Por: João de Sousa Lima
Durante minha
estadia em Teresina para participar do Salão do Livro do piauí, o amigo Wilson
Seraine me proporcionou alguns momentos inesquecíveis, conhecemos alguns museus
e um dos momentos mais marcantes foi conhecer o Memorial da Batalha de
Jenipapo.
Busto na entrada do memorial de
jenipapo
O memorial fica ao lado do cemitério onde foram
assassinados e enterrados vários sertanejos que lutaram nessa batalha.
PARA ENTENDER UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA:
A Batalha
do Jenipapo foi um confronto entre partidários da independência
brasileira e a resistência portuguesa, que procurava evitá-la, ocorrida no dia
13 de março de 1823, às margens do riacho de mesmo nome, localizado na região
do atual município de Campo Maior, na província do Piauí. Ela é considerada fundamental
no processo de independência e consolidação do território brasileiro.
Além da
população do Piauí, maranhenses e cearenses participaram do levante popular
contra as tropas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié, que desejavam
manter a região sob domínio lusitano e sufocar os movimentos de independência.
O embate pode ser visto como um dos momentos chave da adesão da província
piauiense ao processo emancipatório brasileiro.
João de
Sousa Lima e Jadilson no Memorial de Jenipapo
Com o retorno
de D. João VI a Portugal a independência foi oficialmente proclamada a 7
de setembro de 1822, pelo príncipe regente Dom Pedro I em São Paulo,
às margens do rio Ipiranga, no entanto,o gesto não representou a integração de
todas as províncias do país.
Algumas
armas do Memorial de Jenipapo
Com a intenção
de impedir o crescimento das idéias separatistas, o governo
português enviara desde 1821 para o Piauí o veterano das guerras napoleônicas,
major Fidié. A intenção era manter a província ligada a Portugal e estabelecer
com o Maranhão e Grão-Pará uma área de domínio lusitano.
Detalhes
de uma arma exposta no Memorial de jenipapo
Após a
declaração da independência do Piauí feita a 19 de Outubro de 1822, em
Parnaíba, o comandante português reúne suas tropas e parte de Oeiras em direção
à Parnaíba, a 13 de novembro, para combater os emancipacionistas liderados por
Francisco Inácio da Costa, José Francisco de Miranda Osório, José Marques
Freire, Luís de Sousa Fortes Bustamante Sá e Menezes, Simplício José da Silva,
Luis Rodrigues Chaves, João da Costa Alecrim, José Antônio da Costa Cardoso e
Alexandre Nery Pereira Nereu.
Wilson
Seraine e João visitando o Museu da Batalha de jenipapo
Fidié chega a
Campo Maior e, no dia 13 de março de 1823, pela manhã, onde tem início a
batalha entre suas tropas bem armadas e experientes e brasileiros sem
treinamento militar, utilizando paus, pedras e outros materiais de pouco poder
ofensivo. Devido a superioridade bélica, o que se viu à beira do Jenipapo foi
um massacre.
Placa
Mesmo com a derrota do movimento popular, a Batalha do
Jenipapo tornou-se decisiva para afastar o major João José da Cunha Fidié
do Piauí e consolidar a independência e a unidade territorial do Brasil.
Enfraquecidas, as tropas fiéis à coroa seguiram para Caxias, no Maranhão, onde
foram derrotadas por piauienses, maranhenses e cearenses, a 31 de julho de
1831.
A Batalha do
Jenipapo é um capítulo fundamental no processo de consolidação do território
nacional e a data do acontecimento passou a ser estampada, a partir de 2005,
após aprovação da Assembleia Legislativa do Piauí, na bandeira do estado.
Nota: Duas fotos não foram inseridas devido problemas na página.
Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima
joao.sousalima@bol.com.br
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