Lampião só
reconheceu ter sofrido uma única derrota em vida: em 13 de junho de 1927,
quando foi posto para correr de Mossoró. "Foi quando se viu que ele não
era invencível", afirma o pesquisador
Kydelmir Dantas e Prof. Pereira
Kydelmir Dantas, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC. Tanto que, após o episódio, o cangaceiro tomou um chá de sumiço. "Ele desaparece de qualquer registro histórico por um ano. Lampião também deixa de atuar nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Só em 28 que se têm notícias dele, pelos lados do Raso da Catarina, na Bahia."
Lampião e seus cabras em Pombal - BA
A passagem de Virgulino Ferreira pela Capital do Oeste potiguar tornou-se capítulo obrigatório em qualquer obra sobre o tema. Pelo menos as que se prezem. Entre a enxurrada de publicações sobre o episódio, é possível apontar pelo menos quatro estudos obrigatórios. "O primeiro deles é "Lampião em Mossoró", de 1956, escrito pelo historiador Raimundo Nonato.
Raimundo Nonato
Este é totalmente documental e até meio chato para quem não é pesquisador. Outras obras importantes são: "A Marcha de Lampião", de Raul Fernandes; "Nas Garras de Lampião - Diário do Coronel Gurgel, escrito por Antônio Gurgel, que foi refém do bando, e com notas e anexos do historiador
Raimundo Soares de Brito
Raimundo Soares de Brito; e, por último, "Lampião e o Rio Grande do Norte -
A História da Grande Jornada", do juiz Sérgio Augusto de Souza.
Sérgio Augusto de Souza Dantas
O ataque
que cita: "De acordo com esses estudos, da entrada de Lampião no território potiguar até o
assalto a Mossoró, o bando gastou cerca de três dias. Da noite de 9 para 10 de
junho, os cangaceiros entraram em território potiguar, por Luís Gomes. No dia
12, chegaram ao povoado de São Sebastião, hoje a cidade de Dix-sept Rosado. De
lá, foi enviado um telegrama para Mossoró, avisando sobre a chegada do bandido.
A cidade, que estava em festa, entrou em desespero. O prefeito organizou então
um êxodo, montando as trincheiras para recepcionar os invasores (Souza).
"Esvaziar a cidade foi uma grande estratégia do prefeito Rodolfo Fernandes. Assim, quem ficou para o combate não ficou preocupado com a própria família, que estaria em casa", explica Kydelmir Dantas. O problema foi que o raiar do dia acabou com o ânimo de muitos combatentes, que abandonaram as trincheiras. "Caso o ataque tivesse sido no dia 12, certamente Lampião teria encontrado a cidade bem mais protegida. E a história poderia ser outra", conjectura.
No dia 13, ao chegar no Sítio Saco, é enviado o primeiro bilhete, pedindo 400 contos de réis para poupar a cidade. Com a negativa, vem o segundo bilhete ameaçador e a resposta: Lampião podia vir que o que tinha separado para ele era bala.
À tarde, por volta das 16h, começou o ataque. Lampião dividiu o bando em três grupos. Um atacou a casa do prefeito; outro a estação ferroviária; o terceiro rumou para o cemitério. Com a resistência armada, o bando recua cerca de uma hora após o início do conflito. Ficam para trás Colchete, morto, e Jararaca, ferido no peito. Este último foi preso no dia seguinte e morto e enterrado na madrugada do dia 19 de junho daquele ano.
Posteriormente e virou elemento de culto por parte de alguns crédulos, da cidade e da outras regiões, sendo seu túmulo um dos mais visitados no Dia de Finados. Sobre este 'culto', ler "Jararaca - o cangaceiro que virou santo" de Fenelon Almeida (1978).
"Esvaziar a cidade foi uma grande estratégia do prefeito Rodolfo Fernandes. Assim, quem ficou para o combate não ficou preocupado com a própria família, que estaria em casa", explica Kydelmir Dantas. O problema foi que o raiar do dia acabou com o ânimo de muitos combatentes, que abandonaram as trincheiras. "Caso o ataque tivesse sido no dia 12, certamente Lampião teria encontrado a cidade bem mais protegida. E a história poderia ser outra", conjectura.
No dia 13, ao chegar no Sítio Saco, é enviado o primeiro bilhete, pedindo 400 contos de réis para poupar a cidade. Com a negativa, vem o segundo bilhete ameaçador e a resposta: Lampião podia vir que o que tinha separado para ele era bala.
À tarde, por volta das 16h, começou o ataque. Lampião dividiu o bando em três grupos. Um atacou a casa do prefeito; outro a estação ferroviária; o terceiro rumou para o cemitério. Com a resistência armada, o bando recua cerca de uma hora após o início do conflito. Ficam para trás Colchete, morto, e Jararaca, ferido no peito. Este último foi preso no dia seguinte e morto e enterrado na madrugada do dia 19 de junho daquele ano.
Posteriormente e virou elemento de culto por parte de alguns crédulos, da cidade e da outras regiões, sendo seu túmulo um dos mais visitados no Dia de Finados. Sobre este 'culto', ler "Jararaca - o cangaceiro que virou santo" de Fenelon Almeida (1978).
(*) atualizado por Kydelmir Dantas, em 04-12-2012.