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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

80 ANOS DA DIOCESE DE MOSSORÓ - 23 de Novembro de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento

No dia 18 de novembro de 1934, num dia de domingo, dava-se a inauguração da Diocese de Mossoró, conforme determinação do Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas. O padre Luiz Ferreira Cunha da Mota registrou no 4º Livro de Tombo da Matriz:


“Tendo recebido procuração de S. Excia. Revma. para em seu nome oficiar na cerimônia conforme as prescrições canônicas, o fiz com toda a solenidade na Catedral de Santa Luzia em sessão pública, com o comparecimento de todas as associações católicas, clero, autoridades e grande público. Nesta ocasião, tomei da palavra para explicar o grande acontecimento e declarar oficialmente inaugurada a Diocese de Mossoró. O Cônego Amâncio Ramalho, como secretário do ato, procedeu à leitura em vernáculo da Bula de criação da Diocese, do S. Padre Pio XI, datada de Roma, no dia 28 de julho do corrente ano como também da Provisão da Nunciatura Apostólica do Rio de Janeiro, nomeando o Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas, Administrador Apostólico da nova Diocese até a nomeação do seu primeiro Bispo. De tudo fez-se ata especial em livro próprio para os atos da Diocese e foi assinada por todos os presentes. Em seguida à solene sessão, oficiou-se um “Te Deum” em ação de graças. A Catedral estava repleta de todo povo católico de Mossoró, representado por todos os seus elementos sociais. Era notada a satisfação geral com a elevação da sua Igreja à dignidade de Sé-Catedral e nossa cidade distinguida com tão grande honra pela Igreja de N. S. Jesus Cristo. Renovaram-se os cumprimentos ao Sr. Bispo de Natal, nosso Administrador Apostólico, ao Vigário da Catedral de Santa Luzia, ao Clero.” 

Assim foi a instalação da Diocese de Mossoró que último dia 18 completou oitenta anos de existência, com a leitura da “Bula de criação da Diocese de Mossoró”, pelo Padre Mota.

No dia 20 de dezembro de 1935 chegava a Mossoró a notícia da nomeação do seu primeiro Bispo, que recaiu na pessoa do Monsenhor Jaime de Barros Câmara, que era Reitor do seminário menor de Azambuja, em Brusque, no Estado de Santa Catarina. Na Catedral foi dada oficialmente a notícia ao povo pelo vigário Pe. Luís da Mota. Foi também feita à comunicação a todos os vigários da Diocese.

No dia 2 de fevereiro de 1936 foi sagrado em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, como estava determinado, o Esmo. Sr. D. Jaime Câmara, 1º Bispo de Mossoró. A cerimônia foi presidida pelo Exmo. Sr. D. Joaquim Domingos de Oliveira, tendo como assistente os Exmos. Srs. D. Daniel Hostin, Bispo de Lajes, e D. Pio de Freitas, Bispo de Joinvile.

Avisado o povo mossoroense, antecipadamente, houve muita assistência dos fiéis às missas em que se fizeram comunhões na intenção de S. Excia. Revma. Foram passados muitos telegramas de felicitações a D. Jaime.

Dom Jaime Câmara chegou a Mossoró no dia 26 de abril de 1936, às 5 horas da tarde, sendo recebido na Estação da Estrada de Ferro pelo Clero, associações, autoridades e grande massa de populares. Paramentando-se ali e depois de ouvir a saudação que lhe dirigiu o Dr. Epitácio Fernandes, Juiz preparador, em nome do Governo do Município e do povo católico da Diocese, seguiu para a Catedral, onde tomou posse solene do Bispado, com todas as prescrições da liturgia da Igreja.

Como 1º Bispo, D. Jaime fez um grande trabalho de cunho apostólico e social. Para ilustrar as suas ações, podemos citar as visitas pessoais feitas as salina, então focos de insurreição, a organização dos operários em Círculos Católicos, as pregações nas próprias fábricas, onde se confessavam anualmente os operários para as grandes solenidades cívico-religiosas de 1º de maio, a construção da Vila Operária, construção do Abrigo “Amantino Câmara”, para a velhice desamparada, instituição até hoje em funcionamento, a doação de uma casa para instalação do Lactário mantido pela Prefeitura e muito mais.

Operosa e produtiva nasceu a Diocese de Mossoró. E rogamos ao Pai para que possa ser sempre vista como uma presença de Cristo em nossa terra.

Geraldo Maia do Nascimento


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O CANTOR JOÃO MOSSORÓ FARÁ SHOW AMANHÃ (SÁBADO), DIA 06 DE DEZEMBRO NO RIO DE JANEIRO

 
O cantor João Mossoró fará show amanhã, sábado, no dia 06 de Dezembro de 2014, 
no Rio de Janeiro, no bairro Benfica no"Mercadão Cadegue".
Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".



Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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NO DIA 17 DE FEVEREIRO DE 1981 MOREU O CANGACEIRO ZÉ SERENO


No dia 17 de Fevereiro de 1981 o jornal "Folha da Tarde" de São Paulo,  noticiava a morte do ex- cangaceiro Zé Sereno, um dos homens de confiança de Lampião.


Material gentilmente cedido por Gila Sousa Rodrigues filha do casal Sila e Zé Sereno. — com Gila Sousa Rodrigues e Patricia Rodrigues Szabo.

 Fonte: facebook

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CONVITE FEITO PELA EDITORA DO HOTEL SEARA


Tizim e demais integrantes do Projeto Cultural França Brasil, vejam que coisa linda, estou feliz com esse convite feito pelo amigo Marcelo / Ana Rosa, do Grupo do Hotel Seara que está acolhendo, graciosamente, a nossa Presidente Diva Pavesi. Logo mais estaremos recebendo, este convite concluído, pois falta o conteúdo em Francês, que ficará no verso. 

Estou enviando cópia para a nossa Presidente Diva Pavesi, creio que ela vai gostar. Quando tiver com ele completo - concluído, encaminharei para você, a equipe do Projeto Cultural França Brasil, a Diva Pavesi, bem como para todos os envolvidos (neo-membros da Divine e escritores da Coletânea CEARÁ EM CENA). Com relação ao encaminhamento para as altas autoridades, governamentais e culturais, adotaremos o esquema que definimos. 

Abraços Socorro Cavalcanti

Enviado pelo professor Benedito Vasconcelos Mendes

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VAMOS AO QUE ESTÁ ESCRITO

Por Raul Meneleu Mascarenhas

No livro "Cangaço, a força do Coronel" JÚLIO JOSÉ CHIAVENATO no tópico "Mulheres o tesão da liberdade" fala sobre a mulheres cangaceiras e o fato marcante desse acontecimento que foi a entrada das mulheres no grupo de Lampião.

Foi um caso marcante e novo, formando um padrão de comportamento antes inexistente dos cangaceiros. Uma das primeiras coisas que podemos notar foi a forma cuidadosa que passaram a ter em suas investidas nos assaltos e roubos, pois nenhum que tinha mulher queria ser ferido ou morto. Outro ponto bastante positivo foi que tornaram-se mais cuidadosos aumentando os tratos físicos individuais por cuidarem mais de sua higiene pessoal.

VAMOS AO QUE ESTÁ ESCRITO:

Quanto à questão amorosa, tinham suas regras e muitas vezes eram aplicadas com rigor, quando alguma mulher traia seu par. O exemplo do triângulo Zé Baiano-Lídia-Bentevi pode ser visto como regra imperiosa para a união dos cangaceiros.

Lídia é sempre citada pelos historiadores como "muito fogosa" e a mais bela das cangaceiras. Conta-se que em uma das ausências de Zé Baiano ela teve um namoro com o cangaceiro Bentevi, e certo dia, os dois amavam-se no mato e foram observados por Coqueiro, que esperou o amante afastar-se e assediou Lídia, dizendo-lhe que se ela se negasse, ele contaria a Zé Baiano.

Ela recusou, desafiando: "Podi contá. Mas ocê num mi comi!"

Quando Zé Baiano voltou, Coqueiro contou-lhe o ocorrido, na frente de todo o bando. Lídia enfrentou a situação com coragem e confirmou a aventura, dizendo que Coqueiro estava despeitado.

Lampião ouviu calado. Ao perceber a perfídia de Coqueiro, fez um sinal ao cangaceiro Gato, que matou o delator com um tiro na testa. Zé Baiano — a informação é cangaceiros sobreviventes — prendeu a moça para dar sua sentença no dia seguinte.

Maria Bonita pediu a Lampião para salvá-la, mas ele recusou: já tinha justiçado Coqueiro e Lídia era problema de Zé Baiano. A história tem dois finais. Uns contam que Zé Baiano matou a moça a tiros, chorando muito depois. Outros, que ele a matou a cacetadas, começando por quebrar-lhe as pernas e os braços, até desfigurá-la.

Qualquer que seja o epílogo, demonstra a dureza da justiça cangaceira e os novos comportamentos do bando a partir da entrada das mulheres. Esse "justiçamento" induzido pela infidelidade, em lugar de degenerar em violência e desagregação do bando vai consolidar sua identidade cultural.

Significativo é o desfecho do caso de Cristina e Português, chefe de um subgrupo de Lampião. Ela o traiu com Gitirana, do grupo de Corisco. Matreiro e um tanto covarde, Português não quis matar pessoalmente Gitirana. Mandou seu cabra Catingueira fazer o "trabalho". Catingueira chegou ao coito de Corisco e chamou Gitirana para um "particular". Corisco atalhou: "Boi do cu branco qué matá meu rapaiz? Ocê num é homii pra atirá im rapaiz meu!"

Estava armado o quiproquó. A gente de Português avançou, os dois bandos embalaram as armas. Lampião e Maria Bonita olhavam de longe. Maria Bonita aproximou-se e deu uma sugestão para resolver o impasse: matar a culpada, Cristina. Na narração de Correa de Araujo, Corisco respondeu: "Ela deu u qui era dela. Ninguém tem nada cum isso."

"É", argumentou Maria Bonita, mais "Portugueis vai ficá desmoralizado."

"Ele qui cuidi da muié deli. Du meu rapaiz cuido eu."

Lampião foi o juiz. Decidiu que Corisco tinha razão. Era o cumprimento fiel da lei. Serenaram os ânimos. Cristina abandonou Português e quis ficar no grupo de Lampião. Foi recusada, pois era frívola e causaria disputas entre os homens.

Guardou-a uns dias até que ela pudesse voltar para a casa dos seus pais. Na viagem foi morta: Português "empreitou" sua morte com outros três cangaceiros. O trato foi quebrado, mas Português achou um "casuísmo" para justificar-se. Alegou que, viva, Cristina era um perigo. Seria pressionada pela polícia e revelaria os esconderijos dos cangaceiros.

Entre outras coisas, esses acontecimentos revelam algo importante: no cangaço. a sertaneja conquista seu direito ao sexo. Corre riscos extremos em defesa de sua liberdade sexual. Ao tornar-se bandida, luta por seus direitos, mesmo transgredindo as regras do grupo e sabendo que morrerá. Nesse aspecto, a infidelidade não é falta de caráter, mas o desafio — consciente ou não — às regras que a oprimem. Maria de Pancada é um exemplo dessa "libido despertada". Pancada pediu ao companheiro Balão para escoltá-la a um certo local. No caminho, ela "teve vontade" e "cantou" o cabra. "Ocê é muito macho nas brigada, mais eu quiria vê se tu é homi mesmo." Ele refugou, ela provocou. Enfim, o inevitável. Uma vez não a satisfez, obrigou Balão a "provar" mais duas vezes. É provável que mulheres liberadas, descobrindo seu erotismo, aproveitassem a vida do cangaço para satisfazer seus desejos. No entanto, não havia promiscuidade. As pessoas se respeitavam.

A fidelidade, até hoje, é tabu inexorável da moral sexual do sertão. As circunstâncias do cotidiano agudizavam ou amenizavam as transgressões. No cangaço criaram-se novos hábitos necessários à segurança do bando. Por exemplo, a necessidade das "viúvas" permanecerem no grupo. Quando o homem morria, não se pensava em "devolver" a mulher à família. Isso significaria um perigo constante: podiam ser presas e torturadas, revelando segredos. Permanecendo "viúvas", causariam problemas: provocariam disputas, talvez promiscuidade e até prostituição. A solução era "casá-las" o mais rápido possível, de preferência com um amigo do cangaceiro morto.

Esta foi uma norma do cangaço, com excelentes resultados coletivos e pessoais. O cangaço favoreceu o prazer. O sertanejo é rude sexualmente, desinformado de técnicas eróticas. A iminência da morte induzia a uma busca da felicidade máxima — viver só vale a pena "gozando a vida". O sexo florescia, descobriam-se as possibilidades do prazer, o ato sexual não era mais uma "obriga" do casamento normal, quando a mulher "sujeitava-se" ao marido. Por estas razões, apesar do perigo e das leis rigorosas do cangaço, as mulheres cangaceiras realizaram uma verdadeira revolução feminista.

Fonte: facebook
Página: Raul Meneleu Mascarenhas

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