Por Beto Rueda
Em certa ocasião o cangaceiro Antônio Silvino, homem inteligente e vivaz, entrou no vilarejo do Pilar, Paraíba, de maneira curiosa.
Graças a um plano estudado, foi marchando à vanguarda do grupo formado em coluna de dois, dirigindo-se ao quartel e recebido em grande estilo com formatura e continência.
Após passar em revista os quatro soldados que compunham o destacamento, pediu as chaves ao carcereiro e abriu as portas das celas colocando em liberdade os oito presos que ali cumpriam pena, mandado-os embora.
Só então os policiais de verdade notaram que aquela não se tratava uma força volante. O pavor sem limites tomou conta daqueles que tinham como obrigação cuidar da população desprotegida. Sem sofrer violência, todos os militares foram colocados nas cela, inclusive o comandante.
Silvino guardou as chaves no bolso e foi passear sossegado, visitar o comércio e levar o que precisava. Naquele dia ele era o manda chuva, a maior autoridade do lugar.
REFERÊNCIA:
CARVALHO, Rodrigues de. Serrote Preto, Lampião e seus sequazes. Rio de Janeiro: Sociedade, 1961.
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