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sábado, 24 de agosto de 2024

LANÇAMENTO DO CORDEL "LOUCOS POR CIDADANIA-BREVE HISTÓRIA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA EM NATAL

 Por Epitácio de Andrade Filho

Lançamento: Cordel ”Loucos por Cidadania -Breve História da Reforma Psiquiátrica em Natal” Baseado em texto homônimo do médico psiquiatra e militante da Luta Antimanicomial Epitácio de Andrade filho, o folheto de cordel “Loucos por Cidadania- Breve História da Reforma Psiquiátrica em Natal”, do poeta Chico de Aiá, celebra os 30 anos do CAPS/Leste.

O Centro de Atenção Psicossocial do Distrito Sanitário Leste, implantado em 1994, foi o primeiro serviço da Reforma Psiquiátrica de Natal.

A obra é composta por 33 estrofes em septilhas. Foi lançada no dia 13 de agosto de 2024, na Casa do Cordel, onde se encontra à venda. Novos lançamentos estão previstos, a começar por Parnamirim e outro na capital, ambos ainda sem data definida.

Em versos, o cordelista narra os principais acontecimentos ocorridos ao longo das 3 décadas desse processo histórico na capital do Rio Grande do Norte.

Enviado pelo Dr. Epitácio de Andrade Filho.

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LENO DA DUPLA LENO E LÍLIAN - DOIS ANOS JÁ SE PASSARAM DA SUA MORTE.

 Wikipédia

Gileno Osório Wanderley de Azevedo (Natal25 de abril de 1949 – Natal, 8 de dezembro de 2022), mais conhecido como Leno, foi um cantorcompositor e guitarrista brasileiro.

Carreira

Começou sua carreira musical em 1965 durante a Jovem Guarda. Após a participação em algumas bandas, foi descoberto por produtores da gravadora CBS, quando conheceu Renato Barros - da banda Renato e Seus Blue Caps - e passou a formar uma dupla com Lílian Knapp, namorada de Renato e amiga de infância de Leno.[1] 

Sua parceiraLílian Snapp - https://www.youtube.com/watch?v=7Des6KzJlTQ

A dupla Leno e Lilian lançou o seu primeiro single em 1966, um compacto com as canções "Pobre Menina" e "Devolva-me" que, a partir das participações da dupla no programa Jovem Guarda da Rede das Emissoras Unidas, estoura, fazendo grande sucesso e tornando a dupla conhecida nacionalmente. No mesmo ano, eles lançariam seu primeiro LP autointitulado e contendo, além das canções do compacto, "Eu Não Sabia que Você Existia", que também faz sucesso nas rádios. Na sequência do sucesso, Leno passa a compor canções para outros artistas da gravadora, especialmente Renato e seus Blue Caps, construindo reputação também como compositor.[2]

https://www.youtube.com/watch?v=2_u7kgfsjJs

Após o lançamento do segundo álbum de estúdio - Não Acredito, que emplacou "Não Acredito" e "Coisinha Estúpida" nas rádios -, desentendimentos entre os dois cantores levaram ao fim da dupla, em 1968. No mesmo ano, lança o primeiro álbum de sua carreira solo, Leno e faz sucesso com a canção "A Pobreza". 

https://www.youtube.com/watch?v=5fBrLqlfyXc

Participa, como compositor, dos álbuns da "banda Renato e seus Blue Caps" do final da década de 1960[3] Após mais um disco que tenta repetir a fórmula da Jovem Guarda, A Festa dos seus 15 Anos, não conseguir emplacar nenhuma canção nas rádios, passa a buscar uma reformulação para a sua carreira solo. 

https://www.youtube.com/watch?v=Tga1zKeI5lY

Assim, conhece Raul Seixas, que era produtor da gravadora CBS, e os dois passam a ser inseparáveis. É Raul quem aponta uma nova direção para a sua carreira ajudando a produzir o disco Vida e Obra de Johnny McCartney, entre novembro de 1970 e janeiro de 1971. Entretanto, com diversas canções censuradas, o álbum é engavetado pela gravadora, sendo lançado apenas um compacto duplo. Ainda, Leno é informado que as fitas master do disco foram destruídas. 

https://www.youtube.com/watch?v=Vt3fLsoOI0o

Aquele álbum - com produção e letras de Raul Seixas e participações das bandas A Bolha, Renato e seus Blue Caps e a uruguaia Los Shakers - deveria ter sido o divisor de águas de sua carreira e o primeiro álbum lançado em 8 canais no Brasil, o que acabou não acontecendo.[4]

https://www.youtube.com/watch?v=DoDylH-V5Bo

Assim, em 1972, retoma a dupla com Lílian, lançando dois discos, mas sem o sucesso de outrora. Em 1976, lança Meu Nome É Gileno, com músicas próprias (como a regravação de "Grilo City", do disco de 1971) e regravações como "Luar do Sertão" (do poeta Catulo da Paixão Cearense) e "Me Deixe Mudo", do compositor e músico experimentalista Walter Franco.[4] Nos anos 1980, lança um único disco, tendo dificuldade de permanecer com a carreira musical. 

Na década seguinte, participa de diversas homenagens à Jovem Guarda que trazem novamente a possibilidade de gravar. Em 1995, o pesquisador Marcelo Fróes descobre as fitas master de Vida e Obra de Johnny McCartney nos arquivos da gravadora Sony Music Brasil, sucessora da CBS, e Leno lança, finalmente, o seu disco de 1971. Nos anos seguintes, faz apresentações e lançamentos a partir da nostalgia gerada pela Jovem Guarda e pela sua ligação com Raul Seixas.[5]

Morte

Os fãs do Leno tiveram o desprazer de saberem que o artista faleceu no dia 08 de dezembro de 2022 em sua cidade natal que era Natal no Rio Grande do Norte. Ele enfrentava um câncer.[6]

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CANGAÇO: QUEM FOI O IDEALIZADOR DO ATAQUE DE LAMPIÃO À MOSSORÓ.

Por Honório de Medeiros

Quem foi o idealizador da invasão de Mossoró, em 13 junho de 1927? Não o planejador ou o executor, mas o idealizador?

Sabemos que o planejamento coube ao Coronel Isaías Arruda, a Massilon, e a Lampião. A execução, a Massilon e Lampião.

Mas quem foi seu idealizador?

Argemiro Liberato e esposa

O ponto de partida para respondermos essa pergunta é a análise da participação, no episódio, desses três personagens principais: Lampião, o Coronel Isaías Arruda, e Massilon.

Massilon Leite, Isaías Arruda e o capitão Lampião

A importância deles é tal, que sem qualquer um dos três, não teria havido a invasão. Todos os outros participantes são secundários, embora possam ser importantes.

Entretanto, Lampião pode ser retirado, com alguma segurança, dentre os possíveis idealizadores, por uma razão muito simples: Jararaca, testemunha da conversa entre o cangaceiro e o Coronel Isaías Arruda, acerca do projeto de ida a Mossoró, foi muito claro quando afirmou que nunca houve a intenção, do bando, de penetrar no Rio Grande do Norte.

Manoel Francisco de Lucena Filho, o “Ferrugem”, Manoel Ferreira, o “Bronzeado”, assim como Francisco Ramos de Almeida, o “Mormaço”, disseram o mesmo.

E é praticamente consenso na literatura do cangaceirismo, a resistência inicial de Lampião de levar a frente tal aventura.

Sobram o Coronel Isaías Arruda e Massilon.

O Coronel Isaías Arruda também poderia ser retirado, levando-se em consideração o seguinte: ele não chamou Lampião a Aurora, pois vinha sendo pressionado insistentemente pelo Governador do Estado, José Moreira da Rocha, o “Moreirinha”, seu aliado, para se afastar de cangaceiros e jagunços. “Moreirinha”, por sua vez, sofria intensa pressão do Governo Federal nesse sentido.

Mas é notória a participação do Coronel no ataque a Apodi, em 10 de maio de 1927. Como é notório o viés político desse ataque: Coronéis cearenses, paraibanos e potiguares agiram em conjunto, nas sombras, contra a liderança do Coronel Chico Pinto, em crime executado por Massilon.

Então, é de se supor que o Coronel Isaías Arruda não chamou Lampião, mas aproveitou a oportunidade de sua chegada repentina.

Dizemos que aproveitou a oportunidade porque, aparentemente, o projeto de invadir Mossoró já existia há algum tempo e, para tanto, Massilon já recrutava cangaceiros pelo Sertão paraibano, provavelmente em comum acordo com o Coronel.

Existem dois fatos que asseguram a forte ligação entre o Coronel Isaías Arruda e Massilon, fundada em interesses mútuos:

a) em junho de 1926, Massilon e José Gonçalves de Figueiredo mataram João Vieira, em uma emboscada cujo objetivo era eliminarem integrantes da família Paulino, inimigos figadais do Coronel Isaías Arruda. Isso significa que Massilon era da mais estrita confiança do Coronel[1];

b) em maio de 1927, Massilon atacou Apodi, executando projeto do Coronel Isaías Arruda e seu sobrinho José Cardoso, a pedido de Décio Holanda, genro de Tylon Gurgel, chefe da oposição ao Coronel Chico Pinto naquela cidade.

O recrutamento de cangaceiros por Massilon, no intuito de invadir Mossoró, pode ser indiretamente comprovado: antes de Lampião chegar inesperadamente a Aurora, ele não sabia, mas o projeto de invadir Mossoró já existia. É o que se lê às folhas 30, da quarta edição de A Marcha de Lampião[2], Raul Fernandes, no item 2, do 1º Capítulo:

"Em dezembro de 1926, Joaquim Felício de Moura, sócio da firma Monte & Primo, em Mossoró, viajava pelo interior da Paraíba. Na cidade de Misericórdia, encontrou-se com o destacado comerciante e fazendeiro Antônio Pereira de Lima, que lhe falou da acirrada perseguição do bandido Virgulino Ferreira a sua família. Sem maiores rodeios, contou-lhe o plano de Jararaca, Sabino, Massilon e Lampião de assaltarem Mossoró com quatrocentos homens. Adiantou ser impossível reunirem tanta gente. Advertiu-o, porém, sobre o costume de mandarem espiões disfarçados de feirantes, mendigos e cantadores, aos lugares previamente escolhidos. Conversou sobre a possibilidade de defesa da cidade e pediu-lhe levar esses fatos ao conhecimento do Prefeito Rodolpho Fernandes.

Daí por diante os boatos se sucederam. Na última quinzena de abril, 27, a notícia veio à luz de modo concreto. Argemiro Liberato, de Pombal, escreveu ao compadre Rodolpho Fernandes sobre a pretensão do chefe dos bandidos. Dos remotos sertões de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará surgiam indícios dos agenciadores da vergonhosa empreitada".

Em “Notas” (p. 40) ao 1º Capítulo, Raul Fernandes observou:

"Afonso Freire de Andrade e inúmeras outras pessoas conheceram a carta. Mossoró (RN), 23.12.1971. - Informações prestadas ao autor. 

Obs.: Ouvi de meu pai referências à missiva"[3]

Quanto a Argemiro Liberato, no meu Histórias de Cangaceiros e Coronéis[4] (p. 119), transcrevo artigo de Kydelmir Dantas, Cofundador e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), intitulado Cartas e Bilhetes Antes de Lampião, no qual se lê o que segue:

“Esta carta[5] foi levada ao conhecimento dos amigos de confiança do prefeito, por este, que estavam preparando a estratégia para a formação das trincheiras nos pontos principais da resistência. Dentre estes, Joaquim Felício de Moura, Afonso Freire de Andrade e outras pessoas mais chegadas confirmaram tê-la visto nas mãos do ‘coronel Rodolpho’.

Para a família, dias após o ataque, Rodolpho Fernandes fez referências sobre esta missiva do amigo paraibano de Pombal.

Outra confirmação do envio desta carta está no artigo “Major Argemiro Liberato de Alencar: o amigo de Rodolpho Fernandes”, escrito pelo seu neto Geraldo Alves de Alencar, hoje residente em São Luiz do Maranhão, que cita o seguinte sobre o avô: ‘Era fazendeiro, proprietário da Fazenda Estrelo, situada em sua cidade natal. Exercia também a profissão de comerciante, trazendo da Paraíba algodão transportado em costas de burros e vendido em Mossoró, estado do Rio Grande do Norte. O principal comprador era a firma cujo maior acionista era seu amigo e compadre o Cel. Rodolfo Fernandes. Em suas viagens como almocreve retornava a Pombal com sal e outros gêneros. Mesmo tendo um sobrinho nas hostes do cangaço, o qual atendia pelo nome de Ulisses Liberato de Alencar, Argemiro era profundamente contra o banditismo rural, chegando inclusive a avisar ao Cel. Rodolfo Fernandes, quando este era prefeito de Mossoró em 1927, que o cangaceiro tencionava atacar a cidade considerada capital do oeste potiguar. Declaradamente anti-Lampiônico, Argemiro Liberato de Alencar nunca chegou a ser perseguido pelo “rei do cangaço” porque Lampião sabia da amizade existente entre ele e o Padre Cícero.’

Evidentemente o aviso não era acerca de um futuro ataque de Lampião, mas, sim, de um futuro ataque de cangaceiros”.

Provavelmente Joaquim Felício estivesse errado quanto a José Leite de Santana, o Jararaca. Como nos assevera Frederico Pernambucano de Mello[6], a área de atuação do cangaceiro a área de atuação do cangaceiro eram as ribeiras do Moxotó e Pajeú, em Pernambuco. E o próprio Jararaca, declarou, quando preso em Mossoró, além de outros cangaceiros, que Lampião nunca pensara em atacar a cidade[7].

Já Sabino Gomes de Góis, embora atuasse nos arredores do município de Cajazeiras, Paraíba, estava, naquele momento, integrado ao bando de Lampião, desde o ataque à Souza, no mesmo Estado, em 27 de julho de 1924, do qual não se separará até sua morte (dele), em fevereiro de 1928, após o conhecido tiroteio de Piçarra, em Porteiras, Ceará.

Ora, se Sabino tinha intenção de aventurar-se até Mossoró, é evidente que Lampião seria o primeiro a sabê-lo. Repita-se, entretanto: Lampião nunca teve a intenção de invadir o Rio Grande do Norte. Sequer sabia da existência desse projeto. Os escritos acerca da história da invasão de Mossoró são consensuais quanto a isso, a partir dos depoimentos de vários cangaceiros, dentre eles, Jararaca.

 

Ainda a favor dessa hipótese, a de que o ataque foi idealizado bem antes de sua realização há, também, além da correspondência de Argemiro Liberato e do recado de Joaquim Felício, a notícia veiculada pelo “O Mossoroense” de 15 de maio de 1927, de que na invasão de Apodi, por Massilon, o projeto de invadir Mossoró já existia, insinuando, sem rodeios, que essa pretensão, a ocorrer em dias vindouros, integrava empreitada de grande vulto, e dele dera conhecimento, ao Coronel Rodolpho Fernandes, a carta de Argemiro Liberato.

Observe-se que essa edição de “O Mossoroense”, jornal dirigido por Rafael Fernandes, primo e correligionário do Coronel Rodolpho Fernandes, veio a lume cinco dias após a invasão de Apodi por Massilon. Basta, então, darmos a devida importância à ligação entre essa matéria do jornal e a anterior correspondência de Argemiro Liberato encaminhada ao Prefeito, bem como ao recado de Joaquim Felício.

Se assim o é, se de fato o Coronel Isaías Arruda e Massilon trabalharam juntos nessa empreitada antes da chegada de Lampião, desde, pelo menos, meados de 1926, se a ambos podemos atribuir todo o planejamento do projeto, a pergunta, agora passa a ser outra: foram eles que idealizaram (arquitetaram) o projeto da invasão a Mossoró?

É muito difícil acreditar que Massilon recrutasse cangaceiros e jagunços pelo Sertão, sem que disso soubesse o Coronel Isaías Arruda.

Outra questão: por que Mossoró? Por que não Cajazeiras, Souza, Patos ou Pombal, na Paraíba? Caicó, Currais Novos, São Miguel, Pau dos Ferros ou Martins, no Rio Grande do Norte, ou as cidades do Vale do Jaguaribe, no Ceará, se o objetivo fosse meramente arrancar dinheiro?

E se o objetivo era meramente arrancar dinheiro, por que o alvo do ataque foi a residência do Coronel Rodolpho Fernandes, e, não, a agência do Banco do Brasil ou o comércio da cidade?

Então, cabe perguntar: quem, na verdade, idealizou (arquitetou) o ataque a Mossoró?

Qualquer que seja a resposta, de tudo quanto se disse algo fica claro: o Coronel Isaías Arruda e Massilon foram os grandes responsáveis pela invasão de Mossoró. Principalmente Massilon, que planejou com o Coronel, e executou com Lampião. 

Ele é o personagem principal desse drama épico, e somente é possível uma história de tudo quanto aconteceu, uma história que tenha causas e efeitos, e não apenas a descrição horizontal do acontecimento em si, se o investigarmos, bem como suas conexões com os coronéis da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para os quais “jagunçou”, mas sempre como chefe de bando.

[1] Conforme Vida e Morte de Isaías Arruda; TAVARES CALIXTO JÚNIOR, João. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora; 2019.

[2] Natal: Editora Universitária, 1982.

[3] Raul Fernandes era filho do Coronel Rodolpho Fernandes. 

[4] MEDEIROS, Honório de. Natal: Sebo Vermelho, 2015. 

[5] A de Argemiro Liberato para o Coronel Rodolpho Fernandes. 

[6] “GUERREIROS DO SOL”; 2a. edição; A Girafa; 2004; São Paulo, SP. 

[7] No “Auto de Perguntas” feitas a Jararaca consta, também, a seguinte declaração sua: “que saíram em dias do mês de maio findo, do Pajeú, estado de Pernambuco, e que acompanhava Lampião há pouco mais de um ano”. Antes de Lampião, Jararaca, ainda segundo seu depoimento, estava no Primeiro Regimento de Cavalaria Divisionária, tomando parte na revolta de São Paulo a favor da legalidade, com a Coluna Potiguara (“LAMPIÃO EM MOSSORÓ”; NONATO, Raimundo; sexta edição; Coleção Mossoroense; 2005; Mossoró).

http://honoriodemedeiros.blogspot.com/2020/08/cangaco-quem-foi-o-idealizador-do.html

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QUASE UM SÉCULO DEPOIS, MOSSORÓ RECEBE DE VOLTA CARTA DO PREFEITO RODOLFO FERNANDES A LAMPIÃO

 Por defato.com

Prefeita Rosalba recebe documento histórico do jornalista e historiador Robério Santos

Quase um século depois, Mossoró recebeu de volta a carta original do prefeito Rodolfo Fernandes a Virgulino Ferreira Lampião, em que recusava atender o pedido de 400 contos de réis para evitar a invasão do bando do temido cangaceiro.

O documento histórico foi entregue na tarde deste sábado, 13, exatamente no aniversário de 93 anos da resistência do povo de Mossoró ao bando de Lampião. A solenidade aconteceu no Palácio da Resistência – sede da Prefeitura.

Coube ao jornalista e historiador sergipano Robério Santos entregar as cartas nas mãos da prefeita Rosalba Ciarlini.

A carta endereçada ao coronel Antônio Gurgel, que era refém do bando, informava a recusa pela entrega dos 400 contos de réis, que eram pedidos pelo cangaceiro para que ele não invadisse a cidade. Diante da negativa, Mossoró se tornou alvo de Lampião e do seu bando e, no dia 13 de junho de 1927, mostrou a resistência do seu povo ao expulsar o bando da cidade.

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA

"Antônio Gurgel,

Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos 400.000 contos, pois não tenho, e mesmo no comércio é impossível encontrar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do Banco, Sr. Jaime Guedes. Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.

Rodolfo Fernandes"

O documento foi encontrado por Robério Santos no estado de Sergipe. Ele decidiu entregá-lo para a Prefeitura de Mossoró. O historiador explicou que um documento tão importante e com uma representatividade histórica tão grande deve ser entregue ao município. “Essa carta não merece estar na mão de um particular. Felicidade em tê-la encontrado, mas ela fica agora n o Museu Lauro da Escóssia, em Mossoró.

Professor, Jornalista, Cineasta, fotógrafo, romancista, pesquisador e criador da revista OMNIA, Robério Santos foi também colunista da Revista Perfil, cofundador do periódico Carta Serrana. Apaixonado por fotografia fez um magnífico trabalho de reprodução de chapas fotográficas antigas dos grandes fotógrafos de Itabaiana, cidade sergipana em que nasceu. Desde 2013, ocupa a cadeira 15 da Academia Itabaianense de Letras e não esconde sua paixão por temas relacionados ao cangaço.

https://defato.com/cultura/89294/quas

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REMINISCENCIAS – DADOS BIOGRÁFICOS DE RODOLFO FERNANDES

Por Wilson Bezerra de Moura

A Terra ou lugar tem seus filhos de nascimento ou adotivos, estes são aquelas pessoas que nela habita, portanto são chegadas de outras terras e a ela se apegam nos hábitos e costumes da nova terra.

Estas sem dúvida são as pessoas que se tornam na mesma relação, irmãos por adoção porque pode se constitui em adoção por naturalidade, de sorte que assume os compromissos legítimo e constitucionais, quando a terra mais precisa de sua contribuição, no caso de Rodolfo Fernandes este por legitimo direito defendeu a cidade do jugo dos bandido capitaneados por Lampião.

Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins, foi um deste, chegou a Mossoró pela década de 20, armou sua rede na história mosssoroense, principalmente quando a terra mais precisava de sua contribuição já como prefeito da cidade para juntos defenderem a cidade das garras do trágico bandido Virgolino Ferreira o Lampião.

Lampião e seu respeitado bando de facínoras.

Convocou a cidade para unidos formar pacto em defesa do trágico bandido e o fez com firmeza de propósito para garantir a segurança de todos.

Nascido na cidade de Porta Alegre em 21 de maio de 1872, filho de Antônio Manuel de Oliveira Martins, consorciado com Joana Gomes de Amorim agindo em comportamento de político em defesa dos direitos constitucionais sobre a terra que lhe deu abrigo.

Essa época nessa região nordestina era de grande dificuldade com a Seca que dominava toda região, no ano de 77, ainda jovem procurou a região da Amazônia com outros companheiros, alguns deles voltaram outros pereceram com a malária, pois ele conseguiu na condição de chefe do grupo escapar da grande tragédia.

Por algum tempo foi comerciante em Paus dos ferros em 1889, retornou a Macau, integrando-se ao grupo empresarial Companhia Comercio e Navegação e de Tertuliano Fernandes e Companhia, uma tradicional firma algodoeira, importadora e exportadora, além de outra tradicional firma Tertuliano Fernandes e Companhia, nessa época fixou residência em Mossoró,

Em 1900, se casou com família tradicional da região.

Além de político se tornou Industrial Salineiro, proprietário de Salinas São Raimundo e Pedrinha tornou-se Sócio de grandes empresas algodoeiras Tertuliano Fernandes e Cia., que dominava o sistema algodoeiros e salineiro comércio interno e externo.

A cidade ficou reconhecida por seu trabalho como político e industrial, tornando-se importante no aspecto social, político, quando prefeito, Industrial e acionistas de significativo papel de empreendimentos.

No primórdio dos tempos foi Rodolfo Fernandes o implantador de importante Cata-vento destinados a puxar águas às suas salinas.

https://www.omossoroense.com.br/reminiscencias-dados-biograficos-de-rodolfo-fernandes/

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CORONEL RODOLFO FERNANDES - O HERÓI DA RESISTÊNCIA AO CANGACEIRO CAPITÃO LAMPIÃO.

Por José Mendes Pereira

Prefeito de Mossoró Rodolfo Fernandes

Há pessoas que nascem em Mossoró, mas não são mossoroenses; há pessoas que embora vindas de outros lugares, adotam Mossoró como sua terra e tratam de engrandecê-la, de torná-la cada vez melhor, e com ela crescem, prosperam e, por direito, tornam-se mossoroenses. Para aqueles, Mossoró foi a terra em que nasceram; para esses, Mossoró foi a terra que escolheram para morar. Rodolfo Fernandes pertence a última categoria.Nascido em Portalegre/RN a 24 de maio de 1872, começou sua vida de trabalho muito cedo, sendo ainda adolescente quando se iniciou no comércio na cidade de Pau dos Ferros/RN, emigrando depois para a Amazônia durante o primeiro ciclo da borracha, como tantos outros nordestinos. Regressou ao Rio Grande do Norte dois anos depois, indo morar na cidade de Macau, trabalhando na indústria salineira para a Companhia comércio, onde construiu salinas e implantou diversas modernidades. 

Atraído pelo desenvolvimento de Mossoró, veio aqui se estabelecer, casando-se em 1900 com Isaura Fernandes Pessoa, com quem teve quatro filhos: José, Julieta, Paulo e Raul. Já em Mossoró, trabalhou para a grande firma Tertuliano Fernandes & Cia., também construindo salinas e substituindo o tradicional cata-vento para puxar água por um motor a óleo, o que permitia maior aproveitamento das marés. Em 1918 estabeleceu-se por conta própria na indústria salineira.Elegeu-se prefeito de Mossoró em 1926. 

Teve sua memória perpetuada no coração dos mossoroenses por sua atitude decisiva em defesa de Mossoró. De todos os seus feitos, talvez o que tenha lhe dado maior projeção tenha sido a maneira como o mesmo enfrentou a horda de cangaceiros chefiados por Lampião, que na tarde de 13 de junho de 1927 invadiram Mossoró. Pretendiam, os facínoras, extorquir uma vultosa quantia para não atacar a cidade. O Cel. Rodolfo Fernandes reagiu negativamente e comandou a defesa da cidade como um grande general, mandando, inclusive, que qualquer pessoa que não fosse participar ativamente da defesa saísse da cidade como medida de precaução. Essa medida, certamente, evitou muitas mortes desnecessárias.Era homem de arrojadas iniciativas de caráter urbanístico. 

Em sua administração iniciou o calçamento de algumas ruas e da praça 6 de Janeiro, que posteriormente recebeu o seu nome. Construiu também o primeiro jardim público de Mossoró. Um fato curioso é que quando foi iniciado o calçamento em Mossoró, muitos habitantes ficaram insatisfeitos, achando que com o chão coberto de pedras, a temperatura da cidade, que já era em alguns momentos quase que insuportável, iria aumentar. Foi mais uma luta do prefeito para mudar a opinião dessas pessoas, na luta pelo progresso da cidade. O Cel. Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins foi um lutador. Um sertanejo simples, mas de visão voltada para o futuro. Soube como poucos amar Mossoró. “Conseguiu realizar uma obra verdadeiramente notável, dentro dos estreitos limites das finanças do município”, como depõe Vingt-un em seu Mossoró. Mas não chegou a terminar o seu mandato. 

A 16 de setembro de 1927, com a sua saúde abalada, requer licença para tratamento médico no Rio de Janeiro, onde faleceu a 11 de outubro do mesmo ano. E Mossoró chora a sua morte. Várias homenagens foram prestadas em sua memória, tendo sido inclusive criado, em 1963, o município de Rodolfo Fernandes, desmembrado do de Portalegre. De Rodolfo Fernandes ficou o exemplo de homem de visão, pioneiro e libertador, digno das mais altas homenagens do povo mossoroense. E por sua bravura no episódio da defesa da cidade contra os cangaceiros de Lampião, ficou conhecido como “O herói da resistência”. ração".

(Transcrito na coluna GERALDO MAIA), no jornal O MOSSOROENSE, edição do dia seis de junho de 2001-quarta feira

http://oestenewsblog.blogspot.com/2009/04/rodolfo-fernandes.html

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