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sábado, 26 de setembro de 2015

MUSEU DO SERTÃO - PRENSA DE CASA DE FARINHA

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Veja um dos equipamentos, fruto da Engenharia empírica sertanejas mais difíceis de ser encontrado atualmente. É uma gigantesca prensa de Casa de Farinha, muito antiga, confeccionada com grossas toras de miolo de Aroeira.  


Esta prensa faz parte do acervo do MUSEU DO SERTÃO da Fazenda Rancho Verde, localizada a 4 quilômetros da cidade de Mossoró-RN.

Informação do blogdomendesemendes: O Museu do Sertão na Fazenda Rancho Verde em Mossoró não pertence a nenhum órgão público, é de propriedade do seu criador professor Benedito Vasconcelos Mendes.

Quando vier à Mossoró, procure visitá-lo, pois são mais de 5 mil peças para os seus olhos verem.

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PARA QUEM AINDA NÃO O LEU - O CANGACEIRO MASSILON INCENTIVOU LAMPIÃO INVADIR MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira
O cangaceiro Massilon

Segundo o jornalista Alexandre Gurgel em maio de 1927, Massilon incentivou Lampião para atacar Mossoró, afirmando que era uma cidade bem estruturada, com um comércio que rendia muito, e ainda tinha bancos, e com certeza assaltando-a, sairiam de Mossoró com os bolsos abarrotados de dinheiro.

Mas Alexandre Gurgel diz que Massilon era apaixonado por uma das filhas do prefeito Rodolfo Fernandes. E sendo astucioso, sabendo que se os seus compassas aceitassem invadir Mossoró, ataque que ele tinha plena certeza que daria certo, seria uma boa oportunidade para levá-la consigo. 


Mas Lampião não sabia que o interesse de Massilon pelo ataque a Mossoró, era a paixão que ele tinha pela filha do prefeito. É claro que se o capitão tivesse tomado conhecimento desse desejo incontrolado do assecla, pela moça, com certeza não teria dado a atenção as suas palavras, e nem tão pouco vindo a Mossoró. 

Para que o plano de atacar Mossoró desse certo, Lampião tinha alguns bandidos que conheciam bem a região, como: Cecílio Batista, conhecido como Trovão, que em anos remotos havia morado na cidade de Assu, e já era dono de um currículo de maldades junto à polícia; o José Cesário, o Coqueiro, que antes havia prestado serviços em Mossoró. O Júlio Porto, um dos antigos motoristas da firma algodoeira “Alfredo Fernandes”, o Zé Pretinho; e Massilon, que conhecia todas as estradas que faziam chegar à cidade. 

Na agenda de anotações de Lampião nunca foi registrada a possibilidade de algum dia atacar Mossoró, por três razões: 

1 - Não era conhecedor das terras do Rio Grande do Norte, e principalmente Mossoró;


2 - A padroeira da cidade é a Santa Luzia, e ele apesar de ser um facínora era um dos seus admiradores, e não tinha em sua mente pensamentos guardados para lutar contra ela, depredando e assassinando pessoas que viviam sob o seu olhar;

 www.saojoseanchieta.com.br

3 - Era um dos seus lemas: não invadir cidades que tivessem igrejas com duas torres, como a Catedral de Santa Luzia. 

www.diocesedemossoro.com

Mas mesmo temendo isso Lampião e o bando fizeram reunião, no intuito de chegarem a mais desenvolvida cidade do Rio Grande do Norte. 

Não se sabe o porquê de Lampião ter caído na conversa de um aspirante de cangaceiros. Mas mesmo assim o rei partiu para a perigosa invasão, sendo os bandos comandados por: Massilon, Jararaca, Sabino Gomes e Vinte e Dois. Mas todos eram subordinados ao estado maior.

O grupo era composto por mais de 50 cangaceiros, que posteriormente, depois da frustrava invasão à Mossoró, a maior parte se desligou do grupo, inclusive Massilon e seu irmão Pinga Fogo, que se debandaram sem nunca mais darem notícias onde estavam morando. 
              
José Mendes Pereira – Mossoró-Rn.
Fonte de pesquisa: 
"O cangaceiro Massilon" – Alexandre Gurgel.

Esclarecimento do blog ao leitor: 

Este artigo é baseado no texto "O Cangaceiro Massilon" do jornalista Alexandre Gurgel, mas não mais o encontrei publicado na internet. Acredito que o jornalista o excluiu por uma razão qualquer.

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CANGAÇO ECOS NA LITERATURA E CINEMA NORDESTINOS


Como adquirir esta obra:

Entre em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail:

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PADRE MOTA, MESTRE DE MOSSORÓ

Por Tomislav R. Femenick

Luiz Ferreira da Cunha Motta nasceu em Mossoró no final da última década do século XIX. Estudou em sua cidade, em Natal, Recife, João Pessoa e Roma, onde se ordenou Padre em 1922, às vésperas de completar 25 anos de idade. Sua tese em teologia, apresentada à Pontifícia Universidade Gregoriana, obteve a classificação de “bone probatus”; aprovada com excelência.

O Padre Mota em reunião com lideranças política de Mossoró. O religioso foi prefeito da cidade por nove anos e nove meses

Regressou à sua cidade no dia 21.10.1922. Segundo reportagem do jornal “O Nordeste”, o novo sacerdote foi recebido na Estação da Estrada de Ferro pelo Padre Manuel Gadelha, Vigário da Paróquia de Santa Luzia, seus familiares e pelo povo, que compunha uma enorme multidão. Formou-se, então, um extenso cortejo em direção à Matriz. Soltaram foguetes e a banda do Grêmio Musical tocava músicas sacras e alegres. No altar-mor da igreja de Santa Luzia, o Padre orou demoradamente ao som de “Sacerdos Magnus” e palmas da multidão.

Quando do regresso à terra natal, o Padre Mota encontrou quase a mesma Mossoró que deixara. O município tinha pouco mais que dezesseis mil habitantes. A cidade possuía trinta ruas, doze praças, cinco travessas e uma avenida, com 1.872 casas, sendo 840 de tijolos e telha, e 1.032 de taipa. Havia menos de trinta escolas primárias, um Grupo Escolar e uma escola de nível ginasial – o “colégio das irmãs”, pois o Santa Luzia estava fechado. As vias públicas eram cobertas com barro e pedregulhos. Não havia calçamento. Quando chovia, as ruas ficavam lamacentas e escorregadias. Durante o dia, o sol imperava abrasador. A escuridão das noites era cortada apenas por poucas lâmpadas de 32 velas, instaladas pela Intendência Municipal. Para reduzir o breu da noite e afugentar os mosquitos, em frente das residências eram acesas fogueiras, misturando-se estrume de gado às brasas.

O PADRE

O novo sacerdote ocupou vários cargos eclesiásticos: capelão do Colégio Sagrado Coração de Maria, vice-diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia (quando este reabriu suas portas), capelania do Sagrado Coração de Jesus, responsável pelo ensino da religião para cerca de 1.200 crianças, vigário da Paróquia de Santa Luzia de Mossoró (quando deu início à construção da Capela de São José) e vigário geral da Diocese, de 1936 até o seu falecimento. Na hierarquia da igreja, o seu posto mais alto foi o de Monsenhor.

Meses após tomar posse como vigário da Paróquia de Santa Luzia, o Padre Mota promoveu uma reunião na sacristia da Capela do Sagrado Coração de Jesus, com um número bem reduzido de pessoas. Além dele, apenas seu pai, Vicente Ferreira da Mota, e o comerciante e industrial Miguel Faustino do Monte. O motivo da reunião: a criação da Diocese de Mossoró. Muitas, muitas outras pessoas se agregaram a esse esforço.

Título Eleitoral expedido em nome do Padre Mota em 1956.

Miguel Faustino ficou encarregado de levar o assunto junto à Diocese de Natal, a qual a Paróquia de Mossoró estava subordinada. O coronel Mota junto às autoridades, comerciantes e industriais da cidade, e o Padre Mota, juntamente com o Cônego Amâncio Ramalho, se encarregariam de arregimentar apoio entre os outros clérigos locais. Entretanto, tudo isso deveria ser tratado com absoluto sigilo, para não melindrar as autoridades eclesiásticas da Diocese da capital do Estado. Se houvesse dúvidas quanto ao segredo, dever-se-ia recorrer ao sigilo confessional. O Padre Mota reconheceu: “Foi um recurso maquiavélico, mas a causa era nobre e divina”.

O passo mais importante foi dado por Miguel Faustino junto ao bispo de Natal, Dom Marcolino Dantas. A ele disse que estaria disposto a fazer uma generosa contribuição em bens e dinheiro, quando fosse oportuno transformar a Paróquia de Mossoró em Diocese. Essa contribuição visaria formar a sua estrutura material, para que ela pudesse funcionar sem percalços.

O trabalho durou mais de seis anos. No dia 14.09.1934, o Padre Mota recebeu um telegrama de Dom Marcolino em que este lhe comunicava a criação da Diocese de Mossoró, através de uma bula papal emitida por Pio XI, assinada em Roma e datada de 28 de julho daquele ano. No dia 18 de novembro de 1934, por deferência especial do Bispo de Natal, e em seu nome, o Padre Luiz Ferreira da Cunha Mota presidiu o ato inaugural da nova diocese, pela qual tanto lutara. A celebração teve lugar na Catedral de Santa Luzia e contou com a presença de autoridades e do povo da cidade.

NA LINHA DE FRENTE DURANTE A BATALHA CONTRA LAMPIÃO

Clique neste link - http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2012/06/15-de-junho-de-1927.html

Consta que o ataque de Lampião a Mossoró teria sido a ele sugerido pelo político cearense Isaias Arruda e pelo cangaceiro potiguar Massilon Leite Benevides. Como teste, o bando desse último invadiu com sucesso a cidade de Apodi. Então, vários grupos de cangaceiros se reuniram para, juntos, atacar Mossoró. O ambiente era confuso e havia mais de um comando, embora que Virgulino tivesse ascendência sobre todos. Pelo caminho, assaltavam vilas, povoados e fazendas, roubando, batendo, torturando e fazendo reféns, ao mesmo tempo em que destruíam, quebravam e incendiavam o patrimônio daqueles que não eram seus apaniguados ou acólitos. Mas todos esses casos eram preliminares da grande luta: Mossoró.

A cidade se preparou para fazer sua defesa. Foram organizadas trincheiras em diversos pontos da cidade. Segundo o historiador Vingt-un Rosado, no dia 13 de junho de 1927: “Treze horas. O padre Mota […] vai fazer um reconhecimento pela Cidade. Sozinho, de­sarmado, ei-lo percorrendo todas as trincheiras. O padre Mota e o cônego Amâncio seguem até a atual Pra­ça Rodolfo Fernandes. Começara a luta. […] Os dois sacerdotes, com extraordinário sangue frio, es­timulam os combatentes. Eram soldados desarmados, os únicos a percorrerem a Ci­dade, na hora difícil. […] Na Rua Idalino Oliveira, uma bala vinda da Praça da Independência, quase os atingia”.

A luta terminou às cinco horas da tarde. Nenhum defensor da cidade estava, pelo menos, ferido. Os cangaceiros se reuniram ao lado de um muro lateral do cemitério. Um dos atacantes fora morto, seis estavam feridos, quatro em estado grave. Derrotado, Lampião fugiu.

LIÇÕES DE DEMOCRACIA NA CALÇADA DO PADRE

Padre Mota e o sobrinho Francisco, também prefeito de Mossoró.

Muito se fala e pouco se sabe o que realmente é democracia. Na verdade, a maioria a entende apenas como repetição do sistema em que vive ou desejam viver. Todavia, o fundamento maior da democracia é o entendimento republicano de que o indivíduo é “æquabilis in paribus”, igual entre os iguais.

A calçada do vigário era o espaço mais democrático da cidade. Era uma assembleia de amigos, à moda da democracia ateniense, onde todos podiam dizer o que quisessem, desde que ouvissem o que os outros falassem. Tudo de maneira pacífica e civilizadamente, sem discussões acaloradas. Nada foi planejado, apenas aconteceu. Na Mossoró de antigamente, cidade ainda pequena, havia o costume das famílias colocarem as cadeiras na calçada para mitigar o calor com o frescor dos ventos do final do dia. O Padre Mota também fazia isso e aproveitava o tempo para fumar seus charutos. Os vizinhos e as pessoas que passavam, sentavam-se para tirar alguns dedos de prosa. Como eram muitos, criou-se o hábito de todos irem buscar suas cadeiras na sala de visitas do reverendo e depois deixa-las no mesmo lugar. As mais ilustres figuras de todas as correntes políticas, inclusive alguns evangélicos, ateus e comunistas, frequentavam essas reuniões.

Antonio Capistrano, comunista desde 1960 e ex-vice-prefeito de Mossoró, diz que a calçada do Padre Mota era “o ponto de encontro de políticos, intelectuais e comerciantes da cidade, local suprapartidário, democrático, de papos sobre os diversos assuntos de interesses da coletividade, como também não deixava de ter as fofocas provincianas. Os que participavam dessas conversas lembram-se com muita saudade dos finais de tarde da calçada do padre; ele era espirituoso, piadista e conversador. Padre Mota parece que inspirou Che na sua famosa frase ‘ser duro sem jamais perder a ternura’. É essa a imagem que tenho do padre Mota. Severo nas suas convicções, mas extremamente humano nos seus atos. Isso é, para mim, a razão do bem-querer do povo mossoroense ao seu vigário geral. Homem pronto a servir, participando ativamente dos problemas da cidade”.

BRINCALHÃO, O PADRE ENSINAVA QUE DEUS NÃO É TRISTE

Uma das características do cidadão Luiz Ferreira da Cunha Mota, inseparável de sua condição de Padre ou Prefeito, era o seu humor ferino, brincalhão, travesso, com um toque de galhofa e de gracejo fino, sem ser grosseiro, nem nunca descambar para o impudor ou para a agressividade. O Padre Mota sabia rir e não gostava de lamúrias, tristezas ou lástimas. Dizia que “Deus não é Triste. Se o fosse, não teria criado o mundo e a vida tão belos. Não teria feito os passarinhos cantar, o amor dos jovens, o sorriso das crianças, o sol, a lua, o mar”. O jornalista Lauro da Escóssia reuniu vários “causos” do padre e publicou um livro com o título deAnedotas do Padre Mota (1986).

Em 1951 aconteceu um caso emblemático do seu humor sagaz. Manuel Leonardo Nogueira levou uma filha para ser batizada na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, cujo vigário era o padre holandês Cornélio Dankers, o qual se recusou a fazer o batizado, alegando que os padrinhos, João Café Filho e sua esposa, eram comunistas. Note-se que Café Filho era o vice-presidente da República. Manuel Leonardo recorreu ao Padre Mota e o batizado foi celebrado na igreja Matriz. Meses depois, o padre Cornélio falando com o Padre Mota trouxe o assunto do batizado à conversa, dizendo que não compreendia a atitude do seu colega. O Padre Mota respondeu: “Cornélio, eu conheço Café. Ele não é comunista coisa nenhuma. No máximo, é um oportunista. Além do mais, ele estava longe. E, mesmo se eles [Café Filho e a esposa]estivessem aqui e fossem comunistas, eu nunca vi comunista comer criancinha”.

PADRE MESTRE

Luis da Câmara Cascudo assim escreveu sobre Padre Mota: “Padre Mestre Luís Mota, Prefeito de Mossoró, gordo, atarracado, baixo, com um passo airoso de moço-fidalgo. Padre que viveu oito anos de Roma e conheceu três Papas, que viu a Itália guerreira, bolchevista e fascista, que aprendeu a olhar o povo como organização e jamais como figura de retórica, aí está tua Mossoró, um orgulho para os olhos e uma saudade para o coração. Ninguém se iluda com tua fisionomia espirituosa e plástica, com o humorismo de tuas graças, com o infalível charuto, com a ponteira incansável de tua bengala negra. Nem pelas anedotas que contas, pelos fatos que evocas deliciosamente. Tua história vibra nesse cenário tu­multuoso e moderno de existência sem desfalecimento”.

Tribuna do Norte. Natal, 18 jan 2015

Tomislav R. Fenenick é mestre em Economia, pela PUC-SP, com extensão de Sociologia e História; pós-graduado em Economia Aplicada para Executivos, pela FGV-SP e bacharel em Ciências Contábeis, pela Universidade Cidade de São Paulo.

É sócio e diretor principal da Femenick & Associados Auditoria e Consultoria S/C Ltda, empresa nacional de auditoria, perícia e consultoria, fundada em 1987 e foi diretor adjunto (assistente da diretoria) da Soteconti Auditores, Campiglia & Cia e da Revisora Nacional/Deloit, empresas nacionais de auditoria. Foi sócio e diretor da Technoway, empresa de organização de eventos e editora; diretor superintendente das Empresas Mayrton Monteleone, revendedoras Mercedes Bens e Massey Fergunson, em São Paulo e Goiás; gerente de divisão do Banco Geral do Comércio S/A; diretor adjunto da Cia. Real Brasileira de Seguros; assistente da diretoria do Banco Cidade S/A; titular do Serpes Serviço de Promoções e Pesquisas, de Mossoró-RN, empresa jornalística, instituto de pesquisas e de elaboração de projetos econômicos, além de funcionário do Banco do Nordeste do Brasil S/A.

Na capital paulista foi professor titular dos Centros Universitários UNIBERO, UNIFMU, FIAM-FAAM e Belas Artes, nas áreas de Economia, Contabilidade, Administração, Câmbio, Comércio Exterior, Finanças, Orçamentos, Mercado de Capitais, Custos, Auditoria e Perícia Contábil, além de Coordenador Acadêmico do curso de Hotelaria, do UNIFMU, e orientador de Estágios e Monografias, do UNIBERO. Foi professor visitante na PUC-SP, UNICID, Faculdades Paulo Eiró e Faculdade Santa Rita de Cássia. Atualmente é professor da FACEN-Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal e da Faculdade União Americana e professor visitante da UnP-Universidade Potiguar e da FAL-Faculdade de Natal.

É escritor, com mais de 40 obras publicadas, entre livros e monografias. Como jornalista, atuou em vários jornais do país. Atualmente é colaborador dos jornais Tribuna do Norte e O Jornal de Hoje, de Natal, e da Gazeta do Oeste e de O Mossoroense, de Mossoró – RN.

http://www.tomislav.com.br/padre-mota-mestre-de-mossoro/

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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE V

Por Mariana Gadelha

Multiplicadores de riqueza

A veia comercial de Sebastião foi disseminada para as novas gerações, a exemplo do bisneto Flávio Rocha, presidente das lojas Riachuelo, cuja mãe Eliete era filha de Judilite e neta de Sebastião. Ela casou-se com o primo Nevaldo, filho de paulina Rocha, a qual era irmã de Elisa Rocha. Ambas eram filhas do  comerciante Delmiro Alves da Rocha Maia, natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, de onde precisou ir embora por causa de tensões políticas. Contraparente do patriarca Jerônimo Rosado, Delmiro buscou abrigo em Mossoró e montou um grande comércio na cidade. Também na terra de Santa Luzia, adentrou na carreira política e assumiu dois mandatos de vereador. Para emaranhar ainda mais essa teia de parentescos, vale destacar que os sobrenomes Alves e Maia presente no nome dele são, de acordo com o pesquisador Misherlany  Gouthier, os mesmos do senador José Agripino.

O tino para o comércio, portanto, foi passado do avô Delmiro para o neto Nevaldo, que saiu da cidade-natal Caraúbas com destino ao Recife, onde começou a trabalhar no ramo de confecções. Depois, mudou-se para Natal e iniciou a vida como empresário em 1947, quando fundou sua primeira loja de roupas chamada “A Capital”, no bairro da Ribeira. Em outubro de 1956, Nevaldo e o irmão Newton Rocha fundaram o grupo Guararapes, inicialmente uma pequena confecção de vestuário que se expandiu até se tornar a maior da América Latina.

Flávio Rocha, bisneto de Sebastião Fernandes Gurgel, com seu pai Nevaldo Rocha

Atualmente, a Guararapes possui certa de 35 mil colaboradores e produzem quase 185 mil peças por dia, totalmente comercializadas pelas lojas Riachuelo, outro negócio próspero da família que está presente em todos os estados do País. Também proprietário do Midway Mall, o maior shopping de Natal, Nevaldo Rocha é apontado pela revista Forbes como um dos homens bilionários do Brasil. O império construído por ele segue para os filhos Flávio, Élvio e Lisiane, herdeiros do empreendedorismo entre gerações, passando dos bisavôs para os netos e bisnetos.

CONTINUA... 
Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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ANÉSIA CAUAÇU - A CANGACEIRA DO SERTÃO DE JEQUIÉ

https://www.youtube.com/watch?v=6nwsAXveeLQ

Publicado em 27 de outubro de 2013

Antes de Maria Bonita se tornar famosa como a mulher de Lampião, o rei do cangaço, uma outra mulher já fazia história no interior da Bahia, bem no início do século vinte. Era Anésia Cauaçu. Foi a primeira mulher no sertão baiano de Jequié a usar calças compridas. Foi a primeira mulher a montar de frente, já que naquele período as mulheres montavam de lado numa cela chamada cilhão. Era uma mulher branca que lutava capoeira naquela época.

Categoria: Educação
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MUSEU DO SERTÃO

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Duas importantes obras de arte do Museu do Sertão (Fazenda Rancho Verde, Mossoró-RN). Padre Cícero e Frei Damião, feitos em pedra sabão, em tamanho natural (1,60 m) pelo artista plástico Norte-rio-grandense "Bibiu", de Lajes-RN.


Informação do blogdomendesemendes: O Museu do Sertão na Fazenda Rancho Verde em Mossoró não pertence a nenhum órgão público, é de propriedade do seu criador professor Benedito Vasconcelos Mendes. 

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PÁSSAROS DA ALMA

Por Rangel Alves da Costa*

Você se recorda daquelas manhãs que após abrir a janela lhe chegava uma vontade danada de voar?

Você se lembra daqueles doces e inusitados instantes quando se sentia tão feliz e tão leve que parecia que voaria a qualquer momento?

Você se recorda daqueles momentos bons, espiritualmente confortados, quando após abrir os braços em direção ao céu se sentia nas asas de um passarinho?

Você se relembra de estar tão bem emocionalmente, com alma de pluma e espírito de brisa, que parecia sair de si e subir radiante aos espaços?

Você rememora quando subiu à montanha e lá do mais alto do alto olhou o mundo ao redor, nas suas belezas e distâncias, e teve vontade de ser passarinho?

Você se recorda de ter acordado tão feliz e disposta à vida que se comprometeu a ter um dia inteiro de grandes realizações e máxima felicidade?

Você se lembra de que mesmo a tempestade chegando, o tempo tristonho, as saudades persistindo para atormentar, a sua face feliz não aceitava outra coisa senão o sorriso?

Você relembra quando de repente saiu em correria para o meio da chuva e, com roupa e tudo, se fez aquela menina de antigamente que sonhava com um momento assim?

Você recorda daqueles momentos onde as coisas ruins ou pesarosas jamais conseguiam afetar seu desejo imenso de viver plenamente seus instantes de felicidade?

Você se lembra de quando o espinho lhe feriu o dedo e nem houve reclamação, quando a pedra machucou seu pé e não houve qualquer demonstração de dor?

Você rememora quando alguém premeditadamente quis ferir sua alma, fragilizar seu espírito, lhe atormentar o coração, e ainda assim teve um sorriso como resposta?


Você relembra daquelas pessoas entristecidas passando cabisbaixas, daqueles olhares vazios sem direção, daquelas faces espelhando a dor, e o seu passo parecendo ter asas?

Você se recorda quando após a lágrima firmou compromisso consigo própria de não mais chorar por coisas vãs, e depois disso transformou o pranto em alimento do espírito?

Você rememora quando passeava pelo jardim e sentia flor, quando andava pelos campos e sentia borboleta, quando avistava a beleza da vida e parecia sonhar?

Você se lembra de quando sua mãe lhe disse que depois da alegria sempre vem uma tristeza, e como observação apenas disse que depois da alegria não teria depois?

Você se recorda quando diante da boneca de pano houve juramento de que nunca iria crescer apara não sofrer e depois de crescida ainda repete o mesmo à sua boneca invisível?

Você relembra de que seu velho diário está cheia de frases como meu pássaro quer um horizonte, minha manhã quer um colibri, meus dedos um dia escreverão poesia nas nuvens?

Você se recorda da última vez que intimamente se confessou e disse a si mesma que caminhava nos passos da vida, mas seu verdadeiro compromisso era com as estrelas?

Você se lembra de ter olhado para o alto e diante de toda aquela grandeza e mistério permanecer por longo tempo em busca da face de Deus?

Sei que não de tudo, mas de muita coisa você se recorda. Relembra da felicidade ao encontrar a manhã ao abrir a janela, da vontade de simplesmente voar sem destino, e de muito mais.

Você é ser humano e todo ser é predestinado a buscar o melhor para si, para o seu viver, para a sua estrada. Eis que a pessoa só se contenta com aquilo lhe traz contentamento e felicidade.

Você é pessoa, porém desejaria ser diferente. Disso eu bem sei. Mas o pássaro que deseja ser não está distante. Então abra os braços, agradeça a Deus pela vida, e voe. Voe bem alto, o mais alto possível.

Você tem pássaros na alma!

Poeta e cronista
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