de 1929 e 1931, efetivamente, foram do bando comandado por Lampeão. Já a passagem de 1932 foi por um sub-grupo comandado por Corisco.


Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: 
Rubens Antonio

O Ceará e o Rio Grande do Norte cada vez mais perto

Aderbal Nogueira, paulo gastão e José Mendes Pereira

Amigo Severo, nossa estadia em Mossoró e Natal foi muito agradável.  Em Mossoró tive o prazer de conhecer o amigo Mendes do blog "Mendes e Mendes", bem como a companhia de Paulo Gastão e Lemuel Rodrigues, Presidente de nossa SBEC. Encontramos também Kydelmir Gonzaga. Conversamos bastante e chegamos a algumas conclusões que Lemuel deverá passar para você em breve.

Aderbal Nogueira e José Mendes do blog do "Mendes e Mendes"

Por Mendes: "Terça-feira, desta semana, pela manhã fui convidado através de telefone pelo fundador da SBEC - Socidedade Brasileira de Estudos do Cangaço, o Dr. Paulo Medeiros Gastão  para eu conhecer o cineasta e pesquisador do cangaço, Aderbal Nogueira, que se encontrava hospedado no Hotel Thermas de Mossoró. Às 15;30 hs eu já me encontrava lá, e fui muito bem recebido pelo o Aderbal que se encontrava em seu apartamento, mas assim que a recepcionista comunicou-lhe a minha presença, de imediato ele desceu e veio me receber;  um homem simples, que muita embora foi a primeira vez que eu o vi pessoalmente, mas a sua palestra era como se me conhecesse de longos tempos. Em nenhum momento mostrou-se ser um homem da alta sociedade.

Ao lado das piscinas permanecemos conversando sobre o cangaço, e meia hora depois o Dr. Paulo Gastão chegou, e como disse o Aderbal Nogueira, Paulo Gastão e eu, havíamos andado juntos, lá pelas terras da família Duarte, e cada Duarte apresentado no nosso bate papo, tanto eu como ele, conhecemos ou havíamos conhecido. 

A família Duarte foi relatada na palestra porque Manoel Duarte Ferreira da Silva foi o homem que baleou  o cangaceiro Jararaca e que durante muitos anos, o meu pai Pedro Nél Pereira, já falecido, foi seu morador em uma das suas propriedades. Por essa razão eu conheci e conheço quase toda família Duarte. Já o Dr. Paulo Gastão também teve e tem contato direto com a mesma, pois um dos seus   irmãos faz parte da família. Mas tanto eu, como o Dr. Paulo Gastão não nos conhecíamos antes, pois a nossa amizade surgiu em Maio de 2011.

A palestra continuou e mais ou menos 18:00 hs, lá chegou o atual presidente da SBEC, o professor e pesquisador do cangaço, Lemuel Rodrigues, que também falou sobre o cangaço e a SBEC."

Novamente Aderbal: Já em Natal o Bando estava comandado pelo Capitão Ivanildo, e os chefes: Mucio Procópio, Sergio Dantas e Honório de Medeiros, confrades valorosos do estimado Grupo de Estudos do Cangaço de Natal. E só agora me toquei e fiquei intrigado... O que será de Paulo Medeiros Gastão ? É melhor nem perguntar.

Maristela Mafuz, Aderbal, Múcio, Sérgio Dantas, Ivanildo e Honório

GECC - Cariri Cangaço e Grupo de Natal, cada vez mais próximos

No mais o encontro foi muito agradável onde podemos conversar bastante e discutir  inclusive uma possível viagem de pesquisa para este ano que se inicia. Nosso muito obrigado a todos os amigos  de além fronteiras; que nos fazem ver e confirmar que essa união: Ceará; através do GECC-Cariri Cangaço e o Rio Grande do Norte, através do Grupo de Natal e nossa augusta SBEC, só tem frutos positivos a serem colhidos.

Aderbal, Maristela, Felipe e Guilherme.

NOTA CARIRI CANGAÇO:

Agradecemos ao confrade Aderbal e sua esposa Maristela por nos enviarem o resultado dessa maravilhosa visita; mais uma; que consolida e fortalece os laços entre estes dois estados irmãos, e como Aderbal falou, "que só frutos positivos haverão de ser colhidos". A visita da família Nogueira se deu exatamente entre os dias 25 e 30 de Dezembro, último. 

Postado por Cariri Cangaço

Independente do texto acima
Clique nos links abaixo para você ler os artigos que ainda não os leu.





Colunista do Jornal Gazeta do Oeste destaca aprovação do prefeito Bibi de Nenca

Por: Neto Queiroz

O jornalista Neto Queiroz do Jornal Gazeta do Oeste destacou em sua coluna no referido jornal a aprovação do prefeito aqui de Campo Grande 

Prefeito BIBI DE NENCA e o Secretário de Educação se reunem com os professores contratados

Bibi de Nenca (PMDB), segundo ele o desempenho do gestor local o coloca em uma posição de destaque em relação a outros gestores dado o alto índice de aprovação do prefeito Bibi.

O resultado desses dados que apontam o nosso gestor com um alto índice de aprovação de sua administração com mais de 90% são resultado de uma administração pautada na transparência, seriedade, ética e responsabilidade na gestão do dinheiro público. A administração Cuidando de Você! Vêm transformando o nosso município nesses últimos três com investimentos nos mais variados setores como educação, saúde, infra-estrutura e atenção aos mais necessitados com uma política voltada para o social e com os salários de seus servidores sendo pagos rigorosamente em dia e com os fornecedores recendo também em dia, algo que muitos gestores tentaram mas não conseguiram cumprir a risca dado as crises econômicas dos últimos anos e as sucessivas quedas nos repasses federais principalmente do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Mesmo assim a prefeitura hoje esta presente em todo o município, por todos os lugares há ações da PMCG sendo desenvolvidas nos mais variados setores tanto na zona urbana quanto na rural. Só para ilustrar podemos destacar na área rural as seguintes ações que foram feitas e outras que estão acontecendo como a recuperação das estradas vicinais, recuperação e construção de açudes e barreiros, corte de terra, construção de casas e banheiros, seguro safra, Programa Balde Cheio, distribuição de alimentos, recuperação dos postos de saúde de Bom Jesus e Caiana, entre outras ações.

A seguir você confere o que foi escrito pelo jornalista Neto Queiroz ontem (22/02) em sua coluna no Jornal Gazeta do Oeste.


Click na imagem para ampliá-la:


O Clube do rádioamador do Seridó (CRASE, realizou nesta quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012, eleição

Parau - Presidente Eleito

O Clube do rádioamador do Seridó (CRASE), com sede nesta cidade de Caicó/RN, realizou nesta quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012, eleição para a escolha da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal e suas respectivas posses para novos mandatos, sendo eleitos:

Presidente: FRANCIMAR DA SILVA SOARES (Parau)
Vice Presidente: JOSÉ MARIA BARROS DE MEDEIROS
1° Secretário: JOÃO BATISTA VALE
2° Secretário: DIMAS ALVES DA MOTA
1ª Tesoureiro: BARTÍRIA BARROSO DE A. E SILVA
2ª Tesoureiro: GEORGE AUGUSTO BATISTA SOARES
Dir. Social e de Patrim.: MARCELO COELHO DOS SANTOS
Dir. Téc. e de Comunicação: MAGNO CÉSAR DE RESENDE
Conselho Fiscal:
1)      GILTON BATISTA DE ARAÚJO
2)      GREGÓRIO FREITAS DO NASCIMENTO
3)      JAIME FÉLIX
Suplente de Conselho Fiscal:
1)      CARDOSO  SILVA
2)      DAMIÃO AVELINO DA SILVA
                    
A nova Diretoria agradece a todos que participaram da Eleição 2012, e dará continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo Ex-Presidente Marcílio Dantas Teixeira e seu respectivo vice-presidente Gregório Freitas do Nascimento com toda a sua equipe.

Fonte:

Governo da Paraíba divulga resultado final de concurso para 1.040 vagas


O Governo da Paraíba divulgou nesta sexta-feira (24) o resultado final do concurso público para 1.040 vagas no cargo de professor de Educação Básica 3, distribuídas em escolas de 178 cidades. Do total de 11.373 inscritos, 8.322 participantes que obtiveram notas acima de 50 foram classificados. Os candidatos devem consultar a relação na edição desta sexta-feira (24) do Diário Oficial do Estado ou no site da empresa organizadora, a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de São José do Rio Preto (http://concursos.faperp.org.br).


De acordo com a nota enviada pelo governo estadual, a homologação do concurso será publicada pela Secretaria Estadual de Administração no Diário Oficial, porém a data ainda não foi confirmada. A próxima etapa será a convocação dos candidatos. Foram oferecidos cargos a profissionais com habilitação (licenciatura plena) para as disciplinas de Língua Portuguesa (282 vagas), Língua Inglesa (96), Artes (27), História (52), Geografia (52), Biologia (57), Química (43), Física (59), Matemática (303) e Educação Física (69 vagas). Os salários iniciais serão de R$ 1.111,40.


Estágio em Comunicação Social: prorrogado prazo para entrega de documentos


A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte (PR/RN) acaba de prorrogar o período de confirmação das inscrições para quem pretende disputar vaga de estágio em Comunicação Social, por meio de concurso oferecido pela instituição. Os estudantes pré-inscritos podem entregar os documentos necessários à efetivação da inscrição até 28 de fevereiro, no horário das 10h às 17h, exceto no sábado e no domingo. Em razão da referida prorrogação, o cronograma de provas também foi alterado. As provas objetivas, que estavam marcadas para o dia 4 de março, serão realizadas em 11 de março de 2012.

Dessa forma, a data da prova subjetiva foi alterada para o domingo seguinte, 18 de março. A Assessoria de Comunicação da PR/RN adverte que a participação no certame só será possível após a validação da inscrição. Ou seja, o candidato precisa comparecer à sede da PR/RN, localizada na Avenida Deodoro da Fonseca, 743, bairro Tirol, em Natal, para entrega dos documentos relacionados abaixo. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 84 3232-3960. Acesse aqui o edital que alterou as datas de provas e prorrogou o prazo de inscrições definitivas.
Documentos necessários:

- Comprovante de pré-inscrição impresso e assinado
- Histórico escolar universitário
- Identidade com foto e CPF (cópia autenticada ou acompanhada do original)
- Declaração original e assinada da instituição de ensino, informando que o candidato se enquadra nas exigências do edital.

Categoria: Concursos/EstágiosRN


Familiares de ex-prefeito José Henrique celebram missa em sua memória no domingo (26)


A família do ex-prefeito de Jardim de Piranhas, José Henrique de Araújo, convidam parentes e amigos para participarem da missa de trigésimo dia de sua partida.

A cerimônia será realizada no próximo domingo (26), às 07h,  na Igreja de  Nossa Senhora dos Aflitos, naquele município. Será um momento para recordar a história de uma das reservas morais da história política do Seridó.

Fonte: Robson Pires

SENSACIONAIS FOTOS...!!! SENSACIONAIS FOTOS.!!!


Por: Ivanildo Alves da Silveira

A ABAFILME, PETROBRÁS E CINEMATECA BRASILEIRA CONSEGUIRAM RECUPERAR MAIS 04 MINUTOS DO FAMOSO FILME SOBRE LAMPIÃO E SEU BANDO , FEITO POR BENJAMIN ABRAHÃO, EM 1936..

ABAIXO, TEMOS ALGUMAS IMAGENS, ONDE SE VÊ, " LAMPIÃO ", COMO GAROTO PROPAGANDA DA EMPRESA BAYER, DISTRIBUINDO AOS SEUS CANGACEIROS, A ASPIRINA CONTRA DORES E RESFRIADOS ..

O QUÊ O ÁRABE BENJAMIN ABRAHÃO CONSEGUIU DE LAMPIÃO....rsrsrsrs...NÃO É TAREFA FÁCIL PARA UM HOMEM COMUM...

Ô ÁRABE PARA GOSTAR DE DINHEIRO....rsrsrsrs

VEJAMOS AS MAGNÍFICAS " FOTOS ":


MAIS UMA FOTO IMPRESSIONANTE....rsrsrs


VENDO-SE, NA FOTO ABAIXO, CLARAMENTE, O REI DO CANGAÇO DANDO OS COMPRIMIDOS DE ASPIRINA AOS SEUS FAMOSOS CANGACEIROS...


NA FOTO, LOGO ABAIXO, VÊ-SE O " SAGRADO CORAÇÃO ", OS CANGACEIROS " LAMPIÃO E MARIA " AJOELHADOS, REZANDO, SENDO SEGUIDOS PELO SEU GRUPO.


NAS LENTES DE BENJAMIN ABRAHÃO, MAIS UM CLOSE DE " CORISCO - O DIABO LOIRO ", E SUA FAMOSA COMPANHEIRA " DADÁ "..--


UM ABRAÇO A TODOS

IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Conselheiro do Cariri-cangaço
Sócio da SBEC
Natal/RN

PROCESSOS C/ LAMPIÃO EM ALAGOAS

Por: Ivanildo Alves da Silveira

Processos contra cangaceiro Lampião encontram-se guardados no Memorial do Poder Judiciário de Alagoas.

Reportagem da TV Tribuna com apresentação de Fernanda Lins e participação de Jairo Luiz.

Angico e a Caravana Cariri Cangaço

Por: Manoel Severo
Lívio Ferraz, Jairo Luiz e Manoel Severo, em Angico

A estrutura montada pela família Rosa, já na fazenda Angico, junto ao Restaurante Angico, ponto de partida para a trilha da grota, cerca de 800 metros caatinga adentro, torna os preparativos para a caminhada extremamente agradáveis. Hoje além do restaurante, loja de artesanato e balneário, terá logo em breve uma pousada para receber a todos os visitantes do baixo São Francisco.
  
Mais uma vez estávamos percorrendo os caminhos dos homens de João Bezerra, Aniceto e Ferreira de Melo naquele 28 de julho de 1938. Novamente chegávamos à grota e pela primeira vez, pelo menos no meu caso, encontrei o riacho do Tamanduá com água, o que nos fez refletir sobre a localização exata das toldas dos cangaceiros. Ainda na grota pudemos definir o local exato onde seria fixada a placa em homenagem ao soldado Adrião, único membro das forças volantes a tombar sem vida naquela manhã fria de julho; a seu lado, tombaram Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros.

Manoel Severo, Vilela e Jairo Luiz

Trilha do Angico, o riacho ainda revela as recentes chuvas...


Da margem sergipana do Velho Chico, no município de Poço Redondo, até a Grota do Angico são cerca de 800 metros, trajeto exatamente idêntico ao percorrido pela volante do tenente João Bezerra. Na época, julho de 1938 era inverno, chovia, possivelmente os homens da força pública devem ter se deparado com a trilha nas condições em que passamos atualmente.

Lívio Ferraz, Manoel Severo, Vilela, Archimedes e Jairo Luiz, no Angico

Vilela e Adrião: primeiro à esquerda, de quem olha.

Definição do local da homenagem a Adrião Pedro de Sousa


A Placa em homenagem ao único soldado tombado morto em Angico: Adrião Pedro de Sousa; foi uma iniciativa do escritor Antônio Vilela, amigo da família e que contou com o apoio do Cariri Cangaço e do GECC. Vilela está finalizando seu mais novo livro, quando nos trará as "duas faces do cangaço" como ele gosta de afirmar, e dentre os temas abordados pelo autor, a história de Adrião Pedro de Sousa.

Manoel Severo

Cariri Cangaço
http://cariricangaço.blogspot.com







Candeeiro

Por: Múcio Procópio
Ex-cangaceiro Candeeiro e Múcio Procópio

Para mim o encontro com o ex-cangaceiro Candeeiro, ou seu Né, como todos o chamam na intimidade, foi de uma emoção tremenda. A partir daquela casa simples, num lugarejo também simples, se esconde pedaços das história tantas vezes contadas por tantos. 

Logo que chegamos e antes mesmo de sermos apresentados a Candeeiro, o sertanejo olhou para cada um de nós com um olhar manso, mas como de uma águia e com a firmeza que só as experiências da vida podem proporcionar, foi declinando a característica de cada um; um a um. Aquilo me marcou profundamente. Permanecemos ali com seu Né e sua família por muito tempo, uma conversa boa, amena, cheia de animação que podia ser notada pela risada forte e conhecida de seu Né. Quando nos despedimos, ele veio até a porta, agradecendo a visita e fiquei a me perguntar o tamanha da inteligência desse sertanejo, talhado pela vida, pelo sofrimento e pelo destino. Candeeiro foi para mim o marco da Caravana Cariri Cangaço.

Múcio Procópio
Vice-Presidente da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço

http://cariricangaço.blogspot.com

Águas Belas e a Caravana Cariri Cangaço

Matriz de Águas Belas

Ainda no Agreste Pernambucano tivemos a oportunidade de passar rapidamente em Água Belas terra do poderoso chefe político local, doutor Audálio Tenório de Albuquerque. Potentado pertencente as prestigiadas famílias Albuquerque, Maranhão e Lucena, Audálio por décadas foi um dos principais chefes políticos do agreste pernambucano, ao lado de seus parentes: Gerson Maranhão, de Itaiba e Zezè Abílio de Bom Conselho. Audálio Tenório se notabilizou pelo grande poder político e economico e também por ser um dos mais poderosos coiteiros de Virgulino Ferreira, no estado de Pernambuco.

Casa do doutor Audálio Tenório

Manoel Severo

Cariri Cangaço
http://cariricangaço.blogspot.com

Piranhas e a Caravana Cariri Cangaço

Por: Manoel Severo
Caravana Cariri Cangaço completa em Piranhas

O terceiro dia da Caravana Cariri Cangaço - GECC, partiu de Paulo Afonso a Piranhas e seus cerca de 70Km;  da Bahia a Alagoas em alguns minutos e a mais bela cidade ribeirinha do Brasil: Piranhas, patrimônio histórico nacional. Neste momento se integraram a Caravana o casal Archimedes Marques e sua esposa Elane.

Aderbal, Elane, Lívio, Archimedes, Severo e João de Sousa

Alcino Alves Costa e Juliana Ischiara

Marcamos com Jairo Luiz, Antonio Vilela e Alcino Costa na Pousada Lampião; neste período de carnaval a organização do evento recomenda que não haja movimentação de carros na parte histórica da cidade. Com a Caravana Cariri Cangaço-GECC ainda mais completa, embarcamos no Catamarã Volante, tendo como comandante o amigo Francisco. Descendo o caudaloso Velho Chico na direção da sua margem direita, destino: município de Poço Redondo e a grota mais famosa do nordeste: Angico.

Francisco, João de Sousa e catamarã Volante


Antônio Vilela

Catamarã rumo a Angico


Durante o trajeto pelas águas do São Francisco as atenções se voltam para os dois principais anfitriões: Jairo e Alcino; com percepções e versões distintas sobre o mais polêmico episódio do Cangaço, Jairo e Alcino acabam nos proporcionando mais e mais oportunidades para o debate sempre salutar e inteligente sobre Angico.

Manoel Severo

Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com






BIOGRAFIA DE THEOPHANES FERRAZ

Genealogia de Theophanes Ferraz

THEOPHANES FERRAZ TORRES

Nasceu na cidade de Floresta - PE, aos 27 de dezembro de 1894, filho, primogênito, de Fernandina Ferraz e Antônio Miguel Torres. Naquela oportunidade, o Brasil atravessava e adaptava-se a uma grande mudança política ocorrida aos 15 de novembro de 1889 - a Proclamação da República.

Governava o município o tenente-coronel Fausto Serafim de Souza Ferraz, bisneto do capitão Dâmaso de Souza Ferraz. Fausto era neto de Antônio de Souza Ferraz que, por sua vez, era irmão do trisavô de Theophanes, o alferes Bonifácio de Souza Ferraz. Naquela época a Vila de Floresta ainda não tinha os tamarindos. A iluminação era a candeia; nos lares, as lamparinas a querosene ou os candeeiros que funileiros faziam artesanalmente com latas vazias. Água, buscava-se no Pajeú, em potes ou latas, nas cabeças das carregadeiras.

O povo, muito religioso, freqüentava as duas igrejas existentes - a igrejinha do Rosário e a nova matriz, inaugurada em 1897. Tudo guardava ares de uma grande fazenda na cidade.

Abrilhantando as festividades da passagem do século, ainda criança, assistiu, maravilhado, a execução de belas canções de uma das primeiras Bandas de Músicas do Sertão, organizada e dirigida pelo maestro Nepomuceno de Barros, mais conhecido por João Paulino, que havia sido o fundador, em 3 de julho de 1898, da Sociedade Musical 3 de Julho. Aquela banda sempre daria incontestável brilho a vida de sua ordeira terra.

Cresceu no meio dos muitos primos e leais amigos. Brincou, entre outras coisas, de vaqueiro, de polícia e ladrão e nadou, muito, no velho Pajeú, mais especificamente, no Poço da Pedra. Aprendeu a ler e escrever com o grande e exigente professor Francisco Cesar de Lima, mais conhecido como Chico Cesar. Tempos difíceis para sua formação familiar, religiosa e moral, porém, de muita importância para alicerçar e solidificar o cidadão que veio a ser.

Desde muito cedo, segundo parentes e amigos, Theophanes tinha intuições, como se aquilo fosse uma missão estabelecida para ele, uma delas é que entraria na polícia e prenderia o cangaceiro Antônio Silvino, que, por sinal, vinha a ser o ídolo de alguns moleques da sua turma.

No dia 20 de junho de 1907, através da Lei nº 867, a Vila cobria-se de enfeites e realizava grandes festividades, pois comemorava a sua elevação à categoria de cidade. Floresta podia ver crescer, tranqüila, os seus tão famosos tamarindos, plantados em 1905, que muito em breve aliviariam o calor da cidade e dariam a ela, mais tarde, o apelido de "Terra dos Tamarindos".

Tinha no seu querido e inesquecível avô, o tenente José Arlindo Gomes Barbosa, que era alfaiate, o seu maior e leal protetor.

No dia 29 de novembro de 1911, estava a cidade, mais uma vez, em festa. O jovem Theophanes participou do cortejo de mais de 300 cavaleiros que acompanharam a comitiva que havia se deslocado até a cidade de Pesqueira - PE, em 16 de novembro, sob a responsabilidade de Antônio Serafim de Souza Ferraz, Antônio Ferraz de Souza (subprefeito) e João Barbosa de Sá Gominho, experimentados boiadeiros e afeitos a grandes travessias, a fim de conduzir até sua cidade, o primeiro Bispo Diocesano de Floresta, D. Augusto Álvaro da Silva. No mês seguinte, ainda no verdor dos seus 17 anos incompletos, com o coração pesaroso e sem conseguir vislumbrar qualquer possibilidade de realizar os seus maiores sonhos, deu um até logo à Floresta e veio para a cidade grande, a cosmopolita Recife, capital do seu Estado.

Apresentou-se, voluntariamente, ao então Regimento Policial do Estado de Pernambuco, aos 15 de janeiro de 1912, com 17 anos completos, a fim de servir ao seu Estado, na forma da Lei em vigor. Por ocasião de sua apresentação no Corpo da Guarda, sucedeu um fato muito importante para ele, foi recebido pelo então sargento Elísio Virgulino de Souza, que tornar-se-ia, daquela data em diante, um dos mais leais amigo e seu dileto compadre. Devido ao interesse e espartana dedicação ao serviço militar foi logo notado pelos seus superiores e, no primeiro ano de incorporado, obteve várias promoções - anspeçada, cabo de esquadra, furriel, primeiro sargento, sargento ajudante e alferes. Deslumbrava-se com o progresso da Capital e assistia assustado, a partir daquela época, a tremenda mudança urbanística do Recife, que não respeitava, nem mesmo, os templos religiosos e os monumentos mais significativos da sua história.

Em fevereiro de 1913 seguiu em diligência para o interior de Pernambuco, onde teve o seu batismo de fogo contra os cangaceiros. Voltou a Capital em março e, em maio seguiu, de novo para Vila Bela onde seria nomeado delegado de polícia, pela primeira vez, aos 18 anos de idade.

Em agosto de 1914, Theophanes e seus companheiros foram informados que havia estourado, no Velho Continente, uma grande guerra, a primeira entre várias nações, que muito transformaria o panorama mundial. No segundo trimestre daquele mesmo ano, com 19 anos, foi nomeado, novamente, delegado de polícia de Vila Bela, onde teve a oportunidade de impor a lei e promoveu a prisão de alguns bandoleiros que já possuíam uma certa fama. Em setembro daquele mesmo ano, quando da sua nomeação como delegado de Taquaritinga, estava para acontecer a realização de um dos seus sonhos - a captura do mais famoso cangaceiro daquela época, o temível Antônio Silvino, também conhecido como "Rifle de Ouro" ou "Governador do Sertão". Com aquela formidável prisão, conseguiu por fim a uma carreira de mais de 15 anos de terror no Sertão. Por conta daquele ato de bravura foi promovido ao posto de tenente e nomeado delegado de Limoeiro.

Em maio de 1915, teve que seguir em diligência para Vila Bela, comandado pelo capitão João Nunes, com a finalidade de impor a ordem pública. Na oportunidade, combateram os cangaceiros liderados por Né Pereira e seus capangas. Em julho daquele mesmo ano, foi homenageado em Floresta e teve o prazer de melhor conhecer aquela que viria a ser a sua futura esposa, a Srta. Amélia Leite Leal. Foi paixão fulminante, e, em 25 de novembro, casaram-se em Floresta. A festa só não foi melhor porque Theophanes encontrava-se de luto, por falecimento da sua querida e inesquecível mãe Fernandina Ferraz, aos 18 de outubro daquele mesmo ano.

Em fevereiro de 1916, foi nomeado delegado de Polícia, assumindo a delegacia de Salgueiro e o comando da 6ª Região Policial. Em abril, assumiu como delegado de São José do Egito. Com o crescimento da violência em nossos Sertões, promoveu um desarmamento geral nas cidades em que era nomeado delegado. Nada escapava ao seu rigoroso controle. Em maio, foi aceito como sócio pela Sociedade "3 de julho" que, apesar de estar completando 18 anos de fundação, atravessava uma grave crise e encontrava-se na iminência de fechar as suas portas. Em setembro, escoltou até a cidade de Olinda o cangaceiro Antônio Silvino, que participaria, como réu, do que foi chamado "o júri do século". Em outubro foi nomeado delegado de Bom Conselho de Papacaça.

Em janeiro de 1917, devido a morte do deputado estadual Júlio Brasileiro, no Recife, foi incumbido de garantir a ordem na cidade de Garanhuns, ao chegar naquela cidade encontrou terrível carnificina na cadeia pública, episódio que passou para a história como a hecatombe de Garanhuns. Tratou de impor a ordem com muito sacrifício, pois o seu contigente era pequeno e a cidade estava tomada por cangaceiros. Graças ao bom Deus realizou com sucesso aquela duríssima missão e, por conta deste seu trabalho, foi promovido ao posto de capitão e nomeado comandante do Esquadrão de Cavalaria. Durante aquele ano realizou serviços de grande importância naquela Arma e participou, pessoalmente, da compra de cavalos, fardamentos e de diversas comemorações, entre elas, a abertura dos trabalhos do Congresso Estadual e a que festejou o 1º Centenário da Revolução de 1817. Com a sua enérgica ação, conseguiu, em março, proteger a vida do ex-governador de Pernambuco, o General Dantas Barreto e da sua comitiva, por ocasião dos tumultos ocorridos nas imediações do Teatro do Parque, no Recife. Em junho, cangaceiros liderados por Sinhô Pereira e Luiz Padre atacaram propriedades em Vila Bela e teve que deixar, temporariamente, o comando da Cavalaria a fim de seguir como delegado daquele município e, mais uma vez, impor a Lei. Além da delegacia, assumiu o comando das 2ª e 3ª Regiões Policiais. Voltou para o Recife em outubro e assumiu as funções de comandante da Cavalaria. No início do mês de novembro, talvez motivado pela declaração de guerra contra a Alemanha, alguns maus brasileiros acharam que poderiam derrotar aquele país, destruindo suas propriedades no Recife. Theophanes, com a sua bem treinada Cavalaria, teve que agir com muita energia para colocar ordem e fazer respeitar a nossa Constituição Federal.

Em janeiro de 1918, junto com outros comandantes da Força, regulamentaram a formalização do Cassino da Força, que, mais tarde, possibilitaria o desenvolvimento de atividades recreativas da oficialidade e de seus familiares. Durante o governo do eminente Dr. Manoel Borba, foram realizados intensos investimentos no aparelhamento e na modernização da nossa Força Pública. Em maio, iniciou o patrulhamento noturno nos subúrbios do Recife e, em julho, foram brindados com um novo e moderno Quartel de Cavalaria, na Avenida João de Barros. Em agosto teve que deixar, mais uma vez, o comando da Cavalaria e seguiu, com toda a urgência, para Vila bela a fim de assumir as 7ª, 8ª, 9ª e 10ª Regiões Policiais. Além do comando das mencionadas Regiões foi nomeado delegado de polícia daquele município.

Em janeiro de 1919, após os sucessos dos combates contra os cangaceiros, foi nomeado comandante da 2ª Companhia do 1º Batalhão e, no mês seguinte foi transferido para o comando da 3ª Companhia do mesmo Batalhão, ainda em fevereiro, motivado por problemas políticos na Capital, teve que comandar numerosa força de Cavalaria para impor a ordem na cidade. O cangaço tomava grande impulso naquela época e não dava trégua ao Governo, forçando-o a dar um maior combate aos fora da lei que apavoravam em Vila Bela (Sinhô Pereira), Cabrobó (Mororós); Paraíba (Cícero Costa); e Alagoas (Porcinos, tendo como cabras os irmãos Ferreira). Em trabalho conjunto com Forças cearenses e paraibanas, adotaram medidas mais enérgicas para combater o banditismo. No final daquele ano, após longos meses de intenso trabalho e graças a ação efetiva e conjunta, conseguimos cumprir a nossa missão, limpando a área da ação dos bandoleiros. O governador Manoel Borba, notando o crescimento assustador da bandidagem, sentindo a necessidade de manter tropas regulares mais próximas do teatro de operações e motivado pelas dificuldades de promover deslocamentos de tropas da capital para o Sertão, transferiu o 3º Batalhão para a cidade de Triunfo. A partir daí, a resposta seria mais rápida e mais eficaz. Em dezembro daquele mesmo ano, foi enviado para a cidade de Palmares, com o objetivo de evitar que acontecesse o que havia ocorrido em Garanhuns no ano de 1917. O ex-prefeito daquela cidade, Dr. Fausto Figueiredo, havia sido morto no Recife e o corpo seguiu com Theophanes para Palmares.

Em 1920, viveríamos dias agitados por movimentos paredistas, crise econômica e aumento do banditismo nos nossos Sertões. Conspirava-se contra tudo. Em novembro teve que seguir em diligência para o Sertão, com ponto de apoio na sua cidade natal, a fim de combater cangaceiros que aterrorizavam a Serra do Umã. Pela primeira vez um contingente militar entrava naquelas terras. Na ocasião foi gravemente ferido e só não foi morto graças a coragem dos seus leais soldados. O que ocorreu com Theophanes forçou reuniões de tropas em Salgueiro.

No mês de abril de 1921, ainda se recuperando do ferimento sofrido, seguiu em diligência de Floresta para Vila de Betânia e Riacho do Navio, em companhia de Optato, José Caetano e o tenente Carneiro, para encontro em Jatobá de Tacaratú. Naquela cidade, encontrar-se-iam com as Forças de Alagoas, chefiadas por José Lucena. Na oportunidade, tiveram vários encontros com os Porcinos e com os irmãos Ferreira. Em dezembro foi recolhido de Floresta, assumiu o posto de ajudante do estado maior da Força e foi elogiado pelo comandante José Novaes, que estava deixando o cargo.

Em março de 1922, mais uma vez teve que seguir para Floresta e Vila Bela, motivado pela ação dos cangaceiros. Foi recolhido em maio. Naquele mesmo mês foi nomeado delegado de Taquaritinga, vindo recolhido em junho. Em julho foi nomeado delegado de Vertentes e em agosto, com 27 anos, foi promovido ao posto de major. Em setembro assumiu, pela segunda vez, o então Regimento de Cavalaria. Em outubro participou da posse do novo governador de Pernambuco, o Dr. Sérgio Teixeira. Problemas de insubordinação civil, levaram-no a cidade de Vitória de Santo Antão, a fim de promover inquérito policial.

No início de 1923, tiveram que agir com rigor para conter uma grande greve na Pernambuco Tramways. Em maio, motivado pelo assassinato do coronel Joaquim Leão, prefeito de Correntes, foi nomeado delegado daquela cidade. Em outubro, foi nomeado delegado de Jatobá de Tacaratú e comandante do destacamento local. Naquela oportunidade Lampião estava sendo perseguido por forças da Paraíba e de Pernambuco.

No início de 1924, seguiu em diligência para o município de Boa Vista, fronteira com a Bahia, a fim de dar combate ao cangaceiro Dom Vila Bela - vulgo Dativo. Lampião atacava o Distrito de Santa Cruz, município de Triunfo e não dava mais sossego no Sertão. Em março foi nomeado, pela primeira vez, Comandante Geral das Forças em Operações na Zona Sertaneja, com sede em Vila Bela. Naquela época agiam os seguintes bandos: Lampião, Meia-Noite, Antônio Rosa, Cícero Costa, Sabino Gomes, Beneditos, Cipaúbas, e Gabriel Alecrim. Theophanes promoveu, de imediato, ajustes e mudanças no trajar e na forma de combater os cangaceiros. Agora a formação da sua tropa contava com grande contigente de soldados locais, afora o auxílio de agregados, que eram chamados de cachimbos. Logo no final do mês de março, ocasião que organizava uma super volante, teve a felicidade de encontrar Lampião e feri-lo no combate na Lagoa Vieira, município de Vila Bela. A vida daquele cangaceiro esteve por um fio. No início do mês de abril, mais uma vez destroçou o bando de Lampião na Serra da Panela. No início de julho suas forças combateram o cangaceiro Antônio Rosa e no final daquele mesmo mês, combateu, pessoalmente, o cangaceiro Sabino Gomes na fazenda Abóboras, município de Vila Bela, na fronteira com a Paraíba. Naquela oportunidade, Lampião autorizou o ataque a cidade de Souza, na Paraíba, provocando o ódio do coronel José Pereira e o início, para valer, de uma grande perseguição. Com aquela atitude Theophanes ficou muito contente, pois sabia que os esconderijos dos cangaceiros ficava naquela região de Princesa e, agora, o combate era sério. O temível bandido Meia-Noite seria morto em combate em Tataíra, fronteira da Paraíba com Pernambuco. Em setembro seguiu em diligências para observar de perto a movimentação das tropas. Em Jatobá ocorreria um conflito que terminaria envolvendo seus soldados, resultando na morte de um coletor estadual e de sua mulher. Após aquele conflito, Theophanes adquiriu inimigos gratuitos naquela cidade, sem que ele tivesse nada a haver com o fato. Diligenciou e descobriu que os Ferreiras andaram por Vila Bela, que sabiam de todos os movimentos da sua tropa e tudo que acontecia naquela cidade. Em novembro, foi nomeado Delegado de Petrolina e passou o comando das Forças para o tenente Higino Belarmino.

O ano de 1925 transcorreu sem grandes novidades. Impunha a Lei em Petrolina e era muito estimado por todos. Daquela cidade, Theophanes informava ao governador de Pernambuco e ao comando da Força Pública sobre as andanças das Colunas de Revoltosos. Lampião e seu bando campeavam pelos Sertões e impunham o reinado do terror.

No início de 1926, seguiu com alguns soldados para Ouricuri a fim de juntarem-se ao comandante João Nunes com a finalidade única de defenderem o nosso território contra a Coluna de Revoltosos. Nossas forças conseguiram brilhante vitória em Valença, no Piauí. Retornou para Petrolina, a pedido do governador, e centrou sua preocupação com a efetiva invasão que se aproximava. Em fevereiro, os revoltos invadiram Pernambuco e emboscaram o coronel João Nunes, provocando baixas em nossas forças. Em julho, de regresso, os revoltosos passam, mais uma vez, pelo nosso território e foram perseguidos tenazmente pelas nossas forças até a sua saída definitiva para o Piauí. Neste meio tempo, Lampião aterrorizava o Sertão Pernambucano e descarregava sua ira contra o povo ordeiro de Nazaré. Agindo assim, Lampião provocou o clamor público e a sociedade cobrava do governador de Pernambuco uma atitude mais enérgica no combate ao cangaceirismo. Em setembro foi nomeado comandante das forças contra o banditismo reinante no Alto Sertão, tendo Salgueiro como sede. Em novembro, foi, pela segunda vez, nomeado comandante geral das forças volantes, recebendo, para tal missão, carta branca do governador Júlio Mello. Naquele mesmo mês, em Vila Bela - sede das volantes, efetuou prisões de soldados da força que forneciam munição para Lampião e denunciou o apoio dado àquele bandoleiro por pessoas de representação daquela cidade. Em novembro, por pura pressa dos comandantes das suas forças volantes, sofreram baixas no ataque a Serra Grande. Theophanes considerava aquele ataque como um dos maiores combates que foi travado contra Lampião. Sabedor do ocorrido providenciou, de imediato, a reorganização das tropas e a perseguição foi tenaz ao bando de cangaceiros.

No início de janeiro de 1927, já reinava a tranqüilidade nos Sertões de Pernambuco. O antigo grupo de Lampião estava reduzido a metade. Em fevereiro, com a prisão do cangaceiro Beija-Flor, Lampião iniciou uma série de boatos com o intuito de desmoralizar Theophanes perante seus superiores e subordinados, divulgando que recebia munição do próprio comandante das forças volantes. De imediato, Theophanes solicitou seu afastamento e abertura de rigoroso inquérito. O clamor da população sertaneja foi sentida e verificada a mentira levantada, assim, o grande comandante foi autorizado a permanecer no comando das Forças. Durante aquele ano não foi dado trégua aos bandidos, todos os coiteiros mais famosos foram tirados de ação e muitos vieram ao Recife para dar explicações ao chefe de Polícia. Sem a ajuda dos coiteiros Lampião viu que agora ele estaria irremediavelmente perdido. Dia a dia Lampião via o seu grupo diminuir cada vez mais.

No final do mês de janeiro de 1928, como prova do saneamento moral dos nossos Sertões, o chefe de Polícia, Dr. Eurico de Souza Leão, pôde realizar, com a presença de Theophanes, seu antigo sonho de viajar pelos nossos Sertões. Graças ao imenso prestigio junto ao governador, Theophanes conseguiu a compra do prédio em Floresta que serviria de Quartel para o 3º Batalhão e a construção de estradas importantes entre Vila Bela e algumas cidades do Sertão, sendo a mais importante a que liga a Floresta. Com a construção dessas estradas ficaria fácil os deslocamentos das tropas e encurtavam-se as distâncias. Atendendo convite do chefe de Polícia, e sabedor do saneamento realizado, assumiu interinamente o comando do 2º Batalhão, em 30 de abril, no Recife, deixando o comando das forças volantes aos cuidados do tenente Arlindo Rocha. Aquele bravo militar, em agosto daquele ano, escorraçaria o minúsculo grupo de Lampião para a Bahia,. No dia 30 de maio foi promovido ao posto de tenente-coronel, contando apenas 33 anos, e passou a comandar o 1º Batalhão no Quartel do Derby.

No ano de 1930 recebeu, com preocupação, as notícias dos movimentos que vinham acontecendo em Princesa, na Paraíba, envolvendo a figura do seu amigo coronel José Pereira. Em maio, com os seus auxiliares, receberam o Graf Zeppelin, quando da sua primeira viagem à América do Sul. Em julho, abafaram uma revolta comunista de sargentos da Força Pública. Em 03 de outubro, lutando por um governo legalmente constituído e pela honra militar, enfrentou os Revoltosos de 30, conseguindo algumas vitórias, só não encontrou o mesmo entusiasmo no seu comandante o Coronel Wolmer, que insistia em se entregar. Desiludido e com alguns soldados leais formou uma coluna independente e deixou o Quartel do Derby. De lá, tentou alcançar o 3º Batalhão em Floresta, que estava comandada pelo seu amigo o major Nelson Leobaldo. Só em Pesqueira é que foi sabedor da desgraceira que havia acontecido em Floresta e se refugiou na Serra da Cangalha, município de Custódia. Foi convencido pela sua esposa a se apresentar no Recife e buscar tratamento médico. Foi feito prisioneiro e jogado em uma cela da Casa de Detenção, sem as mínimas condições de higiene e humanidade, sendo posto em liberdade vigiada no dia 21 de outubro. Vencido, desiludido e doente acabou assim a sua vida. Deixou o plano terrestre e passou para o celeste, carregado de tristezas, em 11 de setembro de 1933, na cidade de Vila Bela.

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